Nobre Amor escrita por DennyS


Capítulo 13
No vinho está a verdade: eu gosto de você!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693521/chapter/13

~*§*~

 

Capítulo 13 – No vinho está a verdade: eu gosto de você!

 

Venha morar comigo, Sakura.

Essa frase ecoou na mente de Sakura por alguns segundos e não fez sentido nenhum. Ela deveria ter ouvido errado. Muito errado.

—O que... você está dizendo? – Perguntou Sakura com uma cara confusa. Definitivamente, ela tinha entendido errado. Não tinha como Sasuke convida-la para morar com ele. Que absurdo!

—Mude-se para minha casa. – Disse ele tão calmamente, como se a convidasse para tomar um café.

Sakura sacudiu a cabeça e soltou uma risada sem humor.

—Você quer dizer... Para morarmos juntos? Eu e você? Na mesma casa?

—Sim. – Sasuke assentiu com uma paciência que não era do seu normal.

Sakura bufou de irritação e caminhou para fora da clínica antes que decidisse matar aquele homem com suas próprias mãos. Ele tinha enlouquecido ou que? Que ideia maluca era aquela? Não era a primeira vez que ele lhe oferecia sua casa, mas da primeira vez ele não tinha falado assim tão sério.

Sakura caminhou até a pequena praça do outro lado da rua com passos duros e os punhos cerrados. Já não bastava os problemas que tinha que enfrentar? Aquele homem arrogante ainda tinha que infernizar sua vida?

—Sakura! – Gritou o Uchiha a seguindo até o pequeno parque.

—Não diga o meu nome! – Gritou Sakura virando-se para ele. – Eu estou cansada disso tudo! Já comecei a me arrepender de ter salvado sua vida naquela noite. Devia estar maluca. Se eu soubesse que tudo isso iria acontecer, não teria salvado você.

Embora não demonstrasse, aquilo tinha doído no Uchiha. Ele se aproximou dela com um passo sem se alterar pela explosão dela.

—O que é tão terrível, hein? – Perguntou ele com um olhar estreito e Sakura quis soca-lo. Como ele conseguia ser tão frio e tão... tão bonito daquele jeito, droga?

Ela se virou com raiva do próprio pensamento, mas Sasuke a virou para ele de volta, segurando em seu braço.

—Por que você quer morar comigo? – Ela perguntou irritada, tirando a mão dele de seu braço.

—Apenas quero. – Ele deu de ombros e escondeu as mãos nos bolsos da calça. No fundo estava achando graça da irritação dela.

—“A submissa deve obedecer ao dominador”, mas é diferente dessa vez.

—Como? Morar junto é uma coisa ruim?

—Não. Eu poderia morar com outra pessoa. Mas eu moraria com alguém que tenha um relacionamento verdadeiro comigo e não um contratual! Você por acaso gosta tanto assim de mim para morar comigo? – Sakura aguardou a resposta dele com impaciência. E como ela não veio nos segundos seguintes, ela soltou um suspiro frustrado. – É por isso que estou dizendo não!

Sakura passou por ele e seguiu o caminho de volta para a clínica sem olhar para trás, enquanto Sasuke permaneceu parado assistindo-a se afastar. Por incrível que pudesse parecer ele não estava nenhum pouco preocupado. Afinal, ele era Uchiha Sasuke. Tudo que ele queria, ele conseguia.

Era apenas uma questão de tempo.

~*§*~

—A Srta. Haruno está procurando por outro apartamento. – Informou o secretário Lee enquanto acompanhava o chefe para o estúdio fotográfico da empresa. – Ela visitou uma imobiliária agora pela manhã.

—Então é assim que ela quer lidar com a situação...

Sasuke cerrou os punhos, mas tentou se manter confiante. Sakura era uma pessoa difícil de se convencer, prova disso foi o desafio de convencê-la a aceitar a clínica como pagamento por ter salvado a vida dele. Mas no fim, ela mesma o procurou, não foi? Então, com toda certeza ele não deveria se preocupar.

