Roda do Tempo escrita por Seto Scorpyos
Gina aparatou no meio da floresta e olhou em volta, certificando-se de estar sozinha. Caminhou rapidamente e entrou na pequena aldeia, batendo na porta da terceira casa na rua. A bruxa puxou o capuz, escondendo ainda mais o rosto apesar de não haver ninguém por perto. A porta foi aberta e ela entrou rapidamente. Dekell colocou a cabeça para fora e olhou de um lado para outro na rua, com um sorriso malicioso.
— Feche logo essa porta! – ela reclamou, tirando o capuz.
O ex auror fez o que ela pediu e se virou, encarando-a sorrindo.
— Então a grande dama pediu para me ver... – ele se recostou à mesa e cruzou os braços, sedutor.
Gina comprimiu os lábios e desviou o olhar.
— Já disse que foi um erro horrível que não pretendo repetir. – respondeu, afastando-se.
— Por que me procurou, então?
Ignorando a resposta dela, Dekell se aproximou e a puxou para seus braços. Gina resistiu um pouco, mas acabou cedendo um beijo. Logo, ela esqueceu sua decisão e os dois acabaram na cama do ex auror.
— Isso não devia ter acontecido... – ela murmurou, envergonhada.
Dekell a observou sair da cama desajeitadamente e se cobrir, indo para banheiro. O homem respirou fundo e se levantou também, vestindo a calça. Depois de se limpar, ela voltou, o rosto vermelho.
— Eu amo meu marido... – sem olhar para o amante, ela se voltou para a janela e a entreabriu – Mas as coisas estão fora de controle...
O bruxo a encarou e elevou uma sobrancelha, mas não a interrompeu. Chegara o momento.
— O feitiço que falou... – ela se virou para ele e parou, pálida.
— O feitiço faz o que te falei, mas isso não vai ajudar se ele não concordar em fazer o voto perpétuo de casamento. – Dekell se sentou e serviu-se generosamente de vinho, sem oferecer a ela.
— E tem certeza que ele não vai saber o contra feitiço? – Gina se aproximou e serviu-se de vinho – Harry está diferente... mais poderoso...
— É um feitiço das trevas, Gina. Ele não conhece ou domina essas coisas. – a certeza do homem fez a bruxa encolher os ombros – Mas como eu te disse, o feitiço deve ser lançado com raiva, senão não vai funcionar. E não deve ser lançado pela mesma pessoa que lançará o contra feitiço.
Gina se encostou à mesa e franziu a testa, pensativa.
— Acho que conheço alguém que pode lançar o feitiço por mim. – comentou depois de alguns minutos.
Dekell elevou uma sobrancelha, mas não disse nada. Seus olhos foram desviados para a coruja que apareceu do outro lado do vidro na janela.
— Vou te entregar o feitiço e o contra feitiço, além das poções que ele deve tomar até concordar com suas... ideias – sorriu, malicioso – Você é uma mulher determinada, Gina Weasley.
O ex auror se levantou e ela o observou ir até uma mesa do outro lado da sala.
— Apenas luto por minha família, Dekell. Não há nada de errado nisso. – a bruxa rebateu, um pouco incomodada – Harry não está pensando direito então vou ter que tomar as decisões por ele.
Dekell voltou com alguns papéis e três frascos pequenos.
— Eu não tenho nada a ver com isso, docinho. – depois de entregar os objetos, se sentou de novo e pegou o copo, enchendo-o novamente. O bruxo encarou a mulher, olhando-a por cima da borda do copo – Mas... só para deixar bem claro... se lembra do que pedi em troca do feitiço, não é?
Gina empalideceu um pouco, mas concordou com a cabeça.
— Enquanto não usar o que te dei, está tudo ok, mas se usar, estará em débito comigo e espero que compreenda que tem que pagar pelo que usou. – ele acrescentou, sério.
— Eu entendi, Dekell. Entendi da primeira vez que falou sobre isso... – um pouco irritada, ela guardou os itens minimizados no bolso do casaco e respirou fundo – Acho que não nos encontraremos de novo.
