Sobrecarregando a cegonha🕊 escrita por Denise Reis


CapĂ­tulo 1
One shot




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Mais um caso de homicĂ­dio encerrado com sucesso na Delegacia e todos da equipe envolvida na busca estavam cansados e tomando o Ășltimo cafĂ© do dia na Sala de Descanso. Contudo, apesar de exauridos, estavam muito satisfeitos porque haviam conseguido nĂŁo sĂł identificar, mas tambĂ©m prender o assassino e seus cĂșmplices que foram levados para Casa de Detenção.

Neste momento, o pessoal que havia deixado o plantão comentava sobre os pontos tensos e também os divertidos do caso.  

O charmoso, bonito, bilionårio e famoso escritor de mistérios Richard Castle era amigo do Prefeito e do Comissårio de Polícia e por isso conseguiu fazer parte daquela equipe, participando como colaborador civil em quase todos os casos, desta forma e com a sua simpatia e seu jeito simples de ser, se tornou amigo de todos, chegando, inclusive a se casar com a melhor Detetive da Polícia de Nova York que era lotada naquela delegacia e que, atualmente, exercia o cargo de Capitã, Katherine Beckett.

Com um sorriso de orelha a orelha, Castle entrega uma caneca de caffe latte para a Beckett, sua linda esposa, e comenta - Cada dia que passa eu fico mais impressionado com o modo como vocĂȘ conduz o interrogatĂłrio, Kate. – ele estava em pĂ© ao lado da mĂĄquina de cafĂ© e falava todo orgulhoso do trabalho da mais jovem e a mais linda CapitĂŁ de Policia de Nova York. 

Kate Beckett aspira o cheiro maravilhoso do café, saboreia um grande gole do líquido cremoso e, satisfeita, då um sorriso de fazer covinhas nas faces, feliz com o elogio do marido.

Desde 2009 que ela ouve do escritor elogios acerca do seu modo de trabalhar, mas nunca se cansava disto e ainda sentia o rosto quente, num misto de timidez e satisfação por ouvir tais palavras da boca do homem que amava.

— Ó paí, ó... – Javier Esposito falou em tom de zoação – Mesmo depois de quatro anos juntos, entre namoro, noivado e casamento, Beckett ainda fica vermelha com o elogio do seu próprio marido.

Todos acham graça do comentĂĄrio do latino e Beckett dĂĄ uma reprimenda divertida nele – Muito engraçadinho vocĂȘ, Javier. Estou morrendo de rir – ela ironiza, mas nĂŁo aguenta ficar sĂ©ria por muito tempo e se junta Ă  risada com os outros.

Vendo que a chefe nĂŁo se chateara verdadeiramente com seu comentĂĄrio, Esposito continua a provocação - Isso sem falar naqueles primeiros quatro anos de chove-nĂŁo-molha, antes de vocĂȘs, finalmente, começarem a namorar. 

JĂĄ sem sorrir, Beckett interrompe o detetive e o encara - SĂ©rio, Esposito? VocĂȘ tem certeza que vocĂȘ quer continuar me provocando? Sim, porque eu continuo sem achar graça. 

Preocupado com sua mulher e temendo que aquela discussão respingasse nele,  Castle tenta interceder. - Ah, Kate, o Javi estå só brincando. 

Ao ouvir o marido, Kate o fulmina com os olhos e decide por não tocar mais no assunto. 

Castle encerra aquele assunto e continua a comentar sobre o modo como Kate se porta na sala de interrogatĂłrios - Kate, Ă© incrĂ­vel o modo como vocĂȘ encara o sujeito deixando-o tenso e aĂ­ ele se vĂȘ num beco sem saĂ­da, nĂŁo dando chance nem dele raciocinar, caindo na prĂłpria armadilha e termina todo atrapalhado, se contradizendo e confessando tudo. - Castle ri ao se lembrar das caras de aflição que os criminosos faziam ao perceber que tinham confessado.

— E o pior Ă© que ela atĂ© depois que virou CapitĂŁ, ainda nĂŁo perde o costume de interrogar os caras. - Esposito falava.

— Gente, mas eu gosto. – Kate se justificava – Tudo bem que eu estou amando ser CapitĂŁ e tudo o mais, etc, etc, etc, mas eu amo tambĂ©m correr atrĂĄs deste povo e depois ficar cara a cara com eles lĂĄ na sala de interrogatĂłrio. Eu gosto de ser um instrumento para pelo menos tentar de alguma forma fazer justiça para a famĂ­lia da vĂ­tima.

Castle fica olhando para ela todo apaixonado, fazendo Lanie sorrir.

— Foi assim que o menino-escritor ficou apaixonado pela detetive, foi? – Lanie zoava - Só de ouvi-la interrogando os criminosos, foi?

— NĂŁo, Lanie. Nada disso. Foi assim que eu fiquei 'viciado' nela, porque apaixonado mesmo eu fiquei foi em 2009, quando ela me apresentou o distintivo lĂĄ no coquetel de lançamento do meu livro. – ele olhou para a esposa e piscou o olho para ela – Toda linda, durona, mandona... Depois ela me levou pela primeira vez Ă  Sala de interrogatĂłrio, somente para eu, como escritor, dar dicas sobre o prĂłximo possĂ­vel passo do criminoso. Deus! VocĂȘs precisavam ver... E quando ela me algemou pela primeira vez, lĂĄ na Biblioteca!! E nas outras vezes em que ela me levou para a mesma sala de interrogatĂłrio, sempre como suspeito. Sempre mandona! Demais! E eu louco para domar a fera! (risos) E aĂ­ eu passei a segui-la como minha musa e ela fingia que estava detestando me ter ao seu lado e me ameaçava me dar tiro, quebrar minhas pernas. Uma fera! E as brigas que tĂ­nhamos! Fogo cruzado! QuĂ­mica pura. E os nossos olhares!! Uaaauuwww!!! Ela lutando para disfarçar que estava a fim de mim...

Kate o  interrompe - SĂ©rio, Castel!? VocĂȘ que me olhava parecendo um leĂŁo mirando sua presa... VocĂȘ Ă© que queria me....

— E queria mesmo, não vou mentir!!!

