Recém Casados escrita por Bianca Maia


Capítulo 4
Capítulo 3 - PRIMEIRO EMPREGO


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa pela demora! É que a Jack teve alguns imprevistos mas tá tudo certo!

Vejo vocês nos reviews?

Boa leitura!



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Edward PDV

 

Era muito estranho sair para procurar um emprego. Nunca havia feito aquilo. Como saberia qual era a hora certa de tocar em certos assuntos, como salário? Salário. Grana. A única coisa que eu precisava.

 

Caminhava a passos largos com o jornal na mão. O lugar onde seria a entrevista não ficava muito longe. Olhei para cima e o sol bateu forte em meus olhos, deixando-me meio tonto. Jurava ter visto Suada passar no passeio do outro lado da rua, mas como o sol havia me cegado eu não pude tirar conclusões.

 

— No que será que aquela doida vai trabalhar? — Sussurrei para mim mesmo como um louco fala com seus “fantasmas”. — Ah! Quem se importa? Não me atrapalhando em nada, qualquer coisa já é bom.

 

Balancei a cabeça espantando os pensamentos e acelerei os passos, entrando em um Café.

 

Como mal havia conseguido comer por conta do sono que me dominava, entrei na fila para comprar um grande copo do quente e maravilhoso cappuccino. Assim que comprei o que queria, voltei ao meu antigo trajeto em direção ao endereço indicado no jornal.

 

Bella PDV

 

Antes mesmo de trabalhar eu já estava cansada. Cansada de esperar naquela sala, branca e silenciosa, que alguém chamasse meu nome. Havia preenchido uma ficha com poucos dados pessoais assim que chegara, nada que me ocupasse por muito tempo.

 

Folheava uma revista de moda sem nenhum interesse olhando somente as gravuras como a maioria das pessoas fazem. Os textos nunca interessam ninguém por que são chatos, longos e contém palavras tão complicadas que parecem xingamentos.

 

A grande samambaia no canto da sala se moveu com a corrente de ar que veio da porta de entrada. Alguém havia chegado. Virei meu rosto vagarosamente. Um rapaz alto e forte de boné azul sentou-se ao meu lado. Ele parecia distraído com o livro que lia e com certeza estava ali para tentar uma vaga no emprego.

 

— Oi — ele disse, sem tirar os olhos da página em que estava. Não conseguia ver seu rosto, o boné o cobria quase por completo.

 

Hesitei na resposta, mas quando o rapaz olhou em meus olhos foi impossível ficar calada.

 

— PAUL! — Pulei em seu colo e lhe dei um abraço apertado, cheio de saudades. — Você sumiu cara! — Beijei sua bochecha, seu queixo e por fim puxei seu cabelo, preto, liso e curto. Perfumado, como sempre.

 

Só depois do momento de carinho que fui perceber o modo como estava enroscada nele.

 

— Desculpa — quando fui me levantar, ele me puxou para um abraço mais apertado ainda.

 

— Que desculpas o quê pirralha da minha vida! — Mordeu minha bochecha, coisa que sempre fazia quando estava com saudades. — Adoro quando fica envergonhada! — Paul abriu um lindo sorriso.

 

Sorri. Paul era meu melhor amigo. Mas olhar para seu rosto e lembrar de Jacob era tão horrível quanto ser mutilada lentamente Meu sorriso se esmaeceu e Paul percebeu.

 

— Ainda pensa nele, não pensa? — Segurou minha mão com carinho. Assenti.

Ainda era difícil lembrar dos bons momentos com Jake, lembrar dos beijos e depois me lembrar de ter visto ele na cama com uma qualquer. E ainda ter que ouvir de sua boca que nunca houve amor por parte dele, que apenas tinha dó de mim, dó de minha personalidade...

 

Sofri muito no começo, pois ainda o amava. Mas, aos poucos, percebi que Jacob tinha razão. Eu também deveria ter pena de mim. Então, a partir daquele dia, nunca mais eu fui a mesma.

 

E Paul era um dos grandes amigos de Jake. Ficar ao lado dele era como trazer o passado de volta, junto com a dor da traição e do ódio.

