Totalmente Por Destino escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 5
Love Someone.


Notas iniciais do capítulo

Voltei bem rápido não é? Trazendo um capítulo que eu achei bem fofo,por vários motivos.A primeira parte dele será narrada pela Bella.
Espero receber muitos comentários!
Teremos links camuflados!
Boa Leitura!



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E eu estou ao seu lado

Mais do que apenas um parceiro ou um amante

Eu sou seu amigo

Quando você ama

Alguém

Seu coração bate,bate tão alto

Quando você ama

Alguém

Seus pés não se sentem no chão...

Love Someone - Jason Mraz.

Ponto de vista:Isabella Cullen.

     Desde que minha irmã morreu eu tenho estado num processo chamado:Superação.Anos se passaram,mas a dor ainda permanecia aqui,e não importa o quanto eu tentasse,eu sempre sentiria como se de alguma forma eu pudesse ter feito algo.Mesmo sabendo que eu não poderia.Ela fez uma escolha, e essa escolha permitiu que Owen estivesse aqui conosco.E apesar de sua presença ser algo incrível,eu ainda me julgava por pensar como seria se minha irmã estivesse aqui.Se ela continuasse viva.

     Após ter mais um sonho conturbado com ela,me acordo assustada.Era sempre assim;sonhos nos quais ela me acusava de ter estragado tudo em sua vida,onde ela dizia que tudo seria diferente se eu não fosse tão egoísta.Me encosto na cabeceira da cama,arfando por conta da emoção.Fico aliviada ao constatar que Edward não acordou,mesmo com minha movimentação na cama.Eu não queria ter que explicar a ele o porquê do meu estado,não por achar que ele não me entenderia,mas sim por não querer parecer alguém desequilibrada.

     Sem fazer muito barulho,desço do colchão,visto meu hobby e calço minhas pantufas.Então caminho hesitante em direção a porta do quarto,onde a abro,e me ponho para fora.Ando pelo corredor,que está escuro por causa do horário,e paro em frente ao quarto de Anthony,adentrando ao mesmo.

   Está bagunçado como de costume,e isso me faz sorrir.Mesmo que amanhã eu tenha que reclamar por essa zona.Observo meu menino dormindo,esparramado de qualquer jeito pela cama e vou até lá,o ajeitando de uma maneira confortável,e o cobrindo com o edredom.Me sento ao lado da cama,e aliso seus cabelos de maneira carinhosa,enquanto escuto sua respiração calma.

   Recordo-me de quando descobri que estava grávida dele.Foi pouco depois do meu casamento com Edward.Eu o contei da forma mais clichê possível,armei um jantar especial,e coloquei dois sapatinhos brancos no seu prato.Ele chorou de emoção e disse que era o homem mais feliz do planeta.Hesitei um pouco antes de contar para Nessie,pois eu tinha medo de que ela se sentisse insegura pois seu irmão ou irmã poderia ser criado desde seu nascimento por Edward.Questionei ela sobre querer um irmão,e ela me surpreendeu pela milésima vez ao dizer que já sabia  que teria um irmãozinho e que estava feliz com isso.

   Nesses anos que se passaram minha vida foi a mais feliz possível.Meus filhos só me encheram de orgulho.Meu marido me cobriu de amor.Meu pai fora o mais presente que pôde,e meus amigos continuaram aqui,firmes e fortes.Apesar de tudo o que passei para conseguir essa felicidade,eu chego a conclusão de que não mudaria nada.Que sofreria as mesmas dores,que superaria cada traição.Tudo para no final as coisas serem do jeito que são agora.

   Dou um beijo amoroso na testa de Tony.E o olho mais uma vez,antes de me retirar dali.Eu só queria que meu coração se acalmasse depois daquele pesadelo,e só era necessário alguns minutos com meus filhos para eu conseguir isso.Pois eles eram minha força,minha paz e minha base.

