Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Ontem à fic fez um mês :OO e mesmo ocupada eu tirei algumas horinhas para escrever um cap para vocês. Não deu para postar ontem, mas hoje está aí. Aproveitem.

Espero que gostem, boa leitura.



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A muito tempo eu não me sentia tão feliz. A caminho de casa eu não sentia meus pés no chão, parecia que eu estava flutuando, andando nas nuvens, nada disso parecia ser real. Meu coração se derreteu por cada pequeno detalhe que eu conheci dele ontem, detalhes que eu não imaginava, detalhes que eu tinha curiosidade, detalhes que só ele poderia ter. E eu não falo apenas do corpo dele, que eu também conheci detalhes beem interessantes, eu falo dos detalhes que só o conhecendo profundamente eu poderia ver. Seus olhos me passaram tanto amor, tanto carinho, tanta ternura, que nunca, nem nas minhas melhores demonstrações de amor, conseguiria retribuir.

Toda a intensidade que nos amamos ontem e hoje, todo o gestos feitos, todas as palavras ditas, todos os olhares e sorrisos trocados, tudo isso só fez sentido quando eu finalmente disse para ele tudo o que sinto. Eu disse que o amava, e eu realmente o amo. Quando essas palavras saíram da minha boca meus ombros relaxaram, como se uma tonelada fosse tirado de cima deles, meu coração disparou como se eu tivesse corrido uma maratona, e eu estava  apenas ali, em seus braços. O que já era motivo suficiente para meu coração bater mais forte. 

 

Então parece que tudo o que vivemos não parecia ter sentido, eu não deveria estar com ele, eu não deveria colocá-lo em risco enquanto minha própria vida está em risco. Não deveria colocar o meu amor em risco porque eu simplesmente o amo, e não deveria abandoná-lo porque o amo. É difícil encontrar uma lógica em meus pensamentos, em meus sentimentos e em minhas atitudes. 

Eu não poderia escutar mais nenhuma palavra daquela clara discursão, mas eu também não conseguia me mexer. "Você escolheu ela", essas foram as palavras exatas da Alexis. Ele me escolheu e eu nem sabia que isso deveria ser uma escolha, ou porque isso deveria ser uma escolha. A Alexis é contra nosso namoro, isso eu já entendi, e ela tem medo que o dela acabe morto, isso eu também já entendi, mas ter que escolher? Ela realmente está sendo dura demais com ele, comigo, com nós, e até com ela mesma. Ao impor isso a ele, todo o motivo do seu medo se tornou banal. Eu poderia prometer a ela que não deixaria nada acontecer ao seu pai, que eu protegeria ele, que eu o defenderia com minha vida, mas nada disso seria verdade. Eu não consegui evitar o meu próprio atentado, eu não consegui nem me proteger, como conseguiria proteger ele? 

Eu poderia não prometer, mas com certeza eu o protegeria, daria minha vida pela dele sem pensar duas vezes. Ele não era só o amor da minha vida, ele era o cara que me salvou, que me mostrou que posso mais, que fez esse muro dentro de mim desabar, e que me amou sem eu fazer nada para merecer isso. Ele é o meu amor e eu não posso deixar ele. 

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto só de pensar em deixá-lo agora. Mas pareceu ser o certo quando escutei "Ela é um alvo ambulante!" Sair da boca da Alexis com um tom nada calmo. Eles gritavam um com o outro, não achei que viveria para ver isso. A relação deles era tão linda, que até quando eles se desentendiam eles se entendiam. Um era a cópia do outro, só que a Alexis era um pouco mais ajuizada. Castle gostava de brincar dizendo que ela era a salvação da família, e eu tinha que concordar, ela era mesmo diferente da família Castle. Eu sempre admirei a Alexis por ela ser exatamente como o pai, todas as qualidade do Castle refletia na filha, e a dinâmica entre os dois era admirável. Mas ela tinha razão, como Castle sempre dizia, ela sempre tem razão. Eu sou um alvo ambulante e a qualquer momento posso ser atacada novamente. Meu coração ficou tão apertado de repente, minha cirurgia começou a repuxar e eu precisava sair dali o mais rápido possível. Não importa se eu prometi que não fugiria ou se eu o amo, porque se eu o amo mesmo, tenho que deixá-lo seguro, e ele nunca estará seguro comigo.

Deixando a camisa dele que eu usava em cima de sua cama, saio do quarto andando o mais rápido que posso. Só queria sair dali, só queria que meu coração parasse de doer, eu só... Eu não sei o que eu quero. 