Dekell sorriu e ergueu o copo na direção dela.
— E o famoso e poderoso Harry Potter nunca saberá que foi chifrado! Um brinde a isso!
O rosto de Gina se fechou.
— Não somos mais casados, Dekell. Sou livre para fazer o que quiser. – ela rebateu, seca.
— Assim fala aquela que literalmente está fazendo qualquer coisa para ter o marido de volta... – o sorriso dele se abriu à medida que o rosto dela empalideceu – Você não pensa em outra coisa, Gina, mas agora ele não é o único adúltero na equação...
— Pare! – a bruxa encarou o amante com os olhos faiscando, mas ele não se intimidou e continuou bebendo e sorrindo, maldoso – Isso não foi gentil, Dekell.
— Eu não sou gentil, docinho. Não sou seu marido. – ele rebateu, esparramado na cadeira – Não tenho que dizer coisas bonitas nem ficar te adulando.
Gina abriu a boca para responder, mas então fechou-a e se virou. Dekell riu, debochado, enquanto ela deixava a cabana sem olhar para trás. Ele esperou ainda alguns minutos e então, se levantou e foi até a porta, deixada aberta. Gina já tinha aparatado. O homem voltou para dentro e fechou a porta cuidadosamente. Pegou a varinha, atravessou a sala e passou pela cozinha, abrindo uma porta lateral. Com um sorriso maldoso, encarou o bruxo amarrado e ensangüentado dentro do pequeno armário.
— Já serviu a meus propósitos, Dekell. Vou deixá-lo descansar agora. – apontou a varinha – Avada Kedavra!
O raio verde envolveu o bruxo no chão, que morreu sem acordar. Assim que a vida o deixou, o homem de pé estremeceu e começou a mudar. Seu corpo e seu rosto sofreram espasmos e depois de alguns minutos, Rodolfo Lestrange mexeu o pescoço de um lado para outro.
Dez minutos depois, já limpo e trocado, deixou a cabana e de uma distância segura, lançou um feitiço incendiário. Observou as chamas destruírem a casa e o corpo dentro dela e gargalhou, satisfeito.
— Pelo visto seu plano deu certo.
Rodolfo se virou e encarou Antônio ainda sorrindo.
— Sim. Funcionou perfeitamente. – afirmou, estendendo a mão.
— Talvez ela não use o feitiço. – Antônio apertou a mão estendida e olhou para a cabana em chamas.
— Gina Weasley está obcecada com Harry Potter e fará qualquer coisa para tê-lo de volta. – os dois começaram a andar lentamente – Mas mesmo com a certeza de que usará o feitiço, deixei uma marca mais poderosa nela hoje.
Antônio franziu a testa. – Pensei que apenas o que exigiu em troca do feitiço...
— Não quero arriscar perder minha vingança, meu caro. – Rodolfo rebateu, sorrindo de novo – Bellatrix será vingada e esse será um bom dia.
— Então tenho que avisar meus associados para aumentarem as pressões. – Antônio sorriu também – Gina será o veículo de nossa vingança, e devo confessar que mal posso esperar para ver acontecer. No fim, até mesmo Lorde Voldemort será vingado quando Harry Potter cair.
— Nosso plano levou anos para ser posto em prática, mas conseguiremos, meu amigo. – Rodolfo parou e encarou o outro – Nossos inimigos cairão como dominós depois de nosso golpe.
Os dois bruxos andaram por mais alguns metros e desapareceram.
*****
A final do jogo de quadribol lotou o estádio. Draco e Scorpius, juntos no camarote, acompanhavam o jogo. Scorpius tentava se concentrar e ignorar os olhares e cochichos. Draco, altivo a seu lado, ostentava uma calma admirável.
— Isso é de enlouquecer! – o jovem comentou, olhando para baixo.
— Eles vão se cansar e em alguns dias, outro assunto será a manchete. – Draco respondeu, se inclinando.
Scorpius encarou o pai e sorriu, encolhendo os ombros, mas antes que pudesse responder qualquer coisa, foi puxado para cima. Draco se endireitou e arregalou os olhos, estupefato.