    Em seguida vou até o quarto de Nessie,e me surpreendo ao notar que estava vazio.Não querendo tirar conclusões precipitadas sobre aquilo,desço as escadas e sigo para o andar de baixo.Onde encontro minha filha,sentada em uma das cadeiras do balcão da cozinha.Ela parecia pensativa,estava tão distraída que nem percebeu minha presença.Saboreava uma xícara do que parecia ser chocolate quente,enquanto se encolhia dentro do moletom que vestia.

—Não conseguiu dormir? —questionei e aquilo a despertou.Ela me lançou um sorriso singelo.Daqueles que eu sabia que ela dava quando queria disfarçar seus reais motivos.Eu conhecia aquela garota como ninguém.

—Só pensando. —ela foi vaga.E um fato era verídico;minha filha nunca era vaga.Eu sabia que essa história de buscar sua própria identidade estava a atormentando.E eu me orgulhava por ela estar enfrentando isso.Porque quando foi minha vez eu não enfrentei.Preferi fingir que não havia percebido que eu havia crescido.Decidi me casar com James,quando a única decisão que eu deveria ter tido era;que roupa usar no baile de formatura. —Pelo que parece a senhora também não conseguiu. —Nessie notou.Não querendo bancar a prodígio.Fora só um comentário,com a intensão de receber uma explicação.

—Sonhei com a Victoria. —fui sincera,enquanto me sentava a sua frente.Aquilo chamou a atenção dela.

—Você não fala dela faz tempo. —afirmou algo que ela provavelmente já tinha notado á décadas.

—Acho que não falar doerá menos. —contei,enquanto encarava meus próprios dedos.

—E tem funcionado? —minha filha perguntou com um tom sereno.Ergui meus olhos na direão dos delas

—Sinceramente? Não. —falei querendo desabafar.

—Já pensou em fazer o contrário? Deixar essa dor ser expressada? —ela questionou sendo a garotinha sábia que eu tanto admirava.

—Eu não sei como fazer isso. —admiti,encolhendo os ombros.

—Pode começar falando com Jake sobre isso...Ele precisa. —sua sugestão me surpreendeu.

—Como assim? —perguntei sem entender.

—Ele está péssimo.Hanna não percebe que as coisas estão indo para o brejo,quando está bem claro.Mãe,ele não superou a tia Victoria...E ele deveria estar indo atrás do amor da vida dele,a qual está bem obvio não ser a Hanna. —como ela  conseguia notar essas coisas?.

—Eu não percebi. —falei fazendo uma careta.

—É normal,você é uma adulta,vocês não se apegam aos detalhes. —ela brincou com aquele sorriso de lado que eu tanto amava.Sorri de volta,de maneira cúmplice.Ela deu a volta no balcão,e veio até mim,me rodeando com um abraço carinhoso.

—Até parece que você não está próxima de se tornar uma adulta. —retruquei rindo,e ela revirou os olhos.Depois me fitou de uma maneira séria.

 —Seja lá o que você sonhou...foi só um sonho...Não importa o quão triste e perturbador ele tenha sido...Na sua vida real,você sempre terá a mim,para te fazer sorrir. —Nessie declarou,enquanto eu  me emocionava.

—E não importa se enquanto você estiver pensando,você ache que não é digna do amor que nós dedicamos a você...Porque você é filha,e sempre será. —falei de volta,e ela me apertou com força,me abraçando novamente.Ela poderia ter 20,30,40 anos,ela sempre seria a minha garotinha.Aquela com as melhores perguntas e respostas.

—Eu te amo,mãe. —ela afirmou.

—Eu te amo também,Renesmee . —falei enquanto lágrimas desciam dos meus olhos.Ela se separou de mim,e enxugou minha bochecha.

—Não acredito que terei que te dar de novo a lição sobre as lágrimas. —Nessie reclamou incrédula,e ambas rimos.Eu tinha muita sorte de tê-la como filha.Aliás eu tinha muita sorte por todos a minha volta.

[...]

