Invictus escrita por Downpour


Capítulo 14
Capítulo 14 - Butterfly


Notas iniciais do capítulo

Olá, me perdoem pela demora
Eu estava realmente ocupada com a escola, e esses últimos meses vão ser meio complicados ;-; peço a paciência de vcs, buut, to aqui com um capítulo maior em relação ao anterior. Sinceramente, não sei como eu escrevi sem chorar, estou me sentindo insensível haushau
Boa leitura



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Capítulo 14 - Butterfly



Quando ele era criança nunca entendeu porquê as borboletas tinham tão pouco tempo de vida, elas eram tão bonitas e puras, não mereciam simplesmente desaparecer.

Sempre foi uma criança egoísta que não aceitava perder nada, sentia inveja, queria sempre ser o superior aos seus amigos e irmãos. Se reconfortava com o pensamento de que no futuro, humilharia todos os que o ofenderam anteriormente. Quando adormecia, seu subconsciente vagava por um mundo onde ele os humilhava, e dizia que jamais deveriam ter rebaixo alguém de tamanho porte como ele.

Cresceu uma criança mimada e egoísta, apesar disso, Edmundo sempre teve a necessidade de ser amado e receber carinho, e principalmente, da certeza que as pessoas o amavam. Sempre foi um garoto bonito, não demorou muito para que durante a puberdade as garotas começassem a prestar atenção nele. Isto fez com que ele selecionasse as garotas por aparência, e foi assim que Eddie acabou por ficar junto com Carrie.

Acontece que nem tudo eram flores no namoro dos dois, por um lado, o moreno ansiava por atenção e carinho por parte dela enquanto a garota procurava por liberdade apenas. Não demorou muito para que ambos percebessem que não dariam certo, logo ele começou a observar outras garotas e ela continuava na mesma de sempre, não se importando muito com ele. Foi então que Eddie notou ela, e foi exatamente assim que o relacionamento dele com Carrie evoluiu para um ciumes possessivo. A loira não o amava e não o dava a atenção devida, todavia, não estava em seus planos perde-lo.

A ideia de ter uma paixão proibida apenas cresceu no peito do garoto, e aos poucos, ele foi reparando que a garota pela qual ele nutria uma paixão platônica era muito mais do que ele sequer poderia imaginar. Samantha era o seu nome, não parecia ter muitos amigos, contudo era gentil com todos que falassem com ela. Os professores tinham um carinho especial pela menina, sempre lhe perguntando se ela estava bem ou se tinha entendido a matéria, Eddie nunca entendeu por quê eles não tratavam outros alunos dessa maneira, talvez ela fosse algum tipo de aluna predileta. Adorava passar os intervalos na biblioteca lendo algum livro, ou até mesmo conversando com a bibliotecária, ela era diferente do tipo de garota que um dia ele quis.

Os olhos mais puxadinhos, o cabelo que lhe caía nos ombros, a maneira como ela colocava o cabelo atrás da orelha. Tudo isso o atraía de uma forma surreal. A menina tinha a aparência de um anjo.

Ela também lhe lembrava borboletas, pois ambas tinham belezas inexplicáveis que ele somente teria a capacidade de observar de longe, pois quando se aproximasse a mesma fugiria e iria embora.

Edmundo nunca teve tanto medo de se aproximar.

Nunca teve tanto medo de que alguém fosse embora, ou que ele deixasse de ver aquele sorriso todo dia.

Tinha medo de que algum dia seu rosto nunca mais se movesse para esboçar o sorriso qual ele tanto admirava.

Por quê ele se sentia assim? Isso doía, querer alguém tanto ao ponto de não querer perde-lo. Doía não saber o que se passava na cabeça dela, enquanto ele estava pateticamente apaixonado. Doía saber que bem lá no fundo, ele não a merecia.

 

“Ainda não consigo acreditar,

Que tudo isso parece um sonho,

Não tente desaparecer”



Tudo o que ele queria, era que caso morresse ali, Sam tivesse a oportunidade de correr para longe e ser feliz. Não queria perde-la, não queria vê-la sofrer, e ele entendia que talvez ela merecesse viver mais do que ele.

