Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi, genteee
quem acompanha "Tentação" sabe que eu voltei, então, nada mais justo do que atualizar as minhas duas histórias favoritas hahaha

Rise chegou num momento tenso, e decisivo. Não tenho experiencia em escrever e muito menos escrever cenas como essa. Mas eu tentei, e espero que gostem como eu gostei. Foi dificil, mas depois de ler algumas coisas e tirar duvidas, consegui chegar ao que eu queria, e isso é só o começo. Vem mais por ai.

Espero que gostem, Boa leitura.



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Tudo se passava lentamente sob meus olhos. Homens e mulheres vestidos de terno, bem formal, carregando seus equipamentos e se acomodando em minha casa, como se fossem suas, ao comando de minha mãe, que lhes dizia algo que eu não conseguia compreender no momento. Fios e computadores começavam a tomar conta da minha sala, como se estivessem prontos para uma guerra. E eu nem sei que guerra é essa. Nada é certo ainda.

Sinto a presença da minha mãe ao meu lado, se lamentando de algo que, como antes, também não consigo compreender. Ela segura a minha mão e me faz carinho, sinto um certo conforto, mas nada poderá me acalmar nesse momento. Não tenho reação nenhuma, simplesmente estou parado aqui, sentado no sofá olhando pro nada e ao mesmo tempo percebendo tudo o que está acontecendo ao meu redor. Isso é um sonho. Não. Isso é um pesadelo! Preciso acordar.

As lagrimas estão presas em meus olhos, elas não descem mais. Pensei que já tivesse secado todas elas ontem à noite, mas não, elas ainda estão aqui, só não conseguem sair. Parece que até para chorar eu preciso de um esforço enorme, de uma força inacreditável que eu não tenho no momento. Prefiro ficar aqui vegetando no meu sofá a ter que admitir que isso tudo estar acontecendo. E em meio as pessoas que passavam por mim, eu vejo Kate no meu escritório. A porta aberta me dava a visão perfeita de uma Kate totalmente conturbada. Ela fala ao telefone, uma mão segurando seu celular firmemente e a outra no alto da sua cabeça, segurando seus cabelos castanhos enquanto ela ditava regras pra alguém. É como se a detetive estivesse aqui ditando ordens para uma equipe que ela não tem no momento. Ela é minha única esperança. Se alguém pode resolver tudo isso esse alguém é a Kate.

Já fazem horas desde o telefonema que mudou a minha vida, e eu não tenho nenhuma notícia. Meus pensamentos vagam para o exato momento do telefonema, mas nada faz sentido ainda. Nada.

— Alô!

— Richard, que bom que atendeu! – a voz de Meredith me causa uma pequena decepção, queria que fosse a Alexis.

— Ah, oi Meredith. Pensei que fosse a Alexis – não consigo esconder a decepção na minha voz.

— É exatamente isso que eu quero falar. Ela não chegou até a agora, pensei que tivesse desistido de vir.

— COMO ASSIM? – eu grito e assusto a Kate. – VOCE NÃO FOI BUSCA-LA?

— Ela disse que me ligaria quando estivesse embarcando, mas não deu notícias. Pensei que não tivesse nem saído de casa. Ela não está com você? – as vezes tenho vontade de matar a Meredith, como ela consegue ser tão irresponsável assim? Minha filha tem dezessete anos!!!

— NÃO, ELA SAIU ONTEM NO FIM DA TARDE! – não consigo falar mais baixo que isso, e sei que estou gritando. Kate está ao meu lado e não entende nada, mas ela sabe que algo está errado.

— Você não foi deixar ela no aeroporto? - a calma da Meredith me assusta. Como ela consegue ser assim?

— Não. Eu vou tentar falar com ela. – desligo porque não consigo mais ouvir a voz dela. Encaro a Kate e eu não sei o que falar. Não consigo falar. Apenas quando a vejo a brindo a boca para me questionar eu falo. – a Alexis não chegou até a mãe dela!

Kate muda de expressão rapidamente. Sua cara confusa muda rapidamente para preocupada.

— Como assim ela não chegou? 

— Não sei, ela não chegou! – volto minha atenção para meu celular e disco o número da Alexis. Desligado! – DROGA!

