Paixões Gregas - Destinados a Amar(Em Degustação) escrita por moni


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas. MUITO OBRIGADA!!! Eu sempre fico surpresa com a presença de vocês, sempre parceiras acompanhando minhas histórias. Amei demais o carinho que já recebi no primeiro capítulo. Devia ter ido responder aos comentários. Agradecer como se deve, mas queria dar mais um pouquinho da história a vocês como gratidão, então no fim do semana coloco tudo em dia.
Já notaram a capa linda né? Já sabem quem fez. A THAATY, Porque ela é uma linda. OBRIGADA minha amiga. Mesmo com a correria que está vivendo no momento com o curso de enfermagem achou um tempinho para me ajudar. Te adoro muito!



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Pov – Mathew

   Assim que entro no quarto de hotel jogo a bolsa sobre a cama e me sento esgotado. Dia longo e produtivo. Deve ter sido provavelmente o melhor dia da minha vida. Com toda certeza esse foi o melhor dia da minha vida.

   Quando aqueles dois rapazes chegaram ao restaurante eu achei que tinha caído numa piada de estudantes. Nunca me passou pela cabeça que dois rapazes tivessem todo esse dinheiro.

   Claro que o sobrenome Stefanos que conheço desde que me mudei para Grécia há quinze anos me chamou atenção, mas achei que almoçaria com um executivo de meia idade, alguém de terno e seus advogados, nada disso, dois rapazes de vinte e poucos anos.

   A vida é mesmo engraçada. Dois meninos com dinheiro para brincar de filantropia. A fortuna dos Stefanos é astronômica de fato, mas deixarem garotos livres para gastar tanto dinheiro eu achava que era coisa de gente sem noção. Ninguém junta tanto dinheiro assim sem respeita-lo.

   Aquela conversa de donos de empresa foi divertida. Fico imaginando que os pais devem ter dado dinheiro para os garotos brincarem de vídeo game e agora eles acham que são empresários do ramo da tecnologia.

   Me jogo para trás e olho para o lustre no teto do quarto simples. O fato é que me ajudaram e na verdade pareceram bons rapazes, engraçados, inteligentes e com boa conversa. Acho que ficaram um tanto entediados com o assunto, mas isso só me deixa mais curioso para entender porque vão investir em pesquisas sobre algo que nem mesmo se interessam.

   −Matt, não reclama. Lutou por isso a vida toda. – Me advirto.   

   Tudo que sempre ganhei, cada centavo, tudo guardado para um dia realizar esse sonho, morando em hotéis vagabundos, comendo sanduiches, aceitando fazer palestrar por preços mínimos, juntando os poucos dólares dos livros vendidos, tudo que consegui em dinheiro são trinta mil dólares, levando em conta o valor que necessito precisaria de duas vidas, mas os garotos simplesmente assinaram o cheque. Metaforicamente, o que assinamos foi um pré-contrato e o dinheiro vem para um fundo em meu nome no prazo de dez dias.  

   São tantas as providencias. Um barco com sonar, equipamento de mergulho, um laboratório, nada muito luxuoso, só alguns aparelhos e um bom computador, luz forte e banheiro. Quem sabe uma cama para dormir quando mergulhar no trabalho. Economizo com moradia e sobra mais dinheiro para as pesquisas e se tudo correr bem então eu posso conseguir mais investidores e...

   −Vai com calma cara. – Sorrio. Está difícil, não consigo parar de pensar em tudo que posso fazer. – Alana! – Do nada os olhos azuis dominam minha mente e digo o nome dela em voz alta.

   Será que ela já mandou o currículo? Não, claro que não, nos vimos há pouco, ela nem deve ter preparado um. Olho para o celular pensando em verificar.

   Ela é linda. Verdadeiramente bonita. Personalidade forte. Sorrio quando me lembro do ar de repulsa ao ouvir minha piada infeliz. Alana. Nome bonito e uma coincidência estranha.

   −Alana o que mesmo? – Vasculho a mente. – Kalimontes. Alana Kalimontes. Grega. Linda e formada em biologia como eu. Interesses em comum. – Ela quer um emprego, apenas isso. Tento me concentrar nisso.