 

— Bella, só me responde uma coisa: você ainda ama Jacob?

 

Passei os braços em torno do peito e apertei, com desígnio de espremer a dor.

 

— Paul, eu... tenho raiva. Eu o amava. Jake foi meu primeiro namorado. Foi com ele que provei o primeiro beijo, foi ele quem me mostrou o amor. — Sorri tristemente. — Amor. Que palavra idiota! NUNCA traz bem nenhum, a pessoa alguma! Todos saem machucados, de uma forma ou de outra, sempre são traídos e nunca amados de verdade. — Suspirei. — Assassinei Jacob Black da minha vida. Mas sua alma ainda me assombra de todas as maneiras imagináveis.

 

Paul puxou-me para um abraço reconfortante.

 

— Estou casada — mostrei-lhe a aliança dourada, onde estava gravado Edward Cullen. Argh! Ainda não me acostumara me referir a mim mesma nesse estado civil:casada.

 

— Ca-casada?

 

— Não é exatamente um casamento. É um castigo! — Gargalhei.

 

Expliquei toda a história para meu melhor amigo que ria juntamente comigo quando contava as coisas bizarras que andavam acontecendo. Depois de algum tempo conversando, uma voz rouca chamou meu nome. Antes de entrar na sala, Paul anotou meu telefone e o endereço do meu novo lar. Ele prometera fazer uma visita e conhecer Edward.

 

Entrei nervosa. Nunca havia participado de uma entrevista de emprego. Nunca havia participado de entrevista nenhuma!

 

Uma mulher ruiva de uns trinta anos me esperava sentada em uma cadeira, toda sorridente.

 

— Sente-se. Sou Katrina. — Apontou a cadeira que estava a sua frente.

 

O nervosismo aumentou tanto que, quando fui me sentar, eu e a cadeira voamos para o chão. Rapidamente me recompus e sentei-me como devia.

 

— Bom, Isabella Cullen...

 

— Isabella Swan. Hmm... Quer dizer, Isabella Cullen mesmo. — Ai que raiva desse nome!

 

— Idade?

 

— Dezenove anos.

 

— Tem experiência em que área?

 

— Er... Nenhuma. — Sorri sem graça.

 

Katrina pigarreou.

 

— Não sabe fazer nada?

 

— Sei jogar baseball muito bem! — Fitei meus pés. — Ganhei vários troféus, medalhas e certificados dos campeonatos que já participei.

 

— Excelente! — A ruiva sorriu, didaticamente. — Você é uma das melhores que entrevistamos hoje. Pode nos mostrar um pouco do que sabe?

 

— Claro! — Animada, coloquei-me de pé.

 

Edward PDV

 

Esperava na sala o meu nome ser chamado depois de ter preenchido uma ficha. Incrivelmente não havia mais ninguém ali então as chances do emprego ser meu eram grandes. Estava nervoso, claro, mas não deixei que isso me afetasse.

 

— Edward Cullen — uma voz feminina me chamou.

 

Caminhei até a porta e uma mulher ruiva esperava sentada em uma cadeira. Toda sorridente, convidou-me para sentar.

 

— Olá — a cumprimentei da maneira mais educada possível, beijando sua mão direita.

 

A moça corou imediatamente e percebi ela sufocar com a própria saliva.

 

— Ka-katrina... — Tremendo, a ruiva sorriu.

 

— Belo nome — pisquei para ela, que corou ainda mais.

 

Katrina pigarreou e ajeitou as mãos no joelho.

 

— Quantos anos?

 

— Vinte e um.

 

— Tem experiência em qual área?

 

— Medicina, mas como não consigo nada que tenha uma linda mulher por perto, resolvi tentar esse emprego. — Usei uma cantada leve.

 

— Estado civil? — Sorrindo maquiavelicamente, Katrina acariciou minha coxa.

 

CACETE! Havia me esquecido de que agora era casado. E havia esquecido de tirar a aliança também. Coloquei a mão atrás das costas e sorri.

 

— Solteiro.

 

— Pena que não estamos precisando de para-médicos aqui.