—Devo comprar esse lugar também? – Perguntou Lee observando o semblante confiante e petulante de seu chefe.

—Não se incomode com isso. Quando um rato é encurralado em um canto, ele morde. Não importa o quanto ela tente, para onde ela poderia ir?

 

~*§*~

 

Naquela tarde após o almoço, Sakura estava sentada no banco do lado de fora da clínica olhando em seu celular as fotos do apartamento que a imobiliária tinha enviado para ela. O lugar era mais caro que o último, que ela teria alugado se o Uchiha-Dominador-Super-Lunático não tivesse estragado tudo. Mas mesmo sendo caro, ela teria que fechar negócio. Além de precisar de um lugar para morar, não podia permitir que Sasuke brincasse daquele jeito com ela.

Sakura não conseguia entender por que ele agia daquele jeito. Era apenas por prazer? Ele gostava de fazer com que ela perdesse a cabeça? Por um momento Sakura chegou a pensar que ele pudesse, talvez, quem sabe, se importar um pouco com ela. Será que ele... Gostava dela?

Ah! Isso é loucura! Pensou Sakura sacudindo a cabeça. Não era apenas loucura, como também impossível. Sasuke só a aturava por causa daquele contrato absurdo. Ela era boba por pensar que aquele homem pudesse sentir algo por ela.

Mas então, por que ter aquela ideia absurda de querer morar com ele?

—Você está perdendo seu tempo. – Ela ouviu a voz de Sasuke atrás dela e seu coração disparou.

Meio assustada, meio irritada, ela se virou para ele e levantou a cabeça para encara-lo.

—Você veio me atrapalhar de novo? Harg! Por que não está trabalhando lá na sua empresa multinacional, assinando papéis e infernizando a vida dos seus empregados?

Sasuke a ignorou e se aproximou dela.

—Onde é dessa vez? – Ele se inclinou para ver as fotos no celular dela e Sakura guardou o aparelho no bolso do jaleco fazendo uma careta. – Onde quer que vá, eu vou atrás e comprarei o local, Sakura. O único lugar para onde poderá ir nesse mundo, será a minha casa.

Sakura se levantou bruscamente cerrando os punhos e lançando um olhar estreito para o Uchiha.

—Meu Deus! Por que você tem que fazer isso?

Sasuke hesitou por um momento, parecendo desconfortável. Mas o desconforto passou logo que decidiu dizer a ela o real motivo por trás de seu desejo de morarem juntos.

—Estou começando a gostar de você. – Disse ele sério e nenhum pouco constrangido por admitir.

Sakura o encarou com a testa franzida, sentindo-se estranhamente tonta por um momento. Sempre que Sasuke dizia alguma coisa que a surpreendia, ela acreditava que tinha entendido errado ou que havia alguma coisa entupindo seus ouvidos.

—Por que você disse isso? – Ela perguntou sentindo seu rosto esquentar. Não era possível que ele estivesse dizendo a verdade, era?

Sasuke viu na expressão dela que ela não acreditava nele. Nem ele mesmo acreditava nisso totalmente, mas era a única explicação óbvia para toda aquela determinação de mantê-la por perto.

—Se não fosse isso, por que eu estaria fazendo algo assim, tão maluco? Isso não me beneficia em nada. – Disse ele mais para si do que para ela, porque nem ele mesmo entendia direito o que estava sentindo. – Você também está começando a ter sentimentos por mim, não está?

Sasuke arqueou uma sobrancelha e Sakura arregalou os olhos. Ela deu uma risada alta, enquanto Sasuke a encarava com uma expressão cética.

—Ter sentimentos por você? Só se forem os de ódio! – Disse ela parando de rir e cruzando os braços. Sasuke continuou a encara-la como se duvidasse e Sakura deu de ombros. – Acredite no que quiser.

