Batgirl - Sombras na Escuridão escrita por CaptainPhasma


Capítulo 1
Com os Cumprimentos, a Morte




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Chamando todos os carros, quem estiver mais próximo confirme. Chamando todos os carros, quem estiver mais próximo confirme. Rua 34 com a principal. Relatos de vizinhos de uma suposta briga no local.

O rádio repetia as ordens, a voz meio distorcida pelo equipamento. O policial pegou o comunicador e falou. - Policiais Irons e Reyes a duas quadras de distância, daremos uma conferida. - Em seguida devolvendo o equipamento ao lugar.

O carro deu uma guinada para a esquerda, fazendo a curva com velocidade acima do seguro. O veículo patinou levemente, a borracha dos pneus queimaram em atrito com o asfalto, deixando uma marca escura e um cheiro forte no caminho. Irons notou em seu parceiro uma inquietação no olhar, não apenas no olhar, seu corpo estava tenso, pensativo e ao mesmo tempo apreensivo. Sem tirar as mãos do volante, falou.

— Ei, deve ser apenas uma briga de namorados. Nada demais.

— Ah, não. Não, é nada disso. - Falou Reyes, voltando à realidade. - Eu só fiquei aqui pensando. Naquela história do vigilante.

— Você acha que esse caso tem a ver com ele? - Disse Irons, rindo do amigo.

— Não… Deixa para lá. É só viagem minha.

— Bem, deixamos mesmo. Chegamos.

Os dois oficiais saíram do carro estacionado do outro lado da rua. Olhavam para uma casa de dois andares logo a frente. Era uma casa bastante alta e estreita. Deveria ser comprida para os fundos também, pensavam os dois. A arquitetura era sem graça, um caixa retangular sem nada de especial. Irons parou em frente a porta, preparava-se para tocar a campainha quando notou algo estranho. A fechadura estava comprometida. A madeira entre o alumínio da tranca estava arrebentada. Alguém arrombara a porta. Ele fez sinal para seu parceiro, apontando para o local. Não era apenas uma briga de casal pelo jeito. Sacou sua arma, empurrando a porta levemente com o cano. Tentou o interruptor logo na entrada, duas, três vezes mas nada aconteceu. Ligou a lanterna, iluminando o ambiente que revelava-se. Havia cacos de vidro pelo chão. Mirou o feixe de luz para o teto, as lâmpadas estavam todas quebradas. Passo a passo, eles foram adentrando o local, cuidando para fazerem o mínimo de barulho possível. Um som de estática vinha do fundo da casa, talvez uma televisão mal sintonizada. Seguiram mais alguns passos até pararem defronte a escada. Irons apontou para Reyes e depois indicou para cima. Iriam se separar. Reyes subiu com cuidado as escadas, enquanto seu parceiro seguia para os fundos em direção ao som de estática.

O segundo andar era praticamente igual ao primeiro. As lâmpadas também estavam quebradas ali. Foi a primeira coisa que Reyes notou. O breu era total, nem a luz da lua atrevia-se a entrar naquele momento. O local era estranho, não existia decoração, quadros nas paredes e muito menos fotos ou qualquer coisa desse tipo. A primeira porta não mostrou absolutamente nada, era um quarto apenas com uma cama no centro e mais nada. Seguiu em direção a outra porta. Tocou a maçaneta redonda fria, fazendo menção de girar, então parou quando ouviu algo às costas. Virou-se rapidamente, apontando a lanterna ao redor. Não encontrou nada. Voltou-se novamente para a porta, um clique leve a abriu. Então, mais uma vez, ouviu algo. Uma rajada fraca de vento assoviou atrás de si. A lanterna dançava na escuridão tentando procurar alguma coisa. Ligou o walkie-talkie para falar com o parceiro.

— Tem algo estranho aqui, Irons. Como vão as coisas ai embaixo.

— Nada aqui embaixo, apenas uma televisão quebrada. - Respondeu o policial.