   Acontece que quando ela subiu no pequeno palco onde fazia a palestra e caminhou até mim eu senti tudo em mim reagir. Como da primeira vez que eu a vi numa palestra minha e me desconcentrei todo.

   −Não tinha nada que dizer a ela que se lembrava. Ela deve ter te achado um idiota.

   Pode ser, eu sou um pouco, mas estava lá, diante de um monte de rostos sem expressão e então meus olhos cruzaram com os dela e aquele azul infinito me dominou e ela parecia tão atenta, interessada e bonita.

   Fugi do seu olhar o resto da palestra, pensei nele o resto da semana e depois ele sumiu da minha mente para voltar uns meses depois quando de novo eu a vi na plateia, sentada e atenta, olhos brilhantes.

   Parece que os olhos azuis me puxam feito imã, ela tem uma beleza elegante, um ar inteligente.

   −E uns vinte anos Matt! – Me sento, não posso esquecer isso. É uma garota e só quer mesmo um emprego, sorrio ao pensar no vestido delicado que deixavam seu corpo evidente e ao mesmo tempo discreto, não consigo pensar nela virando a noite num laboratório, ou numa tempestade em alto mar. – Preconceito! – Me condeno.

   Se o currículo for bom eu dou uma chance, não é fácil encontrar alguém com fluência em grego e inglês, formada em biologia e com coragem como ela pareceu ter. Se o currículo for bom e vou me manter distante. Colegas de trabalho.

   Vou para o banho, depois me deixo olhar os e-mails, nada de currículo, talvez ela nem se lembre mais disso. Passo a toalha nos cabelos úmidos e penso em minha mãe. Faço careta pensando na ligação que tenho que fazer. Podia comer primeiro, serão longos minutos de uma metralhadora sem freios.

   Peço um sanduiche na recepção e um suco. Ligo a televisão e passeio pelos canais. Mais um dia na cidade e depois Grécia. Não sei por que fui aceitar ir com Charles naquele show. Nem gosto tanto assim desse rock progressivo e serão só garotos de Harvard.

   Charles é meu amigo desde a faculdade, a noiva implorou para ele ir e como sabia que eu estaria aqui me convidou, não custa. Afinal foi ele quem me conseguiu a palestra em Harvard. Nunca ganhei tanto por uma palestra. Vou ao show com meu amigo, depois pela manhã eu volto para Grécia.

   Não tem nada interessante na televisão e apenas me encosto na cama. O sanduiche chega e depois de comer eu me obrigo a fazer a ligação. Sorrio com o toque do telefone, ela nunca atende antes do terceiro toque, pode estar ao lado do telefone que só atende depois do terceiro toque.

   −Alô.

   −Mãe...

   −Matt! Que surpresa. Nossa o que deu em você para ligar? Nunca liga, se não telefono não sei de você. Onde está?

   −Boston.

   −Boston, Estados Unidos?

   −É onde ele costuma ficar mãe.

   −Nunca se sabe. – Ela diz do outro lado da linha. Suspira. Bernice e John. Meus pais casados há quarenta anos. Uma eternidade.

   −Está bem mãe? E o pai?

   −Estou ótima. Seu pai também. Ele desistiu de construir um barco para você. Achou que você é muito ingrato, nunca vem aqui então desistiu de perder o tempo dele. Agora quer produzir uma horta. Meu quintal está cheio de buracos, apenas isso, a madeira do seu barco ele deu fim, agora encheu a grama de buracos, não sabe o que fazer com a aposentadoria. Estou sempre me perguntando por que não peço o divorcio. Devia pedir, mas sempre desisto.

   −Mãe. Você o ama.

   −Amo. Amo bolo de nozes também, e vivo muito bem sem ele. – Rio da comparação.

   −Não fala assim mãe.

   −Está certo, eu já me acostumei com ele, com os buracos dele no quintal, com tudo. É isso, casar é isso, quarenta anos, tarde demais.

   −Ok mãe, e meus irmãos? – Melhor deixa-la falar mal de outro.