 

— Meu telefone, um beijo e um encontro. O emprego é meu?

 

Katrina voou pra cima de mim, beijando-me ferozmente. Mulher maluca, mas gostosa.

 

— Um problema! Tem uma garota que também é uma forte candidata à vaga permanente. Ela joga muito bem e as crianças gostaram dela. — Tomou fôlego. — Vocês dois farão um teste juntos. Quem tiver o melhor desempenho com as crianças e com o jogo, terá o emprego.

 

Voltou a me beijar, mas, a impedi.

 

— Sem emprego, sem beijos. — Levantei-me e fui até os fundos do local onde havia um enorme campo de baseball.

 

Avistei uma garota morena ao longe, se alongava. Segurava um taco, então, certamente, eu ficaria com a luva.

À medida que ia me aproximando consegui ver mais nitidamente a garota. Era nova, usava os cabelos presos em um rabo e o boné branco cobria parte de seu rosto.

 

Peguei uma luva que estava no chão. Como de costume, eu a bati contra minha outra mão, levantando poeira. Notei que na arquibancada estavam sentadas várias crianças de seis à oito anos mais ou menos.

 

— Ei! — Gritei para a garota. — Sou Edwar...

 

— EDWARD?! — A garota com quem eu ia jogar era a Suada. — NÃO ACREDITO! O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? — Marchou até mim.

 

— EU É QUE PERGUNTO! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? JÁ NÃO BASTA INFERNIZAR MINHA VIDA EM CASA?

 

— HÁHÁ! Como se eu quisesse você por perto! Babaca! — Apontou o taco para meu nariz.

 

— Estou desarmado! — Suada sorriu e desceu a ponta do taco até meu acessório precioso. — EPA! EPA! TIRA ESSE TACO DAÍ! TIRA! — Levantei as mãos, nervoso, com medo de o meu amigo ser machucado.

 

Sem dó nem piedade, a vadia da Bella me deu uma tacada no ponto mais sensível.

Minha vista embaçou e caí de joelhos na grama, segurando meu membro que latejava.

 

— Bella, sua vaca! — Falei com a voz rouca e fraca. — Isso dói... — Contorci-me, enquanto a fedelha ria da desgraça alheia.

 

— Tomara que suas bolas nunca mais funcionem, Ed! — Bella correu até o meio do campo e acenou pra que as crianças viessem.

 

Levantei-me, meio tonto, e caminhei até Suada, que estava rodeada de pirralhos. Empurrei alguns até chegar na FDP.

 

— Ah... Galera, esse o Tio Ed! Abracem ele bem forte!

 

— Não, não, não! — Caí de costas no chão e, como um enxame de abelhas, todas as crianças pularam em cima de mim, me apertando e me sufocando. — SOCORRO! SOCORRO!

 

— Ta, já chega! Façam uma fila ali, já já a Tia Bella ensina vocês a jogar. — Bella gargalhou da minha fisionomia enquanto estava atirado na grama morna. — É bom sofrer, não acha?

 

— Vai ter troco! PODE TER CERTEZA! — Levantei-me furioso pegando a luva que estava ao meu lado. — Aposto que não é tão boa quanto diz. — Provoquei, com um sorriso nos lábios.

 

— Ram! Pensa que é melhor do que eu?

 

— Por que não seria?

 

— Se quiser jogar contra mim, primeiro, cala a boca!

 

Bella PDV

 

Ah como era bom ver Coro sofrer. Era uma das coisas mais engraçadas do mundo. Ele ficava com uma cara de dor de barriga e depois soltava um monte de palavrões.

 

Edward ajeitou mais uma vez a luva na mão e se posicionou. Não iríamos jogar um jogo de verdade, até porque só havia nós dois. As crianças mal sabiam o que era o taco, então, ficariam de fora só olhando.

 

Eu iria rebater as bolas de Edward (de novo) e tentar fazer um Home Run, que acontece quando a bola sai de dentro do campo, impossibilitando o corredor de pegá-la. Edward com certeza tentaria pegar as bolas, mas, eu tinha convicção na força dos meus braços. Mandaria bem longe, distraindo-o para correr em todas as quatro bases.