O feixe finalmente conseguiu pegar algo, um vulto passou em frente a luz, escondendo-se novamente na escuridão. Seguiu o movimento com a lanterna, mas perdeu-o de vista.

— Quem está ai? - Gritou o policial.

Foi então que o feixe de luz focalizou o ser parado, grudado entre o teto e a parede. Foi muito rápido, sacou a arma atirando contra a coisa que saiu correndo. Aquilo era muito ágil, desviou das balas com habilidade e velocidade enormes e jogou-se pela janela. Reyes correu para a janela quebrada, jogando a luz da lanterna na rua na tentativa de visualizar algo. Mas, sem sucesso. O que quer que fosse aquilo já tinha desaparecido.

— Reyes! O que está acontecendo? Ouvi tiros. - Irons subia as escadas em direção ao outro policial, a arma em punho.

— O vigilante! Ele fugiu. Ele estava aqui! - Reyes estava bastante alterado. Agitava-se de um lado a outro, nervosamente.

— Pelo jeito, não era apenas uma briga de casal. Deve ter algo a mais aqui. Vamos descobrir. Fique atento caso vejamos nosso amigo novamente. - Disse Irons, que continuou. - Onde você encontrou ele?

— Ele estava no teto perto da. - Reyes parou um minuto pensativo para depois continuar em tom baixo e apontar par frente. - Porta.

A porta estava levemente aberta, uma mínima fresta deixada por Reyes antes de sua atenção ter sido tomada pelo aparecimento do vigilante. O que quer que estivesse escondido nesse cômodo seria descoberto agora. A porta foi aberta, as dobradiças velhas faziam um rangido de gelar a alma. Mas, o som fora a parte mais leve daquela noite. Talvez tivessem entrado em alguma casa de espetáculos por engano, do tipo daqueles túneis do terror que existem nos parques. Se fosse isso mesmo, apertariam as mãos do responsável, tão logo saíssem dali, pelo ótimo trabalho. A luz parca da lanterna iluminou diretamente o centro do quarto onde estava a cama. O sangue era como parte da decoração, alastrando-se por qualquer espaço disponível. Um corpo nu fora deixado na cama, amarrado, braços e pernas, em cada quina do móvel. O resto do lugar conseguia ser mais macabro ainda, ursinhos de pelúcia, bonecas e muitos vestidos de criança estavam espalhados. Câmeras de vídeo marcavam cada canto, registrando tudo. Irons e Reyes se olharam, apenas com isso já se entendiam. O corpo na cama era de um homem, parecia ter entre seus quarenta e cinquenta anos e ainda estava quente. Não fazia muito que estava morto então o cheiro ainda não contaminara o ambiente. O pescoço estava todo marcado, pela experiência de ambos imaginavam ter sido asfixiado por um fino fio, muito provavelmente de náilon. O mais bizarro encontraram depois, no local onde deveria estar as partes íntimas encontraram apenas um toco sangrento. Reyes apontou com a lanterna para o rosto da vítima, teve dificuldade em abrir a boca do homem, era normal os músculos enrijecerem depois da morte. Teve vontade de vomitar quando conseguiu abrir e encontrou o que parecia ser o pênis do rapaz dentro.

— Merda! - Reyes deixou escapar.

Um barulho foi ouvido, do tipo de bater em uma madeira. Irons fez um sinal de silêncio com o dedo entre os lábios e apontou para um pequeno móvel para depois da cama, a direita deles. Abriram rapidamente as duas portas do armário de roupas. As armas em punho rapidamente foram baixadas quando uma menina assustada apareceu.

— Ei calma criança, viemos ajudar. Somos os mocinhos. Tudo bem? - Adiantou-se Reyes, mostrando o distintivo da polícia.

A menina levantou o olhar, os olhos vermelhos e inchados e disse. – Ela me salvou.

— Ela? – Os dois olharam-se.


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