Era uma tarde chuvosa em Paris, as crianças saiam animadas da escola e uma em especial corria eufórica de encontro com seu pai, seus olhos azuis safira reluziam mesmo com o tempo nublado.

—Está bastante animada hoje. – O pai de Marinette comentou com um sorriso.

—Sim! É que amanhã deveremos fazer uma apresentação do herói que nós seriamos, então eu tenho que achar uma fantasia. Ah, e também você pode inventar um herói. – A pequena falava animada.

—Certo, certo. Então devemos ir logo para casa para fazermos a fantasia.

Dito isso pai e filha saíram andando, a garotinha contava tudo animadamente. Marinette sempre gostou da escola e das tarefas que passavam, e também era uma criança cheia de energia e muita esperta para ter apenas 6 anos.

Ao chegarem em casa a garotinha correu para a cozinha para encontrar a mãe.  A senhora Cheg cozinhava quando recebe um abraço inesperado por trás, a mulher sorri e se abaixa para retribuir o abraço da filha.

—Como foi na escola?

—Muito divertido, brinquei, fiz dever e li vários livros, então a professora passou um trabalho para a gente. Amanhã teremos de ir vestidos de um herói que você se identifica e falarmos dele, ou eu posso criar um herói. – A mãe da garotinha sorria.

—Então deve pensar no seu herói certo? Enquanto pensa eu termino de preparar o almoço. – A pequena assentiu, subiu para seu quarto e se pôs a pensar em que herói seria apropriado.

—Hmmmmmmm, talvez eu possa ir de Mulher-Gato, eu gosto de gatos e sou rápida como um. Não, não, com certeza vão fazer este. Então a Mulher Maravilha... Com certeza a Chloe vai querer esta heroína.

Depois de meia hora Marinette ainda pensava em que heroína se parecia e não conseguiu nada, já estava ficando triste quando sua mãe a chama para ir almoçar. A garota desce as escadas desanimada. Os pais preocupados perguntam:

—Está tudo bem?

—Sim, só que eu já pensei em todas heroínas possíveis e nenhuma é parecida comigo.

—E você não pode criar uma? – A mãe pergunta.

—Sim, mas eu não consegui pensar em nada também.

—Você é criativa, tenho certeza que vai pensar em algo incrível. – O senhor Dupain disse reconfortando a filha.

—É talvez.

Depois do almoço Marinette ajudou a mãe a recolher as coisas e então perguntou:

—Mãe que heroína você acha que posso ser?

—Hmmmmm, eu posso criar uma com base em um animal? – Sabine perguntou.

—É essa a ideia.

—Então eu acho que você seria a Super-Joaninha. – A mãe falou animada fazendo uma pose de herói.

—Uma joaninha? – A filha a olhou confusa. – Por quê?

—Hora, você é pequena, fofinha, muito esperta e gosta de ajudar os outros, como as joaninhas fazem com as plantas. Ah e também há uma lenda que diz que quando o caos caiu na Terra uma mulher com uma capa vermelha com pintas pretas veio e criou a luz e os sentimentos bons, diziam que ela tinha o dom de criar qualquer coisa. Você é uma garota que está sempre experimentando coisas novas e criando, se encaixa com seu perfil. – A filha ainda estava muito confusa. – E acho que uma joaninha como heroína é única, igual você. Sem falar que o vermelho combina com você. – A mãe apontou para a capa de chuva vermelha da filha.

—Então eu serei a Lady Joaninha! – A garota pula com um grito animado. – Mamãe você me ajuda a fazer a fantasia?

—Claro.

E com isso as duas pegaram a capa da menor e fizeram alguns círculos pretos, também pegaram as galochas que já eram preta e vermelha, fizeram uma asinha e uma antena improvisada, mas no final estava tudo bonitinho.

No dia seguinte

Estava chovendo e Marinette foi sozinha para escola com sua fantasia, e também voltaria já que seus pais estavam ocupados com uma grande encomenda para um casamento. A garota chegou a escola e contou para todos que heroína ela seria.

—Mas a joaninha é tão fraca. – Comentou um.

—E quase não tem utilidade. – Falou outro.

—Mas isso é realmente parecido com a Marinette. – Chloe disse zombeteira.

A pequena sentou em um canto desanimada. Na hora da apresentação Marinette ficou mais desanimada e quase ninguém na sala aplaudiu, mas ela podia ouvir os risinhos zombeteiros. A única pessoa que disse que ela tinha ficado ótima foi Nathaniel. A garota estava voltando para casa, a chuva já havia parado. Marinette passava chutando as poças de água.

—Hmpf, sabia que ia ficar estranha. – A garota parou na frente de uma árvore e a chutou, então ouviu um miado fino, havia um filhote de gato preso em um dos falhos da árvore. – Se eu realmente fosse uma heroína e forte como a Mulher Maravilha eu te salvava. – A pequena falou desanimada.

—E quem disse que você não é uma heroína? Por que não usa seus poderes de joaninha? – Um senhor velho e misterioso de olhos puxados disse chegando perto de Marinette.

—Eu não quero ter o poder de uma joaninha fraca. – A pequena bufou. – Sem falar que eu NÃO sou heroína. – O senhor riu.

—Mas é claro que é, todos somos heróis, com ou sem poder, desde que nós desejemos do fundo do coração poder ajudar ao próximo. Isso é ser um herói, basta você acreditar que pode ser este herói. E eu acho a joaninha muito forte, pois ela é sábia. – Os olhos da garota brilharam. – Você apenas precisa sair do casulo.

—Você... Acha que eu posso ser uma heroína? – O velho assentiu. – Então de hoje em diante eu vou acabar com a maldade! – A garota falou alto surpreendendo o senhor com tais palavras.

A menininha saiu correndo e antes que esquecesse se virou para agradecer o senhor.

—Muito obri... – Mas não tinha mais ninguém, apenas o pequeno gato preto no chão.

E então os anos foram passando e Marinette continuou ajudando todos que ela podia. E em um dia especial em um momento especial ela ajudou um misterioso senhor de olhos puxados e sem nem perceber a joaninha que estava no casulo voou.