Quando acordei Damon ainda dormia, resolvi ir preparar um café da manhã, fiz o café do jeito que ele gosta, preparei waffles com bluebarrys, e fiz suco de laranja, era aproximadamente nove da manhã, levei tudo para o quarto e deixei na cama enquanto ele não acordava, fui verificar meu celular e havia uma mensagem de Lexa:

                       Elena, fiquei sabendo sobre suas memórias terem voltado, estou feliz por você (: você vai hoje para a faculdade?

                 Oi Lexa, obrigada. Não vou poder ir, nem essa semana e nem na próxima, estou cuidando do Damon no processo de recuperação em casa, mas logo estarei de volta (:

 Fiquei esperando mais alguma mensagem, mas não veio nada. Tomei um banho rápido e voltei para o quarto de toalha, e como não tinha nenhuma roupa minha aqui, peguei uma camisa de Damon, a vesti por cima da lingerie.

— Você pode me ajudar aqui? – a voz de Damon me assuntou, fui até ele e o ajudei a se sentar, arrumando os travesseiros, ele me olhou com os olhos brilhando.

— O que? – perguntei.

— Nada não – ele franziu o lábio evitando um riso, e eu sabia que ele tinha gostado de me ver com sua camisa.

— Eu já preparei o café, deve estar frio, porque você demorou para acordar, mas se quiser eu esquento – entreguei a xicara á ele.

— Está ótimo – ele bebeu outro gole.

 Nós tomamos café da manhã juntos, conversando sobre coisas cotidianas, e por um momento, foi como se nada tivesse acontecido, nenhum acidente, nenhuma memória perdida, nenhuma garota gravida, nenhum término, só nós dois, casados e tendo um café da manhã tranquilo.

— Não vejo a hora de poder sair de casa – ele disse me tirando de meu devaneio.

— É só uma semana, você aguenta.

— Falando nisso, você não tinha que voltar para a faculdade? Eu não quero te atrapalhar.

— Uma semana e meia não é muita coisa, tenho certeza que consigo recuperar rápido.

— Você vai ver aquele cara né? – ele estava me observando com muita atenção, eu sabia que essa pergunta não foi por acaso, ele queria saber como eu me sentia em relação a Nick.

— Vou, ele é da minha turma, e do meu grupo de estudos.

— Entendi – ele bebeu mais um gole de seu café.

— Damon, não precisa ficar com ciúmes, nem criando ideias, Nick entendeu a situação.

— Mas como você se sente em relação á isso? Você não teria namorado com ele se não sentisse algo.

— Eu sentia, eu gosto muito do Nick, mas quando começamos a namorar eu entendi, eu gosto dele como amigo, não mais do que isso.

— Então por que vocês namoraram?

— Não sei, é difícil explicar.

— Você acha que vai ficar uma situação estranha entre vocês?

— Provavelmente, no inicio sim, mas depois acho que vai ser tranquilo.

— Tudo bem então. – ele bebeu mais café.

— Então já que entramos no assunto passado complicado, vamos falar sobre a Rachel – me lembrei dela dizendo que ele iria apoiar ela, quero saber exatamente que tipo de apoio.

— O que você quer saber?

— Ela disse que você disse á ela que a apoiaria, quero saber qual vai ser o tipo de apoio.

— Financeiro, depois do que ela me contou sobre o ex, não quero ela e a criança perto dele, a família dela não se importa, então eu meio que me sinto na obrigação de ajudar – eu honestamente não sabia se isso era bom ou ruim – Eu vou dar dinheiro para ela até ela conseguir andar com as próprias pernas.

— Entendi – bebei um gole do meu suco, e ele percebeu meu desconforto.

— Elena, se você não quer isso por favor me fala, eu não quero deixar ninguém entre nós dois.

— Eu sei que o que você está fazendo é a coisa certa, sei que você quer fazer isso por eles, e por mim tudo bem, só não quero que ela tenha a chance de interferir na sua vida.

— Ela não vai ter, eu prometo – e então ele me deliciou com seu sorriso maravilhoso.

 Eu ia aprender a aceitar a ideia dele ajudar a garota que causou o nosso término, porque sei que no fundo eu faria a mesma coisa no lugar dele, e também fico pensando, se não fosse por ela, nós não teríamos nos separados, provavelmente ele não teria sofrido um acidente, e eu nunca teria minhas memórias de volta, então preciso pensar nisso como aquele ditado, há males que vem para bens.

