Second chance escrita por MissJackson


Capítulo 1
R.I.P. 2 My Youth


Notas iniciais do capítulo

Vai ser um capitulo apenas de introdução, pra falar a historia da Alexia, tipo a historia apocalíptica dela,okay?
Eu gostei muito de escrever esse capitulo
espero que gostem
Aproveitem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/683059/chapter/1

Fazia muito tempo que eu estava andando, sem rumo ou companhia.Eu tinha um único objetivo em mente

Sobreviver

Era o que eu tinha feito - ou tentado fazer - no ultimo ano .

Eu estava sobrevivendo. Podia ter atirado na minha cabeça como outros fizeram. Seria o mais humano e inteligente a se fazer, uma morte rápida e sem dor.Mas não. Eu escolhi resistir. Morrer lentamente nesse mundo destruído.Não iria entregar os pontos tão facilmente assim, eu iria lutar.

As vezes eu penso se foi a escolha certa.

Digo,porque passar por tudo isso apenas para prolongar meu tempo em um mundo onde ate respirar pode significar sua morte ?Porque ficar andando por ai, esperando encontrar uma lata de feijão para conseguir se manter de pé?

Foi a escolha certa ?

Eu havia perdido tudo, minha casa, minha vida, minha sanidade, minha família,e tudo mais. Ficando apenas com uma mochila, com três mudas de roupa,duas armas, fotos e uma garrafa de água pela metade.

minha família

Antes das coisas saírem de controle eu estava com eles. Meus pais e minha irmã caçula Emily , Tio Valter , sua esposa, Tia Luiza e sua filha - minha melhor amiga -Mary, Tio Rener e Tia Ester. Essas pessoas eram minha família. As pessoas cujas casa eu me escondia quando "fugia" dos meus pais .As pessoas que tinham me visto nascer

Sobrevivemos, todos juntos, na fazenda do Tio Valter, por aproximadamente uma ano, lá tínhamos tudo, agua dos poços e comida da horta, tinha algumas galinhas , mas usávamos elas para porem ovos .

Meu pai e Tio Rener eram do exercito, então tinham armas e munição. Eles insistiram para todos termos treinamento com armas de fogo, e assim foi, todos - menos Emily, por ter apenas 7 anos - sabiam atirar.Tia Luiza era professora de defesa pessoal, e mesmo não podendo usar isso nos mortos, eu, Mary e tia Ester aprendemos a nos defender.Minha mãe ficava com a parte medica,e ensinou a todos o básico - a fazer curativos, sutura e etc -para a sobrevivência.

Era como se o aparente apocalipse não nos atingisse, eu pensava que estávamos protegidos, que estávamos a salvo. 

Eu estava errada

Nesse novo mundo, a lei que atua é a lei do mais forte, apenas os mais aptos sobrevivem. Então, sempre que você tem algo de bom, significa que sempre tem alguém querendo tomar de você .

Foi o que aconteceu.

Certa manhã estávamos todos trabalhando na horta, as mulheres colhiam e limpavam enquanto os homens trabalhavam com a enxada. Parecia mais um dia normal. Só parecia.

Um grupo de oito homens em um carro apareceu. Nos mandaram entregar tudo e sair da fazenda . Meu pai e tio Valter se aproximaram e os mandaram sair da propriedade.

Como resposta, dois homens desceram do carro e atiraram nos dois.

Lembro de ter escutado os gritos de Mary e Tia Luiza, minha mãe estava chorando ao meu lado. Eu ? Eu estava paralisada, sem saber o que fazer ou como reagir a isso.

Mas alguém pensou rapidamente, Emily pegou a arma da Tia Luiza e disparou, fazendo-a voltar ao encontro do seu rosto. Emily caio desacordada,com o impacto no rosto, no colo da tia Ester .

O rumo que a bala teve foi o que nos salvou. Acertou o peito do suposto líder do grupo.Fazendo seus seguidores ficarem atordoados .

Foi nossa chance. Minha mãe atirou na perna do outro atirador - que acertou tio Valter - e Mary foi com uma faca pra cima dele, dando repetidas facada em sua cabeça.

Eu atirei em dois que estavam indo na direção de Mary,acertando na cabeça dos dois - meu treinamento serviu pra alguma coisa no fim - , mas acabei levando um tiro de raspão no ombro.

Tia Luiza atirava nos dois que ainda estavam no, carro.

Tia Ester estava tentando proteger Emily dos tiros com seu corpo.

Eu estava ajoelhada no chão, tentando conter o sangramento, um desses caras resolveu tentar me bater um um taco, mas eu acertei suas pernas , o fazendo cair no chão, assim que consegui desviar de outra tentativa de me acertar , bati em sua cabeça com o cabo da arma, para logo depois acertar um tiro na mesma.

Vi, a poucos metros de mim, Mary, ainda parecia muito ocupada batendo no que sobrou do crânio. Tio Rener lutava com o ultimo, perto de onde estávamos cuidando da horta, minha mãe acertou a perna do cara com a enxada e logo depois sua cabeça .