Ponto de vista:Renesmee Cullen

—Nessie,isso não é justo. —ouço Anthony reclamar,quando o venço mais uma vez no joguinho de tabuleiro,que estávamos jogando durante o café da manhã.A cada rodada ganhada podíamos pegar um pouco do cereal do outro.Era divertido.

—Você só diz isso porque está perdendo. —noto,arqueando uma sobrancelha com descaso,enquanto saboreio mais uma colher da minha comida.Mamãe revira os olhos por conta da nossa infantilidade,enquanto edita algumas fotos de uma campanha da empresa.A mesma está sentada no sofá,enquanto o papai está lá em cima,buscando uns papeis no quarto,para em seguida nos levar para escola.

—Você é tão chata. —Tony murmura com um biquinho fofo,enquanto desiste de brincar.Sorrio,e encho uma colher com cereal,em seguida a direciono a boca de Anthony,como se fosse um aviãozinho.Ele desvia,ainda irritado. —Vamos lá Tony,estou tentando ser carinhosa. —o incentivo,e ele revira os olhos antes de abrir a boca.Quando o mesmo engole o conteúdo,não aguentamos e rimos da situação.

—Você me empresta seu moletom do Harry Potter? —ele sabia que eu adorava essa peça,e que tinha muito ciúmes dela,mas ainda sim pediu,com aquela carinha de gato de botas,a qual eu não conseguia resistir.

—Pode pegar no meu closet. —consenti e ele se levantou animadamente,correndo em direção as escadas,esbarrando com o papai no meio do caminho.Mamãe sorriu com a cena,e papai ficou sem entender a situação,mas também não pediu explicações.

—Vocês viram que o carro de mudanças da casa ao lado já chegou? —ele questionou,enquanto abria a geladeira,em busca de seu adorado suco de laranja.Mamãe franziu as sobrancelhas.

—Para falar a verdade eu nem sabia que teríamos vizinhos novos. —ela declarou,ainda focada no trabalho.

—Eu vi a placa,mas não pensei que eles conseguiriam arranjar alguém tão rápido. —afirmei,pegando os pratos da mesa e os levando para a pia.

—Espero que sejam melhores que os últimos. —papai afirmou,e eu sorri.

—Todos esperamos. —concordei.

   Não demorou muito para que Anthony descesse,vestido com meu moletom,que por sinal ficava enorme dele.Peguei minha bolsa,me despedi da minha mãe com um beijo na bochecha,e segui para a saída.Ao sairmos de casa,vimos um carro estacionar na residência ao lado,muito elegante diga-se de passagem.Papai pediu que esperássemos para que nos apresentássemos aos vizinhos,e eu não me importei muito com isso.Do carro em que vimos,desceram um casal que aparentava ter mais de 40 anos.Algo neles me dava a impressão de que alguma coisa havia acontecido para envelhecer a expressão deles.Quando a porta de trás se abriu,surpresa foi pouco para definir o que eu senti.Porque quem estava ali,era nada mais nada menos do que Riley Biers,o bad boy que eu conheci naquela noite no beco.

    Seus olhos me reconheceram,e um sorriso maroto cresceu em seus lábios.O casal que eu suspeitava ser seus pais,notou a nossa presença,e vinheram até nós de um jeito simpático.

—Vocês devem ser os Cullen,o corretor falou de vocês para nós.Disse que já moram aqui há um bom tempo. —a mulher foi a primeira a se apresentar,enquanto erguia sua mão na direção do meu pai,num cumprimento formal. —Sou Clarissa Biers...Esse é meu marido Paul,e esse nosso filho Riley. —ela apresentou a si própria e a família,e meu pai cumprimentou a todos do mesmo jeito.Até Riley,que ainda permanecia com aquele mesmo sorriso.

—Sim somos os Cullen.Sou Edward,esses são meus filhos;Renesmee e Anthony. —meu pai falou com aquele típico sorriso de lado.Anthony acenou para eles de forma fofa.