Os bruxos de manto e capuz interromperam o jogo e derrubaram a maioria dos jogadores das vassouras. Gritos começaram a ser ouvidos e imprecações, feitiços de proteção e pânico puderam ser ouvidos em todos os andares do estádio. Alguns jogadores que estavam com suas varinhas nas botas, tentaram contra atacar e se proteger, mas a confusão no ar só perdia para a confusão e correria nas galerias.
Draco puxou a varinha e tentou atingir o bruxo que estava com Scorpius, mas não conseguiu e em pânico, viu o filho ser levado enquanto o lugar era atingido e destruído por feitiços lançados pelos atacantes. Infelizmente, com a destruição do piso e das proteções laterais, bruxos acabaram caindo dos andares superiores e a multidão, apavorada, empurrava e uma tragédia se anunciou.
Em câmera lenta a seus olhos, Draco notou o brilho azul no meio do estádio e logo, um grupo de feiticeiros aparatou. Andreas e Arkyn imediatamente foram para cima em suas vassouras e imobilizaram e desarmaram muitos dos atacantes, usando a surpresa. Tek, embaixo ao lado de Teddy, ajudou a conter a multidão e flutuar a maioria das pessoas, tirando-as de cima uma das outras. Aurores começaram a aparatar e Tek gritou de raiva ao notar que estavam parados, claramente perdidos.
— Precisamos tirar as pessoas em segurança! – orientou, aumentando magicamente o volume da voz para ser ouvido – Metade pode ir para cima!
Teddy, segurando o escudo acima deles e das pessoas embaixo, observou com apreensão os dois colegas, agora ajudados por alguns aurores e outros bruxos, a enfrentar os atacantes. O bruxo que estava com Scorpius notou a reação e tentou fugir, afastando-se na vassoura, mas o peso do jovem e o fato dele estar se debatendo tiravam o equilíbrio do voo e perigosamente oscilaram no ar. Scorpius, de cabeça para baixo, arregalou os olhos ao ver o enorme animal que voava diretamente para eles.
Draco paralisou, assim como a maioria, quando o enorme grifo derrubou o atacante da vassoura com uma poderosa patada, e Scorpius também foi jogado e caiu a uma velocidade vertiginosa. A queda foi parada pelo enorme animal, que o envolveu e aterrissou de forma segura no chão. Assim que foi libertado, Scorpius rolou para longe do animal, que imediatamente se transformou em Harry, invocando um escudo de proteção contra a chuva de feitiços que caiu sobre eles.
O feiticeiro olhou em volta e notou a dificuldade em tirar as pessoas com segurança, então destruiu parte da parede e Tek quase gritou de alívio.
— Teddy! – Harry chamou, alarmado quando a estrutura inteira do estádio estalou.
Teddy se transformou em névoa prateada e surgiu ao lado de Scorpius, que simplesmente o encarou. Sem esperar, Teddy o segurou e os dois aparataram.
Harry jogou dois atacantes pelos ares e desarmou mais um, jogando-o contra a estrutura lateral. Teddy reapareceu a seu lado e ambos, como já era de costume, ficaram de costas um para outro e sincronizaram sua magia. Harry estabilizou o estádio e franziu a testa com o esforço, enquanto Teddy ajudou Tek a afastar alguns atacantes das pessoas que deixavam o lugar.
Draco, que assistira a tudo ainda no camarote, desceu pulando algumas escadas, aliviado pela maior parte das pessoas terem conseguido descer. Infelizmente, dois atacantes o notaram e em alguns minutos, não conseguiu mais descer, defendendo-se ferozmente de feitiços estuporantes ou paralisantes.
A estrutura balançou, desviando a atenção de Draco, e um dos atacantes aproveitou para ferir o bruxo, que gritou e soltou a varinha, segurando o ombro dilacerado.
— Temos que levar um Malfoy, não importa qual. – o homem disse, aproximando-se na vassoura.
Paralisado de dor, Draco o observou se aproximar mais e então, a estrutura inteira colapsou.
