Os Cinco Selos escrita por Tio Arcanjo


Capítulo 210
Caldeira


Notas iniciais do capítulo

Yooo!

Como tagarelei muito sobre o capítulo (algo muito raro) nas notas na vez passada, nem deu para falar sobre a nova capa dos Selos!
Obviamente, não fui eu que fiz. Apenas peguei a imagem e editei ela no canva! Por conta disso, vou deixar o link da onde tirei nas notas finais
Bem, escolhi essa art pois me lembra muito do Lúcifer. Apenas basta mudar a cor do cabelo para preto e imaginar veias negras em seu rosto, mas o ar de superioridade em um trono reflete muito a ele. Também há elementos como as asas e a espada...
Enfim!

Boa leitura ^^



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Assustando-se que havia perdido a consciência, Aiken se levantou em um pulo e puxou sua katana Lua da bainha, preparando-se para revidar ao ataque. Contudo, estava sozinho, sem Selos ou Lúcifer próximo. Ainda desconfiado com a situação, ele manteve sua katana em punho.

O calor era intenso. Sua pele estava ressaca, sua boca seca e transpirava intensamente por dentro da armadura, parecendo que estava em um forno. Ao olhar para cima, entendeu o porquê: seis sóis ardiam sobre sua cabeça, sem nem mesmo ter alguma nuvem no céu meio avermelhado. Após dar um longo suspiro de desanimo, percebeu a dificuldade que tinha de respirar. A atmosfera era pesada, cinzenta e com fuligem pairando no ar. Bastou apenas uma olhadela ao redor para ele entender o porquê: haviam cadeias de vulcões o cercando. Todos estavam ativos, com seus picos incandescentes e exalando fumaça.

— Vou sair daqui torrado pra cacete, e muita cerveja beberei para me hidratar!

Depois de embainhar a lâmina, Aiken agachou e pegou um punhado de terra, averiguando a consistência com os dedos e deixando-a escapulir por entre eles. Apesar de muito seca, por motivos óbvios, assemelhava-se em muito com as do Reino Humano. Fazendo a mesma análise com as rochas, percebeu que eram tão idênticas quanto, porém poderiam ter propriedades diferentes que não eram possíveis enxergar só com seus olhos.

Julgando que não seria uma sábia escolha ficar ali parado esperando que algo acontecesse, decidiu se mover por aquele lugar estranho com a esperança de encontrar os outros Selos. Alguns passos depois, Aiken começou a escutar sons de água corrente por perto, e imediatamente seguiu por este rumo. Ora, ficou espantando ao encontrar o leito, pois, ao invés de ser água, era de sangue, ou pelo menos algo tão carmesim quanto. Obviamente curioso, o Selo se aproximou da margem e agachou, colocando sua mão direita em forma de concha no líquido carmesim. De imediato constatou que realmente não se tratava de água, porque era uma substância mais viscosa e densa. Enquanto esfregava com as pontas dos dedos, percebia que também era levemente pesada e abrasiva. Parecia ser a junção de muitas coisas, até mesmo o sangue de fato, mas também magia.

Sob gritos de agonia, um grupo de almas penadas desciam do céu, contorcendo-se entre si. Elas pairaram no ar, descendo lentamente até mergulharem no rio de sangue. Sentindo os pelos de seu pescoço se ouriçarem, Fome se ergueu com a mão repousada no punho da espada e deu apenas um passo para trás. Seus olhos estavam fixos no local onde as almas imergiram.

Uma pata com quatro garras emergiu e agarrou na margem, seguidamente içando do rio uma besta de quatro patas. Era maior e mais troncuda que um cão, porém sua pele, desprovida de pelos, era idêntica à humana. Sua face era achatada, desprovida de olhos e nariz, apenas detinha uma bocarra com dentes desnivelados e podres. Suas costas eram completamente preenchida por pequenos rostos em expressões macabras. Ele virou seu focinho na direção do Selo, salivando.

— Ah... mas que criatura ridícula você é — exprimiu com desgosto o nephilim.

Os pequenos rostos lançaram um longo grito agudo e grotesco, causando dores nos ouvidos do Selo. Seguidamente, a besta investiu contra o nephilim inicialmente em uma corrida, depois saltou com seus dentes à mostra. Sobre o sutil vibrar da lâmina saltando da bainha, o demônio teve seu corpo dividido em dois antes mesmo que tocasse o chão, e as partes passaram pelas laterais do Aiken sem trazer risco algum. Chacoalhando sua espada roxa, ele retirou o sangue e pedaços de vísceras do aço.