— E esta histĂłria de vocĂȘ dizer que eu fingia detestar vocĂȘ me seguindo, eihm? Eu fingia, Ă©? Desde quando?

— Desde sempre... – Castle provocava - Ah, Kate... Para que fingir agora? NinguĂ©m mais acreditava nisso e agora entĂŁo... VocĂȘ fingia que me detestava e eu fingia que acreditava.

Todos riram, atĂ© mesmo Kate, mas daĂ­ ela falou se fazendo de muito chateada – Hey, vocĂȘs aĂ­! VocĂȘs sabem que eu estou aqui ouvindo estes comentĂĄrios, nĂ©?

Com o objetivo de provocar a esposa, Castle se dirige para Lanie e, como se fosse um segredo, ele comenta para todos ouvirem – Lanie, eu adoro quando ela fica valente assim! – Lenie se estoura de rir da cara que a amiga fez – Isso Ă© braba que Ă© uma beleza... - Castle continua - Mas essa valentia toda Ă© sĂł aqui, Lanie.. – o escritor pisca o olho direito para a amiga – É fachada! Porque em casa...

Todos riem da cara que Capitã fez, mas ela logo devolve a brincadeira, zoando o marido – Não se pode dar corda que ele fica assim...

De repente, Kate fica com a aparĂȘncia de quem esta meditando, e logo exterioriza seus pensamentos – Hey, gente, por onde anda o Ryan?

Esposito faz um gesto de que nĂŁo sabia de nada – Gente, assim que o caso terminou, o telefone dele tocou e um segundo depois eu o procurei, nĂŁo o achei mais. Eu liguei para ele e ao atender, ele disse que estava tudo bem, mas que nĂŁo poderia falar comigo naquele momento. Depois ele me telefonaria mais tarde e atĂ© agora...

— E ele ligou, Espo? – Kate quis saber.

— Que nada! – o latino respondeu.

Kate abriu a boca como se estivesse lembrado de algo – Iiih, gente, será que a ligação que ele recebeu foi para dizer que a Janny estava em trabalho de parto?

— Não sei, Beckett. Eu tentei telefonar para ele depois, mas a ligação caiu na caixa.

— É gente, se for isto, amanhã ele avisa.

Sorridente, Castle veste seu casaco e ajuda a Beckett vestir o dela, se dirige a todos e depois para a esposa – Chega de papo, nĂ©, gente. Kate, vamos para casa?

Kate respira fundo devido ao cansaço do dia – Vamos, sim, Rick. Estou exausta! Tchau, Lane e Espo.

— É. O dia hoje foi pesado. – Esposito comenta visivelmente cansado.

Lanie deposita sua caneca na pia – É, gente, vamos embora. Estou louca para cair na cama...

— É um convite? – Esposito se apresenta com seu jeito brejeiro, e dá um sorriso malicioso.

A mĂ©dica torce a boca, balança a cabeça de forma a negar a oferta, se dirige para a amiga e diz – É, Kate, vocĂȘ tem razĂŁo, nĂŁo se pode dar corda para estes caras.

Galanteador, Esposito provoca a ex-namorada — Chica, deixe de fazer charme porque eu sei que vocĂȘ tĂĄ louca para eu ir com vocĂȘ.

— VocĂȘ se acha, nĂ©, Javier Esposito? – Lanie o censura, mas sua cara diz outra coisa completamente diferente, indicando que, sim, ela queria que ele fosse com ela.

— Só para a gente conversar, Chica... – ele insiste, pisca o olho para ela, com cara de cachorro perdido na mudança.

Percebendo o clima romĂąntico entre os amigos, Castle fala baixinho para a esposa — Kate, vamos para casa e deixar estes dois aĂ­ se resolvendo... – mas logo em seguida muda de ideia e decide provocar a amiga – Ah, Lanie, deixe o cara ir com vocĂȘ... Eu sei que...

O telefone de Kate toca interrompendo Castle, nem dando tempo da médica dar uma resposta atrevida e divertida, como era do seu costume.

Todos ficam alarmados diante do toque do telefone de Beckett, pois acreditavam se tratar de um novo caso de homicĂ­dio.

— Não acredito que encontraram um corpo! – Castle enche o peito de ar e o solta pela boca, em sinal nítido que estava torcendo para não ser outro caso, pois estava louco para ir para casa com sua musa.

— Vou torcer os dedos para ser uma ligação errada, gente. – Esposito levanta as mãos e exibe os dedos cruzados.

— E eu nĂŁo aguento mais fazer exame cadavĂ©rico. Por hoje jĂĄ chega! – Lane dramatiza um gemido de cansaço e une as mĂŁos como se estivesse orando - PeraĂȘ que eu vou me ajoelhar e começar a rezar.

Também cansada, Kate fecha os olhos tensa, torcendo para que realmente não fosse outro caso. Tomando coragem, ela consulta o celular e ao olhar o identificador de chamadas do pequeno aparelho, sua fisionomia muda completamente chamando a atenção de todos.

— O que foi, Kate? – Com a curiosidade exacerbada prĂłpria do seu ser, Castle Ă© o primeiro a perguntar.

Sem responder ao marido, Kate atende a ligação telefĂŽnica e ao falar todos arregalam os olhos curiosos para ouvir o diĂĄlogo – Hey, Ryan? EstĂĄvamos falando sobre vocĂȘ... Por onde vocĂȘ anda? Hey, vou por o celular no viva-voz porque os curiosos de plantĂŁo estĂŁo querendo roubar meu aparelho... – ela ri.

A voz emocionada de Kevin Ryan ecoa na sala – Gente, meu bebĂȘ nasceu – todos ouvem um som de fungada, como se Ryan estivesse chorando – Nasceu! É um bebĂȘ saudĂĄvel, perfeito e lindo! A Sarah Grace estĂĄ toda contente por causa da chegada do irmĂŁozinho. A Janny estĂĄ bem e, segundo ela, nem sofreu, pois foi muito rĂĄpido.

— Qual o hospital que vocĂȘs estĂŁo, Ryan? – Comovida, Lanie pergunta.

ApĂłs responder Ă  pergunta da amiga, a ligação Ă© encerrada e Kate e Rick falam ao mesmo tempo – Vamos lĂĄ, gente?