Sasuke revirou os olhos e soltou um longo suspiro, tentando não se incomodar pelo que ela disse. Com toda certeza ela estava mentindo. As mulheres eram loucas por ele desde o jardim de infância.

—Em minha posição, não posso me comprometer com você, seja em um relacionamento ou casamento. – Disse ele sério voltando a olhar naqueles olhos grandes e verdes.

Sakura ficou um momento em silêncio ao sentir uma pontada em seu peito. Claro que ele se considerava bom demais para ter um compromisso com ela. Como ela pôde se esquecer que ele era assim, tão esnobe?

—Você está decepcionada? – Perguntou Sasuke ao notar a expressão dela.

—Claro que não. Estou aliviada!

Era ótimo saber que ele se achava estar acima dela. Assim Sakura teria mais certeza de que nunca poderia sentir nada por ele. Ela deveria se sentir aliviada mesmo, mas havia um aperto grande em seu peito naquele momento.

—No entanto, quero tentar viver com você. Se morarmos juntos, talvez eu pare de gostar de você... – Disse Sasuke pensativo.

Sakura queria bater na cara bonita dele.

—Dá pra você sumir daqui? – Perguntou Sakura irritada antes de dar as costas para ele e seguir na direção da clínica. Eu não acredito na arrogância desse homem!

—Não me deixe esperando demais, Srta Haruno. Eu não tenho paciência. – Disse Sasuke antes que ela pudesse entrar.

 

~*§*~

 

Depois que foi embora da clínica, Sasuke ligou para a empresa de limpeza que cuidava dos serviços domésticos da sua casa e pediu que o quarto de hóspedes fosse preparado. Naquela noite quando chegou em casa depois do trabalho, a primeira coisa que o Uchiha fez foi verificar se o quarto estava de acordo com as suas recomendações.

Ao percorrer os olhos pelo cômodo, ficou satisfeito com o que viu. A decoração estava mais feminina, como ele havia pedido. As cortinas, assim como os lençóis da cama que eram de um azul escuro, foram trocados por tons de rosa e amarelo. Talvez estivesse muito infantil, mas ele achava que não seria problema para a Haruno. Quando se mudasse ela poderia dar o seu toque e decorar o quarto do jeito que achasse melhor.

—Ela vai amar isso aqui. Parece bom até mesmo para mim. – Disse o Uchiha sentando-se sobre a imensa cama box com um sorriso satisfeito.

 

~*§*~

 

Sakura não teve um dia muito bom. Além do Uchiha aparecer lá duas vezes com aquele papo absurdo de querer que ela morasse na casa dele e Sakura precisar procurar às pressas outra imobiliária, ela tinha recebido uma ligação desesperada da Ino, informando que Kusaga Karin tinha espalhado mentiras sobre sua clínica pela internet. Parecia que a ruiva vinha fazendo isso há um tempo, desde antes da inauguração. Isso explicava o movimento ruim que era incomum naquela parte do bairro.

Sakura se sentia péssima. Além de furiosa ela estava deprimida e sem saber o que fazer. Agora que Karin tinha feito uma propaganda ruim da sua clínica, o que poderia ser feito para conquistar novos clientes?

Ela não fazia ideia e estava quase sem esperanças.

O telefone da clínica tocou enquanto ela se preparava para dormir.

—Olá, aqui é a Dra. Haruno, disponível 24x7.

—Olá, boa noite, doutora. Eu preciso de ajuda. – Disse a voz de uma mulher do outro lado da linha. – O cachorro da minha mãe fica no chão o dia todo sem comer. Não estou na cidade agora, por isso a minha mãe precisa de ajuda. Ela não consegue ir sozinha até sua clínica.

—Oh, onde ela mora? – Perguntou Sakura pegando uma caneta e um bloquinho de notas.

