O Livro de Eileen escrita por MundodaLua


Capítulo 13
Noite de Festa


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês meus queridos leitores. Espero que gostem...



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De tudo que seria necessário para invadir a festa dos Adiers, o mais difícil seria conseguir um convite, uma vez que Pâmela não foi convidada. Mas a mulher tinha vários amigos na cidade, era só uma questão de conversar, e foi isso que ela fez. Enquanto isso os irmãos e Eileen pensavam em uma estratégia para roubar o colar. De forma alguma eles imaginavam que a peça ficaria a mostra, era quase certo que estaria em um cofre, mas isso não seria problema uma vez que tinham Eileen. Ela se encarregaria de destruir qualquer barreira que surgisse. O fato é, que, segundo algumas plantas que conseguiram reunir, o palacete era enorme, cheio de câmaras ocultas e salas escondidas, e eles tinham certeza, estariam bem guardadas.

Consideraram se deveriam contar a mulher a verdadeira natureza de Eileen, mas resolveram que era melhor esperar um pouco mais, ou talvez até mesmo não falar nada. Embora a menina desconfiasse que Pâmela já soubesse que ela não era completamente humana, os olhos da mulher pareciam ler sua alma, e toda vez que ela sorria em meio a conversa, era como se tivesse descoberto uma nova informação a respeito deles, mesmo que não houvessem revelado nada de importante. Logo, se era consenso para os Winchesters que Eileen seria a responsável por acabar com as dificuldades que com certeza apareceriam, para Pâmela eles estavam omitindo esse fato.

Depois de um dia inteiro de conversas, com Pâmela já de volta, trazendo os convites que pegara como um pagamento de uma antiga dívida, eles acertaram qual seria o plano de ação, mas primeiro, eles precisavam de roupas. Dean torceu o nariz, ele já imaginava que a festa seria Black tie, mas só de lembrar da sensação da gravata borboleta ao redor de seu pescoço, ele já se sentia sufocando. Sam em nada reclamou, não se importava. Eileen pareceu desconfortável com a ideia, em seus 21 anos de vida só usara vestido em duas ocasiões, ambas as suas formaturas de ensino fundamental e médio. Mas o olhar acolhedor de Pâmela, e sua promessa de que a ajudaria, acalmaram seu espírito.

Na tarde do dia seguinte eles receberam a visita de um casal de aparência sofisticada, ambos os rapazes eram dotados de singular beleza, isso acrescido de uma gentileza natural fizeram com que Eileen gostasse deles instantaneamente.Um deles trazia uma infinidade de diferentes smokings. O outro carregava alguns vestidos longos e curtos, que fizeram Eileen se desesperar por um momento. Eles se separaram, fechados em salas distintas provando roupa após roupa. Se passariam por importantes empresários, tinham que estar a altura do papel que representariam, mas a cada vestido que a menina provava, mais ela achava que seria difícil que alguém acreditasse que ela era qualquer coisa maior do que a irmã mais nova dos rapazes. Mas enfim eles conseguiram achar algo que a agradou e não a fez sentir incomodada. Quanto aos irmãos, tirando por um ou outro resmungo de Dean, não encontraram grandes dificuldades para escolher.

Uma noite antes da festa, Dean estava debruçado apoiado em uma das sacadas da mansão, olhando para o jardim e pensando no contraste daquele lugar com os locais que eles normalmente frequentavam. Não fosse por Pâmela, aquele ambiente o faria sentir deslocado. E como se a mulher pudesse ler pensamentos, e, por Deus, Dean estava começando a achar que podia mesmo, ela apareceu, também se apoiando ao lado dele.

— Sabe, você deveria ser mais honesto. - Começou de forma desconexa, deixando o rapaz surpreso.

— A respeito de que? - Perguntou virando-se para ela.

— Os olhos não mentem rapaz, desde que eu vi você eu soube que tem alguém muito especial na sua vida. - Disse, e o Winchester mais velho engoliu em seco – Antes eu pensei que fosse a Eileen, pelo jeito com que vocês se portavam um perto do outro, a intimidade. Mas agora eu vejo que não.