Ao ver e ouvir os amigos falarem simultaneamente Lane faz graça - Eu morro de medo de vocĂȘs com esse negĂłcio de falar a mesma coisa ao mesmo tempo!

— Ah, Lanie, deixada de papo furado e vamos logo. - Kate zoa com a amiga.

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Todos vĂŁo ver a famĂ­lia Ryan no hospital. Lanie vai no carro de Esposito.

Castle vai com Kate, sendo que ele estĂĄ ao volante.

De longe, Lanie e Espo percebem que Rick pegou a chave do carro de Kate, sem objeção dela.

— É, milagres acontecem!!! – Esposito comenta. – Nunca vi a Kate entregar a chave do carro ao Castle. A vida dele Ă© pedir para dirigir a viatura da NYDP e brincar de policial, e ela sempre nega e reclama com ele, dizendo que ele nĂŁo estĂĄ na DisneylĂąndia. – ele riu ao lembrar das cenas.

— Talvez porque nĂŁo estejam em serviço, e sim, em uma saĂ­da particular. – Muito prĂĄtica, Lanie conclui. – Talvez tambĂ©m porque nĂŁo seja uma viatura convencional com pintura padrĂŁo oficial e sim um carro de luxo com equipamentos da polĂ­cia.

— Mas a viatura continua sendo da polícia e ela sempre foi excessivamente rigorosa com tudo que diz respeito à delegacia e piorou depois que se tornou Capitã. Muito estranha esta atitude da Beckett... Tem algo estranho aí... - Esposito comenta pensativo.

— É o amor, Javi. Cada dia que passa a detetive fica mais apaixonada pelo menino-escritor. Ops! Ela nĂŁo Ă© mais detetive, ela agora Ă© CapitĂŁ e ele nĂŁo Ă© mais "menino-escritor", ele agora Ă© o marido dela. – corrigiu.

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No carro de Kate...

Assim que entram no carro, antes mesmo de acionar a ignição, Castle olha sĂ©rio para a esposa – Kate, eu nĂŁo falei no meio dos nossos amigos para vocĂȘ nĂŁo ficar chateada. Eu te conheço. E tambĂ©m, Ăłbvio, eu nĂŁo queria tirar sua autoridade perante seu Distrito, mas eu nĂŁo quero mais te ver nas cenas do crime, principalmente correndo atrĂĄs de assassino, como vocĂȘ fez hoje, tĂĄ me ouvindo? NĂŁo Ă© a primeira vez que eu te falo isto e vocĂȘ nĂŁo me ouve. Mas agora a coisa Ă© sĂ©ria, Kate. - ele falava em tom carinhoso - Detesto estar agindo como se eu fosse um marido ditador, mas falo pelo seu prĂłprio bem e pelo bem da nossa famĂ­lia. VocĂȘ nĂŁo precisa mais, amor. AlĂ©m de vocĂȘ nĂŁo precisar, vocĂȘ tambĂ©m nĂŁo pode mais.

— Sabendo que ele estava certo, ela nem retruca, apenas tenta amenizar a reprimenda – Oh, babe, Ă© o costume... Quando eu percebi jĂĄ estava correndo com a arma na mĂŁo.

— Eu vi. Vi tudo mesmo. Eu estava lĂĄ, tĂĄ lembrada? – ele fez um carinho no rosto dela - Meu amor, vocĂȘ nem precisa mais fazer isto porque vocĂȘ agora Ă© CapitĂŁ. Antes eu juro que nĂŁo me importava. Óbvio que eu ficava preocupado com vocĂȘ, mas eu achava atĂ© emocionante e foi uma das coisas que me atraiu em vocĂȘ. Isto porque vocĂȘ Ă© muito boa no que faz e, alĂ©m de esperta, tem raciocĂ­nio rĂĄpido e Ă© boa de tiro. Mas agora, Kate!? Ainda mais agora. SĂ©rio!!!??? Eu nunca quis ver vocĂȘ machucada em campo, e agora entĂŁo, nem se fala, babe.

— Mas Ă© que eu adoro atuar em campo... Adoro entrar em ação. – ela falava com voz doce, tentando contornar a situação e driblar o marido para ele nĂŁo se chatear muito.

Ele torce a boca e balança lentamente a cabeça de um lado para o outro em negativa, em sinal que nĂŁo concordava com ela – Chega, nĂ©, Kate.

— Mas, se...

Ele a interrompe, pega as mĂŁos dela, une as duas e leva Ă  boca e as beija - Kate, nĂŁo tem “mas”, nem “meio mas”.— ele fala sĂ©rio, sem ser rĂ­spido e logo fala doce com ela – Amor da minha vida...

Ela o interrompe com semblante de culpada – Ok, amor. VocĂȘ estĂĄ certo. NĂŁo vou mais fazer isso... – ela faz cara de sofrimento – Vai ser difĂ­cil ficar sem participar destas diligĂȘncias, mas eu nĂŁo vou mais.

Ele prende o olhar no dela como se estivesse duvidando e ela entende exatamente o que ele quer dizer, então afirma – Eu juro!

— Kate, nem sempre eu posso estar com vocĂȘ como eu ficava antes... Eu estou com o prazo apertado para entregar os Ășltimos capĂ­tulos do livro... Amor, nĂŁo posso ficar em casa me concentrando no livro se eu ficar com a cabeça querendo saber se vocĂȘ foi para o campo ou se ficou na delegacia..., Se vocĂȘ estĂĄ bem, se estĂĄ viva.

— Amorzinho, antes de vocĂȘ me conhecer, eu jĂĄ levava esta vida, entĂŁo...

— Eu sei, amor, e esse foi um dos motivos que me fez me apaixonar por vocĂȘ. Forte, linda, destemida, inteligente, rĂĄpida no gatilho... Eu nunca pensaria em te modificar. Jamais! Eu te amo assim, do jeito que vocĂȘ Ă©. - ele a puxou para um abraço e um beijo rĂĄpido nos lĂĄbios - SĂł que agora a coisa mudou completamente de figura e vocĂȘ sabe. VocĂȘ agora tambĂ©m tem que pensar...

Ela o interrompe — Hey, Castle, eu não sou irresponsável. – ela retrucou.

— Será?

— Eu jĂĄ disse que eu juro. VocĂȘ quer mais o que?

