Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 15
Sozinho No Escuro




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SCORPIUS

 

Acordei em algum lugar escuro e arrepiante.

Pisquei, sem entender nada. O que havia acontecido?

Levantei minha cabecinha, olhando ao redor. Mas tudo parecia tão preto… era como se tivessem colocado um cobertor escuro no meu rosto.

Por fim, lembrei um pouco do que aconteceu.

Rose havia ido em buscar na enfermaria, como tinha me prometido. Mas ela parecia tão estranha…

Não, ela não parecia estranha.

Simplesmente não era minha Rose.

E então, algo cobriu minha boca, e tudo ao meu redor escureceu.

Minha cabeça doía. Passei a mãozinha na bochecha, fungando com o cheiro forte e esquisito que estava no meu rostinho.

Choraminguei, assustado.

— Rosie? - engatinhei no chão – tem alguém aí?

Algo me impediu de continuar me arrastando no chão. Levei minha mão aos pés, e segurei alguma coisa gelada e dura.

Uma corrente.

O que eu estava fazendo ali? Quem tinha me trazido àquele lugar apavorante?

— Rosie! - chamei-a de novo.

Se Rose estivesse ali, nunca me deixaria gritando sozinho. Já teria aparecido. Já teria me levado embora daquela escuridão horrível.

Mas ela não estava. Meu anjo ruivo não estava ali.

E nunca tinha me sentido tão amedrontado na vida.

Porém, sabia que Rose devia estar me procurando. Ela iria me encontrar. Devia estar desesperada também. Pensar nisso me fez sentir um pouco menos de medo.

Vi um vulto surgir detrás de uma série de sombras estranhas, aproximando-se de mim. A silhueta de uma varinha finalmente apareceu diante dos meus olhos.

— Cale a boga, garoto. Não é por que a casa tem esse nome que você tem que gritar o tempo todo!

Arregalei os olhos, encarando a máscara bizarra que a pessoa - seria um homem? - tinha no rosto. Parecia de ferro, com algumas grades estranhas.

Porém, havia algo ali que não me era estranho. Aquela voz…

Mas onde eu já a tinha ouvido? Não conseguia me lembrar.

— Cadê a Rosie? - indaguei – quero a Rosie! O que fizeram com ela?

Ouvi a pessoa por trás da máscara suspirar, irritada.

— Não fizemos nada com ela… - ele murmurou – por enquanto.

Franzi a testa, zangado. Senti o tanto que fiquei zangado tirar o medo de minha cabeça.

Fosse lá quem fosse, queria fazer mal a Rose. E eu preferia ficar ali pra sempre, do que deixar que a machucassem pro minha causa.

Nada seria pior do que Rose sofrer. Por minha culpa.

— Fiquem longe dela! - exclamei.

O homem chegou ainda mais perto, agarrando meu braço. Vi dois olhos se arregalarem nos buracos da máscara.

— Droga, menino. Não mandei calar a boca?

Eu tinha certeza de que conhecia aquela voz. Mas quem…?

— Me solta! - funguei, me jogando no chão.

Ele soltou um pouco meu braço, mas continuou o segurando.

— Olha. Se você colaborar, não precisaremos fazer isso de um modo difícil – suspirou novamente.

Parecia muito insatisfeito….

Mas não comigo.

— O que querem… fazer com a Rosie? - solucei, aflito.

O homem finalmente me soltou completamente, levantando.

= Nada com o que tenha que se preocupar agora, garoto. Preocupe-se apenas em… - ouvi ele rosnar baixinho – continuar vivo. Coisa que você não está facilitando, menino.

Pisquei, desesperado.

O que eu podia fazer? Estava preso, sem nenhum plano pra fugir, com pessoas estranhas, que tinham planos desconhecidos. O que Rose ia querer que eu fizesse?

Eu sabia o que.

Ela quereria que eu ficasse seguro. Me comportasse. Não me ferisse. Eu não precisaria dificultar ainda mais as chances dela me salvar dali.

Então, decidi que podia fingir ser um bom prisioneiro.

Afinal, podia pensar naquilo tudo como um tipo de jogo maluco. Talvez assim não me sentisse tão amedrontado.

— Estou com sede – falei – posso tomar um pouquinho de água?

Havia alguma coisa estranha ali. Por alguma razão, eu tinha a impressão que o homem da máscara nem queria estar ali. E tampouco queria realmente me fazer mal.

Isso ficou óbvio quando, do meio das sombras, ele pegou um copo, já cheio de água, e o deu para mim, sem nem pensar duas vezes.

Com sede, esvaziei o copo num golinho só, soluçando um pouco no último gole. Suspirei, devolvendo o copo de plástico para ele.

— Obrigado – falei.

A máscara virou um pouco por lado, como se o homem fosse dizer algo.

No entanto, surgindo atrás dele, outra sombra chegou. Os movimentos mais bruscos já davam a ideia de que o novo mascarado não era tão gentil quanto o primeiro.

— O que diabos pensa que está fazendo, On?

O primeiro mascarado bufou.

— A criança pediu água – parecia impaciente – foi só um copo!

— E acha que esse vermezinho merece uma lufada de oxigênio que seja, rapaz? - o segundo ralhou – se quer que isso dê certo, tem que aprender a parar de ser um molenga! - o vi se virar para mim, e me arrepiei com o olhar furioso que ele me deu – sem comida. Sem água. Entendeu?

— Isso é mesmo necessário?

Ele se afastou, com as mãos erguidas, quando o segundo mascarado lhe apontou uma varinha.

— O que você acha? - grunhiu o homem – não me provoque, On. Não quero fazer algo do qual vou me arrepender depois. Apena obedeça minhas ordens, e não teremos problemas por aqui. Ela não pode esperar – e, em seguida, virou-se, desparecendo por trás do primeiro mascarado.

M e encolhi, voltando a sentir aquele pavor ruim.

O primeiro homem me olhou outra vez, balançando a cabeça.

— Foi mal, garoto – ele falou, olhando para o chão – acho que nada está saindo do jeito que nós planejamos.

Com esse último comentário, deu as costas.

E sumiu em meio ao breu, deixando-me completamente sozinho.

Voltei a deitar no piso frio de madeira, abraçando meus joelhos.

Nunca tinha querido tanto estar com Rose agora. Me sentir seguro em seu colo. Estar brincando com seus primos e seu irmão. Dizer à papai e mamãe que ficaria bem.

Mas não poderia fazer nada disso agora.

Enquanto não saísse daquele lugar, eu teria que ser forte. Por minha família. Pelos meus amigos.

E por Rose.

Principalmente por Rose.

 

 


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