—É um prazer conhece-los. —falei cortês.

—A recíproca é verdadeira. —Riley disse me olhando intensamente.Não citando o fato de que já nos conhecíamos.Fui rápida o bastante para notar que ele não queriam que seus pais soubessem,pois isso remeteria a contar onde nos conhecemos.E não seria bom para ele,que eles tivessem conhecimento que o mesmo andava em corridas ilegais.

—Por que decidiram se mudar para o campo?...Se não foi indiscrição perguntar,é claro. —questionei curiosa.Vi um incomodo nos olhos de Riley.

—Precisávamos dar um tempo da agitação da cidade. —Clarissa foi educada ao explicar,e eu assenti.

—Todos precisam. —afirmei como se dissesse que a compreendia.Ela me enviou um sorriso sincero demais para uma desconhecida.

—Foi bom conhecer vocês,espero que permaneçam aqui por bastante tempo...Mas agora preciso ir,os meninos tem que estar na escola daqui a pouco. —papai se despediu,ajeitando seu terno.

—Vocês estudam no Saint Vladimir,correto? Reconheci pelo uniforme. —Paul notou o fato.

—Sim...Por quê? —questionei.

—Riley irá estudar lá. —ele comunicou como se não fosse nada.Mas era muito.Tipo muito mesmo.

—Oh...Temos muitas chances de estudar juntos então. —supus sua idade,e Riley soltou uma risada de escárnio.

—Acho que não pirralha,estou no último ano. —ele tentou soar como imponente e aquilo me fez rir.

—Na verdade eu estou sim.Sou uma espécie de prodígio,estou adiantada um tempinho... —reafirmei algo que ele já tinha conhecimento.E então pisquei para ele.

—Desculpe a falta de sutileza do Riley.Meu filho tende a ser meio grosso as vezes. —Clarissa o repreendeu com o olhar,me fazendo sorrir.

—Tudo bem.Estou acostumada a lidar com personalidades fortes. —afirmei, então me virei para Riley. —Nos encontramos no colégio,amanhã,Riley. —falei por alto,e ele assentiu meio a contra gosto.Após isso,segui para o carro do meu pai.

[...]

   Enquanto eu assistia uma aula de literatura,eu pensava no meu mais novo vizinho,e no quanto a vida poderia ser irônica as vezes.Tudo bem que eu vivia uma história cheia de acasos diariamente,mas é diferente quando acontece com você.É como se finalmente percebesse que no fim você não está no controle de nada,que o destino faz as coisas acontecerem,e a forma que você lida com elas,é que faz você viver de verdade.

   Após a aula,caminho com Jane pelo corredor,abarrotado de gente,por conta do horário do intervalo.Estamos indo em direção a lanchonete do colégio.Eu havia acabado de contar a ela “a grande novidade” e ela estava dando sua opinião sobre isso.

—Eu não acho que você deva dar muito valor a essa situação...Ele nem ao menos fez questão de dizer que te conhecia.Não é como se ele fosse se entregar e dizer o quão imprudente você foi naquela noite. —Jane disse revirando os olhos.

—Primeiro:Não teria problemas se ele contasse,porque como você está sabendo eu adotei o lema “sinceridade em primeiro lugar” e segundo:Não foi tão imprudente assim,eu não transei loucamente com ele.Eu só dei uma volta na moto dele. —neguei,incrédula pelo seu exagero.

—Okay...Se essas não são suas preocupações...Por que está incomodada com o fato de que esse cara vai morar ao lado da sua casa? —Jane questionou curiosa.E pela primeira vez na minha vida eu não tinha uma resposta.

—Eu não sei...É só que... —não consegui argumentar.

—Sua preocupação não tem argumentos.Então ela é desnecessária. —a loira afirmou.

—Odeio quando você está certa. —admito emburrada.

—Ótimo! É bom saber que você se sente uma vez assim em relação a mim,como eu me sinto todos os dias em relação a você. —seu comentário me fez rir,e desmanchar a carranca.