— Que vocĂȘ tome juĂ­zo, sĂł isso.

— Essa foi a piada do dia... – ela fica morrendo de rir – E vocĂȘ, Rick, quando Ă© que vai tomar juĂ­zo?

— Amorzinho, vocĂȘ sabe muito bem do que eu estou falando.

— Tá bom, tá bom, tá bom. Culpada! Eu me entrego. - ela torceu a boca e demonstrou que entendia a preocupação do marido.

Castle agora se aproxima e dĂĄ um selinho nela – Sua bobinha! VocĂȘ Ă© muito traquina. NĂŁo sei como vai ser daqui em diante... – ele riu.

— Que tal, para começar, vocĂȘ ligar o carro para irmos ver o bebĂȘ do Ryan antes que ele se forme na faculdade? - ela ironizou, os fazendo rir.

— VocĂȘ Ă© quase exagerada... – ele sorriu, ligou o carro e seguiram em direção ao hospital.

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No hospital...

 

Toda a turminha da 12ÂȘ DP estava reunida no hospital e apĂłs parabenizar o Kevin, entraram no quarto onde Janny estava sentada numa poltrona de amamentação, jĂĄ com seu bebezinho nos braços. Ele nĂŁo estava mais mamando.

— Mas Ă© uma fofura, Janny! – Kate dizia, babando de paixĂŁo pelo bebezinho do Ryan.

— Obrigada, Kate. – Janny respondeu orgulhosa do bebĂȘ lindo e saudĂĄvel que ela tinha acabado de pĂŽr no mundo.

— Nunca vi um bebĂȘ tĂŁo lindo. – Lanie dizia.

— Isso Ă© porque vocĂȘ nunca viu uma foto minha de quando eu era um bebĂȘ. - Castle falou arrancando gargalhada de todos.

Até Kate då uma leve gargalhada, apesar de ter revirado os olhos diante do comentårio hilårio do marido.

Todos estavam caindo de amores pelo bebezinho.

Ryan carregava Sarah Grace nos braços e a garotinha dizia – É meu bebĂȘ. Eu vou brincar com o bebĂȘ.

Todos sorriram do comentĂĄrio da garotinha.

— Cara, como Ă© ter dois filhos, eihm? – Javier indagou, curioso.

Com a fisionomia bastante preocupada e tensa, Ryan responde — Para ser sincero, eu olho para eles e vejo um monte de coração e estrelinhas, mas tambĂ©m vejo um monte de cifrĂŁo com asinhas voando para longe... A vida tĂĄ difĂ­cil, viu? – todos riram. Ele olhou para Kate – CapitĂŁ, eu acho que vou ter que fazer muitas horas extras para dar conta de duas crianças.

— Que nada, cara, Ă© sĂł vocĂȘ voltar a trabalhar como segurança naquela casa de show erĂłtico para mulheres, com um monte de homem nu... (risos). - sugeriu Esposito em tom de zoação. 

Torcendo a boca diante do comentário do Espo, Kate falou – Fique tranquilo, Ryan, que eu vou arrumar uns serviços extras lá mesmo no Distrito, com valores elevados. Pode deixar. Pode contar comigo.

Completamente derretida pelo bebĂȘ nos braços da mĂŁe, Kate acaricia os pezinhos rechonchudos, abaixa a cabeça e dĂĄ um monte de cheiro e beijos nos pezinhos do bebĂȘ. - Que gostosura! - Com olhar pidĂŁo, Kate estava ao lado de Janny e perguntou, meio sem jeito – Posso segurar? Eu juro que tomo cuidado.

Achando muito estranho aquele comportamento de Kate, pois a amiga nĂŁo apreciava bebĂȘs ou tinha intimidade com eles, Lanie chega perto dela e pergunta de modo divertido, simulando agressividade - Quem Ă© vocĂȘ e o que fez com minha amiga?

Todos riem e Beckett fala - Como vocĂȘ Ă© engraçadinha! Acho que vou morrer de rir. - Kate ironiza de brincadeira - Eu nĂŁo sei o que vocĂȘs querem... VocĂȘ tem que se decidir, Lanie... Se eu nĂŁo carrego um bebĂȘ, vocĂȘ me critica e se eu quero carregar, vocĂȘ tambĂ©m reclama, nĂŁo sei o que vocĂȘ quer, amiga. - Kate faz um bico engraçado, fingindo-se irritada.

NĂŁo dando Ă  mĂ­nima ao que a amiga falou, Lanie questiona – Kate Beckett querendo segurar um bebĂȘ? Um momentinho, amiga, que eu acho que vocĂȘ deve estar surtando. Kate Beckett cheirando e dando beijinhos nos pĂ©s de um bebĂȘ!!?? A coisa Ă© sĂ©ria, viu! Como eu sou mĂ©dica sĂł para os mortos – ela riu – eu vou chamar um mĂ©dico para vivos para ele cuidar de vocĂȘ... – Kate e os demais amigos riram diante do comentĂĄrio da Legista.

Em resposta ao pedido de Kate, Janny lhe entrega o bebĂȘ envolto em uma linda mantinha de lĂŁ, nĂŁo sem antes Castle ficar ao lado dela dando apoio porque sabia que a mulher nĂŁo tinha jeito nenhum com bebĂȘs e, muito secretamente, ficou com medo dela derrubar o bebĂȘ tĂŁo inocente.

Continuando a provocar a amiga, Lanie pegou seu iPhone e tirou fotografias da CapitĂŁ – Tenho que registrar este momento Ășnico na vida. Kate Beckett carregando um bebĂȘ.

— Pode provocar Ă  vontade que eu nĂŁo vou me incomodar porque eu estou adorando carregar essa coisinha fofa. – ela olha para o marido e, toda risonha, comenta – É lindo, nĂ©, amor?

Castle abraça a mulher por trĂĄs e fica com ela entusiasmado com o bebĂȘ.

Alheios a tudo, o casal era só carinho com o recém-nascido e isto chamou a atenção dos presentes.

— Huuummm!!! TĂŽ gostando de ver, amiga! – Lanie sorriu para Kate! Estou aqui embasbacada com esta cena tĂŁo fofa. VocĂȘ carregando um bebĂȘ e olhando apaixonada para o pequenino.