   −Martha continua a mesma, você sabe, aquela frescura de só comer vegetais, quando vem jantar eu tenho que ficar inventando mil receitas, ela e aquele noivo saldável dela, os dois do tipo que adoram saudar o sol. Agora que sol? Londres Matt, moramos em Londres, para que tudo isso se o sol surge duas vezes no ano e sempre com pressa? É só bobagem de moda mesmo, magra e pálida daquele jeito. Jeff é bom rapaz eu sei, mas acho que aqueles dois não vão casar nunca.

   −E o Greg mãe, como está meu irmão?

   −Ah! Quando penso na sorte que demos com ele. Você sabe, recebeu uma promoção, agora é gerente do banco, seguiu os passos do seu pai. Samantha você sabe, parece que é casada com o dono do banco e não o gerente, aquela mania de grandeza dela. Outro dia quis reclamar de você. Brigamos. Você é irresponsável, ingrato, teimoso e omisso, mas é meu filho eu disse tudo isso a ela.

   −Puxa. Que grande defesa. Obrigado mãe. – Passo a mão pelo cabelo e suspiro. Ainda vamos longe.

   −De nada filho, a mamãe te ama. – Ela não entende a ironia. – Mas seus sobrinhos estão bem. Kevin está estudando francês, falei para ele estudar grego, assim você teria alguém para conversar nessa língua que só você fala no mundo.

   −E os gregos mãe, e os gregos.

   −Só vocês. Melody está linda. Puxou a mãe tenho que admitir, elegante e alta para a idade. Um amor.

   Meus sobrinhos são mesmo crianças especiais, devem ter uns oito ou dez anos, talvez mais, na verdade eu não tenho ideia.

   −Fico muito feliz que estão todos bem.

   −Por que foi mesmo que eu te liguei?

   −Fui eu mãe, eu que liguei.

   −Nossa! É mesmo, isso é tão raro, mas o que deu em você? Está doente? Sem dinheiro? Abrigo?

   −Mãe! – Ela cria coisas na cabeça e me deixa maluco. – Não é nada disso, só liguei para saber de todos e contar que consegui o incentivo que precisava. Consegui o investimento e vou começar com minhas pesquisas.

   −Sério? Nossa mãe de Deus. Que orgulho, sempre disse para não desistir. Amo você Matt. Quando vem nos ver para comemorarmos?

   −Eu... não sei mãe, talvez daqui uns dois meses, quando as coisas se acalmarem, agora vou trabalhar muito.

   −E uma esposa? Quando vai arrumar uma? Só trabalhar e trabalhar nessas coisas de que gosta não são o bastante.

   −Um dia mãe. Agora eu tenho que ir. Dá um beijo em todos e assim que puder eu vou vê-los.

   −Vou esperar. Nossa quero só ver a cara de todo mundo quando eu contar. Melhor eu desligar, não estou aguentando, tenho que contar. Te amo Matt, se cuida, não bebe, dorme bem e não toma muito vento.

   −Prometo, eu...

   −John você não sabe... – Escuto ela dizer antes de simplesmente desligar na minha cara.

   O silencio é acolhedor, penso quando jogo o telefone sobre a cama e só fecho os olhos. Quando os abro de novo é manhã. Não me lembro quando foi a última vez que dormi tanto, mais de doze horas seguidas. Depois de uma ducha saio para uma corrida e quando retorno me sinto revigorado. Aproveito para trabalhar um pouco, faço uma lista de tudo que preciso todo material necessário para iniciar as pesquisas, depois tenho que cotar melhores preços, achar um lugar para ser o laboratório, um barco bom, num preço justo. Talvez alugar seja a melhor solução, vamos ver.

   Me dou ao luxo de almoçar decentemente. No restaurante do pequeno hotel. São quase duas da tarde e nem vi o tempo passar. Marco de encontrar Charles às oito na frente da casa de show, aposto que vamos acabar separados, Nora adora dançar e Charles vai me largar num canto, podia ter me poupado disso.

   Quando nos encontramos está lotado, escuto por duas vezes um “oi professor”, está claro que não estamos no lugar certo.

   −Vê se relaxa um pouco, toma uma cerveja e para de pensar. Comemora a sorte que teve. – Charles me pede quando tocamos as garrafas numa espécie de brinde.