— Castle, calma. Vai ver ela foi passar a noite com uma amiga.

— É, você tem razão. – começo a discar para todas as amigas dela, sem me importar por ser cedo, ou por parecer desesperado, mas nenhuma delas tem notícias da minha filha. Agora estou começando a me desesperar de verdade. Onde será que ela se meteu?

Kate está um pouco distante de mim falando ao celular, não sei o que ela está fazendo, mas isso não importa agora. Tenho que encontrar minha filha. Ligo para ela novamente e ainda está desligado, deixo um recado para ela me retornar assim que ver minha ligação, mas não sei porque tenho a impressão de que ela nunca verá esse recado. Kate anda em minha direção chamando minha atenção.

— Alguma novidade? – ela me pergunta apreensiva.

— Não. Ninguém a viu ontem, o celular continua desligado.

— Pedi aos meninos para rastrearem o número dela. Mesmo desligado eles saberão a sua última localização. – eu concordo e agradeço a ela. Respiro fundo e sento na cama, sentindo seu corpo ocupar o lugar ao lado do meu.

— O que será que aconteceu com minha filha, Kate? – a fito.

— Não aconteceu nada, Castle. Você não precisa pensar assim. Ela está bem, você vai ver. – seu sorriso e sua certeza me fazem ficar mais calmo. Mas mesmo assim, não consigo pensar num lugar, ou motivo, para a Alexis fazer isso comigo.

Alguns longos minutos se passam até que recebemos a ligação dos meninos, meu coração dispara, a esperança enche meu peito e meu olhar ansioso faz que Kate olhar pra mim de um modo diferente, ela está distante, ela sempre faz isso, quando estamos trabalhando juntos e eu estou envolvido com o caso ela sempre faz isso, me deixa afastado até receber a notícia que provavelmente irá me afetar bastante.  

Ela desliga o telefone e vem na minha direção, a cara nada boa. Isso faz o desespero dentro de mim ganhar mais vida.

— E ai?

— A última atualização dela é no Bronx, lado totalmente oposto ao aeroporto dela. Eles investigaram a lista de passageiros, a Alexis não embarcou. Na verdade ela nem fez o check in.

Meu coração para de bater devagar. O fio de esperança que eu tinha não existe mais. 

 

“O motorista do táxi foi encontrado morto dentro do carro abandonado”

“As coisas da Alexis estavam nele.”

“A polícia está cuidando de tudo.”

“Você está bem?”

“Os meninos estão fazendo tudo o que podem.”

“Eles vão encontrá-la.”

 

A voz de Kate me falando essas coisas vagam pela minha mente. E desde aquela momento eu fiquei no sofá, sem vontade de falar com ninguém, nem com ela. Não por culpa-la, mas por não querer acreditar que tudo isso está realmente acontecendo. Levaram minha filha, não pediram resgate e não fizeram nenhum contato. Isso não tá certo. Tem algo a mais.

 — Rick? – Kate está bem próximo a mim, ergo meu olhar para ela e encontro sus olhos verdes tão preocupados quanto eu. Ela estende a mão como um convite e pela primeira vez eu me movo, aceitando que ela me leve pra qualquer lugar.

— Como você está? – ela pergunta fechando a porta do meu quarto atrás de si. Me sento na cama e a fito.

— Não acredito que isso está realmente acontecendo. Quer dizer, eu não consigo pensar em um motivo para sequestrarem A Alexis se não por dinheiro, mas porque matar o motorista? Porque ainda não ligaram?

— Eles vão ligar. E quando isso acontecer nós vamos estar prontos. – ela está ajoelhada no chão, me olhando por baixo, porque esse é o único jeito de me olhar nos olhos

— Eu sei... mas ela é minha filha, ela tem dezessete anos, Kate. Não sabe se cuidar, e se ela estiver sofrendo?

— Ela não está. – ela força nosso olhar novamente. – Alexis tem dezessete anos mas você, mais que ninguém, sabe que ela sabe se cuidar melhor do que você mesmo. Então vamos nos manter firme, ok? – não falo nada, apenas concordo.

Kate levanta e começa a anda lentamente de um lado para o outro do quarto.

— Eu... estava com Gates no telefone. – fico calado só observando tudo o que ela tem a dizer. – Foi difícil, mas eu convencia ela a me deixar ajudar o caso.