 

http://www.4shared.com/audio/QYspz8fg/The_Runaways_-_Cherry_Bomb.htm

(Link Seguro)

 

 

Apertei o taco em minhas mãos enquanto Edward se preparava para lançar a bola.Coro fez um movimento com os joelhos, deixando-os mais flexíveis para qualquer movimento que ele não previsse, tombou o braço para trás, levantou levemente a perna esquerda e com uma velocidade incrível a bola já estava vindo em minha direção como um meteorito.

 

 

Can't stay at home, can't stay at school (Não consigo ficar em casa, não consigo ficar na escola)

Old folks say, ya poor little fool (Todos dizem que sou apenas uma tola)

Down the street I'm the girl next door (Na rua, sou uma garota normal)

I'm the fox you've been waiting for (Sou a garota por quem você tem esperado)

 

 

Com a mesma velocidade, rebati a bola com tanta força, que meus braços latejaram um pouco, deixando-me confusa por alguns segundos.

Olhamos para o céu, a bola havia passado o limite dos muros do local.

 

Hello Daddy, hello Mom (Olá pai, olá mãe)

I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb (Sou sua bomba de cereja)

Hello world I'm your wild girl (Olá mundo, Eu sou sua garota selvagem)

I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb (Sou sua bomba de cereja)

 

 

Edward fitou-me, embasbacado.

 

— Ganhei — me aproximei dele e soprei em seus olhos.

 

— Ainda tenho mais duas chances!

 

Bati o taco no chão com força, o que fez Coro dar alguns passos para trás.

 

Voltei para minha base (Home Plate) e, novamente, segurei firme no taco, o olhar fixo nas mãos de Edward.

A bola voou em minha direção com a mesma força, só que dessa vez, rebati com menos intensidade.

 

Stone age love and strange sounds too (Amor da idade da pedra sons estranhos também)

Come on baby let me get to you (Vamos lá, baby, deixe aproximar-me de você)

Bad nights cause'n teenage blues (Más noites por causa de adolescentes depressivos)

Get down ladies you've got nothing to lose (Levantem-se agora moças, porque vocês não tem nada a perder)

 

Os olhos dele acompanharam a bola voando e em segundos, Edward já estava correndo para tentar pegá-la.

 

Também fui rápida. Enquanto ele corria para pegar a bola, eu já estava na segunda base. Voei para a terceira, bem rápido, e podia-se ouvir os gritos das crianças eufóricas da torcida do Coro e da minha torcida.

 

Estava indo para quarta base quando vi que Edward pegara a bola e vir em minha direção, correndo feito o vento, para encostar-se em mim.

 

Hello Daddy, hello Mom (Olá pai, olá mãe)

I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb (Sou sua bomba de cereja)

Hello world I'm your wild girl (Olá mundo, Eu sou sua garota selvagem)

I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb (Sou sua bomba de cereja)

 

 

Tentei avançar mais rapidamente, só que o corpo de Edward conseguiu essa proeza bem mais facilmente que o meu.

 

Quando estava quase chegando à base, os malditos cadarços desamarrados me fizeram cair de modo com que todo o meu corpo doía, impedindo-me de levantar.

 

Hey street boy whats your style (Ei, garoto, qual é o seu estilo)

Your dead end dreams don't make you smile (Seus sonhos impossíveis não farão você sorrir)

I'll give ya something to live for (Darei algo pra você viver)

Have ya, grab ya til your sore (Ter você, agarrar você até você ter certeza)

 

 

— Ganhei! — Encostou a bola nas minhas costas. — Vê se aprende amarrar isso direito! É a segunda vez que acontece. Já ta ficando chato!

 

Levantei-me rápido e bati a poeira da roupa.

 

— E quem disse que acabou? — Peguei o taco no chão e fui para meu lugar. — Você vai ver, Cullen babaca!

 

Seria a última tacada. O desempate.

 

Coro pegou impulso e jogou a bola, que mataria alguém se atingisse na cabeça. Veio violentamente forte. Meus braços, já doloridos, fizeram o último esforço antes de minha garganta não agüentar mais e soltar um grito.

