Estamos Bem Sem Você escrita por Eponine


Capítulo 3
Capítulo 03




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— Esse suéter me faz parecer um sugar daddy? – Percy olhou para George com nojo.

— Quê? – indagou o irmão mais velho. Ron, Ginny, George e Percy estavam naquela cafeteria há mais de quinze minutos esperando Bill, que provavelmente esqueceu que marcara com todos eles ali. Ron fingiu que George não existia enquanto tomava seu café.

— Sugar daddy, você não sabe o que é? Aliás, eu acho que você é um. – George tomou um gole de seu frappuccino. Percy semicerrou os olhos, começando a ficar irritado. – É tipo, ser um velho gato. Há uma parte da população jovem que gosta e procura sugar daddies. Acho que todos nessa mesa têm potencial para isso.

Ronald olhou para o irmão.

— Você é casado.

George soltou um muxoxo.

— Eu gosto da ideia de fazer parte de um estereótipo que atrai pessoas, não significa que vou trair minha esposa. – Percy terminou seu café, desviando o olhar.

— Você consegue ficar mais idiota a cada ano. – murmurou, antipático como sempre.

— Eu acho que George amadureceu... Na medida do possível. – Ginny sorriu para seu cappuccino, com seus óculos de armação grossa.

— Percy, eu te amo. – George pegou na mão do irmão, o que fez Ron segurar o riso. Percy rolou os olhos e terminou seu café, olhando para Ronald.

— Como vai Hermione?

— Bem.

— Audrey deu uma aula sobre o último livro dela, A Dialética do...

— Olha, será que dá para falarmos sobre outra coisa? – Apesar de seu irmão George ser constantemente criticado por Percy, os dois tinham coisas em comum, e insistência era a semelhante número um.

— Por que? Vocês brigaram? Mais?

— Merlin...

— Ele não quer falar sobre isso, Percy. – Ginny virou-se para ele. – Vocês transaram?

— Olha, eu vou embora, caso Bill apareça... – Ron ameaçou levantar.

— Ei, onde você vai? – Bill finalmente chegou tirando seu cachecol, risonho. Sentou-se ao lado de Percy e apenas com o acenar do dedo, a garçonete já sabia seu pedido. – Aliás, como vai a minha muitíssimo amada Mione?

— Por que vocês não perguntam como estão Rose e Hugo?

— Porque nós os vemos sempre, Hermione acabou de voltar. – explicou Percy. – Por que você está tão alterado? Não estou entendendo.

— Eles transaram. – afirmou George. Bill parecia chocado.

— Ronald! – Bill sorriu para a garçonete, pegando seu copo de café e dando um gole. – Foi agressivo?

— Eu...

— Cara, não quero imaginar vocês transando... – murmurou George, parecendo passar mal.

— Eu quero. – sorriu Ginny.

— William, o que você quer? – questionou Ron, perdendo a paciência e batendo na mesa, assustando a cafeteria. Ele abaixou a cabeça, constrangido, até todos pararem de olhar. Seus irmãos ficaram em um silêncio desconfortável.

— Já sabemos de quem James herdou o TEI. – murmurou Ginevra.

— Puta que pariu! – sibilou Ron.

— Ok, ok, calma vocês, calma! – Bill terminou de rir enquanto eles perdiam Ginny para seu celular. Ronald pediu mais um brownie quando irmão bateu as palmas. – Bem, minha grande novidade é na verdade um pedido de ajuda... Eu vou me casar com Fleur mais uma vez.

Todos continuaram mudos.

— Para comemorar nossos vinte anos juntos...?

Todos disseram “aaah” em coro, entre sorrisos e parabenizações.

— Gostaria que Harry fizesse o mesmo! – lamentou-se Ginny.

— Mas ele vai. – disse George. Ginevra congelou. – Brincadeira, seu marido é um tapado.

— Enfim, voltando ao assunto. – Bill terminou seu café. – Vai ser no fim do mês que vem, obviamente porque quero que as crianças estejam aqui para isso e... Bem, a melhor parte é que vai ser uma surpresa de aniversário para Fleur.

— Ela vai casar de novo sem saber? – indagou Percy.

— Basicamente. – sorriu Bill, ele estapeou a mesa, animado. – Eu consegui contratar a Carla Bruni, acredita? O casamento pode sair uma merda que só a presença dessa mulher vai salvar tudo!

— Então temos que fazer o que? – perguntou Ron.

— Bem, eu vou precisar de ajuda, óbvio, não consigo fazer tudo sozinho. Então as únicas pessoas que sabem somos nós e meus filhos. Apesar que me arrependi de ter contado a Louis, ele é muito temperamental...

— E o vestido?

— Ah, tudo questão de manipulação, preciso que você saia bastante com ela, Ginny, e a convença a escolher um vestido branco.

Ron ouviu a conversa de seus irmãos, em silêncio. Todos ali na mesa, casados, e seu irmão mais velho se casando pela segunda vez, em uma relação perfeita. Sentiu uma espécie de raiva misturada a inveja, por mais infantil e egoísta que aquilo fosse.

Após o encontro, foi buscar Rose em seu curso de Química e Hugo na Natação. Ele parecia decepcionado em não ser sua mãe. Como de costume, os dois conseguiram discutir o trajeto inteiro para casa, Ron nem se dava o trabalho de apartar a briga, a não ser que partisse para algo físico. Chegando em casa, Hermione também não estava lá.

