Tua Ausência. escrita por Ginna Mills


Capítulo 8
De sentir, me cansé


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei escolher nome de capítulos, até tento, mas...
O que estou fazendo aqui em uma plena segunda - feira? É que eu sou uma pessoa de bom coração...
Está curtinho, mas é pq estava aflita msm hahaaha Voltarei a programação normal de postagens...
Obrigada a todos que comentaram e fav ♥
Obrigada Luana por me ajudar tanto *-*



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  Guardé la fé en un cajón
                 (Guardei a fé em uma gaveta)
                Y puse en pausa el corazón
                   (E pausei o meu coração)
                    De sentir, me cansé, yeh
                    (De sentir, me cansei, yeh)

A vida poderia ser uma caixinha de surpresas, mas para Regina a vida estava mais para uma vadia sem coração, que esperava cada queda dela para que pudesse chutá-la no estômago e rir. Era isso, era a vida, o destino, ou até mesmo o universo rindo dela, estava passando por tudo isso de novo, só que dessa vez estava sozinha.  Mordeu os lábios incansáveis vezes olhando para os três testes de gravidez de marcas diferentes, afinal esses testes não eram tão confiáveis. Estava no sofá de seu apartamento, já se fazia uma hora que tinha chegado da farmácia, queria ter coragem de pegar qualquer um deles, acabar com a dúvida. O negativo não a assustava, afinal, não mudaria absolutamente nada, seguiria na empresa, veria Robin, talvez, ir embora para Londres, e ela?

Bem, se pareceria ainda mais com sua mãe.

O positivo era outro assunto, saber que teria novamente alguém dependendo do seu corpo, que agora estava fraco, quase sem forças para nutrir sua própria vida, a deixava extremamente com medo. No momento que pegasse o resultado e ele mostrasse aquelas duas linhas, iria amar a criança, assim como amou imensamente seu filho que não pode nem se quer segurar em seus braços, saber a cor de seus olhos. A única coisa que ficou sabendo é que seria um menino.

Tempos atrás.

Regina abriu os olhos para encontrar o teto imensamente branco do hospital, queria mais que tudo que aquilo fosse um pesadelo, que estivesse em casa, em seu quarto, enrolada em seu marido e imaginando como seria seu bebê, se teria os olhos azuis do pai ou seriam como os seus? De uma cor castanha. Se ele teria o mesmo sorriso de Robin, se tivesse, com certeza estaria incrivelmente perdida, mal conseguia resistir a um sorriso de covinhas, dois dele seria impossível. Bem, agora ela nunca saberia, nem sequer sabia se seria menino ou menina.

— Robin? – sussurrou com a voz fraca e apertou a mão do marido que ficou a noite toda ao seu lado na poltrona, Robin estava com a cabeça apoiada na cama, seu rosto virado para esposa, ela podia ver marcas de lágrimas em sua face. – Robin?

Ele levantou a cabeça assustado, levou um momento para encontrar os olhos da esposa.

— Apple? – deu um sorriso fraco.

— Você chegou a vê-lo? – mordeu um lado da bochecha para não deixar o soluço preso em sua garganta sair.

— Não. – sacudiu a cabeça e apertou mais a mão dela – Quando eu cheguei aqui, você estava em cirurgia, e eu precisava encontrar a Cora, você tinha perdido muito sangue.

Mordeu os lábios e deixou que uma lágrima corresse livremente – Eu... Eu não tive coragem de vê-lo, ele foi cremado e...

— Ele? – não conseguiu mais sufocar o soluço – Era um menino, Robin?

— Sim. – abaixou a cabeça e limpou as lágrimas.

— Meu menino – as lágrimas caiam como chuva em seu rosto, a dor estava em toda sua face – Eu matei nosso pequeno príncipe.

— OOh, Regina. – abraçou a mulher com todo cuidado e força que possuía. – Foi um acidente.

— Eu o matei – dizia pausadamente já que os soluços não a deixavam formular uma frase contínua– Nunca iremos saber como serão seus olhos ou o seu sorriso. Não vou sentir seu corpinho quente próximo ao meu.

— Shii, meu amor – alisou os cabelos da morena, ele estava tão igual a ela, as lágrimas nublavam sua visão e a dor esmagava seu coração.

Robin se ajeitou na cama fazendo com que Regina deitasse com a cabeça em seu peito, o choro e soluços seguiu por um tempo, ele não poderia dizer se foram minutos ou horas, o cansaço a venceu. Ele olhou para o rosto machucado de sua esposa, não só as contusões existentes em sua pele clara eram vistas, os ferimentos em sua alma estavam estampados em suas feições. Sem conseguir mais conter o pranto preso em sua garganta, Robin soltou um soluço rouco e abraçou fortemente a morena em seus braços deixando que toda a sua dor saísse em forma de lágrimas.