—Você é hilária. —afirmei fazendo uma careta.Ela revirou os olhos.

—E o encontro de hoje? Está ansiosa? —ela perguntou me cutucando.

—E o almoço de ontem,como foi? —mudei de assunto,e ela obviamente percebeu.

—Se me responder o que eu te perguntei,eu te dou todos os detalhes do almoço,até os pratos servidos se quiser. —Jane disse irônica,me fazendo soltar um suspiro.

—É normal eu estar insegura? —questionei,e ela arqueou uma sobrancelha.

—Se fosse qualquer outra pessoa eu diria que sim,mas é você,então...Você já teve vários encontros e sempre se manteve firme,por que está insegura com esse? —ela quis saber.

—Porque com o Alec é diferente.Eu me importo com ele,mas do que me importava com todos os outros caras com quem saí,porque Alec me conhece como ninguém,e ele vai conseguir ler tudo o que eu sinto,em menos de dois segundos. —revelei,como se a situação não fosse estranha,e Jane não fosse a irmã de Alec.

—Você tem medo de sentir coisas erradas? —ela quis entender meu ponto.

—Sinceramente?...Eu tenho medo de não sentir nada,e você estar certa sobre eu não estar apaixonada pelo Alec. —Jane adquiriu uma expressão de seriedade.

—Eu não quero estar certa sobre isso.Porque eu sei que não há ninguém que te faria mais feliz que Alec,assim como sei que não ninguém que faria Alec mais feliz do que você. —a essa altura já havíamos chegado no nosso destino,e avistamos Alec e Seth em nossa mesa de costume. —E já que ainda estamos falando no encontro...se prepare,pois fiquei sabendo pelo Seth,que Alec te fará uma surpresa. —ela avisou como a boa amiga,e eu quis retribuir o ato.

—E por falar no Seth..Quando pretendia me contar que estava afim dele? —perguntei sorridente,e ela arregalou os olhos.

—Como você?...Não é verdade...Eu não...Seth e eu...Urgh! —ela tentou disfarçar.

—Você  vai me contar tudo depois. —decretei e então sorri para os meninos,já que estávamos próximos demais deles.

  Olhei para Alec a todo momento.Sem nem ao menos saber o porquê de estar fazendo isso.Só olhei,e ignorei que meu novo vizinho era um perigo.Que eu poderia estar ferrando com a nossa amizade.Que eu ainda não havia o contado sobre não ir para faculdade com ele,como havíamos planejado.

[...]

   Passei horas procurando a roupa perfeita para esse encontro,até me lembrar que Alec é meu melhor amigo,eu não precisava impressiona-lo usando uma roupa de festa de gala.Só precisava ser eu mesma.Sem grandes adereços,ou uma imensa produção.

   Eu estava simples,com um cropped de mangas,com listras vermelhas e brancas,com pequenos laços bem amarrados na parte frontal.Um short cintura alta amarelo,com botões brancos.Um tênis branco e preto,e meus cabelos presos em uma trança folgada,na qual um pequeno enfeite de metal se destacava.

   Fui até meu closet,peguei o patins que há muito tempo eu não usava,e o guardei dentro da minha bolsa.Conferi meu visual no espelho mais uma vez,então sorri.Eu estava parecendo a Renesmee e isso era o suficiente.Pelo menos para Alec.

   Desci as escadas lentamente,e encontrei minha família no andar de baixo.Sorri sem que eles me vissem,feliz por estar fazendo a coisa certa dessa vez.

    Eles estavam jantando.Acabei não querendo fazer isso,pois estava nervosa.Eu sei ! Esses hormônios adolescentes são uma droga!

—Eu vou sair com o Alec. —avisei,não querendo enfatizar muito o fato.Nem destacar que aquilo era um encontro.Quis que eles tirassem suas próprias conclusões.Meu pai me olhou de um jeito que um pai olharia,minha mãe sorriu como se me encorajasse,e Tony não deu muita importância.