Seu sangue pareceu gelar só de pensar na possibilidade dela realmente ter se mudado e ainda sem avisar, aquilo mataria Hugo. Começou a esquentar o almoço enquanto os dois arrumavam a mesa.

— Por que você está tão preocupado com ela? – debochou Rose, empurrando Hugo para sentar-se. – Ela nem liga pra você.

— Isso não é verdade. – Hugo pareceu magoado. – Ela mandou meu livro do Douglas Adam para ele autografar.

Rose gargalhou.

— Você é tão trouxa. Ela está comprando sua atenção para não se sentir mal por ser uma péssima mãe!

— Rose! – a voz forte de Ron calou a garota por alguns minutos, mas Hugo parecia a ponto de abrir o berreiro. Ele sempre foi mais sensível que Rose. Ronald sentiu-se mal pelo filho enquanto o servia de macarrão, passou a mão em sua nuca. – Não dê ouvidos a sua irmã.

— Quando ela vai embora? – questionou Rose, se servindo enquanto Ron sentava. – Aliás, o que ela está fazendo aqui?

Ronald deu um olhar fulminante para Rose, o que a calou até o fim do almoço, mas Hugo preencheu o silêncio narrando detalhadamente a nova manobra que consegue fazer debaixo d’água. Hugo lavou a louça e Rose recolheu-se em seu quarto, provavelmente para terminar de ler algum livro. Ron subiu as escadas, exausto, mas pronto para mandar alguns e-mails para os gerentes da Gemialidades Weasley em Barcelona. Passou pelo quarto de hospedes, o notando entreaberto.

Acabou entrando no quarto e assustou-se com Hermione sentada na cama, de roupão, penteando seu cabelo molhado.

— Você estava aqui o tempo todo? – ele suou frio com a possibilidade dela ter ouvido Rose falando dela, ela não estava falando baixo. Pelo seu nariz vermelho, Ron soube na hora que ela ouvira tudo.

— Aham. – retrucou rouca. – Vou secar meu cabelo.

— Ok... Se precisar de qualquer coisa... Eu deixei um prato pronto para você na geladeira.

— Obrigada. – Ron retirou-se do quarto, com vontade de estrangular Rose, mas foi para seu quarto, tentando colocar a culpa no mundo inteiro, menos nele mesmo. É isso, não? Hermione estava colhendo o que plantou, o desprezo de sua filha não é absurdo. Não que ela mereça, claro que não... A relação entre as duas sempre fora complicada. Pegou o quadro em sua escrivaninha, com uma Hermione cansada, mas feliz, com a bebê Rose em seu colo. A foto não levava ao presente nem mesmo um terço da horrível época em que Rose nascera.

“Hermione estava chorando há duas horas, desde que o parto começara. Ron estava tão assustado e nervoso que não conseguia pensar em nada para consolar sua esposa. O ato em si era tão brutal e mágico que Ron estava mais anestesiado que ela.

Quando a médica finalmente tirou o bebê berrante de Hermione, seu choro se tornou mais particular e sofrido, algo que só teria sentido alguns meses mais tarde. Ela virou seu rosto para Ginny, chorosa e apnéica. Ron parecia enfeitiçado pelo bebê e simplesmente largou a mão de Hermione, sem piscar, indo atrás da enfermeira que tinha sua filha nos olhos. Acompanhou todo o processo, já emocionado quando finalmente lhe deixaram pegá-la no colo.

Estava pisando no chão firme com cuidado em direção de Hermione, que parecia agonizar para Ginny, falando coisas sem sentido:

— Não... – ela segurou Ginny. – Não, eu não...

Ron não entendeu nada. A médica interviu, pegando a criança no colo de Ron e colocando a força nos braços de Hermione. Ela aceitou, confusa e trêmula, tentando sorrir para Rose, admirada com a criança em seu colo. Ginevra olhou para Ron um pouco desconfortável, apesar de acariciar a amiga.

Três semanas depois, Hermione fora diagnosticada com depressão pós-parto”

Colocou o quadro no lugar, sentindo-se enjoado.

Sentou-se diante do computador e escreveu seus e-mails, mal notando a passagem de horas. Desceu para fazer um pouco de café, notando Hermione conversando animadamente com Hugo, deitado em seu colo, enquanto assistiam alguma série. Ela o notou e sorriu levemente, aparentemente cansada, acariciando o cabelo do filho.

Ron fez o café e encheu duas xícaras, preparando também um copo gelado de leite com chocolate. Os dois copos flutuaram para a sala enquanto ele levava sua xícara, sentando-se na poltrona, tentando identificar a série. Hugo parecia extasiado com a presença de seus pais no mesmo ambiente e devorou seu copo de chocolate. Rose desceu as escadas, assustada com a imagem na sala de estar.

Foi firmemente até a poltrona e deitou-se no colo do pai, ainda em protesto com a mãe, mas provavelmente também encantada com a junção da família. Os quatro assistiram a série em silêncio.

The Skyliners - Since I Don't Have You


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Notas finais do capítulo

Óbvio que eu não ia fazer a Mione de vilã nessa história, então teremos as duas versões sofridas dessa história.

Sobre essa Gemialidades Weasley em Barcelona, eu decidi que o George expandiu esse comércio tipo McDonalds, então tem pelo menos uma na capital de cada país, eu quis fazer assim para não mantê-los pequenos e presos ali no Beco Diagonal.

Espero que estejam gostando!