Meu Jeito escrita por Palas Silvermist


Capítulo 19
Capítulo 19 – Meu Jeito




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693304/chapter/19

 


Se alguém me perguntar
Porque é que eu sou assim

… … … … … … … … … … 

Lily entrou no dormitório pé ante pé para não fazer barulho. Seria impossível dormir agora… Olhou em volta… Os cortinados de quatro das cinco camas estavam fechados, as quatro amigas dormiam.

Mal acreditando que fazia isso, ela ajoelhou-se ao lado da cama de Alice.

—Lice… Lice… - chamava baixinho

—Hum…? – a amiga acordou – Lily? – disse com a voz cheia de sono – Está tudo bem?

—Preciso falar com você. – a ruiva sussurrou

—O que aconteceu?

—Shh. – fez Lily indicando com a mão que a amiga a seguisse

Lice calçou as pantufas, e as duas entraram no banheiro.

Inaldivium.— Lily falou com a varinha apontada para a porta para que a conversa não acordasse as outras três

Alice e Lílian sentaram-se no chão de frente uma para a outra.

—Lice, desculpa acordar você essa hora, mas se não contar pra alguém, amanhã de manhã vou achar que foi só um sonho.

—Você acabou de chegar da sala do Slughorn? – disse ao reparar nas roupas dela

—Sim.

—O que aconteceu lá?

—Nada. Lá, nada.

—‘Tá, mas o que aconteceu?

Lily demorou alguns segundos até conseguir responder com a voz muito baixa:

—Tiago me beijou.

—Aah!

—Shh!

—Ah, elas não vão acordar. – falou Lice agora completamente desperta – Como foi?

—Eu não sei, só… aconteceu.

Enquanto Lily contava a história, Lice não interrompeu, tinha apenas um ar romântico no rosto. Ela apenas disse alguma coisa quando a ruiva terminou de falar.

—Que quadro inconveniente. – Lice referiu-se à Mulher Gorda

—Antes ela do que Filch.

—Duvido que Filch passaria em frente à Torre da Grifinória a essa hora. Mas não é esse o ponto. O que você está pensando agora?

—Eu não sei… - Lily falou com o olhar perdido – O jeito que ele me olhava era tão…

—Apaixonado. – Alice completou doce

—Eh… Eu preciso de tempo para as coisas se encaixarem na minha cabeça.

E achar que isso é solução

Confundir amor com uma paixão

 

—Por que você está sorrindo? – Lily perguntou

—Estou feliz por vocês dois.

—Por quê? Estamos na mesma situação.

—Não estão, não. Tiago vai tentar fazer você se interessar por ele. E acho que você está mais derretida do que consegue admitir que está. Agora eu posso voltar a dormir?

—Claro. – fez Lily se levantando e sendo acompanhada pela amiga – Desculpe, Lice.

—Você teria de se desculpar se não tivesse me acordado pra contar isso.

Lílian apenas riu de leve, e elas voltaram para o quarto.

A primeira coisa que Alice fez na manhã seguinte foi dizer para a ruiva: “Não foi um sonho”.

… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …

Na tarde daquele domingo, os setimanistas da Grifinória sentaram a um canto do Salão Comunal para um jogo de Verdade ou Desafio. Safira aceitou com alguma relutância.

Sirius foi o primeiro a girar a garrafa… Lílian pergunta para Safira.

—Verdade ou Desafio?

Pelos olhos de Lily, Saf sabia que podia arriscar…

—Desafio.

Se bem que talvez “desafio” fosse a opção mais segura. Não sabia que tipo de perguntas poderiam aparecer em “verdade”.

—Ah… - Lily tentava pensar em alguma coisa – Eu desafio você… a nos contar uma história.

—Tinha de ser a Lily para fazer um desafio desses. – fez Sirius

—Pelo menos eu fui original. – ela comentou em seu jeito delicado

—Uma história que realmente tenha acontecido, ou uma história inventada? – Saf perguntou

—Uma que tenha realmente acontecido seria legal, mas a escolha é sua. – Lily respondeu

—Hum…

Safira vasculhava sua memória à procura de uma lembrança que fosse razoavelmente curta e interessante.

Havia uma… Não sabia se seria interessante para quem ouviria, mas era certamente muito especial para ela.

—Meu avô tinha ido a Gênova nos visitar. No seu último dia na Itália, ele aparatou comigo na cidade de Novara, me levou para conhecer a vinha de um amigo. De tarde ficamos andando pela cidade, sem nenhum horário para cumprir.