—Não volte tarde. —fiquei extremamente feliz ao ouvir papai dizendo aquilo.Eu achei que ele me proibiria de sair após tudo que eu admiti ontem.Mas ai lembrei o quão especiais eram meus pais,e que eles confiavam em mim.

—Tudo bem. —concordei sorrindo.Eu estava sorrindo muito ultimamente.Desde que cogitei me envolver romanticamente com Alec,para ser mais específica.

—A onde vão? —mamãe questionou curiosa.

—Vamos patinar. —falei nostalgica.Me lembrando do tanto de vezes que fiz aquilo com ela.

—Espero que se divirtam. —ela desejou.

—Bom...eu vou espera-lo lá fora.Está um bela noite. —avisei,me encaminhando em direção a porta.Me despedi com um aceno e me pus para fora.

   Vou para a frente da minha casa,e me sento nos degraus da “varanda” observando o quanto o céu estava brilhante.Deveria ser interessante para Lewis explicar sobre aquela verdadeira beleza e todos os seus mistérios escondidos.

   De repente,direciono meu olhar para o outro lado da rua,e pela janela iluminada do segundo andar.Avisto Riley,com a garota do dia da corrida.Sem bem me lembro,ouvi uma vez ele chama-la pelo nome de Bree.Eles pareciam discutir sobre algo.Cheguei a conclusão de que eram namorados ou algo do tipo,e mesmo sem saber o porquê,me senti incomodada com aquela possibilidade.

  Ouço um barulho de carro,e logo percebo que Alec estava chegando.Me levanto colocando um sorriso no rosto,que só aumenta quando meu melhor amigo,para o veiculo em frente da minha casa,e desce dele.Quando seus olhos se encontram com os meus,ele sorri levemente.Aquele sorriso que aquece meu coração desde que me entendo por gente.Céus! Quando ficamos tão patéticos?.

—Que bom que não trouxe flores,eu me sentiria ridícula,já que nem um vestido estou usando.—tínhamos liberdade o suficiente para eu fazer aquele deboche.Eu não sabia o que esperar para essa noite,eu só sabia que daria o melhor de mim para ela ser incrível.

—Então...dizer que você está linda,nem pensar,não é? —Alec retrucou,me fazendo rir.

—Não somos tão clichês assim. —neguei.

—Qual é !Somos as réplicas perfeita de “Simplesmente Acontece” —ele fingiu-se de ofendido.Me fazendo empurrar seu ombro.Ele me guiou de volta para o carro,e como um cavalheiro abriu a porta do carona para que eu entrasse.Fiz isso e coloquei o cinto.

—Então.. —quis iniciar uma conversa tipica de encontros.

—Então... —ele me imitou.

—Sobre o que iremos falar? Nos conhecemos a vida toda,não tem muitos assuntos para discutirmos. —notei ,enquanto ele dava partida no carro.

—Eu tenho um...Por que não me contou que quer adiar a faculdade por um ano? —sua pergunta me surpreendeu.Eu pretendia conta-lo essa noite,não esperava que ele já soubesse.

—Como sabe? —fiz a pergunta mais previsível do universo.

—Sou seu melhor amigo,Nessie...Sei até em que lugares você esconde suas coisas,eu já tinha visto as cartas. —ele revelou.

—No entanto não me questionou sobre isso,por quê? —perguntei buscando um sentido naquilo.

—Esperei que você me contasse,mas isso não aconteceu. —ele explicou.

—E o que você pensa sobre isso? —questionei querendo realmente saber a opinião dele sobre isso.

—Quando eu não achava que sentia algo por você,eu cheguei a conclusão de que deveria respeitar sua decisão,e apoiar você nesse seu novo plano.Mas agora,em que pode estar acontecendo algo entre nós,eu não sei...Eu não sei se me sinto bem começando algo que eu não sei se terá um futuro,pois você quer viver algo imprevisível,e você não me encaixou nesses planos. —Alec admitiu,e eu suspirei.