“Ainda bem que Scorpius não está mais aqui.” o bruxo pensou, estremecendo.
Madeira e tecidos começaram a cair e Draco viu o chão sumir de seus pés. Algumas bandeiras caíram sobre os atacantes, jogando-os no chão e os bruxos se afastaram imediatamente. Arkyn e Andreas desceram a tempo de ver Tek aparatando e voaram para longe. Outros aurores e bruxos correram para fora e Teddy olhou Harry.
— Vá. – o mago ordenou.
Teddy aparatou e Harry, olhando para cima, se transformou no grifo novamente, voando para cima. Desviou-se de alguns pedaços destruídos que estavam caindo e usando as patas, arrancou a proteção lateral, alcançando Draco. O bruxo encarou o enorme animal e não hesitou ao correr e se lançar no espaço. Antes que caísse, foi envolvido pelas patas de Harry, que subiu rapidamente com a ajuda das asas poderosas.
O estádio inteiro veio abaixo, levantando uma nuvem de poeira e pequenas explosões. Pedaços afiados de madeira voaram metros, atingindo algumas pessoas que não haviam se afastado o suficiente, curiosas quanto ao desenrolar das coisas.
O grifo deixou Draco no chão, o casaco verde escuro ensopado de sangue. Este abriu os olhos e, tonto de dor e choque, viu Harry se transformar e então, sorriu de leve.
— Herói quatro olhos idiota! – murmurou, deitando a cabeça na grama – Tinha que ser um grifo!
Harry balançou a cabeça e rasgou a manga do casaco, expondo o ferimento.
— Sonserino incompetente! – rebateu, franzindo a testa ao ver a extensão do corte – Como conseguiu perder a varinha e quase perder o braço?
Draco gemeu alto quando Harry despejou um pouco de poção na ferida aberta, estancando o sangue imediatamente. Ofegante e quase desacordado, o bruxo notou a caixinha aberta no chão ao lado deles.
— Primeiros socorros? – perguntou, a voz enrolada.
— Sou um mendibruxo certificado. Não vou te matar. – o mago rebateu sério.
— Devia.
Harry parou e respirou fundo, mas quando olhou para Draco, este havia desmaiado. O mago se concentrou em limpar a ferida e fechá-la com poções e ervas. Quando terminou, guardou os itens de volta na caixinha e a colocou no bolso. Segurando a mão de Draco, estendeu a outra na direção da montanha de ruínas.
— Accio varinha. — comandou, a voz suave.
Levou alguns minutos antes que houvesse movimento e logo, a varinha de Draco estava na mão de Harry. O mago a guardou no bolso interno junto com a sua e sentou-se ao lado do bruxo desacordado.
— Sabe, isso está começando a me cansar. – comentou, exausto.
— Não ordenei esse ataque.
Harry virou a cabeça e viu Dionísius em pé perto deles.
— Não tenho provas, mas não fui eu. – o homem olhou Draco no chão – Ouvi que são amantes...
— Estavam atrás de Scorpius. Tem alguma ideia de quem pode ter sido? – Harry perguntou, ignorando o comentário.
O feiticeiro se levantou e encarou Dionísius, que não se afastou.
— Ouvi sobre rumores... Lucius Malfoy tem desagradado a algumas pessoas ultimamente. Ele não entendeu que, como está perdendo dinheiro, não pode mais agir como se o tivesse de sobra.
Ouve um momento de silêncio enquanto os dois se encararam.
— Você tem ouvido coisas demais, Dionísius... então ouça bem outra muito importante: Draco e Scorpius são meus. – disse, a voz calma – Pode ir atrás do Lucius o quanto quiser, nunca estarei no seu caminho.
— ... mas se eu for atrás de Draco ou de Scorpius, terei o salvador do mundo como meu adversário. – o outro completou, com um sorriso – Pena que ataquei tarde demais, se eu chego um ano antes, você não seria problema.
— Não posso dizer que lamento por isso. – Harry rebateu, os olhos verdes fixos em Dionísius.