— Não, não mesmo, ela é como uma irmã pra mim. - Falou, dando uma longa pausa, e um suspiro enquanto a mulher o observava, esperando que continuasse – Eu tenho ouvido muito isso ultimamente, mas a questão é que, é complicado. Eu posso garantir que eu não estou apaixonado por ninguém, a coisa é infinitamente mais série e nada romântica.

— Não é o que parece. - Pâmela insistiu.

— Se eu pudesse ou conseguisse explicar, ainda sim talvez não fizesse sentido. Eu só quero pedir pra não tocar mais nesse assunto. - Disse em tom sério.

— Tudo bem, me desculpe, eu só achei que talvez nem você tivesse notado ainda. Quando se trata de amor todo mundo perde a noção de si mesmo.

— É, esse é o problema. - Dean soltou, encerrando a conversa. No resto do tempo em que permaneceram ali, ficaram em silêncio, encarando os arbustos se movendo ao ritmo de uma suave brisa noturna.

Na manhã seguinte eles acordaram tão cedo quanto o ânimo permitiu. Precisavam se preparar psicologicamente e repassar a estratégia que adotaram. Existiam várias coisas que poderiam dar errado, e era melhor que pensassem em todas essas possibilidades, a última coisa que eles queriam era ter que começar a matar vampiros na frente de pessoas comuns, muito menos fazer com que Eileen fosse obrigada a acabar com todos eles, essas eram as medidas em último caso de desespero.

Diante da expectativa da festa, a menina estava tão ansiosa quando deixava transparecer, nunca fora muito sociável e festas de forma alguma eram seu forte. Não sabia dançar, não tinha interesse em tentar algum relacionamento breve, não bebia e a música alta em geral a deixava irritada. Preferia lugares onde o som era baixo e era possível conversar claramente. Pâmela havia conversado com ela, adiantado que o tipo de festa para o qual iriam, era do tipo “adulto”, música clássica, dança em um salão e a possibilidade de poder falar sem precisar gritar, mas no fim das contas uma festa era uma festa, e Eileen não poderia deixar de se sentir aflita.

Quando a tarde chegou, a mulher apareceu no quarto de visitas em que a menina se instalara, informando que e quinze minutos chegariam a cabeleireira e a maquiadora que deveriam prepará-las para a festa.

— Isso é mesmo necessário? - Eileen começou, suas expressões retorcidas em desespero – Não precisa gastar todo esse dinheiro só pra colocar a gente nessa festa.

— Em primeiro lugar, eu tenho dinheiro suficiente nessa vida que eu ganhei com um trabalho que eu amei e amo fazer. Em segundo, a maneira mais fácil de entrar nessa festa é fingindo ser um convidado. Essa cidade é a que concentra o maior número de pessoas ricas na região, o que quer dizer que hoje a noite nós vamos ver pessoas se esforçando ao máximo para parecerem umas melhores que as outras, se nós vamos fingir, temos que fazer direito. - Por fim, ela sorriu e a menina só pode se acalmar e agradecer.

No horário marcado a cabeleireira e a maquiadora apareceram, tinham uma vivaz alegria, e um entusiasmo que quase afogaram Eileen. Sentaram a menina em uma cadeira e Pâmela em outra e começaram a especular a respeito do que ficaria melhor em uma ou em outra. Em certo momento os irmãos apareceram, e a mulher mais velha, prevendo a zombaria nos olhos de Sam e Dean assim que eles viram a menina, que tinha seu cabelo molhado preso em várias direções diferentes, garantiu sua melhor cara de repreensão e mandou que eles saíssem. A contragosto os dois deixaram sala, não sem antes ver aquela mesma expressão, tão típica de Castiel, nos olhos de Eileen.

— É meio assustador quando ela faz isso. - Dean comentou e Sam apenas acenou que sim.

Aquela tarde passou vagarosamente na cabeça dos irmãos, mas para Eileen o tempo havia voado, e quando ela deu por si, já estava quase completamente arrumada, e faltava apenas uma hora e meia para a festa começar. Com a nova perspectiva de encontrar vampiros de verdade, a ansiedade desapareceu e sua curiosidade tomou conta. Foi pensando nisso que ela deixou o quarto, tentando fugir das hábeis mãos de Carmem, a cabeleireira, que insistia em querer dar retoques em seu cabelo. Adentrou a sala em que os irmãos estavam, já devidamente vestidos, mas estacou assim que tanto eles, quanto os empregados de Pâmela a encararam ao mesmo tempo.