Kate olhou para a amiga e fez uma careta para ela.

— NĂŁo, Kate, estou falando sĂ©rio! Estou amando esta cena. – Lanie prosseguiu.

Janny, sendo Janny, olha para a CapitĂŁ e para o escritor e faz uma pergunta indiscreta, causando embaraço a todos os presentes - Hey, vocĂȘs dois, quando Ă© que vĂŁo encomendar um bebĂȘ Ă  cegonha?

A pergunta da loira, deixou todos em silĂȘncio. Lanie e Esposito se entreolharam diante da pergunta delicada, pois sabia que Kate nĂŁo tinha afinidade com bebĂȘs e nunca mencionara ou mesmo demonstrara ter intenção de ter filho.

Sem maldar o fora que a esposa havia dado, Ryan, reforçando a curiosidade da esposa, repete a pergunta – É mesmo, Kate, quando Ă© que vocĂȘ e o Castle vĂŁo encomendar um bebĂȘ Ă  cegonha?

Castle ainda se encontrava abraçando a esposa por trås, de forma bem fofa e carinhosa.

Ao ouvir a pergunta feita por Janny e repetida por Kevin, ainda carregando o bebezinho, Kate gira levemente a cabeça, o suficiente para trocar olhares apaixonados com o marido, cheio de química que era perceptível a olhos nus.

 Neste momento, Rick, com um sorriso nos lábios comenta – Já estamos tratando disto. Estamos providenciando.

A resposta de Rick deixou os amigos em polvorosa e Lanie foi a primeira a se pronunciar – Nossa!!! Por esta eu nĂŁo esperava, mas vou logo dizendo que adorei a notĂ­cia e olha que nem Ă© primeiro de abril, dia da mentira!

— Muito engraçada vocĂȘ, Lanie, RĂĄ-RĂĄ-RĂĄ! - Kate usa de ironia e imita o som de uma risada, fazendo todos rirem de verdade.

Divertida e sempre de bem com a vida, Lanie provoca o casal com um sorrisinho cheio de malĂ­cia — Sem querer me intrometer, mas jĂĄ me intrometendo, quando Ă© que o casal pretende tratar deste assunto efetivamente, se Ă© que entendem o que eu estou querendo dizer... E começar, realmente, a providenciar um mini-Castle ou uma mini-Beckett, eihm?

— Na verdade, minha querida Dra. Lanie Parish, o meu marido, mesmo sendo especialista com palavras, se equivocou com o tempo do verbo.

— Como assim? – Lanie fez cara de quem estava confusa com as informaçÔes.

— Vou te explicar. – Kate prossegue a explicação – Na verdade, o que o meu marido queria dizer nĂŁo Ă© que “JĂĄ estamos tratando disto.” ou “Estamos providenciando.” Ele quis dizer Ă© que "jĂĄ tratamos disto" e que "o bebĂȘ Castle jĂĄ foi providenciado!" É isso mesmo, amigos, a encomenda jĂĄ foi feita.

Lanie ficou pålida e muito rapidamente procurou um local para se sentar e Kate riu da reação da amiga. E a reação não foi muito diferente para Javier, Ryan e Janny.

Com um sorriso de orelha a orelha, Kate ratifica – É isso mesmo que vocĂȘs ouviram. O nosso bebĂȘ jĂĄ foi providenciado. Eu estou grĂĄvida!

Lanie agora nĂŁo estava apenas surpresa, ela agora chorava e imediatamente se levantou e foi atĂ© Kate e acaricia os cabelos da amiga – Oh, querida! Jura?

Kate faz que sim com a cabeça e Lanie, ainda emocionada, mas já sem chorar, prossegue – Oh, amiga! Quanto tempo?

Ainda toda feliz carregando o bebezinho de Ryan nos braços, Kate informa aos amigos o tempo da sua gestação - Dez semanas.

Mudando completamente de expressĂŁo, passando de emocionada para chateada... AliĂĄs, ela fingia que estava chateada e indaga – E sĂł agora vocĂȘ me fala? Que amiga Ă© essa!?

Meio sem graça e confusa, quase gaguejando, igual no dia em que ela e Castle comunicaram aos amigos que haviam se casado, Kate se justifica – Mas Lanie, tudo ainda Ă© muito novo para mim e para o Castle. Descobrimos hĂĄ pouco tempo e somente na semana passado Ă© que eu consegui ir Ă  consulta com o obstetra que minha mĂ©dica me recomendou... E ainda estou fazendo outros exames.

Lanie dispara a fazer um monte de perguntas, sem parar - VocĂȘ tĂĄ enjoando? VocĂȘ tem ficado tonta ou desmaiado? VocĂȘ estĂĄ bem? TĂĄ tudo bem com o bebĂȘ? É menino ou menina? Voc...

Kate a interrompe – Lanie, respira! Respira! SenĂŁo quem vai desmaiar Ă© vocĂȘ, amiga. – todos riem.

— Ok! Ok! Serei paciente e aguardarei vocĂȘ responder no dia em que vocĂȘ quiser. – Lanie a provoca. – Quem sabe no mĂȘs que vem...

— Como vocĂȘ Ă© chata, eihm! – ela riu - Bem, vamos por ordem: Eu estava tendo todos os sintomas, mas, acredite, eu nĂŁo imaginei que eu estivesse grĂĄvida, atĂ© que os enjoos aumentaram e reparei que estava ficando tonta com frequĂȘncia e um dia, lĂĄ em casa, eu desmaiei, mas o Castle percebeu Ă  tempo, me segurou e eu nem caĂ­ realmente no chĂŁo. Mas eu estou bem. AtĂ© agora todos os exames estĂŁo excelentes. E quanto a ser menino ou menina... – ela fez um suspense.

— Ah, tudo bem, Kate. – Lanie ironizou - Pode fazer suspense porque nĂŁo estamos com pressa. NinguĂ©m aqui estĂĄ com fome, ninguĂ©m aqui estĂĄ cansado e temos todo tempo do mundo para esperar vocĂȘ revelar o sexo do seu bebĂȘ.

— Oh, Lanie, porque vocĂȘ Ă© assim tĂŁo mandona? – Kate perguntou.