— Como assim? Você não pode, ainda está de licença.

— Sim, e vou continuar assim. Eu apenas vou auxiliar os meninos nisso. Elas procuram o assassino, e eu procuro o sequestrador. Rick, vai dar tudo certo.

— Kate, eu não sei se...

— Não tem o que discutir... Eu não vou entrar em perigo, eu apenas vou ajudar. Não vou ter meu distintivo e nem minha arma, vou fazer o que você faz quando está comigo.

— Desobedecer. – concluo e ela sorrir.

— Vou ser um pouco mais responsável que você.

Eu olha diretamente para mulher decidida na minha frente, se ela está com medo não demonstra, a única coisa que vejo é a coragem e determinação em poder fazer algo.

— Eu não vou ficar para enquanto sua filha está por ai, Castle. Eu posso ajudar, e eu vou ajudar a trazê-la de volta pra casa.

— Tenho medo que você não esteja pronta pra isso ainda. Você fez uma sessão de terapia, ainda está cedo Kate.

 — Não vou voltar agora. É só esse caso, e além do mais, não vou trabalhar com os meninos, o FBI está auxiliando.

Sei que ela já decidiu o que fazer, então a única coisa que me resta é fazer o que eu sei fazer de melhor, ser seu parceiro.

— Certo... Mas eu quero investigar também.

— Não. – sua resposta é rápida e dura. – Você sabe que não pode, você é o pai dela. Mas eu te manterei informada de tudo, você sabe.

— Kate...

— Não, Castle. – ela me corta. – O FBI deve estar chegando a qualquer momento, vão querer falar com você e sua mãe, acha que consegue?

 Balanço a cabeça concordando e me levanto para voltar pra sala, mas seus braços me seguram no meio do caminho e me prendem junto ao seu corpo num abraço forte. Eu me sinto tão bem quando estamos próximos. Sua respiração em meu pescoço me traz um certo conforto, e assim que eu gosto, nós dois juntos. Sou seu parceiro, ela deveria aceitar isso e me deixar cuidar disso junto com ela. Mas sei que não terá mais volta. Ela já decidiu.

O FBI chegou, e antes que Kate tomasse conta do seu posto na investigação, ela sentou ao meu lado e segurou minha mão durante todo o interrogatório. Meu escritório foi tomado por agentes, minha casa foi tomada por agentes e eu só queria que todos eles fossem embora. Mas não podia, não até minha filha está de volta. Respondi todas as perguntas, mesmo que elas não fizessem tanto sentido pra mim. Sabia como essas coisas funcionavam, eles estavam numa linha de investigação e tinha que saber de tudo, e não seria eu que ria negar. Logo após o interrogatório, meu e da minha mãe, Kate se trancou com eles no escritório, discutindo algo que eu não entendo bem.

— Vamos esperar o contato. – é a última coisa que o agente diz antes de sair com o telefone no ouvido.

— O que houve? – me aproximo de Kate, assim que ela sai do meu escritório e anda apressadamente em direção a cozinha.

— Ele não quer investigar nada. Quer apenas esperar o contato.

— Tem o que ser investigado?

— Mais ou menos... – ela diz meio receosa.

— Kate você me prometeu!

— Não tem o que ser investigado. Só que se trabalhássemos juntos com os meninos teríamos pistas mais rápido.

— E porque não trabalham?

— Porque ele disse que aqui “é apenas um sequestro por dinheiro” e aquela morte foi “apenas uma fatalidade.”

— Mas os caras que mataram aquele homem estão com minha filha!

— Sim, eu sei... mas agora eu não posso fazer mais nada, amor.. – ela me olha desolada.

— Eu sei... – sussurro e abraço – agradeço o que você está fazendo, sei que é difícil.

Ela sorrir e serve dois café para nós. A campainha toca e vejo um agente ir abrir. Meu coração gela só na possibilidade de ser ela e que ela apenas tenha perdido a chave. Mas assim que a porta se abre e revela a outra ruiva, aquela que eu não queria ver nem morto, meu fio de esperança se vai novamente. Tenho que me acostumar com isso, não importa quanto tempo essa agonia leve, sei que é só  começo.


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