Quando os tiros cessaram, pude sentir a dor do ferimento mais forte. Mas eu estava pouco me lixando. So corri em direção ao corpo do meu pai e me debrucei sobre ele, ficando mais suja de sangue do que já estava.Eu estava desesperada, meu pai havia levado um tiro. Só consegui lembrar do seu sorriso, me dizendo para não ter medo do escuro. Então me dei conta de que nunca mais veria seu sorriso

Eu lembro de gritar "Pai acorda, por favor, fala que era uma brincadeira pra me assustar,eu juro que não fico brava,por favor pai, você ainda vai assustar meus namorados, ainda vai brigar comigo por chegar bêbada em casa, você ainda ai ver eu me formar pai, Você disse que iria contar pros seus netos sobre quando você estava na guerra, por favor Pai " . Grossas lágrimas corriam pelo meu rosto, minha garganta estava com um nó. Só parei de gritar quando minha mãe veio e me tirou de cima dele e me abraçou. Deixei ser abraçada e carregada para dentro da casa, eu sabia o que iria acontecer agora. E não estava pronta pra ver.

Fui deixada no sofá, ao lado de Mary, que chorava como uma criança. Assim que ela me viu, apenas me abraçou, nos duas estávamos sentindo a mesma  dor, então nos apoiamos uma na outra.

Nosso luto não pode se estender muito. Pois em menos de um dia, uma horda de mortos apareceu, provavelmente atraída pelos tiros. E atacou a tudo e a todos.

Eu apenas resolvi seguir os comandos de minha mãe.Peguei Emily e Mary, as levando para fora dali, correndo para dentro da floresta, só parando quando estávamos em cima de uma árvore bem alta, onde não seriamos vistas por aquelas coisas.

A única a dormir naquela noite foi Emily, de tanto chorar. Eu e Mary ficamos vigiando, ambas recusando-se a dormir, apenas soltando lágrimas em silencio.

Assim que o dia amanheceu , descemos da arvore e voltamos para a fazenda. Tudo o que encontramos foi corpos e destruição .

Foi difícil encontrar o corpo da minha mãe em meio a tantos, mas eu encontrei. Emily foi comigo e assim que viu o corpo desacordado da mamãe, correu e abraçou-a , eu não a impedi , afinal, eu tinha feito isso com papai.

Esse foi meu maior erro. Mamãe voltou como uma daquelas coisas e mordeu o pescoço de Emily. Quando consegui mata-la, Emily ja estava morrendo, eu a abracei e murmurei coisas como " me desculpe, é tudo minha culpa, por favor não me deixe Emily, quem vai me encher se você não estiver aqui ? Por favor não morra "

Mas comecei a sentir o aperto em minha mão afrouxar e sua respiração parar de vez.

Tudo o que eu consegui fazer foi gritar, com vontade, de uma forma que expressasse toda minha dor. Merda , eu tinha perdido todos, em menos de dois dias.

Mary apareceu do meu lado. Ela se ajoelhou perto do corpo de Emily e se pôs a chorar de forma silenciosa, diferente de mim, que gritava - de vez em quando engasgando minha própria com saliva.

Ela me tirou dali, falando que tínhamos  que sair daquele lugar, mas precisávamos pegar algumas coisas.

Antes de ser puxada para dentro da casa, olhei atentamente para o corpo da minha irmã. Tentando gravar os mínimos detalhes do seu rosto.

Seria a última vez que a veria.

Ela parecia estar dormindo, se ignorasse o sangue nas suas roupas. Decidi que não deixaria ela virar uma dessas coisas. Não mesmo. Peguei minha faca e acertei a lateral de sua cabeça, fazendo seus fios loiros adquirirem uma coloração avermelhada.

Entramos na casa e pegamos o que iríamos precisar. Eu peguei algumas mudas de roupas e fotos no meu quarto, fui no quato dos meus pais e peguei as quatro pistolas e munição que eles escondiam de baixo do colchão. Fui ate o armário do banheiro pegando medicamentos e o quite de primeiros socorros. Troquei rapidamente o curativo do meu ombro e guardei as coisas.

Encontrei Mary na varanda, no seu ombro tinha sua mochila e uma bolsa, que continha comida .Reconheci em seu pulso a pulseira que tia Luiza usava , tinha sido presente o tio Valter.

Antes de partimos, tocamos fogo na casa, deixando tudo queimar com ela, nossas lembranças, nossas famílias e nossa sanidade.

Eu chorava em silencio em quanto dávamos as costas para a casa, era uma dor que eu nunca tinha experimentado, quase não conseguia respirar.

Apenas segurei com mais força o cordão em meu pescoço - era uma pedrinha azul, amarrada a uma linha preta, minha mãe havia me dito que era da minha avó - e acariciei com o polegar a pulseira de couro que meu pai me dera de aniversario.

Juntas, eu e Mary caminhamos pela estrada de terra, ambas tendo o coração machucado pelas perdas. Iríamos enfrentar o desconhecido

Eu estava com medo, muito medo


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fim do primeiro capitulo!!!Ficou grandinho né ?Bom, me falem o que acharam, vou tentar postar hoje o cap 2, se eu não conseguir, vai ser provavelmente na terça a noite ou quarta.Espero que tenham gostadoflw



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Second chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.