—Você é meu plano imprevisível,Alec.Ou acha que me meio a todos meus planejamentos certinhos eu imaginei que um dia poderia ter ver de outra forma,além de meu melhor amigo?Eu só quero que vivamos o hoje,ainda falta um tempo até a faculdade,então até lá,nada de planos. —propus sorrindo.

—Eu acho aceitável. —ele não resistiu e sorriu também.

—Acha é? —debochei com uma sobrancelha arqueada.Como se aquilo fosse uma piada interna nossa,e na verdade era.Em relação a “acharmos” que estamos apaixonados um pelo outro.

—Tudo bem...Eu tenho certeza que é uma boa proposta. —ele admitiu

—Adoro quando você concorda comigo. —comentei,enquanto me acomodava melhor no banco.

   Passaram-se meia hora,e finalmente chegamos no lugar do “encontro”.Quando Alec estacionou,olhei para o lugar emocionada,e então o encarei.

—Eu costumava vir aqui quando era pequena. —me lembrei de meus momentos. —Eu me recordo de uma vez,em que eu queria participar de uma competição para  adolescentes.Eu fiz uma confusão na empresa por causa disso,foi nesse dia que conheci meu pai.Fiquei de castigo um bom tempo após isso. —falei,notando o quanto o tempo passa rápido.

—Eu me lembro também,ficamos separados por dois dias.Eu odiei aqueles dois dias. —ele declarou,e então deu a volta,e abriu a porta para que eu descesse.

   Franzi as sobrancelhas,ao notar que o letreiro em frente ao estabelecimento não estava aceso.E cheguei a conclusão de que o local estava fechado,mas para minha surpresa,Alec sacou uma chave do bolso de sua calça,e me levou até a entrada dos fundos da pista de patinação.

—Nós vamos invadir,isso é sério? —perguntei sem acreditar.Afinal Alec era o certinho,eu era a meio maluquinha.Ele revirou os olhos.

—Eu estou com uma chave,então isso não é uma invasão. —ele disse irônico,e foi minha vez de revirar os olhos.Adentramos quando a porta se abriu,e tudo estava escuro.Alec procurou pelo interruptor,e quando o achou iluminou todo ambiente.Fazendo com que a enorme extensão de gelo aparecesse por trás das grades.Caminhei até lá encantada,sentindo o barulho dos meus passos por conta do vazio.Logo notei qual era a surpresa de Alec.

—Como conseguiu fechar uma pista de patinação só para nós? —indaguei me virando na direção dele.Alec sorriu.

—Sou um Volturi.De vez em quando tiro proveito desse título. —ele deu de ombros enquanto explicava,e meus olhos se focaram de novo na pista. —Está esperando o que para entrar,SweetHeart? —ele indagou e aquilo teve o poder de me fazer sorrir.

—Faz tempo que você não me chama por esse apelido. —notei.

—Não é preciso que eu repita com frequência.Você sempre saberá que tem um doce coração. —Alec afirmou da forma mais carinhosa possível.

   Não demorei muito para calçar os patins,e entrar na pista.Junto com Alec,que também havia calçado os seus.Deslizei pelo gelo,aproveitando o frescor daquela sensação.Então depois me soltei,dando o máximo de giros e saltos que pude.Como eu me recordava fazer,sendo seguida por Alec,que em algum momento,ativou uma música romântica,que ecoava por todo auditório.Dei a volta por toda extensão,exercitando aquilo que aprendi quando criança.Dado certo momento,deslizei três passos para trás,e girei meus calcanhares,fazendo um giro,enquanto abria os braços.Gargalhei me sentindo livre,e Alec sorriu ao me ver assim.