Este encolheu os ombros.
— Vou sondar por aí para ver se consigo algo sobre hoje. – virando-se, encarou o mago intensamente – Draco e Scorpius são seus, Harry Potter.
Harry inclinou a cabeça e observou Dionísius dar dois passos e desaparecer.
*****
Scorpius abriu a boca, estupefato, ao ver Harry aparatar segurando Draco desacordado no colo.
— Pai! – gritou, separando-se do grupo.
Apesar de correr para eles, parou e arregalou os olhos ao ver as roupas ensangüentadas do pai.
— Ele ficará bem. – Harry afirmou, olhando o jovem – Venha, ajude-me.
Teddy observou Scorpius entrar no celeiro e acompanhar Harry até o espaço superior. Andreas balançou a cabeça e se aproximou de Tek, ambos exaustos.
— Hoje foi perigoso... aqueles bruxos não queriam ferir e sim, matar a maior quantidade de pessoas possível. – comentou, inclinando-se para checar uma ferida no pescoço do companheiro.
— Pensei nisso também, a idéia sempre foi derrubar o estádio com as pessoas dentro. Não foi apenas para nos distrair. – Tek concordou, inclinando a cabeça.
— Mas o alvo era o Malfoy... porque não podemos simplesmente deixar eles se virarem sozinhos? – Arkyn, furioso, olhava para cima.
Teddy suspirou e balançou a cabeça.
No andar superior, Harry limpou Draco com magia e trocou a camisa e o casaco destruídos. Scorpius ficou parado ao lado do sofá, sem coragem de se aproximar.
— Por que aqueles homens querem nos matar? São eles, não é? Os homens de Dionísius... – disse, a expressão chocada.
Harry se levantou e o fez se sentar delicadamente, tirando do bolso a caixinha de poções e escolhendo uma.
— Tome isso. Vai se sentir melhor. – comandou, mantendo a voz suave – E não, não eram os homens de Dionísius. O problema dele é Lucius e não vocês.
O jovem obedeceu o mago e ergueu a cabeça, encarando-o.
— As coisas não vão melhorar nunca? – perguntou, angustiado.
— Não pode chover para sempre. – Harry respondeu, pegando de volta o frasco vazio.
- Como você faz para enfrentar tudo isso? Como consegue? – Scorpius perguntou, balançando a cabeça – Não se pode viver assim...
— Como deve saber, não consegui por um tempo, mas não dá para viver com medo, escondido. – o mago encarou o jovem intensamente – Então acho que o melhor é respirar fundo e encarar o que quer que tenha que encarar. De frente e o mais rápido possível. – Harry colocou a mão no ombro de Scorpius – O segredo e não deixar o inimigo nos cercar e cuidar das feridas o mais rápido que puder para não deixá-las infeccionar.
— Então tudo se resume a lutar? – o jovem perguntou, confuso – O tempo todo? É isso?
— Os Malfoy não são conhecidos por lutar as próprias guerras, Scorpius. Não é algo que vocês fazem comumente então acho que a idéia é confusa e gigantesca a seus olhos, mas para o resto de nós é comum, dia a dia. Seja trabalhando para o sustento ou enfrentando situações adversas, como nós agora, sempre tem alguma batalha pela frente.
O jovem o encarou e franziu a testa.
— Nossa vida não é um mar de rosas... – protestou, irritado – Não somos tão frívolos quanto pensa.
Harry sorriu de leve.
— O espírito é esse, Scorpius! Não se esqueça do que está sentindo agora, essa raiva e essa frustração. Isso pode ajudar a mudar um pouco as coisas.
Deixando os dois sozinhos, Harry desceu e respirou fundo, jogando-se na cadeira.
— Dionísius foi longe hoje... – Arkyn comentou, ácido.
— Não foi ele.
Harry passou a mão pelo cabelo, bagunçando-o.
— Como sabe? – Tek perguntou, curioso.
— Ele me contou... e acreditei nele.
Em poucas palavras, contou sobre o encontro e a afirmação do bruxo. Teddy se sentou na ponta da mesa e franziu a testa.
