Asas de Vidro escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 7
Sétimo


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Preciso dizer algo importante. Irei fazer uma cirurgia ortodôntica amanhã, e por causa da dor não sei se conseguirei escrever mais nessa semana. Quero muito saber o que acharam deste. Espero que gostem!

Aproveitem!



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— Como você chegou a tempo? — perguntei. — Não estava em casa quando tudo aconteceu.

O café quente aquecia meus dedos gelados e o cobertor esquentava meu corpo. Eu e Isaac estávamos sentados na varanda dos fundos, observando o nascer do sol, lado a lado no banco de madeira. Não tinha conseguido dormir muito, afinal.

— Eu estava voltando da cidade. Vi uma viatura na frente da sua casa e decidi ir checar, ver se estava tudo bem. Quando cheguei na porta, ouvi os gritos daquele louco, e não pensei duas vezes: entrei e acabei com ele.

Me virei para ele, que tinha uma expressão séria no rosto.

— Eu estava apavorada com o que poderia acontecer se você não viesse. — Tomei um gole do café. — Sentia que Scott poderia me matar.

— Quem é esse Scott? O que ele queria com você?

Respirei fundo. Aquela história seria longa.

— Quando eu tinha dezessete anos, eu e Scott nos conhecemos. Ele tinha vinte e dois anos, drogas, uma carro e um sorriso encantador, e logo achei que estava apaixonada. A ideia de que um cara mais velho e interessante tinha me escolhido entre todas as outras era emocionante. Nós dois começamos a namorar, mas meu pai não aprovava a ideia. Então, decidimos que teríamos uma casa só nossa e viveríamos como adultos de verdade.

“Conseguimos alugar uma casinha no centro da cidade, bem pequena, mas suficiente para nós. Eu ia para a aula pela manhã e me drogava pelo resto do dia, era tudo o que eu fazia. Scott tinha me proibido de sair de casa, de conversar com as pessoas. Com isso, acabei me afastando de meu pai e de meus amigos. Eu só não percebia que Scott estava me sugando, me consumindo, acabando comigo.”

“Então, em um dia qualquer, ele simplesmente foi embora. Disse que logo voltaria, só iria encontrar alguns amigos e voltava para casa. E eu fiquei esperando por uma semana, pensando que a culpa era minha, e ele não voltou. Peguei minhas coisas, meu orgulho, e voltei para casa. E nunca mais o vi, até ontem. Ele continua instável e perigoso, e quer o passado de volta.”

Isaac pegou minha mão, enlaçando nossos dedos. Ele não precisava dizer nada, aquele gesto já bastava.

— Você acha que ele pode voltar?

— Eu não sei, de verdade. — sussurrei. — Nunca vou saber o que se passa na cabeça dele. Ele é louco.

Então o rosto de Isaac se iluminou, como se ele tivesse uma ideia, e um sorriso gigante se abriu em seus lábios. Mirou seus olhos verdes em mim.

— Você e Claire estão precisando de mais alguém para ajudar com as crianças, não é? — Ele apertou minha mão de leve. — Ninguém apareceu ainda. E se eu trabalhasse com vocês?

— É uma ótima ideia! — exclamei. — Mas você tem certeza? Não é o seu “emprego dos sonhos”, Isaac.

— Só vou ganhar com isso, Alexis. Vou ganhar dinheiro e ainda vou ficar perto de você. — Me deu um beijo. — Assim, vou poder te proteger se algo acontecer.

Isaac estava cumprindo a promessa. Ele estaria lá para mim.

— Quando posso começar?

— Agora mesmo, Davies. — Me levantei, puxando seus braços. — Temos muito trabalho para fazer.

...

Eu e Claire pegávamos suco para as crianças na cozinha, enquanto Isaac lia uma história de cavaleiros e princesas. Eu estava muito feliz que as crianças tinham gostado dele. Quando fui pegar os canudos, minha amiga me parou.

— As coisas estão acontecendo bem rápido entre vocês dois, não? — Ela tentou fazer uma voz despreocupada. Claire sempre fazia isso quando não queria se intrometer. Mas sempre acabava se intrometendo.

— Claire Parker está com ciúmes de mim? — Nós duas rimos. — Você está preocupada, achando que estou me precipitando, não é?

— Sim. — Claire suspirou. — Vocês se conhecem há menos de um mês, e ele já está na sua casa...

Eu puxei sua mão, e nós duas fomos até a porta dos fundos. Não queria que Isaac escutasse, ele poderia me achar maluca.

— Claire, você pode achar que isso é loucura, mas eu sinto que já nos conhecemos. — sussurrei. — Quando ele veio aqui em casa pela primeira vez, parecia que já éramos amigos há anos. Foi como se estivéssemos separados por muito tempo, aí nos encontramos.

Ela me encarou.

— É... Você está louca.

Nós duas rimos. Mas ela me entendeu, no final das contas. Voltamos para dentro de casa, afinal, tínhamos muito trabalho a fazer.

...

Quando a última criança foi embora, finalmente consegui respirar aliviada. Isaac tinha limpado a bagunça e Claire guardado os brinquedos, e quando terminamos, despencamos no sofá, lado a lado. Estava calor, e convidei as dois para ficarem. Decidimos assistir um filme de comédia que estava na moda, então peguei a pipoca e as cervejas na geladeira.

Minha amiga e meu vizinho conversaram quase toda a noite. Perto da meia-noite, quando Claire decidiu voltar para casa, fui até a porta de entrada com ela. Ela sorriu para mim.

— Eu estava enganada sobre tudo, Alexis. — Ela segurou minhas mãos. — Isaac é o rapaz mais encantador do mundo. E quando você foi até a cozinha e nos deixou na sala, ele não parava de te elogiar e dizer o quanto era incrível estar com você.

— Sério? — Sorri.

— Já menti para você? — Claire arqueou as sobrancelhas. — Tudo o que eu tenho a te dizer é “vá em frente”. Eu abençoo o seu relacionamento com ele.

— Muito obrigada.                     

Nos abraçamos e ela foi até seu carro no outro lado da estrada. Quando seu carro deu a partida, tive o pressentimento de estar sendo observada. Quando entrei em casa, fechei as persianas, na tentativa de me sentir um pouco mais segura. Não deu certo, no final das contas.

Isaac estava na cozinha bebendo os últimos goles da sua cerveja. Cheguei de fininho e o abracei pelas costas, minhas mãos no seu tórax, beijando seus ombros. Ele colocou suas mãos por cima das minhas, rindo. Virou-se, me encarando com seus olhos expressivos e encantadores. Me deu um beijo na testa e sorriu.

— Então é incrível estar comigo? — sussurrei.

— Você não imagina o quanto, Alexis. — Ele tirou o cabelo do meu rosto.

— Tenho que admitir uma coisa, Isaac Davies. — Aproximei meu rosto do seu. — Estar com você também não é nada mal.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Gostaram?

Quero agradecer mais uma vez as minhas leitoras.Vocês são maravilhosas, e eu sempre me lembrarei de cada uma de vocês na hora de escrever. Os comentários e os favoritos serão sempre levados em conta e serão sempre importantes. Obrigada de verdade por serem incríveis. Amo vocês!

Um beijo!



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