“Até que virando uma esquina, começamos a ouvir aquele som…”

Safira fixava um ponto qualquer sem realmente enxergá-lo. Falava pausadamente e pela expressão do seu rosto, ela visitava Novara outra vez.

“Acordes longínquos e ao mesmo tempo claros… Nunca vou saber como chegaram até nós… Por algum motivo, começamos a tentar procurar de onde eles vinham. Isso parece tolo, pensando agora, mas tentamos segui-los.

“Quando vimos, estávamos entrando nas ruínas de uma cidade romana. Algumas pedras grades estavam jogadas no chão, um caminho de pedras claras. Logo em frente estava um edifício baixo, já sem telhado e com a parte leste parcialmente desmoronada.

“O cenário seria como o de todas as ruínas… desolado, sem vida; ecos surdos de um passado longínquo; de vozes, barulhos e movimentação ausentes. No entanto, aquela música roubava do destino daquela cidade a perda, a devastação.”

Safira fechou os olhos. “Era tão… lindamente tocada, tão…”, ela tornou a abrir os olhos ao dizer, “viva.

“Em uma das janelas em arco daquele edifício estava um homem… velhinho, quase podia ver o reflexo do sol em seus cabelos brancos. Tinha um violino nas mãos e tocava divinamente. Devia ser um desses virtuóso que às vezes aparecem no mundo.

“Meu avô e eu ficamos à sombra de uma árvore. Logo que chegamos, a música acabou. Os poucos segundos de silêncio que se seguiram pareceram fazer o passado pesar sobre aquele lugar. Em seguida, porém, aquele senhor voltou a tocar. Alheio a nós, alheio a tudo que não fosse o arco de seu violino.

“Por uma coincidência, a música seguinte era uma que meus avós cantavam para mim desde… sempre.”

A moça fez uma pequena pausa, parecia saborear os acordes em sua memória.

“Era… mágico.”, disse com os olhos sonhadores.

“Perto do fim da tarde, aquele homem simplesmente se levantou e foi embora. Deve ter saído pelo outro lado da casa, porque não o vimos passar…”

Saf piscou uma ou duas vezes e se viu em Hogwarts novamente.

—Não sei se cumpri o desafio como imaginava. – ela pediu a opinião de Lílian

—Foi uma bela história. – Lily inclinou a cabeça com um sorriso.

A moça de olhos azul marinho precisava de uma desculpa para levantar dali. Podia ter sido uma bela história, podia ser especial para ela, mas ainda doía. Aquela havia sido a última vez que ela vira o senhor Knight.

—Vou subir para beber um copo de água, acho que falei muito. – falou ela antes de se levantar

Enquanto atravessava o Salão Comunal e chegava às escadas, só podia torcer para ter sido convincente.

Entrou no dormitório e apoiou as costas na porta fechada inspirando com certa dificuldade, apertando o pingente da corrente de seu avô contra si, seus olhos ficando vermelhos. Ficou ali pouco mais de um minuto olhando para o alto e controlando sua respiração. Apenas quando se viu senhora de si de novo voltou a descer.


Eu tento me esconder
Pra ninguém perceber

… … … … … … … … … … 

Na quarta-feira à tarde, Alice e Frank aproveitavam o período livre para estudar no Salão Comunal. A moça tinha cada vez mais dificuldade para se concentrar quando Frank apoiava o braço no encosto de sua cadeira, ou quando ela sentia seu perfume.

—Não consegui entender esse feitiço. – falou Lice cansada depois de ler o mesmo parágrafo cinco vezes – Que movimento da varinha é esse?

—Eu acho que entendi. – disse Frank ao seu lado

E agitando a varinha apontada para a pequena tartaruga que estava em cima da mesa lhes servindo de cobaia, transformou-a em um coelho. Um coelho verde escuro, mas ainda assim um coelho. Com mais três tentativas e o coelho ficou branco.

—Você só acha que entendeu? – fez Lice

—Ah, não é tão difícil quanto parece. – respondeu ele – Assim.

Com todo cuidado, ele pegou a mão de Alice que empunhava a varinha, executou o movimento correto… E lá estava o coelhinho branco de novo.

—Obrigada. – Lice agradeceu em seu jeito doce.


Então vou te responder
Faça força pra entender
Preciso de atenção
Qualquer carinho me faz bem

No fim da tarde, o rapaz saiu para o treino de Quadribol ao mesmo tempo que Maia chegava da aula de História da Magia.

—Que bonitinho. – falou Maia quando se aproximou da mesa em que Alice estava

—O que tem de bonitinho em duas pessoas e um livro de Transfiguração?