Aiken se aproximou das metades, agachou e observou as entranhas. Para sua surpresa, não encontrou nada de muito diferente do que a estrutura daquele ser deveria ter: carne, esqueleto, sangue, órgãos. Aquele troço não era magico, e sim uma criatura bem viva, apesar de como nasceu e sua aparência! E o que deve ter lhe dado vida foram aquelas almas quer mergulharam no rio de sangue, mas também não deixaram este corpo após a morte.

Passos.

Tremores.

Do alto de um relevo, mais um demônio surgiu. Este era muito alto e musculoso, parecendo um touro em um corpo humanoide. Sua pele era cheia de cicatrizes em alto-relevo. Aiken deu um longo salto para trás, e a criatura pousou onde estava. Este novo demônio pegou os restos mortais da criatura que o Selo matou e colocou em sua boca, destroçando-o com seus grandes dentes e forte mandíbula, em seguida engolido. Com seus olhos afiados, Aiken percebeu os músculos do demônio de repuxando e dilatando; com sua percepção aguçada, também sentiu seu poder crescendo levemente.

— Ora, antigamente vocês deveriam comer humanos para se fortalecer, mas, pelo que vejo, agora podem fazer isso comendo seu semelhante. Cara, os humanos irão adorar saber disso!

O demônio bufou, erguendo-se. Ele era alto, muito alto. Uma estatura equivalente a dois Dantes, mas talvez não tão musculoso quanto.

A criatura avançou golpeando muitas vezes com seus pesados punhos, mas o nephilim desviava de tolos eles dando saltos que iam de um lado para o outro e para trás. A cada erro, o demônio fazia seus golpes ser mais pesados e destrutivos. Contudo, no momento certo, Aiken desviou girando para fora do braço. O demônio urrou quando a lâmina passou rasgando seu braço fora, recaindo ao chão e esguichando o fluído carmesim. Seu grito de dor fora silenciado quando a katana perfurou sua garganta, fazendo-o engasgar com o próprio sangue. Impotente, o demônio tombou no chão já morto.

Um grasnar no céu.

Quando Aiken olhou, viu um demônio alado mergulhando no ar em sua direção. Só deu tempo dele abaixar, e as garras passaram muito perto de arrancar seu afro. Porém, o alvo daquele demônio era aquele que acabara de cair. O Selo pensou em matá-lo, mas logo outros alados chegaram. Eles se amontoaram sobre o demônio morto, dilacerando sua carne e comendo. Eram pequenos e estavam arqueados sobre seu banquete, assemelhando-se a abutres sobre a carne podre.

Algo no nephilim dizia para se afastar, então assim o fez sem dúvida.

Ora, pouco tempo depois mais demônios emergiram do solo, estes com corpos alongados e desprovidos de membro, assemelhando-se a serpentes, porém mais grossas e com muitos dentes afiados e sobrepostos. Eles se entrelaçaram com os alados, disputando a carne e desejando ainda mais.

Aiken fez uma careta.

Sua katana roxa foi embainhada.

Um sorriso sádico brotou em seus lábios.

Suas katanas negras foram desembainhadas.

Imbuído em chamas prateadas, Fome saltou em meio aos demônios. Com o simples mover de seus braços, as katanas responderam decepando membros dos demônios próximos. Um dos que pareciam uma serpente se empertigou em sua direção com a bocarra aberta, mas acabou sendo preenchida pela lâmina negra, seguidamente rasgada.

Ora, não é preciso dizer que o selo da Fome massacrava aqueles demônios tão fácil quanto uma simples atividade de cortar folhas inanimadas. Nos últimos momentos, um demônio sem membro tentou fugir rastejando-se pelo solo, mas fora impedido quando Aiken cravou uma de suas espadas na ponta do corpo dele. A segunda espada encontrou seu destino entre os olhos do demônio alado. Ao mesmo tempo, o nephilim girou seu corpo, fazendo suas lâminas finalizarem ambos demônios.

Enquanto olhava o sangue tingindo suas espadas, ele suspirou.

Palmas ecoaram. Imediatamente Aiken virou na direção do som com a espada erguida e encontrou outro demônio.

— Uma belíssima demonstração de carnificina digna de um dos Selos — disse enquanto gesticulava.

Este demônio era diferente dos outros até então. Sua pele avermelhada detinha sulcos que ardiam de maneira incandescente, assim como a ponta de seus chifres e sua íris. Era esquio e pequeno. Tiras de couro envolviam seu corpo, acoplando pergaminhos, frascos e instrumentos desconhecidos. Percebendo que o Selo o estudava, o demônio abriu um sorriso malicioso, demostrando seus dentes afiados e enfileirados.