O quê era aquele sentimento? Afinal, este apenas crescia e crescia cada vez mais em seu peito sem terminar.




“Você vai ficar do meu lado?

Você vai me proteger?”



Tudo parecia estar em câmera lenta, sua visão estava turva, enquanto as duas combinavam entre si como o matariam e depois o que fariam com Lúcia e Caspian. Algo lhe dizia que no fundo ele sabia que Carrie era problema, ele apenas não queria admitir. Sentia tantas coisas, contudo não conseguia expressar nenhum sentimento. Procurava se libertar das amarras que o prendiam, queria apanhar sua espada e lutar não só por ela, não só por si só, e sim por sua irmã e Casipian.

Um vulto apareceu em sua frente, não conseguiu processar muito bem a informação, apenas viu a garota correndo em sua direção quase que gritando “Eddie, o quê aconteceu?”, enquanto se distraía com o garoto a mesma recebeu uma pancada na cabeça e acabou por cair descordada no chão. Ele quis gritar, se debater, espernear. Porém as amarras não lhe permitia se mover, teve de ficar parado vendo as duas sorrirem uma para a outra.

— Acho que tenho uma ideia melhor - Carrie sugeriu apontando para a garota caída no chão, que apenas estava ali pois tinha se preocupado com Edmundo e corrido atrás dele.

Como ele se sentia culpado.

A culpa era toda dele.

— Então usaremos a garota.



“Se eu soltar a sua mão, você vai voar para longe,

Vai desaparecer, tenho medo disso”



Seus orbes castanhos arregalados tiveram então que assistir, ver a garota ser levantada pelo pescoço inconsciente e ter seus braços amarrados.

Não queria ver.

Queria acreditar que tudo aquilo era um sonho ruim

Por que tudo aquilo tinha acabado deste jeito? Por quê eles não se acertaram?

Por quê ele não lhe disse o que sentia com toda a sinceridade do mundo?

O universo conspirava a seu favor.Seu rosto desacordado e inocente fazia seu coração doer, é tudo culpa sua!, queria gritar consigo mesmo, queria arranjar algo ou alguém para descontar toda a sua frustração. Caso não tivesse sido tão egoísta, talvez se ele tivesse ouvido a garota e não ter tentando bancar o herói…

Samantha não precisava de um herói, ela não era uma garota indefesa em perigo.

Mas agora ela realmenre estava indefesa e em perigo, e ele não poderia defende-la, ajuda-la.

Tinha falhado com ela.



“Você vai parar o tempo?

Se esse momento passar como se não tivesse acontecido

Tenho medo disso, eu te perder.”



Fechou os olhos enquanto lágrimas embaçavam sua vista, seu corpo tremia e ele não conseguia sequer pensar direito. Seu coração batia tão depressa que ele não conseguia ouvir nada ao seu redor além de seus batimentos, não conseguia e não queria ouvir o quê estava para acontecer.

Nunca fora tão covarde.

Era tudo sua culpa.

‘Me desculpe Sam, eu falhei com você também.”

Conseguiu ouvir um gemido fraco e distante, sua pulsação acelerou e ele apertou seus olhos para não ver a cena. A curiosidade o venceu, fazendo com que abrisse os olhos rapidamente e se deparasse com uma imagem completamente vermelha. O corpo desmaiado de Sam tinha sido atravessado por uma espada, a grama verde viva da floresta tinha sido tomado por um vermelho vinho.

— Agora você deve beber o sangue dela, faz parte do sacríficio. - o olhar de Carrie estava perdido enquanto ela falava, Edmundo não sabia dizer se ela estava comovida, ou se invejava a preocupação com a garota.

— Temos que nos apressar. - a outra respondeu com um aceno.

Os olhos revirados de Sam finalmente se fecharam, e então toda a vida que seu corpo um dia teve se esvaiu em questão de segundos. A pele branca foi ficando cada vez mais cinza e seus lábios completamente arroxeados e sem vida.

Desta vez ela tinha ido embora, de verdade.



“Tenho medo disso, eu vou ter perder (...)

Como uma borboleta, assim como uma borboleta.”


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Notas finais do capítulo

Música ~> Butterfly do Bangtan ♥



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