Ela anotou todas as informações que a mulher passou e ao desligar o telefone foi que se deu conta de que estava em Tóquio e não em Konoha, onde ela podia ir atender seus pacientes à domicílio a qualquer horário em sua bicicleta.

—Droga, eu vou precisar de ajuda. – Sakura pegou o celular e ligou para Ino. Sua amiga tinha um carro, então era a única que poderia ajuda-la. – Alô, Ino? Você está ocupada?

 

~*§*~

 

Sakura aguardou sua amiga do lado de fora da clínica. Ino tinha pedido o endereço para ela mesma ir buscar o cliente em sua casa e levar até a clínica. Uma hora depois ela chegou e não estava sozinha. Akasuna Sasori a acompanhava levando um enorme cachorro marrom nos braços, enquanto Ino acompanhava uma senhora com semblante abatido.

—Sasori-kun? O que está fazendo aqui? – Perguntou Sakura surpresa.

—Estávamos juntos no Le Tango. – Respondeu Ino.

—Achei que podia ajudar. – Disse Sasori com um sorriso gentil.

Sakura assentiu devolvendo seu sorriso e os conduziu para dentro da clínica. A senhora, dona do enorme vira-lata ficou na sala de espera com Sasori tomando um chá para se acalmar, enquanto Sakura e Ino foram para o consultório.

—Ele não está nada bem. – Disse Sakura depois de examinar o pobre animal e hidrata-lo com soro. Ele não estava doente e sim desabilitado por causa da idade avançada.

Sakura sabia que ele tinha pouco tempo de vida. Com um aperto no coração, ela acariciou o pelo do cachorro e tentou não se comover. Essa era a pior parte do seu trabalho, tentar não demonstrar tristeza para o dono do animal. Mas em todas vezes que passou por isso, ela nunca conseguiu ser tão fria assim.

 

~*§*~

 

Sasuke estava no quarto de hóspedes, que logo pertenceria à Sakura quando resolveu ligar para ela e saber se já tinha uma resposta. Ela, muito provavelmente estava deitada naquele sofá desconfortável pronta para dormir. Se ele ligasse naquele momento e lhe dissesse sobre a cama confortável que a aguardava em sua casa, ela ficaria tentada a aceitar sua oferta.

Com um sorriso confiante, ele se deitou na enorme cama cor-de-rosa depois de discar o número dela em seu celular.

Celular da Dra. Haruno. – Disse uma voz de homem do outro lado e Sasuke parou de sorrir no mesmo instante.

—Quem é? – Perguntou fazendo uma careta confusa.

—Aqui é Akasuna Sasori. Sakura-san está atendendo um paciente agora.

Sasuke sentiu seu sangue ferver e sua visão ficar vermelha. O que aquele homem estava fazendo lá?

—Por que você está atendendo o celular dela a essa hora? – Perguntou o Uchiha sem poder conter aquele tom de raiva na voz.

—Eu vim ajudar. Era uma emergência.

—Pode coloca-la na linha? – Idiota! Dê logo o celular a ela!

—Ela não pode atender agora.

Sasori desligou na cara dele e Sasuke apertou o aparelho em sua mão, desejando poder quebra-lo. Não, melhor. Desejando poder quebrar a cara daquele homem! Milhões de coisas se passaram em sua cabeça de uma vez e ele não pôde conter a raiva que o possuiu.

 

~*§*~

 

—Meu cachorrinho. – A senhora, dona do vira-lata estava acariciando o pelo do seu bichinho e chorando silenciosamente. – Doutora, ele não tem muito tempo, não é?

Sakura tentou segurar as lágrimas, mas não conseguiu.

—Sinto muito. – Disse ela triste, tocando o ombro da pobre senhora. – Melhor aproveitar os últimos momentos com ele e se algo acontecer me ligue imediatamente, está bem?

Sakura, Ino e Sasori levaram a senhora com seu cachorro de volta para casa. Realmente não havia o que ser feito naquela situação, senão dar seu total apoio à eles.