 Pedi para Dani trazer algumas coisas para mim, já que não poderia deixar Damon sozinho, ela passaria aqui depois que saísse do trabalho, e ficaria para o jantar.

 Durante a tarde eu estava deitada na cama com Damon, assistindo um filme ridículo, enquanto nós fazíamos piadas sobre ele, e a campainha tocou.

— Você está esperando alguém? – perguntei.

— Não, você?

— Não.

 Me levantei e vesti minha calça jeans, caminhei até a porta e a abri, e uma radiante garota feliz se jogou em cima de mim me abraçando.

— Viemos ver como o Damon está – disse Car.

— Ele está bem, está no quarto.

— Oi querida – Klaus me deu um aceno de cabeça e foi até o quarto, me deixando apenas com Caroline.

— Eu sei que não é o momento, e que você deve estar muito ocupada, mas faltam apenas três meses e...

— Car, não se preocupe, eu te ajudo, vamos.

 Nós fomos até o quarto, enquanto Klaus estava sentado ao lado de Damon e eles assistiam a uma partida de futebol, Caroline e eu estávamos sentadas sob o tapete, ela com seu notebook aberto e um portfólio muito bem organizado, com tudo que já estava resolvido. Agora ela estava procurando o buffet, e depois resolvendo qual seria o cardápio, e quando ela perguntava ao Klaus o que ele achava, ou o que ele preferia, ele dizia: Car meu amor, eu já te disse, faça tudo do seu jeito, o que estiver bom para você, está maravilhoso para mim.

 E isso me trouxe a deliciosa lembrança de uma cena parecia com essa, mas eram os preparativos do meu casamento, nós duas sentadas na mesa de centro da casa de Caroline, bebendo vinho e os dois no sofá assistindo televisão bebendo whisky.

— O que você acha desse? – mostrei uma foto de um bolo para Damon, ele analisou e riu.

— Já é o vigésimo bolo que você me mostra, e eu honestamente quase não vejo diferença entre eles, eu já disse que você pode escolher o que quiser.

— A sua participação no casamento vai ser apenas comparecer. – disse irônica.

— E te fazer muito feliz – ele roubou um selinho, e a irritação se foi.

— Homens, nunca se importam com essas coisas – disse Caroline revirando os olhos.

— É porque isso não é importante meu amor – disse Klaus em seu tom provocante -  o importante é apenas  o sim, o beijo e depois a lua de mel – os dois riram no sofá.

— Você é ridículo – Caroline o olhou franzindo o nariz e ele ergueu seu copo em sua direção á saudando.

 Eles ainda não se davam bem, na verdade se detestavam, discordavam em absolutamente tudo, e as vezes eu achava que eles iriam se matar, mas foi então no dia seguinte do meu casamento, que recebi a ligação desesperada de Caroline, enquanto eu estava chegando no hotel em Londres.

— Elena, não quero te atrapalhar, mas eu preciso mesmo te falar uma coisa.

— Pode falar Car, o que foi?

— Eu dormi com o Klaus – eu ri, e sua voz era desesperada, como se tivesse cometido um crime.

— Quem diria não é? – não conseguia parar de rir.

— Elena isso não é nem um pouco engraçado, eu odeio ele.

— Acho que se odiasse mesmo não teria ido para a cama com ele.

— Eu estava bêbada, muito bêbada.

— Claro, culpe o álcool.

— Quer saber, se não vai me tranquilizar não quero conversar, aproveite a lua de mel – e ela desligou na minha cara.

 Imaginar os dois juntos naquela época era muito preocupante, mas então alguns meses depois disso eles nos disseram que estavam namorando, eu sabia que eles ficavam de vez em quando, mas quando disseram que estavam realmente juntos eu fiquei muito surpresa, e ver que estavam se dando tão bem, me tranquilizou.

 E agora estar aqui, ajudando nos preparativos do casamentos deles, era algo que me dava uma alegria tão grande, de saber que tudo começou por minha causa e de Damon, quando os apresentamos, e depois os obrigamos á aguentar um ao outro. E eu me senti orgulhosa de mim mesma.