—Hum, às vezes eu tenho a impressão de que o Frank gosta de você.

—O quê? – fez Lice – Não, eu sou só a amiga tentando ajudar com a matéria da McGonagall.

—Espera. – Maia abriu mais os olhos – Ele te pediu ajuda em Transfiguração?

—Pediu.

—É por isso que vocês estão sempre estudando juntos?

—É. – Alice respondeu se levantando

—Então ele gosta de você.

—Maia, o que tem uma coisa a ver com a outra? – Alice falava sem olhá-la diretamente, ocupada em fechar o tinteiro

—Lice, você queria uma história mais óbvia do que essa?

—O que tem de óbvio?

—Lice, você estuda com ele há quase sete anos e não percebeu? Quando, em toda a vida acadêmica dele, Frank precisou de ajuda em Transfiguração? Ele tem quase condição de dar aula no lugar da McGonagall se por algum motivo extraterrestre ela faltar.

—Que exagero. – falou Lice juntando alguns papéis que estavam na mesa

—Não sei como você não tinha reparado, ou não quer acredit… Espera aí! – Maia interrompeu a si mesma tomando o cuidado de não elevar a voz – Você também gosta dele! – disse somando a conversa ao rosto repentinamente mais corado da amiga

—Shh. – fez Lice olhando em volta, e sabendo que Maia jamais acabaria a conversa nesse ponto, acrescentou apenas – Dormitório.

… … … … … … … … … … 

Não havia paciente na Ala Hospitalar. Por isso, Lílian se ocupava em organizar o armário de poções tentando memorizar para que serviam.

Madame Pomfrey tinha acabado de voltar para sua sala para preencher relatórios quando Lily foi atraída para a janela pelo barulho de asas. Abriu o vidro para que a coruja cinza-chumbo pudesse entrar. Delfos esticou a pata para que ela desamarrasse o envelope e tornou a voar assim que entregou a carta.

A moça voltou a fechar a janela, estava começando a nevar. Sentou na cadeira mais próxima e abriu o envelope.

And I watch as the cold winter melts into spring
        And I'll be remembering you
        Oh and I'll smell the flowers and hear the birds sing
        and I'll be remembering you

 

(E eu vejo o frio inverno se derreter na primavera
        E eu estarei me lembrando de você
        Oh, e eu sentirei o cheiro das flores e ouvirei os pássaros cantarem
        E eu estarei me lembrando de você)

Lílian sorriu ao reconhecer a caligrafia de Tiago e releu os versos.

—Senhorita Evans?

—Sim, Madame Pomfrey? – ela levantou-se

—Já terminou com os vidros de poções?

—Quase.

—Poderia trocar as fronhas quando acabar? Preciso levar esses papéis a Dumbledore.

—Claro.

—Muito bem, volto em alguns minutos. – disse a enfermeira antes de sair.

Lily prendeu o envelope azulado com um clipes no caderninho que carregava consigo para todos os lugares e voltou ao trabalho.

… … … … … … … … … … 

—Acho que vou dar uma vassoura branca de natal ao Frank. – falou Maia de pé no meio do dormitório

—Por quê? – perguntou Alice

—Porque em vez do cavalo branco, você vai ter um príncipe com uma vassoura branca.

—Que imaginação. – fez Lice colocando o livro de Transfiguração dentro do malão – Você realmente acha que ele pode gostar de mim? – perguntou insegura

—Acho. – Maia se ajoelhou ao lado dela

—O que eu faço? – Lice perguntou com a voz baixa no mesmo tom inseguro

—Tenho a impressão de que você não vai precisar fazer nada. Ele parece conhecer você e está se aproximando aos poucos.

—Você realmente acha isso?

—Acho. A não ser que você queira que eu dê um empurrãozinho nele…

—Não, deixe as coisas como estão.

—Finalmente encontrou seu príncipe encantado…

Alice ainda teve de aguentar Maia se divertir por uns cinco minutos fazendo bolinhas de sabão em formato de coração saírem de sua varinha e encherem o quarto.

… … … … … … … … … … 

O sábado amanheceu com o céu claro apesar do frio. Era o dia do primeiro jogo de Quadribol do campeonato das Casas. Maia e Safira desceram logo para o Salão Principal para acompanhar Ana, que, como o resto do time, precisava tomar café cedo.

—A atmosfera está diferente aqui hoje. – observou Safira quando entraram – É por causa do jogo?

—É. – Maia respondeu

—Então Quaribol é realmente um evento por aqui.

—Claro! – fez Ana sentando-se ao lado de Tiago – E olhe que o jogo hoje é contra Lufa-Lufa. Você vai ver quando for contra a Sonserina.