Sakura estava tão angustiada e fadigada pelo seu dia ruim, que resolveu convidar Ino e Sasori para tomarem uma bebida com ela. Ela precisava de algum consolo, era demais para suportar sozinha.

Eles foram até um barzinho perto da clínica e Sakura logo pediu algumas garrafas de *Soju. Poucos minutos tinham se passado e ela já tinha acabado com meia garrafa, enquanto Ino e Sasori apenas tentavam consola-la, fazer com que comesse alguma coisa e parasse de beber. Mas não conseguiram.

—Por que os animais vivem tão pouco tempo? – Perguntou ela angustiada e com a voz meio engrolada. – E por que não fiquei mais forte depois de passar por isso tantas vezes? Trabalho como veterinária há tanto tempo! Eu deveria ser mais forte!

Sakura começou a choramingar e bebeu o resto do Soju que havia em seu copo.

—Isso é porque você é uma boa pessoa. – Respondeu Sasori gentilmente e com um olhar preocupado.

—Não, não sou. – Sakura sacudiu a cabeça, encheu o copinho com Soju mais uma vez e virou goela abaixo. – Se eu fosse uma pessoa boa estaria morando com meus avós e os ajudando na fazenda. Vim para cá viver uma vida melhor sozinha, mas não estou me saindo muito bem. Por isso que alguém como eu não consegue namorar ou casar!

Sakura deitou a cabeça sobre a mesa e começou a choramingar novamente ignorando o seu celular que tinha começado a tocar.

Ino pegou o aparelho de sobre a mesa e antes de atender à ligação, estreitou o olhar ao ler o nome que aparecia na tela. “Dominador “Super” Lunático”. (Sakura tinha editado o contato mais uma vez).

 

~*§*~

 

Sakura já tinha esquecido suas tristezas alguns minutos e três garrafas de Soju depois e tinha começado a cantar alegremente. Ino não tinha conseguido fazer com que ela parasse de beber, assim como Sasori que se lembrava de ter presenciado a Haruno bêbada há um tempo, quando eles ainda eram estudantes. Ele se lembrava de que Ino naquela época também tinha tentado impedi-la de beber tanto e não conseguiu.

—Por que não estão cantando? – Gritou Sakura para seus amigos. Sua voz estava embargada e seus olhos estreitos, mas isso não a impediu de continuar cantando ou bebendo. Ela pegou uma garrafa de Soju e ao invés de encher o copo, resolveu beber direto do gargalo.

Mas antes que a bebida atingisse sua língua, a garrafa foi tirada bruscamente de sua mão. Atordoada, ela olhou para cima e encontrou um par de olhos negros e irritados a fitando intensamente.

—Uchiha Sasuke? – Disse Sakura apontando para ele. – Ah! É o Dominador Super Lunático! – Ela gritou com um sorriso e começou a cantarolar aquele apelido sem parar.

—Que ótimo. – Disse Sasuke bufando de raiva. Ele não tinha paciência com pessoas bêbadas. Nenhum pouco de paciência.

Ao perceber que Sakura era a única bêbada ali, ele ficou ainda mais furioso, se ainda era possível.

—O que é isso? – Perguntou o Uchiha batendo a garrafa que tinha tomado de Sakura sobre a mesa e olhando diretamente para Sasori. – Por que só ela está bêbada desse jeito?

Sasori respirou fundo, como se estivesse tentando controlar sua irritação e encarou o Uchiha de volta.

—Não pude fazer ela parar de beber. Assim que ela começa a beber, não para até ficar bêbada. – Respondeu o Akasuna como se a conhecesse há muito tempo.

Aquilo irritou Sasuke profundamente, fazendo-se cerrar os punhos e avançar para Sasori com um passo.

—É verdade! – Disse Ino tentando evitar uma briga entre os dois. Sasuke tentou se controlar e olhou para a Yamanaka com seus olhos estreitos de raiva. – Ela estava um pouco deprimida e começou a beber sem parar.