 

Três coisas aconteceram ao mesmo tempo: Eu gritei e soltei o taco, Edward tirou a luva e jogou-a no chão e a bola atingiu o botão “ligar” da lançadora de bolas. Fazer o quê? Minha mira era boa!

 

— Meu Deus! — Meu futuro ex-chefe se levantou, olhando com pavor para a máquina que tremia como se fosse explodir.

 

— Vai explodir... — Edward falou, pasmado, olhando para as crianças.

 

— CORRAM! — Gritei, largando o taco, correndo em direção à saída do campo.

 

Assim que comecei a correr, a máquina começou a jogar bolas para todos os lados. Acertando nas crianças, no meu futuro ex-chefe, no Coro e até em mim.

 

Hello Daddy, hello Mom (Olá pai, olá mãe)

I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb (Sou sua bomba de cereja)

Hello world I'm your wild girl (Olá mundo, Eu sou sua garota selvagem)

I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb (Sou sua bomba de cereja)

 

 

— BELLA, O QUE VOCÊ FEZ?

 

Edward tentava se proteger das bolas que vinham com força em nossa direção. Uma delas acertou-lhe a cabeça, fazendo-o cair.

 

— Ah não! — Parei de correr e olhei meu marido gemendo de dor. — O.K.! Tchau. — Desviei de uma bola que quase acertou meu rosto e continuei correndo.

 

Distraída, trombei com algumas crianças que também corriam e todos nós fomos ao chão.

 

— AI MEUS DEUSES! NÃO SOU PAGA PRA ISSO... NÃO SOU PAGA PRA NADA, AFINAL! — Resmunguei, levantando e ajudando algumas crianças a se levantar. — EDWARD! ANDA, VEM LOGO!

 

Coro se levantou e correu meio agachado, se protegendo de outra bolada, talvez em um lugar bem pior.

As crianças gritavam assustadas agarrando-se em minha camiseta.

 

— CALEM A BOCA SEUS PESTES! — Todos calaram-se e olharam pra mim. — Gritar não vai adiantar, então fiquem quietos e corram em direção a saída. A Tia Bella vai ajudar o babaca do Ti Ed. — Virei-me para procurar Edward, mas fui atingida por uma bola bem na barriga, o que deixou-me sem ar.

 

Caí sentada tentando voltar a respirar direito, foi quando outra bola, dessa vez mais veloz, atingiu minha testa. Depois outra na perna, no ombro...

Estava prestes a desmaiar, as bolas vinham rápidas e com uma força incrível. Parecia que aquela loucura ia durar para sempre.

 

— Vem! — Coro puxou meu braço e colocou-me em suas costas.

 

Correu em direção a saída, onde todas as crianças esperavam.

 

— AI... MEUS DEUSES, SE EU SOBREVIVER, PROMETO NUNCA MAIS MENTIR! — Refleti. — CACETE! JÁ ESTOU MENTIDO!

 

— Cala a boca Bella! Já estamos do lado de fora! — Coro me colocou no chão.

 

Todo meu corpo doía. Com certeza ficaria roxo.

 

Edward PDV

 

Suada estava realmente com dor. De todos que estavam dentro do campo, ela foi quem se machucou mais. Hmm... Tirando a tacada que ela me deu no saco e a parte que as crianças quase me sufocaram, Bella estava bem mais machucada.

 

— Edward, sua boca ta... sangrando. — Apontou para mim.

 

Passei a ponta dos dedos sobre os lábios que arderam.

 

— Deve ter sido a bolada. — Falei baixo.

 

Jordan era o treinador oficial que estava se aposentando. Ele estava no campo nos assistindo quando toda aquela bagunça começou. Ele ia nos matar!

 

— Sr. e Sra. Cullen... — Cruzou os braços. Ainda bem que ele não tinha visão de raio lazer, se não, eu e Suada já estávamos mortos. — O QUE FOI ISSO QUE ACONTECEU? MINHAS CRIANÇAS QUASE MORRERAM LÁ DENTRO! ISSO FOI UM ATO DE TOTAL IMPRUDÊNCIA! — Ele gritava tanto que Bella até tapou os ouvidos. — DEFINITIVAMENTE, NÃO PODEMOS CONTRATAR CRIANÇAS PARA CUIDAR DE CRIANÇAS!