—E a Lily e a Lice? – Sirius perguntou o que provavelmente Tiago e Frank queriam saber

—Encontrei uma parte descosturada no meu uniforme agora de manhã. Lily está concertando pra mim e Lice está fazendo companhia pra ela.

—Não era só gesticular com a varinha, falar uma expressão em latim e pronto? – Sirius perguntou

—Você sabe qual o gesto da varinha e qual a expressão em latim? – perguntou Ana

—Não.

—Pois é, a gente também não.

Não deu um segundo e Maia disparava quando viu Sirius abrir a boca para responder alguma coisa:

—Nem se atreva a fazer um comentário machista.

—Eu não ia. – disse ele rindo

—Acho bom, andei aprendendo a rebater balaços. – falou Ana

Seja lá o que fosse que Sirius pretendia dizer, não disse...

—Desistiu da folha de alface, Ana? – Maia perguntou ao ver a amiga passar geléia no pão

—A folha de alface era só no almoço. Mas é um mito que verdura emagrece, elefante é herbívoro. Fora aquela história de cortar massas e suspender o açúcar. Pega a tesoura, por favor, que eu vou picotar o espaguete e já volto. O açúcar eu vou guardar em cima do armário para ficar suspenso.

—Você realmente se diverte com isso. – Saf riu

—Você não imagina o quanto. – Ana respondeu


Me responda se é errar
Tentar um dia apenas ser feliz

—Cadê a Lily? Temos de ir para o Campo.

—Pode ir, Ana, nós já vamos atrás dela.

—Certo.

O time se levantou com exceção de Tiago, que tinha o copo ainda pela metade.

—Tiago, vira esse leite na boca. – Ana disse já de pé

—Calma, Ana. Pega. – ele jogou um molho de chaves na mão dela – Vai abrindo os vestiários.

Dois minutos depois de Ana e os outros cinco jogadores desaparecerem pela porta, Tiago também se levantou e saiu.

Maia e Saf já estavam para subir para a Torre da Grifinória, quando Lily e Lice chegaram correndo.

—Eles já foram?

—Já. Tiago foi o último a sair.

Ouvindo isso, Lily disparou em direção aos jardins. Passou pelo Saguão de Entrada, e das portas de carvalho já podia avistar o rapaz.

—Tiago!

Ele parou ao ouvir seu nome e sorriu ao ver quem o chamara.

—Bom dia, Lily. – ele cumprimentou quando ela parou à sua frente

—Bom dia. – ela respondeu com o pouco de ar que ainda lhe sobrava após a corrida – Pode entregar isso a Ana? – Lily estendeu a ele o uniforme

—Claro.

—E… boa sorte. – disse ainda ofegante

—Obrigado. – ele abriu mais o sorriso

—Te vejo depois do jogo.

—Até depois do jogo. – ele assentiu com a cabeça

… … … … … … … … … … 

—Madame Hooch lança a goles e… Começa o jogo! Grifinória com a posse da goles. Longbottom passa para Austen que passa para White. Boa interceptada de Watson. Lufa-Lufa com a posse da goles.

Clark Jordan, da Grifinória, fazia a narração

—Um bom passe de Austen para White. White avança, arremessa e… GRIFINÓRIA MARCA O PRIMEIRO GOL!! Com nem cinco minutos de jogo!

Ana comemorou como se desse um soco no ar. Era dela o primeiro gol do campeonato.

Com meia hora de jogo, Tiago tinha pressa de encontrar o pomo. Não estava sendo um jogo fácil. Nem tanto pelos artilheiros da Lufa-Lufa, mas pelos batedores. Eram muito bons. Os batedores da Grifinória quase não estavam dando conta e por isso, os outros jogadores, além de executar as próprias funções, tinham às vezes de se desviar dos balaços.

Os artilheiros grifinórios estavam conseguindo realizar um bom trabalho, ou dois trabalhos. Até um pequeno deslize e Austen foi atingido no braço por um balaço. Tiago queria parar o jogo, mas o quintanista indicou que conseguiria continuar.

Pressa. Onde estava aquele pomo?

Uma contra-rebatida e um artilheiro da Lufa-Lufa foi atingido no pé.

—Pelo visto vou ter trabalho na Ala Hospitalar hoje. – comentou Lily

—Você vai para a Ala Hospitalar hoje? – perguntou Maia – É sábado.