Ai o Castle nĂŁo aguentou e, se controlando para nĂŁo gargalhar diante da pergunta da sua esposa, afastou-se um pouquinho dela, intercedeu em favor da amiga – Como Ă©, Kate? Quem Ă© mandona?

— Richard Castle, vocĂȘ sabe que nĂŁo pode chatear uma mulher grĂĄvida, nĂŁo sabe? Ainda mais quando a grĂĄvida em questĂŁo Ă© a sua mulher! - ela fez uma pausa - VocĂȘ sabe dizer se os sofas lĂĄ de casa sĂŁo confortĂĄveis para dormir? Porque se vocĂȘ continuar me provocando, serĂĄ em um deles que vocĂȘ vai passar a noite.

— Vixche! A chapa esquentou! – Esposito anunciou.

— Javier Esposito, acho melhor vocĂȘ ficar calado senĂŁo vai sobrar para vocĂȘ. – Kate repreendeu o detetive.

— Castle, nós vamos mesmo ter que suportar esta sua mulher grávida por quanto tempo, eihm? Ela está com dez semanas, então... Mais sete meses? É isso? Mais sete meses? - Javier provocou. 

— Se vocĂȘ nĂŁo quiser voltar Ă s ruas para regular o trĂąnsito ou ser transferido de Delegacia, Esposito, vocĂȘ vai, sim, ter que me “suportar” por mais sete meses.

Observando a reação irritada de Kate diante do que Castle e Esposito disseram, Ryan se aproximou do Castle, e deu leves palmadinhas de conforto no ombro dele e disse em tom de conselho – É amigo, vĂĄ se preparando. – e olhou para Esposito – VocĂȘ tambĂ©m BrĂŽ. Isso Ă© uma mulher grĂĄvida com os hormĂŽnios desregulados.

— Como Ă© que Ă©, Ryan? – Kate indagou.

— Nada chefinha! Nada! Eu apenas estou dizendo que a gravidez Ă© um perĂ­odo lindo na vida da mulher... Na vida do casal... – ele disfarçou, apesar de saber que a chefe tinha ouvido e entendido tudo que ele dissera.

— Ah, sim!

Castle voltou a ficar colado nas costas da esposa, abraçando a ela e ao bebĂȘ que ela estava segurando. AlĂ©m de querer abraçå-la, ele queria, disfarçadamente, proteger o bebĂȘ, pois era nĂ­tida a falta de jeito da esposa.

— Sim, diga, Kate. Ou melhor dizendo, chefinha - a mĂ©dica provocou a amiga - Isso se a senhora quiser falar – Lanie provocava abertamente – VocĂȘ estĂĄ esperando um mini-Castle ou uma mini-Beckett?

— Amigos, eu quero informar a vocĂȘs que eu e meu lindo marido, estamos esperando um mini-Castle...

Lanie ficou tĂŁo alegre e entusiasmada com a notĂ­cia que aplaudiu e os outros reagiram de forma parecida. NĂŁo aplaudiram, mas sorriram de felicidade e parabenizaram o casal.

— Querida! Que felicidade! ParabĂ©ns! AtĂ© que enfim, nĂ©, escritor! Um homem para te ajudar no meio de tanta mulher... – Lanie falava feliz e depois a aconselhou. – E Kate, vocĂȘ nĂŁo deve mais sair em diligĂȘncia nas ruas, correndo atrĂĄs de criminosos.

— Eu jĂĄ falei para ela. – Castle amou a colocação da legista porque sĂł fez reforçar o que jĂĄ havia falado com Kate mais cedo e tambĂ©m em outros dias.

— É, o Castle tem me falado isto. – Kate admitiu.

Esposito estava muito contente e parabenizou Castle - É, brĂŽ! ParabĂ©ns! Um garotĂŁo, eihm!?

— ParabĂ©ns, Kate, vocĂȘ vai adorar ser mĂŁe. – Janny felicitou a amiga - Um bebĂȘ dĂĄ um colorido todo especial Ă  vida do casal. É um pouco cansativo no começo, mas vocĂȘ vai se sentir tĂŁo feliz, tĂŁo gratificada, tĂŁo mĂŁe, que tudo fica muito mais alegre e feliz a partir de entĂŁo. VocĂȘ vai ver. Um bebĂȘ Ă© um presente de Deus. Que maravilha!!! Um bebĂȘ!

Neste momento, Castle falou – Dois.

— Dois!? Dois, o que? O que foi, eihm? – Lanie quis saber.

Posso falar, gente? – percebendo que todos ficaram em silĂȘncio, Castle nĂŁo esperou resposta dos amigos, e continuou – Eu e minha linda e amada esposa estamos esperando um mini-Castle e uma mini-Beckett.

— Dois!? GĂȘmeos!? – ouviu-se um coro. Ryan, Janny, Lanie e Esposito bradaram espantados com a notĂ­cia.

— Deus! – Lanie estava emocionada – Oh, amiga, se eu jĂĄ fiquei contente quando eu soube que depois de quatro longos anos, depois de muito choro e muitas brigas, vocĂȘ reconheceu que amava o escritor e decidiu se dar uma chance, acreditou no amor dele e aceitou namorar com ele. Depois para aumentar minha felicidade eu soube que vocĂȘs ficaram noivos. Como se nĂŁo bastasse, vocĂȘs se casaram e isto fez de mim a amiga mais feliz do mundo. E agora... – Lanie estava com a voz embargada pela emoção – E agora, amiga vocĂȘ me conta que estĂĄ grĂĄvida, nĂŁo de um, mas de dois bebĂȘs?

— É isso mesmo, Lanie. Eu e meu lindo escritor vamos ter dois bebĂȘs, um menino e uma menina.

Mesmo pesando somente 3.250kg, Kate jå estava achando difícil continuar carregando aquele bebezinho tão fofo e lindo. Por falta de håbito, ela estava com os braços dormentes. Então, mesmo contra sua própria vontade, ela o devolveu à sua mãe.

— Adorei segurar seu bebĂȘ, Janny. – ela sorriu para a amiga.

— Em breve Ă© vocĂȘ, querida. – a loira comentou toda feliz.

— Se Deus quiser! – ela aquiesceu.