 

— AHHH! ESCUTA AQUI SEU VELHO GORDO E CARECA, EU NÃO SOU CRIANÇA E SE NÃO CALAR A BOCA, QUEBRO OS DENTES QUE LHE RESTAM! — Suada, toda nervosa, mostrou o punho fechado para o velho, que se irritou.

 

— Bella, amor, não se irrite. — Segurei Suada pelos braços e a arrastei de perto de Jordan, antes que rolasse uma briga. Abri um sorriso amarelo antes de virar a esquina.

 

— ME SOLTA EDWARD! — Já distante do campo, das crianças e do velho, Bella se sacudiu.

 

— TÁ FICANDO LOUCA?

 

— Ah, se esqueceu de um detalhe. Sempre fui louca! — Mostrou a língua, enquanto eu a colocava no chão.

 

Respirei fundo e soltei o ar pela boca tentando me acalmar.

 

— Vamos embora. — Suada puxou meu braço.

 

 

 

O sol já estava bem alto. Devia ser umas duas da tarde e eu estava morrendo de fome, de cansaço, de sono e de raiva. Nenhum de nós havia conseguido o emprego.

Faltavam duas quadras para chegarmos ao nosso apartamento e, no passo que andávamos, demoraríamos muito.

 

Ouvimos algumas pessoas gritarem e saírem correndo, logo à nossa frente.

 

— O que é isso? CAMISETA GRÁTIS? — Suada ficou na ponta dos pés, tentando ver.

 

— Não... Bella... corre! — Fiquei paralisado.

 

— Hãm? Não. Estou cansada e quero uma camiseta! — Bella andou uns três passos e quando entendeu o que eu disse, também paralisou no lugar que estava.

 

Um Pit Bull preto com dentes enormes nos encarava. Quer dizer, procurava pelo cheiro de sangue que vinha de onde estávamos.

 

— Edward! Se corrermos o bicho pega, se ficarmos o bicho come! — As pernas deSuada tremiam e, se o perigo fosse só pra ela, com certeza eu estaria dando gargalhadas.

 

— Na-não sei — gaguejava de medo. O cachorro espumava pela boca, só esperando algum movimento nosso para atacar.

 

Percebi que a calça de Bella estava rasgada e seu joelho sangrava. O Pit Bull queria nós dois. Olhei em volta, com cuidado para não atiçar o bicho. Uma árvore, do outro lado da rua seria nossa salvação, mas, se não conseguíssemos subir, estaríamos fritos.

 

— Bella, tem uma árvore ali — Suada se virou e o cachorro grunhiu alto. — Se corrermos e subirmos bem rápido, ele não vai nos pegar!

 

— Não consigo! — Quase chorando, Bella sussurrou.

 

— Claro que consegue, não se lembra de como correu rápido no campo? — Eu a incentivei.

 

O.K. Eu podia até não gostar dela, mas deixá-la morrer seria crueldade. Um cachorro daquele acabaria com Suada em questão de minutos.

 

— Bella, não sou pago pra te salvar. Se quiser morrer, morra sozinha! — Quando disse isso, Bella disparou e eu também.

 

Diante daquela situação a árvore pareceu tão distante, mas continuamos correndo com o cão enfurecido atrás de nós. O latido dele arrepiava todos os pêlos do meu corpo e faziam minhas pernas ficarem bambas. Era até um pouco engraçado.

 

Agarrei no galho mais baixo da árvore e, com dificuldade, puxei meu corpo pra cima. Bella veio logo atrás. Com muito mais facilidade, agarrou no tronco e impulsionou as pernas para agarrarem no mesmo galho em que eu estava.

 

O Pit Bull latia nervoso ao pé da árvore, tentando subir.

 

— Vamos cachorrinho, sobe! — Suada zombou dando gargalhadas.