—Combinei com Madame Pomfrey passar lá quando houvesse acidentes nos jogos. – ela explicou

—Tiago viu alguma coisa! – Sirius interrompeu

Era verdade. O capitão da Grifinória voava a toda velocidade para os arcos da Lufa-Lufa. O outro apanhador estava longe e dificilmente o alcançaria. Os batedores lufos sabiam disso e rebateram os dois balaços na direção do capitão da Grifinória.

Tiago ouviu o barulho de um deles passar a centímetros do seu rosto logo antes de ele capturar o pomo. Mas do segundo não teve tempo de escapar: foi atingido no estômago. Completamente sem ar e ainda assim segurando a bolinha dourada que se debatia na sua mão, ele foi ajudado por Frank e pelo goleiro da Lufa-Lufa a voltar para o chão.

—E Grifinória vence por 200 a 50.

… … … … … … … … … … 

Madame Pomfrey e Lily já estavam a postos quando os acidentados chegaram à Ala Hospitalar acompanhados do resto dos dois times e de Sirius e Remo que vinham amparando Tiago. Incomodada pelo barulho, a enfermeira tirou todos dali, ficando apenas ela, a senhorita Evans e os senhores Potter, Austen e Watson.

Lílian estava em uma salinha ao lado lavando as mãos depois de fazer um curativo no artilheiro da Lufa-Lufa, quando Madame Pomfrey disse a ela:

—Senhorita Evans, veja se consegue fazer seu colega, o senhor Potter, beber essa poção. Ele hoje está mais teimoso do que uma criança de cindo anos.

—Sim, senhora.

A moça pegou a bandeja das mãos da enfermeira e dirigiu-se para a cama ao lado da janela. Tiago estava sentado com as costas apoiadas na cabeceira e sorriu de leve quando ela se aproximou.

—Quando disse que te via depois do jogo, não quis dizer aqui. – ela falou com a voz baixa enquanto enchia um copo com uma poção azulada até o volume demarcado

—Achei que foi uma boa desculpa pra ver você. – ele disse também com a voz baixa

A ruiva podia sentir os olhos dele em seu rosto e sorriu sem jeito.

—Tiago, por favor, - ela estendeu o copo – bebe essa poção antes que Madame Pomfrey volte.

—Vai ter gosto de morango?

—Eu duvido.

—Cereja?

—Não, mas posso mandar a sugestão para o fabricante se isso fizer você beber logo.

—Promete? – ele tentou enrolar

—Bebe? – ela pediu

O rapaz riu baixinho pelo nariz e passou as mãos sobre as dela antes de pegar o copo.

Com uma careta depois do último gole da poção, ele perguntou:

—Posso beber água?

—Só daqui dez minutos. – Lily fez um sinal negativo com a cabeça e levou a bandeja

—Vocês dois estão dispensados. – Madame Pomfrey dirigiu-se a Austen e Watson

—Por que eu não?

—Você não só quebrou ossos, senhor Potter. Vai ficar aqui mais uma hora em observação.

Quando os dois abriram a porta para sair, a enfermeira viu todo o time da Grifinória e os três marotos do lado de fora.

—Está bem, vocês podem entrar. Sem barulho! – exigiu

… … … … … … … … … … 

No banheiro feminino do primeiro andar, Maia chorava em silêncio. Guilherme brigara com ela por algum motivo que ela não havia entendido direito. Envolvia ela não ter estado com ele durante o jogo, onde estava e com quem estava.

A moça escutou calada durante os quase dez minutos que o namorado falou, mal acreditando no que ouvia. Por que não respondeu nada?…

Eu não sei lidar com a solidão

Tento enganar o meu coração

Merlin, onde isso iria chegar...?

… … … … … … … … … … 


É assim que eu sei viver
Por isso eu inventei
Esse jeito de agir

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A - Oi!!
O capítulo ficou um pouco longo, mas ele explica o título da fic. Eu tentei ligar o título (tanto da fic quando desse capítulo) a cada personagem, ou melhor, a cada personagem feminina.
O que eu quis fazer foi colocar dois versos logo no início que serviriam para todas. Esses se completam com os últimos três versos que também servem para todas. Ao longo do texto, versos que se referem especificamente a cada uma nesse momento.

Espero que tenham gostado do desafio diferente que Lily propôs para Saf e da memória de Saf (esse último foi um texto bem legal de escrever). E o que acharam da Lily e do Tiago na Ala Hospitalar?

Créditos: Os versos que Tiago manda para Lily são da música Remembering You de Steven Curtis Chapman (trilha sonora de As Crônicas de Nárnia - O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa), as falas da Ana sobre regimes vem de textos q circulam pela internet.

Beijos,
Palas



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Jeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.