—Confia em mim? —ele perguntou se aproximando,e erguendo sua mão em minha direção.Aceitei,revirando os olhos,por achar a pergunta estúpida.Então num movimento surpreendente,ele me puxou pela cintura,e colou seu corpo no meu.Enquanto nossos olhos se conectavam.Ele me ergueu,e me pegou no colo,enquanto eu ria.Ele suspirou,antes de correr pela pista,comigo em seus braços,logo quando chegamos na metade,o mesmo girou em volta de si mesmo,sem me deixar cair em nenhum momento.Fechei os olhos por um tempo,e senti ele me colocando no chão delicadamente.Quando os abri,notei que ainda continuávamos próximo.E tinha algo estranho no ar.Algo romântico por assim dizer.

    Hesitantes.Inseguros,e calmos nos aproximamos mais.Sem muitas delongas,os lábios doces e quente de Alec colaram-se nos meus.De um jeito tão acolhedor,que fez meu corpo todo se aquecer.Ele me puxou para si,e colocou suas mãos na curvatura das minhas costas.Enquanto minhas mãos,seguravam seu rosto.Sua língua pediu passagem e eu concedi.Até aquele momento nunca havia pensado sobre como seria beijar Alec.E ali encontrei a resposta para o pensamento que nunca tive.Era perfeito.Era como se todas as coisas que eu gostasse no mundo estivessem reunidas num único ato.Sua boca encaixava-se a minha de uma forma que eu nunca imaginei que se encaixaria.Suas mãos pareciam ter sido feitas para me tocar.Eu sentia meu coração bater tão alto,que eu achava que Alec,poderia ouvir o barulho.Nos separamos minimamente quando o ar nos faltou,com as testas encostadas,e sorrimos um para o outro.

—Isso não foi estranho. —constatei surpresa.

—Foi bom...Muito bom. —Alec também notou.

—É... —concordei.

—Poderíamos tentar de novo. —ele ofereceu e eu assenti,antes de beija-lo de novo.Eu não sabia se aquilo era tipo um teste.Se amanhã agiríamos como se nada tivesse acontecido.Se aquilo fosse o suficiente para comprovar o que sentíamos.Mas naquele momento eu quis aproveitar.Sem explicações complicadas,ou sem “mas”.

   Por sorte a cozinha do local também estava aberta,então preparamos sanduíches improvisados,e nos servimos com refrigerantes da máquina

   Tiramos algumas fotos numa cabine que existia para essa finalidade,e dividimos as imagens entre nós.Eu não sabia se havia saído com meu melhor amigo ou um pseudo pretendente,mas aquele havia sido um encontro incrível.

   Quando ficou tarde o suficiente.Alec me levou para casa.Assim que chegamos lá,ele estacionou,e me olhou de um jeito intenso.

—Foi um bom encontro,não é? —ele questionou com um sorriso.

—Sim... —concordei,então dei um carinhoso beijo na bochecha. —Boa noite,Alec. —me despedi,e então desci do carro.Ele balançou a cabeça negativamente,ainda sorrindo.

—Boa noite,Nessie. —se despediu e após isso deu partida no carro.

   Quando me vi sozinha,ali,me surpreendi ao ver Riley,levando algumas caixas com o que pareciam ser instrumentos musicais para a garagem.Ele estava observando Alec e eu anteriormente.

—Namorado? —questionou de longe.Mesmo não me sentindo obrigada a responder,dei-me ao trabalho de fazer isso.

—Melhor amigo. —contei.

—Começa assim. —ele afirmou,largando uma das caixas no chão.

—Começou assim com você e a tal Bree? —indaguei,arqueando uma sobrancelha.

—Você é bem intrometida,não é? —ele perguntou debochando.

—Só com quem é comigo. —falei sorrindo amarelo. —E se é para ser taxada como tal,por que fingiu que não me conhecia,hoje mais cedo? —indaguei curiosa.

—Sou um filhinho de papai,esqueceu? Não quero perder a mesada. —debochou novamente,e então entrou na garagem,sem ao menos se despedir.

   Não dei muita importância,estava feliz demais para ligar para ele.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da parte da Bella?
Estão torcendo para o Alec ou para o Riley?
Comentem!



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