— Então estava certo quando sugeriu que havia dois grupos de atacantes. – comentou, pensativo – Mas o que o segundo grupo quer?
— Eles foram atrás do Malfoy também. – Andreas acrescentou, sério.
— Sim, mas o propósito é que me preocupa. Dionísius quer envergonhar e falir Lucius, e deixou claro que a única morte que quer é a dele, depois de fazê-lo sofrer bastante... – Harry afastou a cadeira e se deitou o torso sobre a mesa – Ele não matou ninguém no caminho, mas esse grupo não parece se preocupar com isso. Atacou minha casa e matou Janus, e hoje, muitas pessoas morreram.
— Culpa do Malfoy.
Harry ergueu a cabeça e encarou Arkyn. O clima no celeiro mudou.
— Harry...
O mago se ergueu e olhou para cima. Draco estava na escada, parecendo confuso.
— Scorpius...
— Ele precisava descansar um pouco. – Harry respondeu, observando o outro descer com cuidado a escada de madeira.
Draco olhou para os bruxos espalhados no celeiro e então para Harry.
— Dionísius? – perguntou, baixo.
— Não. E isso é um problema, Draco. – o mago se aproximou do loiro – Mais alguém quer uma cabeça da sua família... alguma idéia?
— Como se reverte um obliviate?
Harry piscou, confuso e então balançou a cabeça, a testa franzida.
— Você bateu a cabeça? – perguntou, se aproximando mais.
— Não. Quero dizer, acho que não, no meio de penas e todo o resto... como se reverte? – Draco encarou o mago, esperando.
— Acho que precisamos de uma bebida... – Teddy balançou a cabeça e se dirigiu ao armário – A gente tem cerveja amanteigada.
— Senta, Draco. – Harry pegou o braço do bruxo e o sentou, olhando-o – De repente bateu e nem notou...
Draco observou Teddy servir a cerveja para os bruxos, menos para Harry.
— Você não bebe? – perguntou, a testa franzida.
— Porque pergunta sobre o obliviate? – ignorando a pergunta, o mago se sentou de frente para o loiro – Não lembro ter visto esse feitiço ser lançado hoje.
— Tem como ou não? Por Merlin, é uma pergunta simples!
Harry franziu ainda mais a testa ao ver Draco virar a caneca e tomar mais da metade do líquido. Teddy arregalou os olhos e Andreas balançou a cabeça.
— Ele está bem? – Tek perguntou, preocupado.
— Preciso que haja um jeito. – Draco disse, com um suspiro – Como sabe que não foi Dionísius que nos atacou hoje? Eles tentaram levar Scorpius...
— Por Merlim! Ele está descontrolado! – Tek balançou a cabeça, chocado.
— Quem está descontrolado? – Draco perguntou, olhando os outros bruxos.
— Muita calma nessa hora... – Teddy se aproximou e baixou o rosto – Senhor Malfoy, se lembra de ter sido atingido?
— Você é o filho do Harry... - o loiro disse e Teddy e Harry trocaram um olhar.
— Acho que você tem que dormir mais... – o mago se levantou e fez o outro imitá-lo.
— O que aconteceu comigo? – Draco perguntou, olhando de um para outro – Estou bem...
— Não, não está. – Harry rebateu, balançando a cabeça.
— E como sabe?
— Draco, está me chamando de Harry.... – o mago começou, tentando não provocar o loiro.
— Não é esse seu nome? Harry? – o bruxo olhou para os outros, confuso.
— Melhor deixar isso para outro dia. – com habilidade, Harry o levou para cima de novo e então, ouviram o plot característico.
— Por Merlim... – Tek murmurou, com um sorriso - O cara estava bem fora do ar, não acham?
Teddy se virou para responder, mas o sorriso morreu ao ver a expressão terrível de Arkyn, os olhos escuros fixos no alto da escada.
— Arkyn... – chamou, preocupado.
O bruxo baixou os olhos e o encarou.