— Isso que Ă© uma mulher abençoada. – Lanie falou e todos concordaram e o assunto continuou em torno da gravidez atĂ© que Esposito comenta – Quer dizer que teremos uma mamĂŁe na delegacia. Quer dizer que a CapitĂŁ Beckett estĂĄ...

— Capitã Castle, Esposito. Capitã Kate Castle. – Kate anunciou feliz.

Ao ouvir tal assertiva, Castle ficou de frente para a esposa – SĂ©rio, Kate?

— Seríssimo, amor. – Sem constrangimento e com muita naturalidade, ela deu um selinho no marido que estava visivelmente feliz ao saber da novidade.

— Mas Kate – Esposito discordou – Todos na delegacia e nos Departamentos e em todos os órgãos ligados à NYPD só te conhecem como Kate Beckett, Capitã Kate Beckett, então...

— EntĂŁo nada, Espo. – ela retruca o detetive e dĂĄ um lindo sorriso para o marido - Muito mais rĂĄpido do que vocĂȘ imagina todos vĂŁo saber que eu sou Kate Castle. – sob o olhar atento e admirado de todos, ela continuou – AtĂ© porque, a KATE CASTLE Ă© mais feliz do que a Kate Beckett, e eu atĂ© acho que KATE CASTLE soa mais bonito e eu atĂ© gosto mais. Eu sou uma nova mulher, entĂŁo, um novo nome.

— Meu Deus! O que uma gravidez faz com uma mulher, eihm!? É. O Castle tanto fez que a mulher agora vai desfilar com o sobrenome dele. – Esposito provocou.

— Ó vocĂȘ errado, Espo. Todo errado! – Kate riu – Fique vocĂȘ sabendo que antes mesmo de eu saber que estava grĂĄvida eu fiz a encomenda da nova plaquinha da minha mesa contendo o nome CAPITÃ KATHERINE CASTLE. E quanto a minha escolha de usar o sobrenome do meu marido... Quando eu me casei, eu acrescentei o sobrenome dele ao meu, sĂł que agora eu resolvi usĂĄ-lo e ele nĂŁo tem nada a ver com esta minha opção, pois eu decidi por conta prĂłpria. AliĂĄs ele nem sabia. - Kate deu uma rĂĄpida piscada de olho e sorriu feliz para o marido. - Ele ficou sabendo no mesmo momento que vocĂȘs, ou seja, agora. TĂĄ bom assim?

— Ok! Então, retiro o que eu disse. Desculpa, chefinha - ele brincou com a amiga.

...

...

...

O assunto continuou mais um pouco. Falaram sobre os gĂȘmeos de Kate & Castle, falaram do bebĂȘ de Ryan & Janny, falaram sobre Sarah Grace atĂ© que Castle falou – Gente, temos que ir embora porque o hospital vai nos botar para fora jĂĄ, jĂĄ e tambĂ©m, um fato muito importante, Ă© que a mĂŁe dos meus filhos precisa descansar.

— Oh, Deus! Se eu jĂĄ achava fofo o modo como o seu escritor te tratava, amiga, agora, entĂŁo, eu estou maravilhada. Mas vocĂȘ merece. AliĂĄs, vocĂȘs dois se merecem. Eu adoro vocĂȘs dois.

— Que melação, Lanie. Eca! - Esposito provocou a mĂ©dica - Acho que jĂĄ tĂĄ na hora de nĂłs irmos para casa tambĂ©m, Lanie.

— VocĂȘ Ă© muito engraçadinho, Esposito. Estou morrendo de rir. – Lanie ironizou e falando bem baixinho, e muito pausado, ela continuou – Pois eu vou te falar uma coisinha e vai ser na frente de nossos amigos mesmo, porque nada que aconteceu entre mim e vocĂȘ Ă© segredo porque eles nĂŁo sĂł sabem, mas viram e participaram daquilo que eu pensei ser um namoro. EntĂŁo, Javier, fique vocĂȘ sabendo, mocinho, que enquanto vocĂȘ tiver aversĂŁo a compromisso, nĂŁo existe mais essa coisa de “nĂłs irmos para casa”.

— Ops! O tempo fechou! - Castle falou baixinho, mas sabendo que todos iriam ouvir.

Sentindo-se constrangida por todas aquelas brincadeiras atrevidas que o Javier insistia em continuar fazendo com ela, onde ele se gabava da situação e se sentia o prĂłprio garanhĂŁo, Lanie nĂŁo se importou em ver o ex-namorado sem graça, entĂŁo ela continuou – Sinto muito se vocĂȘ estĂĄ sem graça, mas o que vocĂȘ nĂŁo sabe Ă© que Ă© assim mesmo que eu me sinto quando vocĂȘ se diverte Ă s minhas custas falando estas coisas maliciosas e de duplo sentido comigo, mas sempre de conotação sexual. Sim, Javier, eu me sinto sem graça. Portanto, Javi, enquanto vocĂȘ continuar avesso a compromisso, nĂŁo existe “nĂłs”. Vai continuar existindo somente “eu” e “vocĂȘ”. Outra coisa, o que existe hoje Ă© a “minha casa” e a “sua casa”, mas se vocĂȘ mudar de ideia e quiser compartilhar carinho, amor e sentimento, mas somente se mudar verdadeiramente de ideia, vocĂȘ me procura e poderemos conversar. AtĂ© lĂĄ, detetive Javier Esposito, somos colegas de trabalho e exijo que vocĂȘ pare com essas brincadeiras de duplo sentido e se vocĂȘ nĂŁo quer me machucar, pare mesmo com isto porque vocĂȘ sabe o que eu sinto por vocĂȘ, entĂŁo nĂŁo brinque com meus sentimentos. Podemos sim continuar como... Digamos... Como amigos. Mas antes que vocĂȘ fique animadinho, somos amigos sem benefĂ­cios, tĂĄ me entendendo, detetive, ou quer que eu desenhe?