Tempos Atuais

Robin se sentou assustado em sua cama, estava suando e com lágrimas nos olhos, seu coração estava descompassado e a boca seca.

— Céus – passou a mão pelos cabelos e suspirou.

O misto de sentimentos fazia com que seu coração se apertasse em seu peito, e que sentisse falta de ar. Com um pulo saiu da cama, levando seu celular consigo e abriu a janela que dava para sacada, fez o mesmo com uma das vidraças de vidro que protegiam aquela área externa, o frio da noite o fez estremecer. Olhou para as duas espreguiçadeiras brancas colocadas estrategicamente no canto perto da grade, era o lugar preferido da Regina, se sentava lá por horas com um livro em mãos e com a vista da cidade somente para ela.  Robin se sentou e pegou o coberto vermelho que sua esposa sempre deixava ali.

— Regina... – levou o coberto até o seu nariz e deixou que o fraco perfume da mulher preenchesse todos os seus sentidos.

Algo estava muito errado, sentia como se ela precisasse dele, deixando o cobertor em seu colo, desbloqueou o celular, entrou em contatos e antes que completasse a ligação olhou para o relógio, já se passavam das 3 horas da manhã, com certeza ela estaria dormindo e estava bem, não deveria enchê-la com suas preocupações. Ele só estava assim por causa do sonho de momentos antes. Bloqueou novamente o celular, se encostou na espreguiçadeira e se cobriu com o cobertor. Seria uma longa madrugada.

Do outro lado da cidade, Regina segurava firmemente o celular em mãos, andava de um lado para o outro, não tinha realizado os testes ainda, estava em um grande dilema, por isso resolveu tomar um banho e acabou por colocar uma das camisas que roubou de Robin. Sentir o resquício do cheiro do loiro na camisa lhe dava uma espécie de conforto e segurança.

Robin....

Deveria ligar.  Parou no meio da sala e olhou fixamente para o celular.

Ela tinha que dizer isso a ele. Já imaginava a felicidade que ele sentiria, o quanto a abraçaria sorrindo e chorando ao mesmo tempo dizendo que eles conseguiriam juntos cuidar desse bebê caso estivesse realmente grávida. Correria para sua casa agora e a seguraria em seus braços enquanto esperassem os resultados.

Sorriu... Isso! Ela ligaria!

Desbloqueou o celular, sua visão ficou turva por causa das lágrimas e não conseguia enxergar as teclas, por mais que quisesse Robin ali, não seria justo com ele... com eles. Mesmo que fosse positivo...

NÃO! Melhor não. Constatou sacudindo a cabeça, limpando os vestígios das lágrimas, bloqueou o celular novamente.

Deveria fazer isso sozinha. Pegou os testes e foi para banheiro, após realizar os três, os deixou em cima da pia, lavou as mãos e saiu do banheiro.  Sentou na cama olhando para o breu da noite, odiava aquela vista. Juntou as mãos, fechou os olhos e fez uma prece baixinha deixando que as lágrimas fluíssem livremente.

Intermináveis minutos depois Regina juntou todas as suas forças e levantou da cama. Foi em direção ao banheiro, parou no batente da porta, inspirou e expirou, nervosamente brincou com a barra da camisa com os dedos trêmulos.

Era agora...

Em passos curtos se aproximou da pia, se olhou no espelho e pode perceber as lágrimas correndo em sua face.  Fechou os olhos, respirou fundo, antes que toda a coragem se esvaísse de suas veias pegou um teste entre os dedos, ainda de olhos fechados o virou com o resultado para cima, fez o mesmo como os outros dois.

Passou as mãos nervosamente nas laterais da camisa...

Abriu os olhos...

Mordeu os lábios...

Abaixou o olhar em direção aos testes...

Um soluço saiu de sua garganta, enquanto ela escorregava lentamente para o chão frio do banheiro e cobria o rosto com as mãos. O pranto de Regina era o único som ouvido no local, enquanto na pia os três testes gritavam em silêncio o resultado.


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Notas finais do capítulo

Sorry os erros....
Eu não queria enrolar não, mas a culpa é da @Lua_deSa (xinguem muito no twitter (não mto, mas reclamem u.u)). Podem xingar nos comentários tbm ,-, e o que acham? Regina está ou não?



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