The Soul-a Alma escrita por nick_fic


Capítulo 4
Sentindo




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—Desculpe.Eu realmente sinto muito. —Me desculpei novamente com a Confortadora. —Será minha ultima tentativa.

Falei enquanto carregava o corpo inconsciente de Pétalas Abertas Para A Lua, para um quarto da casa.

Deixando a confortadora e Melodia Suave na sala,extremamente apreensivos com a reação de Pétalas Abertas Para A Lua e minha insistência em tentar interroga-la novamente.

Era difícil carrega-la — não por seu corpo ser pesado, ela é tão leve e frágil nos meus braços que parecia realmente uma flor —, mas meu corpo reagia de modo chocante a essa proximidade.

Eu sentia a mente desse hospedeiro crescendo dentro da minha cabeça, tão viva quanto a minha.

Ele parecia esta fazendo um esforço enorme para não se revelar, para se manter atrás da parede que construiu ao seu redor, mas mesmo assim sua força corria pelo meu corpo quase ganhando controle.

Eu tinha que me concentrar em cada passo, cada movimento, para conseguir executa-los.

E apenas por essa certeza— de que com ela eu obteria respostas—estava disposto a continuar.

Deitei Pétalas Aberta Para A Lua na cama, não conseguindo deixar de admira-la; Seus longos cabelos dourados,os lábios cheios e o rosto pequeno...tão vulnerável.

Eu tinha vontade de me deitar ao lado dela — Passar meus braços ao seu redor,continuar a sentir a maciez da sua pele, tocar seu cabelo...

Dei um passo para trás, incomodado com esses pensamentos.Eram de natureza estranha para mim,eu nunca me interessei fisicamente por outro alguém.

E essas sensações eram extremamente incomodas,principalmente nessa situação.

Eu estava aqui para conseguir uma informação, e era isso que eu conseguiria.

Peguei o cilindro pequeno no meu bolso, e devagar andei até a beirada da cama.

Respirei fundo algumas vezes, tentando acalmar a torção de ansiedade no meu estomago e apertei o spray “Acordar” próximo ao rosto dela duas vezes , me afastando logo em seguida.

Sentei na cadeira perto da porta — para dar espaço a ela— e esperei.

Pétalas Abertas Para A Lua,suspirou algumas vezes antes de abrir os olhos,ela olhou em volta parecendo desorientada,mas isso logo passou quando seus olhos se fixaram em mim.

Ela soltou um leve soluço e temi que ela desmaiasse de novo,mas então ela respirou fundo fechando os olhos e depois se sentou.

Ela me olhava com tanto dor nas linhas do seu rosto que por um momento odiei esse hospedeiro,pelo que deve ter feito a ela.

O ódio poluía meu corpo enquanto eu me lembrava de todas as atrocidades que os humanos machos eram capazes de fazer.

Virei o rosto para o lado—temendo que ela visse minha expressão — e respirei algumas vezes para me acalmar, eu não deixaria as emoções desse corpo tomar conta de mim.

Ódio é uma emoção imperdoável—Por isso os humanos eram tão destrutivos, deixavam se guiar pelas emoções ruins. Que não só poluíam o corpo, mas também a mente.

Não olhei de volta para ela, sabendo que minha resolução de conseguir informações ruiria assim que visse a dor em seus olhos novamente.Eu tinha um propósito e era preciso cumpri-lo.

—Desculpe por isso. —sussurrei.

Ela não respondeu.

—Sei que deve ser difícil para você, olhar para mim, estando nesse hospedeiro. Mas sei que entende o porquê disso. —Me permitir olhar para ela, pelo canto do olho.

Seus olhos estavam cravados em mim, ela tinha uma expressão indecifrável enquanto me fitava. Olhei para baixo rapidamente.

—Eu ainda não conseguir nenhuma informação... desse hospedeiro. —Ouvi um leve suspiro, mas continuei olhando para baixo — Gostaria que você pudesse me ajudar. O que se lembra do sequestro?Sabe por que ele te sequestrou?Havia mais humanos com ele?