Sasuke respirou fundo e contou mentalmente até dez. Ele estava tão furioso!

—Vamos, Sakura. – Disse ele sem paciência, puxando-a pelo braço.

—Por que? Posso beber mais. – Ela Resmungou procurando uma garrafa que não estivesse vazia sobre a mesa.

—Você pode fazer um monte de coisas, não é? – Perguntou Sasuke com sua paciência esgotada.

Ele a puxou da cadeira e a arrastou para fora do barzinho sem dizer mais nada à amiga de Sakura ou ao idiota daquele homem dançarino, que apenas os observaram sair.

—Eles vão ficar bem, não vão? – Perguntou Ino com um sorriso. Embora estivesse furioso, o namorado de sua amiga parecia estar preocupado com ela. Ino estava feliz por Sakura.

Sasori não disse nada, apenas assistiu com um olhar irritado o casal ir embora do bar.

 

~*§*~

 

Sasuke tinha estacionado seu carro um pouco longe daquele barzinho ridículo de bairro, porque não tinha nenhuma vaga por perto. E por isso ele teve que carregar Sakura em suas costas, pois fazê-la andar era praticamente impossível. Ele nunca tinha visto uma mulher tão bêbada na sua vida! Ah! Como ele queria mata-la!

—Oh! Estou voando! – Disse Sakura batendo os braços enquanto ele caminhava pela calçada. Ela recomeçou a cantar uma musiquinha chata e Sasuke não pôde conter sua raiva.

Harg! Você é tão irritante! – Disse ele com vontade de socar alguma coisa. Por que ela teve que beber tanto? E ainda por cima com outro homem? Porra!

—Oh, alguém andou malhando... – Sakura parou de cantarolar e tocou o peitoral dele por baixo da camisa. – Seu peito está duro como pedra, Sasuke-kun...

Sasuke parou de caminhar e sem poder suportar mais aquela mulher irritante, ele largou as pernas dela que estavam presas em sua cintura e Sakura caiu de bunda no chão soltando um grito.

—Encontre um jeito de ir embora sozinha. – Disse ele lhe dando as costas e caminhando para longe dela, que nem entendeu o que tinha acontecido.

Sakura não tentou se levantar, apenas deitou na calçada, fechou os olhos e sacudiu os braços dizendo que queria voar.

—Ei, que mocinha linda... – Disse um homem que passava por ali e viu Sakura deitada no chão. Ela abriu os olhos e se sentou lançando um sorriso para o homem. – O que faz aqui sozinha? Você bebeu um pouco, não foi? Vamos beber um pouco mais, vamos?

Sasuke interrompeu seus passos e virou-se novamente.

—Oh! Vamos! – Sakura sorriu e levantou os braços empolgada com o convite.

—Legal! – Disse o homem se aproximando para ajuda-la a se levantar.

Sasuke voltou até ela e parou na frente do homem barrigudo sem precisar dizer uma palavra. O homem apenas olhou para a cara dele para saber que estava sendo ameaçado.

—Eu já estou indo... – Disse o homem se afastando rapidamente.

Sasuke agachou na frente da Haruno que ainda estava sentada na calçada meio cambaleante, com um olhar perdido e um sorriso débil. Os olhos verdes encontraram o Uchiha e brilharam como se ela o tivesse visto pela primeira vez.

—Sasuke-kun? – Perguntou Sakura esboçando agora um leve sorriso. – Você é o verdadeiro Sasuke... Até que eu gosto de você...

Ela sorriu novamente antes de sua cabeça cair sobre o peito dele quando ela desmaiou. Sasuke ficou um momento paralisado, mas depois acariciou os cabelos rosados sem poder evitar, tomado pelo incontrolável desejo de cuidar dela. Como se ela pertencesse a ele.