   −Pode deixar Charles. Vou comemorar. – Ele ri do pouco esforço que faço para parecer feliz. – Se nos perdermos não vou te procurar. Meu voo é as oito da manhã e vou cedo para o hotel.

   −Matt você tem trinta anos, não oitenta. – Nora me diz com um sorriso e um tapinha no ombro. – Olha em volta. Pode ter uma garota linda por aí e quem sabe se divertem juntos?

    −Vou me esforçar Nora. Prometo.

   As luzes se acendem no palco, fumaça se espalha e o público grita, pula, aplaude, me encosto no balcão do bar nos fundos e fico ali com uma cerveja assistindo ao show. Até que não são ruins, o guitarrista toca bem.

   Penso na minha guitarra encostada atrás da porta do meu quarto na casa dos meus pais, eu era mesmo um garoto bobo. Ainda me lembro dos sonhos de ser um guitarrista famoso, felizmente achei meu caminho.

   A música fica ainda mais forte, as pessoas mais animadas. Me lembro de ter ouvido aquela melodia em algum lugar. A banda agita a plateia por uma hora e meia, meia dúzia de cervejas vão sem que perceba. Não me importo, afinal vou embora de taxi.

   Talvez caminhe até o hotel, dez minutos e a noite nem está tão fria. O show principal parece chegar ao fim, a plateia pede por mais, eles voltam ao palco e só então me dou conta que Charles e Nora sumiram. Eu sabia.

   Deixo a garrafa sobre o balcão. A banda deixa o palco mais uma vez e olho o relógio. Onze da noite. Acho que é o bastante por hoje.

   Me estico tentando achar Charles, talvez ele esteja próximo ao palco. Nora adora isso. Dou alguns passos para encontra-los, me misturo à multidão. São tantas pessoas e todas tão parecidas, a luz pisca e têm tanto barulho e gente que é impossível encontra-los. Eu desisto, já tinha dito que não ficaria e amanhã mando mensagem. Me viro e esbarro em alguém, um cabelo passa por meu rosto me impedindo a visão enquanto uso o braço para segurar a pessoa.

   Quando a coloco de pé fico surpreso. Alana. Ficamos frente a frente no meio daquela bagunça de gente e esbarrões. Ela está uns centímetros mais baixa por conta do tênis, usa jeans, tem um casaco amarrado à cintura, os cabelos presos num rabo de cavalo, o rosto corado e os olhos brilhantes, dá para notar o quanto está se divertindo.

   −Alana! – Sorrio, devolve o sorriso num ar surpreso. A respiração agitada.

   −Senhor Connor.

   −Mathew. Estamos num show de rock afinal! – Ela balança a cabeça concordando. –Está sozinha? – Ela parece subitamente tensa. Olha em volta em busca de algo ou alguém. Linda como é deve ter um namorado é claro.

   −Vim com meus... meus amigos eu acho que estão por aí. – Ela me diz olhando em torno.

   −Te ajudo a procura-los. Não posso te deixar sozinha aqui no meio dessa bagunça.

   −Procurar?

   −Sim. Se não acha-los como vai para casa? Hotel. Não sei.

   −Apartamento da minha... Amiga. Apartamento da minha amiga, onde eu estou hospedada.

   −Vamos? Te ajudo. – Toco suas costas ela me sorri meio constrangida.

   −Está tão cheio. Não se preocupe eu posso mandar uma mensagem e pego um taxi para casa.

   −Sozinha?

   −O que disse? – Ela pergunta quando a música fica ainda mais alta.

   −Não posso te deixar ir sozinha. – Me dobro um pouco para falar próximo a seu ouvido, sinto seu perfume.

   −Não tem perigo! – Ela diz agora no meu ouvido e com uma mão sobre meu ombro.

   −Nem pensar. – Aviso a ela que morde o lábio. – Também vou de taxi, me perdi dos meus amigos, te dou uma carona.

   −Certo. – Ela da de ombros e o rabo de cavalo balança. Da um ar jocoso a ela. Sinto vontade de sorrir. Minha mão que ainda descansa em suas costas a direciona a saída.

   Vamos passando pelas pessoas e quando finalmente chegamos à rua e sinto o ar frio e o burburinho diminui fico aliviado. Ela se volta e ficamos de novo de frente um para o outro e não sei se é a luz da rua, ou qualquer coisa no seu rosto corado, mas ela está ainda mais bonita.