Pétalas Abertas Para A Lua,não respondeu minha pergunta imediatamente ela continuou em silencio por um tempo imensurável.

Levantei meu olhar e ela ainda olhava diretamente para mim.

—Você não consegue acessar as memórias dele? —Sua voz não saiu como eu esperava,era baixa, suave e carregada de interesse.

—Não. —respondi

—Por quê? —ela perguntou seu olhar não deixava meu rosto.

Fiquei desconfortável com sua pergunta,e levei alguns segundos para responde-la.

—O hospedeiro está resistindo. —falei devagar.

Ela abaixou o rosto,quando ouviu minha resposta, não pude ver sua reação, então continuei.

—Pensei que você poderia me ajudar. Me dar alguma informação que possa levar a uma pista de como ele sobreviveu por tanto tempo? —Me levantei e fui em sua direção — O que fazia na estrada?Havia outros com ele?Qual era o seu nome? —Perguntei ansiosamente me ajoelhando em frente a Pétalas Abertas Para A Lua,tentando olhar em seus olhos.

Eu tinha certeza que ela poderia me ajudar.

Ela olhou novamente para mim com um olhar dúbio .Ficamos preso no olhar um do outro,por um longo tempo,então ela piscou parecendo desconcertada e abaixou a cabeça.

Eu queria continuar olhando para ela — seus olhos eram tão lindos ,havia algo neles ... uma doçura e tristeza que a tornava desejável, eram hipnotizantes.

—Você pode me ajudar? —perguntei me aproximando e erguendo seu rosto pelo queixo.

Parecia mais fácil conversar com ela olhando diretamente em seus olhos.Ela os fechou e negou com a cabeça,seus cílios dourados brilharam com as lagrimas que desciam por seu rosto.

Ela entreabriu um pouco os lábios e sua respiração flutuou entre nós.

E cada vez que ela inspirava,parecia me puxar para mais perto.

Eu não conseguia me afastar— e não conseguindo controlar o impulso acariciei seus lábios com o polegar,sentindo ao quão macios eram — sua respiração continuava a me puxar para perto até que meus lábios tocaram os seus.

Pétalas Aberta Para A Lua,suspirou e eu senti sua respiração na minha boca,com um sensação tão prazerosa que me embalou; capturei seus lábios entre os meus os sugando... eu precisava daquela sensação precisava sentir sua boca,sua respiração. — Nunca senti nada igual antes.

Abrir os olhos e vi que ela me encarava; seus olhos arregalados,suas mãos no meu peito, exercia uma pequena pressão — Ela estava me empurrando.

Quando entendi isso me afastei bruscamente, ao perceber o que fiz e pela raiva que ondulava no meu corpo — essa raiva não era minha.

Sai do quarto com passos apressados sem olhar para trás, horrorizado com o que eu acabei de fazer.

Andei por um longo tempo, sem conseguir esquecer nada do que aconteceu.

Não conseguia acreditar que tinha sido capaz de fazer aquilo.

E como aconteceu muitas vezes hoje uma emoção que nunca senti antes me tomou;vergonha.

Estava envergonhado por ter sido guiado pelas emoções desse corpo, —por emoções humana— por ter me comportado exatamente como um humano faria.

Eu sabia que só agir dessa maneira por causa do meu hospedeiro.

Ele estava mais forte que eu imaginava,e isso fazia eu me sentir miserável.

Voltei para casa quase ao anoitecer, enviei um e-mail para Suave Melodia e a Confortadora,me desculpando pelo meu comportamento e prometendo explicações;Ainda não sabia qual seria ,já que meu comportamento não era claro nem para mim.

Me deitei decidido falar novamente com Petas Abertas Para A Lua, e apenas esse pensamento me acalmou o suficiente para que eu dormisse.

Eu estava andando — tudo estava escuro.

Não conseguia ver nada, apenas ouvir; e eu ouvia outros passos atrás de mim.

Nós estávamos buscando... Procurando por uma pessoa.

Matar. — Esse era o único pensamento que tinha.

Eu teria que matar alguém.

E um rosto veio na minha mente; Era o rosto de uma mulher.