— O que foi? - Ela perguntou – Ficou exagerado né? - Perguntou olhando para seu reflexo na janela – Eu disse pra a Pâmela que ficaria exagerado mas… - Parou assim que notou os rostos sorridentes dos que ali estavam.

Sam demorou a assimilar a nova criatura que irrompera porta a dentro, com um vestido de saia verde e corpete cheio de pedrarias, Eileen finalmente representava seus 21 anos de idade. Embora ela fosse pequena, seu corpo desenvolvera curvas, que desde que eles a conheceram ficavam encobertas por largas camisetas de banda e jeans desgastados, mas agora eram visíveis. O vestido de alças deixava amostra os ombros pálidos salpicados de pequenos pontos avermelhados, e o longo decote favorecera sua falta de busto. E como que desconfortável sob esses novos olhares, a menina se abraçou, encolhendo-se.

— Você está linda. - O mais novo disse, ainda sorrindo. A menina não soube como responder, o encarou por alguns segundos, mas logo desviou, soltando um baixo "obrigada", sentindo seu rosto aquecer.

Dean também tirou seu tempo admirando a figura arrumada de Eileen, achando graça da diferença. O cabelo estava arrumado em cachos soltos, os olhos que normalmente já eram grandes e expressivos, com a maquiagem se tornaram fortes e desafiadores, isso aliado aos lábios que saltavam em um tom de vermelho trouxeram uma nova versão da menina.

— Você nem parece você mesma. - Dean soltou.

— Não fiquem muito animados. - Começou com uma renovada coragem, mesmo que ainda sentisse um pouco de embaraço – É só a gente voltar daquela festa e vai ser tudo camisetas do Misfits, tênis velhos e cara lavada de novo. - Era por isso que ela nunca se arrumava, não sabia lidar com a atenção, pensou. Os irmãos riram, e Sam se pegou pensando que ela estava mais do que adorável naquele momento, mas se repreendeu logo em seguida.

— Você pode vestir a menina como uma dama, mas não pode transformá-la numa… - Dean soltou em tom provocativo.

— Olha quem fala, cosplay de pinguim. - Disse, o rosto ainda avermelhado e os braços ainda rodeando o próprio corpo.

— Qual a idade de vocês? - Veio a voz de Pâmela, que majestosa surgiu em um vestido rose, que em contraste com sua pele negra, conferia um ar de elegância sem igual. A menina se sentiu admirada e ao mesmo tempo aliviada, porque finalmente todas as atenções saíram dela.

Sentaram na sala e esperaram, quase praticamente em silêncio a hora de partir. Mesmo que houvessem pensando em um plano, ele era vago, e com muitas chances de dar errado, no fim das contas eles acabariam agindo de improviso. Eileen resolveu que deixaria o livro no criado-mudo do quarto que estava ocupando, e esperaria para ele aparecer na festa, ou no impala durante a viagem. E assim que a hora chegou, eles se levantaram e foram até o carro, certos de que aquela noite seria tudo, menos tranquila.

Assim que avistaram o palacete, toda sua estrutura, desde os jardins até a construção em si, fizeram a mansão de Pâmela parecer pequena. Eileen prendeu a respiração ao notar a quantidade de carros estacionados no pátio, mas foi reconfortada pela presença de seu livro, que aparecera ao lado dela assim que atravessaram os portões do lugar. Por sorte a mulher mais velha, pela primeira vez, não notou o que acontecera, perdida como estava em observar o movimento no palacete.

Dean parou o carro na entrada do jardim, onde um segurança estava recolhendo os convites e liberando a entrada. Assim que se viram no enorme pátio foram instruídos a parar, onde um manobrista apareceu, e embora o mais velho quase houvesse protestado, um olhar significativo de Sam o instruiu a ficar em silêncio. Deixaram o carro, e pela primeira vez Pâmela viu que a menina estava carregando o livro verde, mas nada disse ou perguntou. Um pouco antes de adentrarem o palacete em si, começaram a entrar nos disfarces. Dean e Pâmela passaram a andar de braços dados, assim como Eileen e Sam, mesmo que os dois últimos tenham encontrado certa dificuldade no ato, uma vez que a diferença de tamanho transformava aquela posição desconfortável para a menina.

Passaram pela bem decorada entrada do salão, e tão logo o fizeram a música encheu os ouvidos da menina, uma valsa suave tocada por um grupo de violinistas reunidos num pequeno palco. Ela sorriu minimamente, tentando não focar sua atenção nas várias outras pessoas ali presentes, deixando que somente a música dominasse seus sentidos, apertando com mais firmeza a mão que segurava o livro. Tão logo eles entraram, se reuniram em um dos cantos do salão.

— Vamos nos separar – Começou Pâmela – Segundo as plantas que nós olhamos, deve haver uma saleta escondida na parte térrea do palacete, que leva até o porão, onde muito provavelmente a joia está escondida. - Todos acenaram que sim – Por enquanto eu e Dean vamos andar por ai, Sam e Eileen, fiquem aqui por enquanto, como nós combinamos, e esperem para ver a matriarca e o que ela vai dizer. O auge da festa vai ser o jantar as dez, eu tenho certeza que é quando eles vão preparar as pessoas para que a matriarca os consuma, nós precisamos achar o colar até lá. - Novamente eles concordaram. Eileen observou o relógio que marcava oito horas em ponto.

Sem mais demora, cada dupla foi para um espaço diferente. Concordaram que, assim que descobrissem onde a porta ficava, ligariam e Sam e Eileen se juntariam a eles. Para chamar menos a atenção, o mais novo e a menina ficariam no salão, a espera da matriarca. Eileen seria a agente responsável por agir caso as coisas saíssem do controle. Apesar de ter plena noção de que, se fosse extremamente necessário, teria que matar todos os vampiros ali presentes, ela não deixava de se incomodar com a ideia. Principalmente porque ela não conseguia diferenciar quem eram os monstros e quem eram as pessoas. Todos os outros convidados pareciam humanos, conversando animadamente, bebendo Champagne e desfilando em roupas que fizeram Eileen se sentir menos como um pavão.

Não demorou muito para que a chegada da matriarca fosse anunciada, e de uma das salas adjacentes ela surgiu, capturando a atenção de todos no salão. Aparentava seus 40 anos, e estava trajada em um vestido de gola alta, cheio de cristais negros. Apesar de sua beleza sem igual, o que mais chamava a atenção era seu porte, e Eileen podia jurar que ela era dotada de grande inteligência. Aproximou-se de onde os violinistas estavam, e a música cessou. Um rapaz próximo a ela lhe entregou um microfone.

— Boa noite senhoras e senhores. - Começou com um sorriso acolhedor, dirigindo o olhar pela multidão que a observava – É uma honra poder receber todos você hoje em minha casa. Todos nós sabemos como, nos dias de hoje, as relações sociais com vizinhos ou membros da mesma comunidade estão comprometidas. - A maioria das pessoas acenava positivamente – Pessoas próximas que mal se conhecem. Mas se existe uma coisa que eu aprendi em toda minha vida, assistindo meus pais empreenderem, e mais tarde quando eu assumi os negócios da minha família, é que as relações que nós criamos são o que nos impulsionam e ajudam nessa vida. Foi pensando nisso que eu resolvi convidar vocês hoje, para que possamos criar essas relações. - Dito isso, houve uma breve salva de palmas – Eu espero que todos aproveitem a festa. Agora eu gostaria que as pessoas liberassem a área central do salão para aqueles que desejarem dançar. - Disse por fim, descendo do palco e gesticulando para os violinistas que eles deveriam retomar a música.

— Ela quase me convenceu. - Disse Eileen, abismada com o discurso.

A valsa voltou a soar no ambiente, e eles se viram tendo que caminhar para fora da área de dança. Vinte minutos se passaram, com Sam e Eileen observando as pessoas dançarem, esperando pela ligação de Dean que não vinha. Sem ter consciência do que fazia, a menina começou a balançar no ritmo gracioso da música, e antes que percebesse, seus olhos estavam fechados, e sua mão se movia de um lado para o outro em movimentos fluidos, acompanhando os violinos. Sam achou graça da cena, quem diria que a garota que falava em Sex Pistols, Misfits, e várias outras bandas de punk, também gostava dos clássicos.

— Quer dançar? - Sugeriu, observando a menina que abriu os olhos ao mesmo tempo em que franziu o cenho.

— Eu não acho que esse seja o melhor momento Sam. - Disse, cessando todos os movimentos que fazia.

— Pelo contrário – O mais novo começou, em vista da falta de notícia de Dean – Eu acho que esse é o momento perfeito.

— E desde quando você sabe dançar? - Perguntou desconfiada, valsa não parecia fazer o estilo de dança do rapaz, na verdade ela não conseguia imaginar Sam dançando coisa alguma.

— Eu tive algumas aulas na faculdade, eu queria impressionar uma garota do setor de artes. - Disse com um sorriso de canto.

— Mesmo assim – A menina falou com determinação – Sou eu quem não sabe dançar.

— Não por isso, é só me deixar guiar. - Falou estendeu a mão direita em direção a ela.

— Sam, é sério. - Seus olhos se arregalaram em desespero e sua voz tomou um tom de súplica.

— Vai ajudar a ter uma vista melhor do salão. - Começou, e de fato, dançar a valsa permitiria que eles dessem uma olhada em todo o salão, uma vez que era impossível valsar sem rodar por toda a circunferência da área de dança.

A menina suspirou em desistência, o olhar afável que Sam lhe lançou foi suficiente para vencer sua barreira de hesitação, e ela tinha que admitir, valsar faria com que eles se movimentassem e ela poderia dar uma boa olhada nos arredores, existia apenas um problema.

— E o meu livro? - Perguntou, erguendo o volume que vinha preso em sua mão esquerda.

Sem dizer palavra, Sam pegou o livro da mão dela, levando-o em direção a uma mesinha, onde o deixou – Eu tenho certeza de que ele vai entender que nós precisamos que ele fique ali. - Disse, e como que em concordância, em vez de simplesmente voltar para ela, apenas permaneceu lá, esperando o momento em que sua dona fosse precisar dele uma vez mais. Agora sem qualquer empecilho, o mais novo estendeu sua mão outra vez, e Eileen não pode fazer qualquer outra coisa além de aceitar. Mas no segundo em que suas mãos se encontraram, sua mente sofreu um baque, ela mal sentiu quando Sam pousou sua outra mão nas costas dela. Começou a ouvir vozes, e logo a imagem do salão se transformou. A bela decoração estava salpicada de sangue fresco, e até mesmo das janelas mais altas escorria o líquido vermelho. No chão jaziam os corpos dos convidados, os pescoços dilacerados por mordidas brutais. A voz, ela começou a notar, era a de Sam, repetindo frases desconexas, “E se o plano não der certo”, “Dean pode ser pego”, Toda essa demora, será que alguma coisa aconteceu?”, “E se nós não conseguirmos”. Todas as frases misturadas, ditas uma sobre as outras, mas todas com a voz de Sam. A imagem do salão ainda nítida a fez se sentir nauseada, e como que para completar aquela visão do inferno ela viu a si própria, Dean e Pâmela caídos, na mesma situação dos demais corpos. Da mesma forma que a visão veio, ela se foi. Eileen completamente atordoada, arregalou os olhos encarando a face de Sam, que preocupado, perguntava o que havia acontecido.

— Quando eu te toquei… - Começou a menina, sobressaltada – Seus pensamentos, eu consegui ouvir suas preocupações a respeito da festa. Eu vivi sua pior visão do que poderia acontecer aqui… Sam, eu li seus pensamentos ruins. - Os dois se encararam longamente, o mais novo também estava espantado.

— Como você fez? - Perguntou, ainda segurava sua cintura como se estivessem prontos para dançar.

— Não faço a menor ideia. - Começou, se desvencilhando das mãos do rapaz, mantendo as próprias mãos juntas e próximas do peito. Então, seus olhos se acenderam e ganharam uma nova firmeza – Temos que ligar para Dean e Pâmela, eu já sei como nós vamos descobrir onde está o colar.


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Notas finais do capítulo

Imagem do vestido caso vocês tenham ficado curiosos: http://ffw.com.br/app/uploads/desfiles/2013/07/desfile-elie-saab-paris-inverno2014hc-341.jpg
Até o próximo capítulo :D