— Eu me chamo Azason. — Fez uma breve reverência. — É um prazer conhecê-lo, Fome.

Aiken sentiu astúcia emanando dele.

— Como percebeu, sou diferente destes... — Azason fez uma pausa para gesticular, demonstrando os demônios mortos sob o nephilim. — ... destes demônios.

— Então, explique-me, demônio, como você não irá acabar como estes — exigiu o Selo, sem abaixar a lâmina.

Azason abriu os dedos da mão em pedido de calma. Eram compridos e detinham unhas grandes, coberto por pelos negros. Suas asas de membrana carmesim se agitaram levemente em uma demonstração de medo. Ou pelo menos é isso o que ele quer que eu pense, refletiu Aiken.

— Diferente dos meus semelhantes, não almejo batalhas. Logo, também não me importo com toda esta guerra na qual Lúcifer criou apenas para demonstrar o quão poderoso é. Eu busco... conhecimento. Desejo me tornar um livro vivo, e não mais do que isto.

— É um começo, mas ainda vejo sua cabeça desprendendo do corpo, Azason.

— Posso lhe contar um pouco sobre o inferno e o andar no qual estamos no momento. Você também sente “fome” por isto, não é, nephilim? Pelo conhecimento... — Azason abriu os braços. — Contudo, em troca de conhecimento, eu também exijo conhecimento. E desejo saber sobre suas espadas.

— Não.

— Imaginei que negaria. — O demônio de uma breve risada. — Por isto, não precisa que conte sobre elas. Apenas que eu dê uma olhada mais de perto.

Aiken ponderou sobre a oferta por um instante, pois era muito tentadora. Se eu descobrir um pouco acerca do inferno pode ser importante para o futuro. Posso descobrir como sair daqui e, posteriormente, como voltar para o Reino Humano, pensava o Selo. Tudo isso em troca de apenas uma olhada em minhas lâminas... é suspeito, de fato, mas o risco vale.

— Tudo bem, Azason, concordo com seus termos, mas com um detalhe a mais. — O Selo embainhou suas katanas. — Não confio em você. Então, faremos assim: você me conta um pouco, daí eu lhe mostro uma espada. Depois, me conta o resto e te mostrarei as outras duas.

— Acho justo os termos. Também espero que com eles estejam a garantia que continuarei vivo.

— Ora... — Aiken sorriu. — Isto vai depender do teor de suas informações.

O demônio pensou em rir, mas percebeu pelo olhar do Selo que aquilo não foi uma brincadeira. Era um aviso muito amigável da parte dele, na verdade. Após pigarrear, ele começou a dizer:

— O inferno, como você bem deve já saber, é uma dimensão que fora originada por Lúcifer, que segue em paralelo com a dimensão principal, que é onde o Reino dos Humanos fica. Em outras palavras, é uma extensão não natural que traga energia do Reino Humano para se manter. Assim como o Reino dos Céus. Esta dimensão criada pelo anjo caído, fora tão meticulosamente projetada que se divide em outras sub-dimensões, com diferentes biomas e, consequentemente, faunas e floras. Estas sub-dimensões ficam uma sobre a outra, como...

— Uma torre — concluiu Aiken. — Por isto chama este lugar de “andar”.

— Uma torre, não. Uma tigela funda. — Azason ergueu sua mão esquerda fazendo o formato de uma concha. — As dimensões irão se sobrepor uma sobre a outra, como camadas, mas também algumas ficarão lado a lado, como divisórias. Você pode olhar para cima, para baixo, para os lados e pensar que não há um fim, mas tenha certeza: uma hora você irá dar de cara com uma parede invisível. Do outro lado, dependendo da onde você esteja, pode haver outra dimensão, ou somente o vazio. Os outros Selos se encontram espalhados por esta... “tigela”. Enquanto você, encontra-se bem no fundo. No último andar, em um bioma solitário, o mais abrasivo e caótico... Está no temível andar da Caldeira, Fome.

O demônio olhou para a cintura do Selo, encarando as espadas embainhadas de maneira sedenta, depois subiu seu olhar. Aiken entendeu o que aquilo queria dizer, então sacou sua katana roxa, Lua, e ergueu-a em direção a criatura. Suas asas se agitaram e Azason flutuou no ar até se aproximar da arma, observando de perto e minuciosamente a lâmina. A superfície roxa parecia ser nova, pouco usada. Emanava poder dali, contudo era nítido que o poder adormecido naquele aço era muitas vezes maior do que o despertado de fato. Aquela espada havia experimentado pouco sangue ainda.