   −Não mandou seu currículo. – Me arrependo no mesmo instante. Ela me deixa tão atrapalhado. Melhor que não mande currículo nenhum. Acho que não podemos trabalhar juntos.

   −Mandei. Cinco minutos antes de sair para o show. Queria ter enviado antes, mas estava... Bom. Eu mandei.

   −Ah! Claro, amanhã dou uma olhada. – Tento parecer desinteressado. Agora parece meio tarde. – Vamos?

   Uma fila de taxis aguarda na porta da casa de shows.

   −Sim, só preciso... – Ela pega o celular no bolso do jeans. Não carrega bolsa, apenas o celular no bolso, como qualquer garota, quase uma adolescente e me sinto no lugar errado e com a pessoa errada.

   −Mensagem?

   −Sim. Meu irmão...

   −Está com seu irmão. Quer espera-lo? Faço companhia. E depois...

   −Não, eu nem sei por que disse irmão, vim com amigos e só preciso avisa-los. – Ela vai falando comigo enquanto digita e um segundo depois ergue os olhos. Me assusta dar de cara com o par de olhos azuis sem aviso.

   −Podemos? – Ela balança a cabeça concordando e abro a porta do taxi, ela entra e me sento a seu lado, Alana dá o endereço ao motorista. Quando ele dá partida ela se encosta no banco.

   −Nossa fazia tempo que não dançava tanto. Gostou do show?

   −Sim. Foi... Legal.

   −Amanhã volto para Grécia e foi ótimo ter esse momento. July estava tão feliz. – Ela abre um lindo sorriso.

   −Também viajo amanhã. – Aviso e ela me olha interessada. – Que horas é seu voo?

   −Meu voo? Eu não... eu não tenho certeza. Preciso confirmar.

   As ruas ainda estão movimentadas, a noite agradável e preciso me segurar para não convida-la para mais um drink. O taxi estaciona em frente a um edifício, ela puxa algumas notas do bolso do jeans. Seguro sua mão, nossos olhos se encontram.

   −Não. Por favor. – Ela aceita sem insistência. – Faço questão.

   Pago a corrida e desço com ela. Alana fica olhando o taxi partir. Paramos na porta do prédio.

   −Mathew não precisava. Agora vai ter que pegar outro taxi.

   −Estamos a duas quadras. Meu hotel fica dois quarteirões daqui, na esquina.

   −Certo. Obrigada. Não quero te prender mais.

   −Sem problemas. Nos vemos na Grécia. – Ela balança a cabeça concordando. – Mora em Atenas?

   −Moro. Num apartamento perto do campus.

   −Melhor eu ir. – Me curvo, devia estender a mão, mas me curvo para beijar seu rosto, eu não acredito que estou fazendo isso, definitivamente eu não acredito que estou segurando seu cotovelo enquanto me dobro para beijar seu rosto e no movimento que ela faz virando o rosto de encontro ao meu, nossos lábios se tocam. Ela fica corada e me sinto um idiota. O que ela vai pensar de mim? – Boa noite. – Eu me afasto, ela segura meu braço.

   −Mathew eu... – Me volto e nos olhamos. Preciso ir embora e na verdade adoraria sentir seus lábios de novo, quem sabe num beijo de verdade. Talvez ela queira isso, parece querer dizer algo e fica subitamente muda. – Esqueça. Obrigada. Boa noite.

   Me arrasto para longe dela, antes que faça uma tolice. Ela é tão jovem e eu a beijei. Ela deve estar achando que fiz de proposito. Não acredito nisso. Por que eu diabos fui beija-la como se fossemos amigos?

   Gostei. Um milésimo de segundo e ainda sinto a macies. Estúpido. Penso no currículo e aperto o passo, vai ser a primeira coisa que vou fazer quando chegar ao hotel. Quero saber mais sobre ela.


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Notas finais do capítulo

Precisava apresentar um pouquinho do Mathew, no próximo temos Luka, mas apenas porque vocês amam muito ele, a história central nesse começo é Alana e Matt, depois mais para frente é que Luka se apaixona.
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS