Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 45
Desafios que não deveriam ser aceitos


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas pipopinhazinhas favoritas!
Voltei mais cedo e espero que gostem!

Recapitulando:
Thalia e Nico precisam e até concordaram em se casar, mas querem o divórcio logo depois.
Para isso, precisam parecer um casal de verdade.
O Acampamento Meio-Sangue decidiu fazer uma pequena festa para comemorar as vitórias passadas e alguns ex-campistas decidiram visitar, incluindo Félix, um filho de Tique muito próximo a Will que está deixando Nico bastante agitado.
Para piorar, há uma festa particular no chalé de Tique, em que Nico se rendeu ao álcool e Thalia é a única sensata.
Boa leitura!



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Narração: Thalia Grace

 

As coisas estavam saindo do controle rápido demais naquela noite. Nico não estava só sendo o Nico mau humorado de sempre, mas também tinha um olhar furioso enquanto entornava mais garrafinhas de Turmalina, já visivelmente alcoolizado.

Will também não estava ajudando. Desistiu rápido de conversar com o amigo e foi se juntar a Félix, que organizava rodadas e mais rodadas de jogos aleatórios, entretendo os convidados. A maioria do grupo se aglomerava em um círculo no centro do chalé, mas outros, como eu e meu noivo irritado, preferimos ficar às margens, apenas observando.

— Quer ir embora? — questionei para Nico depois dele xingar, quando Will gargalhou após se safar em um jogo da máfia, deixando seu corpo cair contra o de Félix. O filho do Sol também havia se rendido às bebidas coloridas e não parecia em seu juízo perfeito.

— Não. — o Di Ângelo respondeu em um tom seco, que me fez revirar os olhos. Estendi a mão e finalmente tomei um gole de Turmalina, desistindo de ficar sóbria.

— Isso foi bem divertido, não sabia que você podia mentir tão bem! — Félix exclamou, passando um braço sobre os ombros de Will que apenas riu mais como resposta. — Será que você também é bom em mentir sobre sua vida?

— Acho que agora está na hora dos jogos dos adultos, Félix. — Ayla aproveitou a deixa, colocando uma garrafa vazia no centro do círculo.

— Essa é a garota que sabe exatamente do que eu gosto. — Félix aumentou o sorriso e bateu palmas. — Atenção, o toque de recolher será em dez minutos. Aqueles que não quiserem jogar, sugiro que aproveitem o momento para irem para seus chalés. Não aceitaremos apenas expectadores agora, quem quiser ficar, vai ter que jogar.

Olhei para Nico erguendo a sobrancelha, torcendo para que ele aceitasse irmos embora. Mas, infelizmente, o filho de Hades empurrou um garoto aleatório com o pé, abrindo espaço e se sentando junto ao grupo. Seus olhos estavam o tempo todo focados em Will que, quando percebeu, ajeitou a postura e fechou o semblante, nervoso.

Suspirei e me sentei ao lado de Nico, observando que todos os outros convidados haviam decidido continuar no chalé, com exceção de um casal que decidiu se retirar.

— O que vamos jogar? — Alexia perguntou.

— Verdade ou desafio. — Félix declarou com um sorriso perigoso.

 

(...)

 

As primeiras perguntas do jogo eram fáceis e os desafios simples, como um aquecimento antes de começarmos as batalhas. No entanto, em algum momento daquela noite, tudo começou a dar errado.

— Ayla, quem é a pessoa que mais odeia no acampamento? — Alexia perguntou quando a filha de Melinoe escolheu “verdade”.

— Aquele idiota. — a garota replicou, apontando para Nico, que apenas ergueu a sobrancelha:

— Por quê? 

— Isso já são duas perguntas. — A garota sorriu e o filho de Hades girou a garrafa, parando na garota novamente, com o fundo para Alexia, de uma forma que não parecia ser coincidência.

— Por que odeia Nico? — Alexia aproveitou a oportunidade.

— Quem disse que vou escolher “verdade”? — Ayla rebateu sem pestanejar.

— Por que me odeia? — Nico repetiu fazendo a garota suspirar e responder:

— Porque você é o animalzinho dos romanos. Onde Jason Grace vai, você está junto como uma sombra. Quando aqueles pretores arrogantes estão, você se arrasta atrás deles. Não tem orgulho próprio?

— Eles são nossos aliados, Ayla. — Alexia interviu.

— São?! — A filha de Melinoe debochou. — Lembro que eles queriam acabar com o Acampamento Meio-Sangue quando cheguei aqui. Vivemos séculos sozinhos, por que devemos receber ajuda deles agora? Conseguimos nos virar muito bem sem eles. Ou eu estou errada?! Alguém aqui realmente discorda de mim, além do capacho do Nico?

Esperei que mais alguém interferisse, mas Alexia mordia o lábio nervosa olhando para o lado e Will estava com os olhos fechados, a cabeça deitada no ombro de Félix, parecendo dormir.

— Eu discordo. — falei.

— Cala a boca, caçadora. — Ayla retrucou. — Você sequer deveria estar aqui. Por que não volta pra suas donzelas inúteis?

— Como é?! — questionei, minha paciência por um fio.

— Calma aí, garotas. — Félix enfim se pronunciou, acordando Will que levantou a cabeça atordoado. — Vamos manter o clima sanguinário para o chalé de Ares. Se querem tanto brigar, vão lá pra fora e lidem com as Harpias de limpeza sozinhas.

Encarei a filha de Melinoe com raiva, no entanto, ela apenas revirou os olhos e se calou.

Félix sorriu e girou a garrafa com destreza, parando a ponta  em Will e o fundo para o noivo de Alexia.

— Verdade ou desafio, cunhadinho? — Enzo perguntou.

— Desafio.

— Então desafio você a beijar a pessoa que quiser aqui. 

Por um momento Will ficou com o corpo todo reto, seus olhos arregalados como se tivesse levado um choque. Em seguida seu olhar pousou em Nico, que retribuía com intensidade.

Depois, sem dizer uma palavra, o filho do Sol se virou para Félix e o puxou pela gola da camisa para perto, seus rostos roçando.

— Posso? — Will perguntou.

— Eu adoraria.  — O filho de Tique sorriu, antes de ser beijado.

Olhei para Nico que parecia uma estátua assistindo a cena. Seus olhos estavam subitamente sóbrios e os lábios abertos, sem conseguir registrar o que estava acontecendo. Não era nenhuma surpresa que, assim como Nico nunca conversou sobre sua sexualidade com Will, Will também não havia conversado com ele.

E isso estava abalando o filho de Hades.

— Querem que demos licença para vocês aproveitarem o chalé? — Ayla fez chacota, fazendo os rapazes se separarem com os lábios vermelhos exibindo sorrisos.

— Mais tarde. — Félix replicou, provocando algumas risadinhas no grupo. Olhei para Nico de soslaio, que tinha o maxilar trincado e os olhos frios, alcançando mais uma garrafa de bebida e virando rápido o líquido em sua boca.

Alguém girou a garrafa e perguntas foram feitas, mas minha atenção estava toda no filho de Hades que exalava uma aura fúnebre, fazendo com que Alexia, até então ao seu lado, se afastasse um pouco. Não vou mentir: meu instinto era o mesmo. 

— Thalia. — Ouvi a voz de Félix e franzi a testa, percebendo que a garrafa, pela primeira vez, apontava para mim. — Verdade ou desafio?

— Verdade. — respondi, fazendo o sorriso do rapaz aumentar.

— Soube que era uma caçadora de Ártemis e debandou recentemente. — O filho de Tique começou. — E que o motivo para isso está ao seu lado.

— Isso não é uma pergunta. — retorqui impaciente.

— Não, ainda não é. A pergunta que quero fazer é… Se pudesse voltar para a caçada, voltaria?

Félix jogava sujo, se eu dissesse que sim, estaria jogando todo nosso plano no lixo.

— Não. — Respondi sem hesitar. O garoto sorriu e ergueu a sobrancelha, talvez se perguntando se eu estava mentindo.

Não tenho certeza se eu estava ou não mentindo.

Mais uma vez a garrafa foi girada, dessa vez a ponta para Nico e o fundo para Will.

Os dois garotos se encararam por um segundo, a tensão palpável entre eles.

— Verdade ou desafio? — Will questionou em um tom baixo.

— Desafio.

— Eu te desafio a beijar a pessoa que você mais quer beijar nessa sala.

— É óbvio que é Thalia. — Alexia fez chacota. — Eles estão juntos.

— A pessoa que você mais quer beijar, independente de quem seja. — Will repetiu em um tom sério.

Senti um arrepio na espinha.

Se Nico estivesse sóbrio e em seu perfeito juízo, eu não teria que me preocupar, ele mentiria e me beijaria.

Mas Nico estava abalado. Não só pelo beijo, mas por todo o comportamento de Will naquela noite. Seu olhar era de raiva e mágoa fria, gritava ciúmes. Eu podia não ter certeza de que tipo de ciúmes era no início, mas parecia óbvio depois do beijo de Will.

Não havia dúvidas de que a pessoa que Nico realmente queria beijar era Will Solace.

Mas ele não podia fazer aquilo ali, não na frente de todos.

Ou estaríamos os dois condenados. 

Me forcei a sorrir e me virar para Nico, imitando Will e puxando o filho de Hades pela gola da camisa, na esperança de fazê-lo raciocinar.

— Acho que estão esperando nosso beijo, amor. — Forcei, suplicando com os olhos que ele cooperasse.

Nico piscou lentamente, tomando consciência e, então, seus lábios tocaram os meus em um beijo hesitante.

Suspirei aliviada e me apressei em nos separar em poucos segundos, tentando fingir normalidade ao girar a garrafa e mais pessoas serem escolhidas.

Eu não olhei para Nico depois do beijo e também não tive coragem de olhar para Will.

 

(...) 

 

Depois do fatídico desafio, não fomos mais escolhidos, o que tenho certeza que era obra de Félix. Depois de algumas rodadas, Nico se levantou em silêncio e saiu do chalé. Suspirei e o segui, desejando também ter bebido mais e não precisar ser a pessoa responsável no momento.

— Está indo embora? — questionei vendo-o já se afastar na direção do próprio chalé.

Nico não me respondeu, a cabeça baixa e as mãos nos bolsos, parecendo distraído e nenhum pouco preocupado em virar lanche de harpia na madrugada.

Corri até estar ao seu lado, mas nem assim ele parecia registrar minha presença.

— Nico. — Chamei e mais uma vez fui ignorada. — Já passou do toque de recolher, não esquece.

Sem esperar uma resposta — que certamente não viria — apressei os passos, a mão no meu pulso pronta para acionar meu escudo.

— Thalia. — Nico me chamou depois de alguns passos, me fazendo parar e encará-lo até que ele me alcançasse. — Por que fez aquilo?

— Fiz o que? — questionei erguendo o queixo. Passei a noite toda tentando evitar que os outros descobrissem do nosso falso relacionamento, se ele quisesse brigar por isso, eu estava mais que pronta para extravasar minha irritação.

O filho de Hades ergueu a sobrancelha por um segundo, antes de olhar para o céu e me puxar de uma vez em direção a um dos chalés.

O corpo de Nico colidiu contra a parede e o meu corpo contra o dele, me fazendo arfar.

— Harpia. — Ele sussurrou no meu ouvido e tentei me aproximar ainda mais das sombras, infelizmente, mais próxima de Nico. Ficamos assim por alguns segundos, até ter certeza que estávamos seguros.

— Acho que já foram. — suspirei, me afastando e voltando a andar em direção ao chalé de Zeus.

— Thalia. — Nico me chamou novamente. — Por que me puxou daquele jeito?

— Quando? — repliquei, virando-me para ele. — Você quem acabou de me puxar. 

— Na hora do desafio. Por que me puxou pela camisa?

—  Pra te lembrar de que eu sou sua namorada. Pelo menos, é o que mostramos para todos do acampamento. — Acrescentei em um tom irônico.

— Eu sei disso, você não precisava me puxar.

— Sim, Nico, eu precisava.

— Por que precisava? — ele questionou, seu tom se aproximando da irritação, o que me deixava com mais raiva. — Era óbvio que eu ia te beijar.

— Era óbvio? Tem certeza?

— O que quer dizer com isso?

— Olha, não precisa mentir pra mim. — Tentei dizer com mais calma, mas havia uma nota de sarcasmo em meu tom que não conseguia disfarçar. — Sei que eu não sou a pessoa que você queria beijar ali.

— O quê? Do que está falando?

— Vai dizer que estou errada? Vai dizer que você queria me beijar? — ergui a sobrancelha, em algum canto da minha mente me perguntando porque aquilo importava.

— Thalia…

— Sou Nico? — repeti, cada vez mais irritada.

O garoto suspirou e me empurrou contra a parede. Olhei em volta procurando harpias, mas estávamos sozinhos no escuro. Olhei para Nico, com suas pupilas dilatadas e sua respiração acelerada.

E, então, ele me beijou.

Não como das outras vezes.

Seus lábios estavam secos e gelados quando tocaram os meus, mas sua língua era quente e úmida quando tocou a minha, deixando um gosto de turmalina e Nico.

Sua mão estava nos meus cabelos, entrelaçando entre os fios até tocar minha nuca, provocando arrepios que não condiziam com a noite de verão. E todo o seu corpo pressionava o meu contra a parede, explorando uma proximidade que nunca havíamos compartilhado.

Nico estava me beijando. E não porque era obrigado.

 

(...)

 

Não tenho certeza de como cheguei ao meu chalé. Em algum momento Nico rompeu o beijo e sumiu nas sombras, me deixando sozinha no escuro. Quando dei por mim, estava sozinha no meu nicho, fechando os olhos e repetindo na minha mente todos os acontecimentos da noite, por mais que tentasse não pensar em nada disso.

— Jason? — chamei, procurando meu irmão para fugir dos pensamentos.

O silêncio continuou no chalé, me fazendo chamá-lo duas vezes antes de olhar para onde meu irmão costumava dormir e notar pela primeira vez que ele não estava ali.

Franzi a testa, me perguntando se deveria sair e procurá-lo, mas lembrei que Jason também tinha sua própria festa no chalé de Hipnos. Pelo jeito, a reunião deveria ter sido mais divertida que a do chalé de Tique.

Quando enfim adormeci, tive sonhos que nunca pensei que teria, onde Nico me empurrava contra a parede e me beijava de um jeito que me deixava sem ar. Como se isso não bastasse, no meu sonho a cena mudava e, em vez de me empurrar contra a parede, me empurrava em uma cama, seus lábios em meus pescoço e minhas mãos em seus ombros nús. Felizmente meu sonho terminava aí, porque eu não estava pronta para sequer pensar no que poderia virar aquilo.

A noite passada foi uma completa bagunça e que bagunçou ainda mais meus pensamentos. Parte de mim rezava para que a parte do beijo tivesse acontecido apenas nos meus pesadelos.

— Se acalme, Thalia… — murmurei esfregando meu rosto. — Isso é só resultado da bebida e desse plano louco dos deuses. Eu só preciso de um pouco de ar fresco e um banho gelado, então minha mente vai voltar ao lugar.

Infelizmente, não foi tão simples quanto achei que seria. O banho levou parte da sensação de mal estar embora, mas eu ainda sentia que meus ossos eram feitos de gelatina e definitivamente não queria encontrar Nico. Meu pedido foi parcialmente atendido, só encontrei o filho de Hades na hora do jantar, com uma cara pior do que quando retornou dos mortos.

— Até que enfim apareceu. — Jason saudou quando o garoto se jogou no banco.

Virei o rosto, sentindo minhas bochechas estranhamente quentes, as imagens dos meus sonhos pipocando na minha mente como fogos de artifício.

— Eu acordei essa manhã no México. — Nico resmungou. — Demorou um tempo pra conseguir juntar energia e foco para conseguir voltar.

— México? — meu irmão perguntou. — O que estava fazendo lá?

O filho de Hades somente deu de ombros, indicando que talvez nem ele soubesse como e porque foi parar lá. Talvez ele também tenha sido afetado pelo beijo.

— E você? Como foi a festa no chalé de Hipnos? — o garoto desviou o foco. 

— Ah… Divertido, mas voltei cedo, estava cansado.

Franzi a testa, me lembrando de verificar e não encontrar Jason no chalé, nem mesmo quando acordei de manhã. Talvez eu estivesse mais bêbada do que pensava, será que o beijo com Nico também foi imaginação? Espero que sim!

— E vocês? Foi divertida a festa?

Pela primeira vez desde que Nico estava sentado na mesa, olhei para ele, que retribuiu o olhar por um segundo antes de desviar, seu rosto abaixado em direção a mesa.

— Sim, divertido… — ele murmurou, cutucando o prato a sua frente, como se a qualquer momento os alimentos pudessem tomar vida.

— Aquele garoto de Tique foi embora? — meu irmão continuou. — Não encontrei ele hoje. 

— Sim, Will disse que ele partiu hoje de manhã. — o Di Ângelo replicou amargo. — Espero que não retorne.

— Nico?

— Não retorne tão cedo, claro. — O filho de Hades deu um sorriso amargo para o questionamento do amigo.  — Não acho que ele seja uma boa influência para Will.

— Não discordo, mas aconteceu mais alguma coisa na festa? Algo que vocês não me contaram?

Mais uma vez meu olhar e do Nico se encontrou, mas o garoto forçou um sorriso: — Não, não aconteceu absolutamente nada. Não se preocupe.

Meu irmão assentiu, aceitando a mentira como resposta.

 

(...)

 

Meu plano de evitar Nico foi por água abaixo quando o garoto me seguiu até os campos de morangos após o jantar.

— Você chegou bem ao seu chalé, certo? — Ele quebrou o silêncio.

Ergui a sobrancelha, não querendo entrar naquele assunto, fazendo o garoto passar as mãos pelos cabelos negros e bagunçar os fios.

— É que… Minha memória de ontem está ruim. Eu não lembro de nada depois que saí do chalé. E, mesmo antes disso, sinto que falta alguns fragmentos.

Se ele não se lembrava de nada depois do chalé, então ele não se lembrava do beijo, certo? Isso era bom, não era? Significava que não precisávamos falar sobre aquilo.

— Sim, eu cheguei bem. — respondi por fim, sem querer prolongar. — E não se preocupe, não aconteceu nada.

— Foi a mentira que contei para Jason. — ele deu um sorriso torto, parecendo não suspeitar que eu também mentia. 

— Do que você se lembra? Sobre ontem.

— Dos jogos bobos, das perguntas de Ayla e de Will com… — Nico fez uma careta, apertando os lábios e deixando a frase incompleta. — E acho que teve algum desafio e eu te beijei, alguma coisa assim, não é?

Assenti, ocultando algumas partes.

— Esses beijos falsos estão mais frequentes do que eu achava. Sinto muito por isso, sei que você detesta isso tanto quanto eu. — Nico se desculpou.

— Você conversou com Will? — desviei o assunto, sentindo um gosto amargo na boca. — Sobre ele e Félix.

— Não. Quer dizer, eu falei com Will, mas não sobre isso. Ele só me disse que Félix já foi embora.

— Não vai falar com ele sobre o que aconteceu?

— Não. — Meu falso noivo respondeu enquanto chutava pedrinhas pelo caminho, as mãos no bolso e a cabeça baixa. — Will não me queria ali, Thalia, você viu que ele pediu para não irmos. Se ele nunca me contou que gosta de homens, o que quer que eu fale sobre isso? Vou apenas fingir que nada aconteceu, foi o que ele me pediu sobre a noite de ontem.

— Você também nunca contou a ele, não é? Sobre você? — perguntei, tentando ser delicada.

— Não, eu pretendia contar… Eu ia contar… Mas agora não posso mais. Não por enquanto.

— Bom, pelo menos você deveria estar feliz, não? Ele é seu crush, então você tem uma chance. — Tentei brincar forçando um sorriso, mas, por algum motivo, a piada não tinha mais graça.

— Já disse que você está errada. Meus sentimentos pelo Will não são assim. — O filho de Hades replicou, acrescentando em um tom mais baixo: — Não podem ser.

Não podem ser.”

Por que aquelas palavras me incomodavam tanto?


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Notas finais do capítulo

Oiii pessoinhas!
Vocês não fazem ideia de há quanto tempo eu aguardo esse capítulo!
É hora de mudar a velocidade das coisas por aqui.
Para ser sincera, eu queria terminar o capítulo no beijo - quer dizer, o verdadeiro beijo Thalico -, mas ficaria um tanto pequeno e não quis mudar de p.o.v..
Então temos Thalia Grace apaixona… confusa!
Jason dando chá de sumiço.
E Will e Nico em um momento delicado.
Teorias sobre o que vai acontecer em seguida?!
O próximo capítulo já está em andamento, dedos cruzados para ser finalizado logo!
Obrigada por lerem e até mais!



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