 

De repente o tronco em que estávamos se partiu bem onde Bella sentou-se. Ela quase caiu. Se não fosse eu (o herói?) ter segurado sua cintura, o cachorrinho teria estraçalhado as canelas dela.

 

— O “cachorrinho” quase pegou a “Tia Bella”! — Soltei uma risada e acabei levanto um soco no peito. — AI! EU TE SALVO E MEREÇO UM SOCO?

 

— Obrigada — Disse entredentes. — Mas não se acostume, babaca!

 

Ficamos em cima da árvore uns dez minutos, até os bombeiros chegarem e capturarem o “cachorrinho”. Desci e ajudei Suada a descer também. Explicamos o que havia acontecido para o Tenente Clark e fomos liberados.

 

Confesso que nunca fiquei tão assustado. O sangue atiçando o cachorro, Suada com medo, eu tremendo... Um dos piores dias da minha vida!

 

— Nunca mais vou procurar emprego! — Resmunguei.

 

— Por quê? — Bella sorriu.

 

— Fui assediado por uma ruiva louca, levei uma tacada no saco, um monte de crianças pularam em cima de mim, enfrentei uma máquina que cuspia bolas de baseball, corri de um Pit Bull louco por nosso sangue e quer que eu procure outro emprego? Não obrigado. QUERO CONTINUAR VIVO!

 

— Hum! E você acha que esse seu cigarrinho precioso não mata? — Suada puxou do meu bolso o maço de cigarros que eu ia fumar depois.

 

— QUE RAIVA! ME DEVOLVE BELLA!

 

— Você é chato, imbecil, babaca e tarado! Mas não merece morrer! — Jogou o maço dentro de um saco de lixo.

 

— AAAHH! BELLA! NÃO TENHO MAIS DINHEIRO PRA COMPRAR OUTRO!

 

— Que bom! Vamos economizar o nosso ar limpo, nossos pulmões e nosso dinheiro. — Sorriu triunfante.

 

— Que menininha mais chata, metida e insuportável! — Sussurrei enquanto marchava até a entrada no A.P.

 

— Boa tarde, John! — Bella cumprimentou o porteiro e andou tranqüila e feliz até o elevador.

 

— Sr. Cullen, o que ela tem? — John perguntou-me, cheio de dúvidas, afinal, Suadasempre foi uma desbocada com ele.

 

— Ah, ela caiu da árvore e bateu a cabeça. Ignore-a. — Sorri sem graça e entrei no elevador que já havia voltado.

 

Chegando lá em cima, Bella estava estirada no sofá cantarolando uma musiquinha.

Suspirei aliviado por ter chegando em casa vivo e inteiro. Joguei meu casado no chão, tirei os tênis e os joguei pra um canto também.

 

— Amanhã vou tentar outro emprego — Suada fitava o teto.

 

— É, acho que vou também... Preciso de dinheiro.

 

— NÃO VAI PEGAR O MESMO QUE O MEU NÃO! NÃO DE NOVO!

 

— Claro que não! Não sou tão louco assim!

 

— Só espero que nenhuma máquina de bolas entre em meu caminho — gargalhou.

 

Só restava tentar novamente. E rezar pra conseguir algo sem tacos, bolas, máquinas, crianças, cachorros e, de preferência, sem Suada.

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Gostaria de esclarecer uma coisinha. Pensei muito e nesta fic, Jacob não será rival de Edward e nem ficará com a Bella. Cansei de ver o pobre coitado sofrer por ela, então decidi colocar outro super gato no lugar: PAUL! Sim, Paul amigo de Jake, lobo sarado e lindo. Aqui ele será um skatista amigo íntimo de Bella. Mais adiante darei detalhes da vida dele.

E quem gosta do Seth aê? EU!
HAHA' Ele vai participar da fic, podem esperar.

Mais de 1.200 leitores, 136 reviews e 5 recomendações, morri. *ploft*

Obrigada Bibizoca, Splock Cullen, Grazzy Moraiis, Jack e Ale! Mesmo! Fiquei super contente quando li as carinhosas recomendações!

Espero reviews, ok? UASHUAHSUAUH'
Beijocas, Bianca Maia.