— É um aço antigo, porém você começou a usá-la há poucos anos. Anseia por sangue, pois sabe que está longe de seu verdadeiro poder — observava o demônio, anestesiado. — De fato, Lúcifer nunca contou sobre ela... Por quê?

A lâmina oscilou no ar em um movimento veloz e deslizou de volta para a bainha.

— O trato é apenas observar — sorriu Aiken. — Você dizia que estou na Caldeira.

Com um resmungo triste, Azason agitou suas asas para voltar em sua posição. Ele moveu seu braço direito de forma a mostrar a paisagem e depois juntou os dedos das mãos.

— Sim, este é o andar que apelidamos de Caldeira. As almas moribundas que aqui descem ocasionalmente irão mergulhar no rio de sangue, e, quando isto acontecer, seus terríveis pecados finalmente serão libertos, tomando uma forma... um corpo. A vida aqui é bastante difícil, nephilim. O demônio que aqui nascer, além de ter que suportar esta altíssima temperatura e este ar sórdido, terá que batalhar contra outros demônios em prol de sua sobrevivência e poder. Em outras palavras, na Caldeira, o demônio mais forte devora o mais fraco e se fortalece ainda mais. — Ele abriu um sorriso malicioso enquanto esfregava as mãos. — Em outra visão... Quando os pecados tomam a forma material de um corpo, eles irão devorar mais pecados, intensificando e tornando-se mais sedentos.

— Não é muito diferente do que fazemos, afinal. — Aiken sorriu. — Quanto mais nos deixarmos levar pelos pecados, mais sedentos eles ficam. Só não saímos por ai comendo uns aos outros... pelo menos, não literalmente.

— Certamente. Por conta da peculiaridade deste local, aqui é da onde Lúcifer retira os demônios mais poderosos para somar em seu exército.

Azason fez uma pausa. Ele caminhou de um lado para o outro por um tempo, a passos propositalmente débeis; como se estivesse construindo uma linha de raciocínio. Em seguida, parou olhando para o Selo e retomou a fala, gesticulando ainda mais:

— Certo dia, anos antes, um dos Dedos do Imperador decidiu aqui descer, pois estava entediado e queria se entreter com um demônio poderoso que aqui habitava. Um pensamento que demonstrou ser tolo, pois este Dedo encontrou o tal demônio que iria entretê-lo, mas acabou sendo morto por ele. Não, o Dedo não era fraco, o demônio que era poderoso demais. Alarmado com este acontecimento, Lúcifer desceu em carne e osso para ver como era este demônio. Os dois tiveram um embate, mas, diferente que todos pensavam, Lúcifer não o matou. De fato, o demônio era poderoso, e, como acabara de perder um Dedo, havia visto ali um potencial. Contudo, era decepcionante o fato da criatura não ser sapiente: só o que sabia era lutar e lutar. Tanto que nem sequer entendia a diferença absurda da superioridade do anjo caído em relação a ele. Então, em um ato de benevolência, o Imperador do Inferno deu-lhe... — Azason cerrou o punho esquerdo e depois abriu os dedos lentamente, emanando um cintilar branco. — ... a luz. Com esta luz, o demônio finalmente pensou, e logo viu a diferença de poder absurda entre os dois. Sendo assim, ele apenas se ajoelhou diante do imperador em forma de clemência.

Azason novamente fez uma pausa e fixou seus olhos na cintura do Selo. Aiken realmente estava gostando das informações que o demônio compartilhava, então não hesitou em desembainhar suas katanas negras. Azason agitou suas asas e fez que ia flutuar para mais perto, mas imediatamente parou. Sentia uma pressão horrenda sobre ele. Era como se tivessem diversos olhos sedentos o encarando... julgando seus pensamentos e sua alma corrompida. Entendendo o que se passava, ele deu um sorriso amarelo.

— Ah... as incríveis irmãs julgadoras! Premissa e Falácia!

— Se não consegue se aproximar, já sabe o que elas julgaram sobre você, demônio.