Sasuke não pôde ignorar a forma como seu coração batia agora. Não com raiva, ódio ou ciúmes. Mas ele podia sentir que batia de um jeito diferente, um jeito mais intenso, com um sentimento confortável e acalorado.

O que ele sentia por Sakura era mais profundo do que imaginava e ia além do que ele podia entender.

Sasuke estava desfrutando daquele momento único, até que ele foi arruinado quando Sakura começou a vomitar em seu terno italiano feito sob medida.

—Não faça isso! Não... Droga!

 

~*§*~

 

Sasuke levou Sakura completamente inconsciente para a clínica e a deitou sobre o sofá, amaldiçoando em voz alta toda a bebida que ela tinha consumido naquela noite. Marie tinha aparecido e assistia à cena com curiosidade e confusão. Ela soltou um miado na direção de Sasuke como se perguntasse a ele se sua dona estava morta.

—Você vai se arrepender quando acordar, Haruno Sakura. – Disse Sasuke retirando seu paletó fedorento e o atirando longe.

Ela também estava suja de vômito, por isso não teve escolha se não retirar a blusa que ela usava. Ele a despiu com cuidado, depois a cobriu com uma camiseta que estava dobrada sobre o sofá. A clínica estava escura, então ele não poderia se sentir culpado depois por retirar a blusa de uma mulher embriagada, afinal ele não viu ou tocou em nada.

Sasuke se sentou na mesma cadeira que tinha usado da última vez que passara a noite ali, cruzou os braços e encarou a mulher que agora dormia profundamente como um bebê.

—Você me enlouquece. – Disse ele baixinho com um suspiro. Tentou se lembrar se já havia passado por algo parecido no passado, mas não conseguiu. Era a primeira vez que cuidava de alguém. Afinal, ele nunca precisou se preocupar com ninguém além dele mesmo. Por isso era tudo tão novo e impressionante.

Sasuke tentou espantar seus pensamentos e se perguntou se passaria a noite ali mais uma vez naquela cadeira desconfortável ou iria embora para casa e deixaria para falar com Sakura quando ela se curasse da ressaca. Mas, como ele era impaciente de nascença, decidiu ficar. Ele tinha muito o que dizer à Sakura quando ela acordasse, por isso ele não poderia esperar.

Levou um bom tempo para ele conseguir pegar no sono, mas quando conseguiu, caiu em um sono profundo e confortável, sonhando com uma linda veterinária de cabelos róseos que só lhe causava problemas.

 

~*§*~

 

Sakura despertou ao sentir a luz do sol tocar o seu rosto. Ela deveria ter deixado as persianas abertas novamente por acidente. Odiava quando isso acontecia, porque assim teria que levantar mais cedo que o habitual.

Lentamente ela abriu os olhos, ainda grogue de sono e ficou um pouco surpresa ao encontrar Uchiha Sasuke dormindo na cadeira ao lado do sofá mais uma vez, agarrado a uma almofada com estampa de gatinho. Isso tinha acontecido uns dias atrás, mas a única diferença era que da outra vez ele estava de paletó. Seria um sonho? Sua camisa de um tom de roxo escuro estava com alguns botões abertos, mostrando parte de seu peitoral musculoso.

Sakura sorriu diante daquela visão digna de aplausos e se remexeu sobre o sofá abraçando seus ombros. Que estavam estranhamente DESNUDOS!

Ela arregalou os olhos e olhou para baixo lentamente. Estava só de sutiã, coberta apenas por uma camiseta! Ela olhou de novo para a camisa meio aberta de Sasuke e entrou em pânico.

Sentou-se no sofá, abraçou os ombros para se cobrir e deu um grito tão alto que fez Sasuke quase cair da cadeira.

—O que? O que? O que foi?! – Ele gritou assustado ao despertar do sono, olhando para todos os lados como se o mundo estivesse acabando.

 

 

~*§*~

*Soju: é uma bebida alcóolica coreana feita de arroz chamado soju.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nobre Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.