- Diga-me! Por quê? P-por que ela? – Indaguei.

- Foi o destino... Tinha que ser desse jeito! –  disse Grover.

- Não! – Gritei recusando aquelas palavras – Eu a amava! Você não entende?

- Percy... eu entendo...

- Mentira! Se entendesse pararia de falar isso! – Sentia meu corpo se contrair, o desejo incontrolável de me ajoelhar e chorar. – Eu devia... Não ela!

Virei-me e corri, sem destino. Só precisava me afastar, sofrer sozinho. Caminhei direto para nossa casa... Nossa... Minha e de Annabeth. As lagrimas escorriam pelo meu rosto copiosamente.

Adentrei a sala e me joguei no sofá, apoiei minha cabeça entre as mãos e chorei descontroladamente. Sentia-me sem forças, sem vontade de viver, eu não precisava viver. Annabeth era tudo é tudo e sempre será, minha razão de acordar todos os dias, agora sem ela qual é o motivo?

Lembranças rodopiavam em minha mente, seu rosto, olhos acinzentados, seu sorriso... Aquele som que para mim, era mais perfeito do que o cantar de pássaros, do que o instrumento mais afinado... Era perfeito... Seus cabelos loiros voando junto com o vento, seu cheiro... Tudo para mim era Annabeth.

Eu não conseguia me perdoar, por não ter dito a ela que eu a amava todos os dias e que quanto mais o tempo passava mais eu a amava. É insuportável pensar em continuar aqui sem ela.

Outras lembranças apareceram, ela irritada comigo seus olhos tempestuosos:

- Ouça Percy! Você está errado!

O som ecoava em minha mente.

Comecei a sentir frio, sentir-me só. A sensação era horrível.

Corri para nosso quarto e abri o armário. O seu cheiro encantou-me de tal forma que queria ficar ali para sempre. Sentindo-a perto de mim. Sentei-me a frente do armário e fiquei olhando para as suas roupas... Suas coisas.

- Oh! Annabeth... Minha Annabeth! – Chorei…

Deitei-me na cama, do meu lado, e fiquei olhando para o espaço vazio ao me lado. Por um momento achei que a vi, usando o seu vestido florido e sorrindo.

- Você ficará bem meu amor! – disse ela

- Não sem você ao meu lado... – lamentei

O vento entrou pela janela e a fez sumir.

Levantei e fechei a janela:

- Não! Annabeth, amor volte! – gritei sozinho – Por favor, não me deixe... Não... Não sem você.

Joguei-me na cama, me encolhi e sussurrei para mim:

- Annabeth... Vou ficar com você! Para sempre...

Senti algo debaixo do travesseiro. De lá puxei uma câmera e junto estava um bilhete de meu amor:

“Não fiquei triste Percy, sempre estarei com você”

Abri a câmera e o vídeo se iniciou: Ela estava sentada em nosso jardim escorada no pinheiro.

- Percy, quando você vires isso será porque minha doença já me consumiu. Não fique triste, não chore. Nosso amor é eterno. Nada, jamais poderá nos separar.

Não pude suportar essas palavras, chorei e urrei de tristeza.

- Eu sei que nosso amor é eterno! Mais é tão difícil... Pensar em viver sem você – respondi assistindo-a rodopiando cantando nossa música. – eu não quero... Eu só queria poder acreditar que isso não é verdade... Que você não se foi!

Ela terminou de cantar e sentou-se novamente sorrindo com uma única lagrima escorrendo pelo seu rosto:

- Se você acredita, estarei com você...

Annabeth secou a lagrima e pegou uma foto nossa, nosso primeiro ano como namorados, tínhamos apenas dezessete. Eu a tinha em meus braços, pude me lembrar da sensação...Era tão bom.

- Se lembra? – Ela perguntou - Você estava tão nervoso, mesmo depois de um ano de namoro você ainda queria me agradar.

- Me lembro... - respondi para a câmera.

- Percy eu te amo e isso é só para te lembrar disso, por favor não sofra ou se culpe, aproveite a vida meu amor!Execute todos os nosso planos por nós, tudo bem? – ela sorriu e mandou um beijo.

O vídeo acabou.

- Céus... Como Annabeth?Viver sem você é impossível! Mas irei tentar por nós meu amor! Só quero me despedir!

Sequei minhas lagrimas, peguei a chave do carro e desci as escadas. Entrei no carro e corri pelas ruas até chegar ao cemitério.

Desci do carro e entrei lá e fui direto para sua lápide.

- Oi amor... Eu vim aqui para te deixar isso... – falei entregando as flores que não tive coragem de deixar aqui mais cedo.

- Lembra-se do nosso livro? Morro dos ventos uivantes? – eu olhei para a lápide – E disse Heahtcliff: - como posso viver sem minha vida? Como posso viver sem minha alma?

- Eu entendo como. Você não me deixou. Você vive em mim, nós somos um. – pela primeira vez em dias eu sorrio.

- Adeus amor. Vou partir para o resto da nossa história até que nos reencontremos no dia da minha morte, mas até lá escreverei sobre você, sobre nós- eu hesitei - E espero minha querida, ansiosamente por esse dia em que você não terá que esperar. E para sempre juntos ficaremos.  

- EU TE AMO! COMO SEMPRE AMAREI!... A cada dia mais um pouco!