Azason se arrepiou. Não querendo arriscar, ele preferiu admirar as lâminas dali mesmo. Eram, de fato, bem mais desgastas do que a katana roxa, mas eram muitas vezes mais poderosas. Haviam provado centenas e mais centenas de sangue de diferentes indivíduos, e percebeu que estavam sedentas pelo dele também. Agora, percebeu o quão incrível o nephilim era por não sucumbir perante a malícia de suas lâminas: se fosse ele mesmo ali, provavelmente sua mente seria devorada por ambas e atacaria sem hesitar. Isso significa ele só seria movido pela vontade das lâminas, diferente do nephilim, que, aparentemente, tem total controle sobre elas.

— Magnifico — foi só o que o demônio conseguiu dizer, pois não tinha palavras para definir o quão anestesiado estava.

Quando Aiken embainhou as katanas, Azason imediatamente sentiu um alívio. Após pigarrear e se aplumar, retomou:

— Como estava dizendo, Lúcifer deu-lhe a capacidade de pensar, em seguida o dom de falar, o conhecimento e até mesmo magia. Contudo, o demônio ainda ansiava por muitas batalhas. Lúcifer entendia muito bem esta vontade: a de provar se superior a todos. Então, o Imperador deu-lhe um castelo aqui. — Azason abriu os braços em um gesto exagerado. — E assim nasceu Be'vros, o Senhor da Caldeira. Ocasionalmente, demônios poderosos adentram em seus paços e batalham contra ele. Caso percam, Be'vros irá decidir se o demônio é digno de subir para o exército de seu Imperador, caso não, será devorado para lhe fortalecer. Se um dia um demônio conseguir derrotar o Dedo, irá devorá-lo e tomar sua luz, ascendendo para se tornar um Dedo em seu lugar.

— Uma história muito bonita, quase chorei umas três vezes.

— Não é?

O tomo na cintura de Azason se desprendeu e flutuou até a altura de sua cabeça. O livro abriu e começou a folhear sem haver o toque do demônio, parando em uma página especifica. As letras incandesceram e as folhas pareciam arder em chamas, quando uma esfera de energia laranja surgiu entre as páginas, depois flutuou em direção ao Selo e o circulou.

— Para sair daqui, você deverá matar o Dedo Be'vros — explicava o demônio —, e esta luz te guiará até seu castelo.

— Por que você está fazendo tudo isso, demônio? — questionou Aiken. — Isto com certeza pode ser visto como traição aos olhos de Lúcifer.

— Como eu havia tido, não ligo para esta guerra e conhecimento requer um preço. Ver as suas lâminas, vale mais do que te contei, contudo falar mais iria... comprometer em muito. Então, estou lhe dizendo o suficiente para conseguir sair deste lugar e um pouco mais. Já sobre correr o risco de ser acusado de traição: não faz tanta diferença. — O demônio riu. — Até porque, vocês irão matá-lo, não?

Dito isso, um círculo mágico se fez no solo abaixo da elevação e Azason foi em sua direção. Ele escutou o sútil som de uma lâmina saltando da bainha e olhou por cima dos ombros, encontrando o Selo apontando a espada em sua direção.

— Pode esconder suas intenções sob a palavra de “paz” de que deseja se tornar um livro vivo, mas saiba que você adentrou em minha lista em possíveis ameaças, Azason. — As íris prateadas do Selo cintilaram sob um olhar sombrio. — Pois não há nada mais perigoso para o equilíbrio do que um ser dotado de conhecimento e pensamentos sombrios.

Em resposta, Azason apenas sorriu maliciosamente. Seguidamente, saltou e adentrou no círculo mágico, desaparecendo dali.

Algo em mim, diz que eu deveria tê-lo matado agora mesmo, pensava o nephilim, e assim eu farei na próxima vez que encontrá-lo.

A luz oscilou ao seu redor e começou a seguir um caminho. Fome embainhou sua lâmina e seguiu a luz em direção ao encontro do Dedo.

Continua ♥ :p


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Notas finais do capítulo

Eis! Agora nossa história irá passar na visão do nosso menino do afro
Vocês já sabem como funciona minha mente quando é Aiken, né. Já viajo imaginando situações bizarras
E não vai ser muito diferente dessa vez
Obg por terem lido!
Fiquem com Buda, saiam de casa apenas quando necessário, lavem as mãos e não usem drogas! ;)

Fanfic também postada em: http://onlyanimes.net/fanfics/historia/22332/os-cinco-selos
http://fanfics.com.br/fanfic/52986/os-cinco-selos-rpg
https://fanfiction.com.br/historia/686669/Os_Cinco_Selos/
https://www.wattpad.com/story/71389755-os-cinco-selos/parts

Capa da história: https://www.deviantart.com/concept-art-house



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