— Isso não está certo. O maldito Malfoy nunca foi mais que um problema para Harry e mesmo assim... – parou, engasgado e pálido.
— Não dá para escolher quem a gente ama. – Tek comentou, sério.
— Isso significa que ele vai ignorar tudo o que aconteceu e voltar para a cama desse maldito que não merece sequer um olhar? – a voz de Arkyn baixou um tom – Até ser deixado de lado de novo e de novo...
— E qual a sua oferta para isso mudar? – Andreas se sentou e se serviu de mais cerveja – Está sendo chato, rancoroso, preconceituoso e muito, muito ciumento. É isso o que está oferecendo para ele? É isso o que acha que Harry merece?
Os dois se encararam e a temperatura baixou um pouco.
— Rapazes... – Tek começou, olhando Teddy – Não vamos brigar entre nós com tudo o que está acontecendo lá fora...
— Não sei do que você está falando, Andreas. – Arkyn recuou, a expressão ainda pesada – Só acho que Harry merece coisa melhor que um Malfoy.
Sem esperar, o bruxo se virou e foi embora, batendo a porta do celeiro. Teddy respirou fundo e balançou a cabeça.
— O homem é incapaz de admitir o que sente. – Andreas comentou, seco – E isso é um problema que não precisamos.
Houve um momento de silêncio e então, Tek retomou sua caneca.
— Mas não é até bonitinho ver os dois juntos? Harry fica bem mais suave perto do Malfoy...
Teddy também pegou sua caneca e se sentou na ponta da mesa de novo. Os três trocaram um olhar divertido e voltaram a beber.
— Por que será que ele perguntou sobre o obliviate?— o jovem perguntou, depois de alguns minutos.
***********
Harry olhou em volta e por um momento, desejou sair correndo e gritando feito louco. Ele e Draco, ainda que o loiro não fosse de muita ajuda, colocaram Scorpius ainda dormindo em seu quarto e, de volta à sala, o ex auror respirou fundo e controlou o desconforto.
— Lucius lançou o obliviate em Astoria e agora, ela não se lembra que Scorpius é filho dela com ele. – o loiro se serviu generosamente de vinho e se sentou, encarando a taça – Não vou oferecer... parece que não bebe mais.
O mago encarou o outro e elevou uma sobrancelha, mas não disse nada.
— Eu a levei para os pais, que se recusaram a aceitar nossa separação e, se aproveitando do feitiço, estão fazendo um drama terrível com tudo. – Draco tomou um gole – Eles a convenceram de que estamos juntos de novo e por isso quero a separação.
Os dois trocaram um olhar pesado.
— Se eu não puder reverter, minha única saída é fazer o teste de magia residual em Scorpius, mas não queria ter que recorrer a isso. Não quero expor meu filho a mais essa indignidade. – olhando o mago ainda de pé – Sente-se, Harry. Aqui nunca foi o matadouro da nossa família e sim, o nosso lugar. Já disse que meu... Lucius mentiu quando disse isso.
O mago se sentou e respirou fundo, olhando em volta.
— Difícil simplesmente deixar para trás...
Draco o encarou e tomou mais do vinho.
— O que acha do ataque de hoje? Se não foi Dionísius, não faço idéia de quem pode ser sido. – o loiro continuou a falar, balançando a cabeça – Sei que Lucius perdeu muito dinheiro, mas não sei se isso pode ser motivo, já que é o único que está perdendo. – franziu a testa – Ouvi um deles dizer que era para levar um Malfoy, não importava qual.
Harry ficou em silêncio por alguns minutos e então se levantou. Draco ergueu os olhos e franziu a testa.
— Eu não entendo o motivo desse ataque de hoje, mas confio em Dionísius quando diz que não foi ele. Não sei se está em posição, mas se descobrir algo gostaria que me avisasse. – Harry ajeitou o casaco.
— Está indo embora? – o loiro deixou a taça sobre a mesinha e se levantou.
Harry se afastou para perto da janela e olhou o outro bruxo.