— Cara, depois dessa, ou eu entrava na primeira joalheria e comprava um big de um anel de noivado para a Lanie ou eu me jogava embaixo de um ĂŽnibus. – Castle instigou o detetive, fazendo todos rirem, inclusive o prĂłprio Javier. Castle continuou - Cara se vocĂȘ tiver sem grana, eu te empresto e quando vocĂȘ puder vocĂȘ me paga. Mas amigo, pense direitinho: dentre outras dezenas de qualidade, a Lanie Ă© valente, verdadeira e explosiva igual a minha mulher. E eu adoro um fogo cruzado! E atĂ© onde eu sei, vocĂȘ tambĂ©m gosta. - Rick torceu a boca e riu todo contente - EntĂŁo vou te dar um conselho de amigo: nĂŁo a deixa escapar, cara, mas nĂŁo deixe mesmo. Essa mulher vale ouro e tĂĄ em falta no mercado e tem gente rondando a ĂĄrea que eu sei. Pense bem e se adiante.

Mesmo que tenha falado em tom de brincadeira, o Castle falou sério e isto todos perceberam.

— Huuummm!!! Por isto que eu adoro este seu marido, Kate. - Lanie estava sorrindo feliz diante das coisas que o Castle falara. - E eu sou assim mesmo e sou mesmo igualzinha a Kate.

Kate se encaixou nos braços do marido e achava graça do comentårio que ele fizera acerca da sua valentia e do fogo cruzado.

Depois do que ele falara, Kate se aconchegou nele - Eu nem digo mais nada. - Castle concluiu.

— Acho bom mesmo. - Kate falou usando propositalmente, um tom rude, mas somente de brincadeira e todos caíram na risada.

— Tá vendo o que eu estou dizendo, Javier?

Mesmo rindo, Javier falou - Castle, vocĂȘ Ă© um chato!

— Um chato que quer ver dois amigos juntos, cara. Coragem! - e para instigar o amigo a pedir a Lanie em casamento, ele pega a mĂŁo esquerda da sua mulher onde estava a aliança de casamento e o anel de noivado e mostra para o detetive - Aqui, Ăł! Eu que nĂŁo colocasse esse anel de noivado no dedo dela naquela Ă©poca. Sabe quando Ă© que ela ia ser minha? Nunca!

Num clima animado e descontraĂ­do, todos se despediram.

...................................

Mais tarde, no loft dos Castle...

O casal estava sozinho, pois, Alexis viajara com amigos e Martha jĂĄ estava morando em seu prĂłprio apartamento.

Kate estava sentada em um dos sofås da sala, quando chega o marido com duas taças. Entrega uma a ela e fica com outra.

— VocĂȘ Ă© uma delĂ­cia, Rick!

— Eu sei. - ambos sorriem.

— Adorei o que vocĂȘ falou para o Esposito. Adorei tudo, inclusive a parte do "Valente", "Verdadeira" e "Explosiva" com relação a mim. - ela deu um beijo no pescoço dele. Tomara que ele pense rĂĄpido, nĂ©? Porque a Lanie ama aquele cara e eu sei que ele a ama, mas fica nessa de nĂŁo querer se comprometer...  Vai terminar perdendo a Lanie.

— Pois Ă©, mas vamos deixar aqueles dois se resolverem. O que eu tinha que falar, como amigo, eu jĂĄ falei. - ele deu um beijinho na testa dela. Vamos falar da gente. Vamos brindar ao nosso amor, a nossa felicidade, Ă  nossa famĂ­lia, o que inclui seu pai, minha mĂŁe, Alexis e os nossos bebĂȘs. – ele dĂĄ um beijo e um cheiro no pescoço dela, deixando-a arrepiada.

Ele estava sorridente e jĂĄ ia dar outro beijinho nela quando ela o afasta um pouquinho e indaga – SĂ©rio, Rick!?

— O que Ă©?

Ela apontou para a taça de vinho que ele lhe entregara – Logo vocĂȘ, todo cuidadoso e preocupado comigo e com a minha gravidez... VocĂȘ quer que eu beba vinho?

— Kate, Ă© suco de uva.

Dito isto, o sorriso voltou ao rosto dela.

Eles brindam e bebem alguns goles e depositam as taças sobre a mesinha de apoio em frente ao sofå.

— Kate, eu nunca fui tĂŁo feliz como sou contigo e atualmente, eu nem consigo explicar ou descrever a minha felicidade,  tampouco mensurar o amor que eu sinto por vocĂȘ.

— Eu tambĂ©m, Rick. - Kate sorria apaixonada - Eu nunca imaginei que eu iria conhecer e trabalhar, muito menos me apaixonar perdidamente pelo meu autor preferido. Por mais que eu tenha desejado ter vocĂȘ para mim desde quando nos conhecemos, apesar das brigas, das provocaçÔes, dos ciĂșmes tanto meu quanto seu, que eu sei, - eles sorriram felizes e ela continuou - eu nunca imaginei que eu iria ter coragem de assumir para mim mesma que eu te amava, quanto mais acreditar no seu amor e o mais difĂ­cil, talvez impossĂ­vel, que nĂłs irĂ­amos nos casar... e casar por amor. Amor verdadeiro. – emocionada, mas sem chorar, ela completou – Eu sou a mulher mais feliz do mundo por ter vocĂȘ como marido, Rick. E obrigada por ter me dado esse presente: nossos filhos.

— Ops! – ele brincou – Eu que te agradeço por vocĂȘ abrigar os meus bebĂȘs – ele fez carinhos no ventre ainda plano dela.

— Amor, vocĂȘ vai me ensinar a cuidar dos bebĂȘs? Eu nĂŁo sei nada. Eu mal sei segurar nos braços. VocĂȘ viu hoje lĂĄ no hospital como sou desajeitada, nĂŁo foi? E obrigada por nĂŁo ter zoado comigo na frente dos nossos amigos. VocĂȘ me ensina?

— Hey, amor. – ele deu um beijinho na ponta do nariz dela – NinguĂ©m nasce sabendo. Repare bem, uma coisa que todo mundo fala Ă© que quando nasce um filho, nasce junto uma mĂŁe, entĂŁo... Tenho certeza que vocĂȘ vai ser a melhor mĂŁe do mundo e eu jĂĄ estou orgulhoso de ter vocĂȘ como mĂŁe dos meus bebĂȘs. AliĂĄs, eu jĂĄ sou.

— Rick, eu te amo.

— Eu tambĂ©m te amo, Kate.

E, simultaneamente, ambos disseram – Always!

Olharam-se apaixonadamente e se entregaram a um beijo cheio de amor, carinho e cumplicidade.

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