Quando chego na porta e minhas mãos estão prestes a tocar a maçaneta paro, sem saber bem porque, sem que minhas mãos obedeçam meus comandos, eu quero sair daqui, eu tenho que sair daqui, mas não consigo. É como se tivesse algo me impedindo. Minha mão está a um centímetro de distância da maçaneta e eu não consigo toca-la. Eu não posso colocá-lo em perigo, eu não quero que ele sofra o que eu sofri quando atiraram em mim. Eu não quero ter que ir com ele numa ambulância enquanto o vejo morrer, como ele fez comigo. Eu não quero vê-lo me afastar num quarto de hospital depois de levar um tiro simplesmente porque percebeu que eu sou um perigo e não pode lhe dar com isso. Eu não quero. Eu não suportaria. Mas então ouço a porta do escritório se abrir e bater com força. Sei que Alexis está atrás de mim, sinto sua presença, e então ouço pegadas fortes e firmes subindo as escadas. Ela simplesmente me ignorou, e eu agradeço mentalmente por isso. 

Meu coração volta bater devagar, minhas respiração começa a se normalizar e meu raciocínio volta ao normal. O que eu estava prestes a fazer? Eu não posso abandoná-lo! Não depois de tudo o que ele fez por mim, não depois do que nós passamos, não depois de prometer que não fugiria. Se eu saísse agora só iria parecer uma idiota, é claro que ele iria me procurar, é claro que ele não me deixaria sozinha. Nunca. Me afasto da porta andando pra trás a passos lentos. Quando estou a uma certa distância eu olho para o lado e vejo a porta do escritório trancada, tudo silencioso demais, penso eu ir lá para vê-lo, saber como está, se precisa de mim. Mas sei que ele precisa de alguns instantes sozinho. Esse tempo é dele, só dele, e eu não posso invadir. 

E antes de cair na tentação de abandoná-lo eu me afasto mais da porta, sento no balcão da cozinha e respiro fundo. Preciso de um café! Me sirvo mas não tenho vontade de bebê-lo, apenas o aroma já me acalma e me faz pensar em todos os cafés que ele me levou, em todos os cafés que fez para mim no distrito, em todos os momentos que brindamos alguma teoria que desenvolvemos juntos com o nosso café. O café era o nosso símbolo. Aqueles corpos de café para viajem eram nosso símbolo. Nosso, só nosso, e não gostava quando ele dava meu café para outra pessoa, ou quando não levava o café pra mim quando eu estava saindo com o Demming por puro ciúmes. Ciúmes que eu deveria ter evitado, ciúmes que eu não consegui ver. E quando finalmente vi, já era tarde demais. Eu o perdi para sua ex esposa e dessa não o perderia pra ninguém, nem para Alexis. Não importa o quão egoísta estou sendo. Eu arrumaria um jeito de dar certo, dela entender isso, dela ver o quanto eu o amo. Mas não deixaria o Castle. 

— Kate.. - ouço sua voz baixa, mas o silêncio está tão grande que consigo ouvir sua respiração descompensada. 

Me viro para ele e só o que vejo é o pânico em seus olhos. Ele pensou que eu tinha fugido, que o tinha abandonado. E eu quase fiz isso. Ele corre e me abraça com força, uma força que nem eu sabia que ele tinha, como se eu fosse escapar pelos seus braços, como se eu não estivesse ali e precisava me abraçar para saber que eu sou real. 

— Você não fugiu.. 

A dor em suas palavras fazem meu coração voltar a doer, como pude causar essa dor nele? Depois da nossa noite, depois das nossas declarações. Quero pedir perdão, quero envolvê-lo em meus braços até ele se sentir seguro novamente. Eu me sinto tão mal por isso, eu nunca quis causar essa dor nele.

Eu sei que a culpa não é só minha, ele está chateado pela Alexis, mas ainda assim eu sei que a dor, a decepção e o medo que ele demonstra nos seus olhos agora é tudo culpa minha. As lágrimas escorrem pelo seu rosto e eu tento limpa-las com meus dedos, eu não queria vê-lo chorar, meu coração fica apertado só de pensar nisso. Faço carinhos em seu rosto como um pedido silencioso de desculpas, mas não é bastante. Nada vai ser o bastante.

Então nós decidimos por não desistir. Não desistir de mim, dele, de nós. Não desistir de tentar convencer a Alexis que isso não é tão errado como se parece. Não desistir de viver um amor por causa do medo, que nunca nos abandonaria. Não desistir de nossas vidas, principalmente, não desistir de nossas vidas. 

No caminho de volta pra casa eu me pergunto se estou realmente fazendo o que é certo. Se eu o amo mesmo, deveria querer mantê-lo seguro! Mas eu sou egoísta ao ponto de não querer ele longe de mim, de não pensar no lado da filha dele, de não pensar: e se ele estiver melhor longe de mim? Sacudo a cabeça afastando todos os pensamentos ruins de mim e volto a me concentrar do que eu tenho que fazer agora, seguir em frente. Seguir com o Castle, seguir com minha vida.