Uma mulher morena — seus cabelos negros cortados bem curtos—, sua pele bronzeada, as maças do rosto altas, seus olhos escuros e amedrontados .

Ela tinha que morrer.

Eu só conseguia pensar nisso:Ela tinha que morrer.

De repente,como se eu fosse levado de um sonho para outro tudo ficou claro e difuso.

A escuridão se foi,mas mesmo assim eu quase não conseguia ver,tudo estava embaçado.

— Tire suas mãos dela! —alguém gritou.

E com uma onda forte de Deja vi,me lembrei do sonho da noite passada,e esse conhecimento quase me despertou.

Era o mesmo sonho,mas agora eu conseguia ver alguma coisa.

Eu via apenas as sombras, e percebi que eram de dois homens brigando,e um deles estava tentando proteger essa mulher. — não entendi como eu sabia disso, fazia parte do sonho esse conhecimento.

Mas isso não importava, eu tinha que mata-la.

— Não o machuque! —Ela gritava, enquanto tentava lutar comigo — Seus esforços não era nada, eu era mais forte e a segurava sem fazer muita força.

— Acaba com a coisa Ian! — Alguém gritou para mim, eu conhecia essa pessoa —, mas o nome dele eu não me lembrava.

—Não! —A mulher e o homem -que tentava protege-la- gritaram juntos.

Eu não hesitei; nada importava agora, ela era um perigo e tinha que morrer.

Minhas mãos fecharam sobre seu pescoço, e eu a ergui do chão.

—Não! — Acordei em choque me sentando na cama.

Encarando minhas mãos, horrorizado com esse sonho .

Não.

Não era um sonho. Era uma lembrança.

Ele matou aquela mulher!Ele a matou com as próprias mãos!

Isso era... horrível... era desprezível, como uma criatura viva tem coragem de fazer algo tão... Não sabia como nomear.

Matar alguém! Matar alguém com suas próprias mãos!

Por um momento senti nojo de mim, daquelas mãos — as mãos que tiraram à vida de alguém—de alguém inocente.

Fui até o banheiro,e as lavei por vários minutos como se elas estivessem sujas de sangue — senti repulsa,ao olhar meu reflexo no espelho.

Quantas mais ele deve ter matado? — pensei lembrando do rosto da pobre criatura que perdeu a vida pelas mãos desse monstro.

Quem era ela? —perguntei fitando meus olhos, como se eu pudesse falar com ele.

O nojo e a raiva ainda eram fortes  em mim,mais fortes ainda enquanto eu continuava a me olhar.

Fiquei por muito tempo encarando aqueles olhos—meus olhos— e a lembrança do rosto veio,mas dessa vez em uma memória nova.

Eu não conseguia ver nada em volta dessa lembrança, apenas ela.

Ela me olhava assustada,estava sentada no chão,seu rosto sujo e exausto.

Sua expressão amedrontada, carregada de horror .Mas não sentia pena,não me comovia com seu medo.

Sentia apenas ódio.

Ódio pelo que eu via em seus olhos alem do medo...Ódio pelo brilho prateado.

Arquejei me afastando do espelho,não suportava mais olhar para aqueles olhos,era como se eu visse toda a crueldade humana neles.

Sentei na cama com o rosto entre as mãos tentando acreditar no que eu descobrir.

Ela era uma alma!

Agora eu entendia o ódio e a vontade de matá-la, que senti no sonho.Ela a matou por ela ser uma alma e ele deve ter matado outras almas também , era um monstro, um assassino.Isso explica porque ele tentou matar Pétalas Abertas Para A Lua.

Assim como eu pensei ele era um perigo para nossa sociedade.

E agora,havia mais um para mim Buscar, o outro humano... Kyle — o nome veio naturalmente quando lembrei da voz e das suas palavras no sonho.

E eu encontraria esse humano que provavelmente matou a outra alma que tentava proteger aquela mulher.

Eu iria Buscar por ele sem descanso até encontra-lo.

E sabia exatamente quem me ajudaria a fazer isso.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram do capitulo?

Até semana que vem!

Reviews e indicação a vontade.

[ ]´ Nick_fic