E o primeiro passo eu já dei, me entreguei de corpo e alma ao Castle. O segundo passo é talvez o mais importante, voltar para minha casa. Meu pai não vai querer e vai me fazer o mesmo discurso que fez quando eu não queria ir para a cabana com ele. Ele me venceu daquela vez, mas não venceria dessa. Eu voltaria pra cá o mais rápido possível, antes da consulta da próxima semana.

Quando entro em casa eu sinto uma paz, um conforto, uma sensação de está no lugar certo. Aqui é o meu lugar, o meu refúgio, o meu lugar sagrado, o meu cantinho. Não quero nunca ter que sair daqui, cada móvel, cada cômodo, cada objeto que está nesse apartamento simplesmente me pertencem e me definem. O conjunto de tudo isso aqui dentro forma a Kate Beckett que eu sou hoje. A Kate detetive e a Kate simples, aquela que eu sou hoje. Hoje eu sou apenas a Kate. Com os mesmos problemas, pensamentos, perguntas, falhas, derrotas, defeitos, qualidades e traumas. Mas eu sou apenas a Kate, não sei explicar, mas hoje eu sou só eu, a Kate simples, a apaixonada Kate.

Tomo um banho rápido e me deito na cama com as pernas pra cima, ligando para a pessoa que não parou de me ligar desde as sete horas da manhã, Lanie! Ela parece meu pai quando está preocupada comigo. Tirando o fato de que não tem nenhuma chamada do meu pai.

— Pensei que tinha acontecido alguma coisa, porque não me ligou logo? - ela já atende da forma anos dramática possível e eu tenho dúvidas se estou falando com a Lanie ou com o Lanie pai. 

— Desculpe, acordamos tarde. - eu dei a deixa e eu sei que ela entendeu. 

— Acordamos? Tipo você e o Castle? Você dormiu na casa dele?! - eu rio e posso imaginar sua cara de alegria - Garota você tem que me contar tudo. 

— Lanie o que você precisa saber eu já contei. 

— Nem ouse. Você vai me contar os mínimos detalhes dessa noite. Eu preciso saber se fama é justa, o que vocês decidiram, como foi acordar com sexo de manhã. 

— Na verdade.. Fui eu que acordei ele com sexo pela manhã. - digo rindo com um dedo preso entre os dentes, não acredito que acabei de falar isso. 

— Katherine Beckett, você realmente precisa me contar mais sobre essa sua noite louca.

— E a manhã também. 

— Você passaram a manhã toda..

— Não! - nem deixo ela terminar de falar. Seria muito melhor ter passado a manhã toda na cama com o Castle do que escutar tudo o que escutei. - nós tivemos um desentendimento, quer dizer, ele teve um desentendimento com a Alexis..

— O que aconteceu? - ela percebeu que minha voz mudou. 

— Passa aqui quando sair do trabalho? 

— Sim, pode apostar. 

— Okay, então. - sem mais delongas eu desligo, deitando na cama sobre meus cabelos molhados do banco recém tomado. 

Não consigo evitar que meus pensamentos vão direto para o último banho que tomei, junto dele, no banheiro dele, sendo ensaboada por ele. Suas mãos percorriam todo o meu corpo, seu olhar idolatrava cada pequena parte de mim, a água morna batia em minha pele enquanto suas mãos ajudavam o sabão a sair. Era uma sensação maravilhosa ser banhada por um homem como ele. 

De repente seu toque carinhosos ganharam vida, e rapidamente passaram a ser provocantes, excitante e desejosos. Sua boca começou a fazer caminhos perigosos pelo meu corpo e sem que eu me desse conta, ele já estava me acariciando. Sua língua me chupava com maestria, minhas mãos em seus cabelos molhados o estimulando por mais, mais, mais, mais. Até eu finalmente ceder num orgasmo intenso. Nós nos amamos mais de uma vez naquele pequeno boxe, e todas elas foram totalmente diferente uma da outra. Uma com mais desejo, outra com mais carinho. Ele era assim, me surpreendia cada vez mais. 

Disperso dos pensamentos com o toque do meu celular, tateio a cama a procura dele e vejo o nome de Rick na tela. Eu mal sai de lá e ele já está com saudades. Atendendo com um sorriso enorme no rosto. 

— Oi, amor. - me pego falando isso sem que eu perceba. Chamar ele de amor é estranho, mas também é maravilhoso. 

— Katherine, é a Martha querida. - Martha?!

— Oi, Martha. Aconteceu alguma coisa? - eu sei que aconteceu, só não imagino o que. E a única coisa que ela diz é:

— Ele precisa de você. - não precisa dizer mais nada, eu sei exatamente o que aconteceu. Alexis foi embora assim como disse no meio da discussão. E por minha culpa. 

— Estou a caminho. - é a única coisa que eu digo antes de largar o telefone e correr para casa do Rick. Se ele precisa de mim, é ao lado dele que vou ficar. 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, com Kate cuidando do seu amor mais uma vez.