— Reforce as proteções desse lugar e fique atento. Não deixe Scorpius sozinho e nem se afaste muito da sua varinha – abriu o casaco e a pegou, deixando-a sobre o aparador da janela – Se acontecer alguma coisa, estarei por perto. E quanto ao obliviate... Hermione lançou um em seus pais e conseguiu reverter. Fale com ela sobre isso.
Antes que Draco pudesse dizer alguma coisa, Harry se transformou em corvo e saiu voando pela janela aberta. Depois de alguns minutos, Draco a fechou e a selou com magia protetora e fez o mesmo em todas, depois de recuperar sua varinha.
— Não conheço tantos feitiços de proteção quanto deveria... - comentou, reforçando as trancas mágicas na porta.
Voltou e se sentou novamente, enchendo novamente a taça.
— E não deveria beber tanto depois de uma caneca de cerveja... – murmurou, virando a taça e bebendo um grande gole – Que se dane! – seu olhar caiu sobre a janela – Ele podia ter ficado mais um pouco...
O loiro se recostou e ficou ali até que a garrafa ficasse vazia. Naevia tentou que comesse algo e revisou o ferimento. Só então Draco notou que não estava com suas roupas.
— Deixe, Naevia...
O loiro se levantou e no corredor, checou o filho que dormia profundamente. Num impulso, deitou-se ao lado dele e se aninhou, franzindo a testa quando o ferimento no braço ardeu.
— Ele podia mesmo ter ficado um pouco... – murmurou, com um suspiro.
***************
O jardim de Andrômeda estava decorado e florido. A família Delacour estava em peso e Fleur corria de um lado para outro, nervosa pela prima Victorie. Gui e Carlinhos estavam juntos em um canto.
— Onde está seu pai, Teddy? – Andreas perguntou, olhando os convidados.
O jovem suspirou.
— Mandei algumas mensagens para ele, mas não tive resposta. Como Sirius está aqui, ele deve estar chegando também.
Gina observou o ex marido e se surpreendeu com a forma compacta e máscula de Harry. O cabelo continuava bagunçado, mas estava mais curto e hoje especificamente, não usava os óculos, o que destacou a cor verde incomum de seus olhos. Ao vagar os olhos, fulminou algumas bruxas e desejou azarar um bruxo ou dois, por olharem sua propriedade.
O casamento já estava atrasado então Teddy se aproximou de Harry.
— Fica no altar comigo?
O mago encarou o jovem e sorriu. – Será uma honra.
A música começou a tocar e Victorie saiu da casa, linda em seu vestido vaporoso de noiva. A dama de honra, Fleur, também estava linda e as duas faziam um espetáculo e tanto. No altar ao lado de Teddy, Harry sorriu para a bruxa.
Não ouve tempo para reação. Um raio cor de cobre atingiu Harry com tudo e ele foi lançado para trás, derrubando a coluna de flores e o mago oficializante do casamento. As mulheres gritaram e logo, um círculo de bruxo com as varinhas a postos cercavam Harry e Teddy, que gritou desesperado.
— Pai!
O silêncio caiu quando os bruxos localizaram o atacante. Lupin ainda estava segurando a varinha, os olhos arregalados e arfante.
— O que acha que está fazendo? – Gui gritou, furioso.
O lobo viu uma nuvem branca passar por ele correndo e se lançar nos dois bruxos no chão. Pálido e chocado, ele viu Victorie vestida de noiva ao lado do filho, ambos cercando Harry. Sirius, perto do fim da fileira de cadeiras, olhou o marido e viu o exato momento em que ele entendeu que fora usado. O brilho louco em seus olhos morreu e a palidez se acentuou. Quando se encararam, o animago sentiu um peso imenso no peito e estendeu a mão, procurando por palavras de desculpas e arrependimento.
— O que você fez? Por que? – os gritos de Teddy fizeram os olhares se virarem para ele – O que...
Remus oscilou e fechou os olhos.
— Me perdoe... – murmurou, abrindo-os enevoados.
Sirius tentou alcançar o marido, mas quando conseguiu se aproximar, o lobo aparatou.
Andreas e Arkyn aparataram com Harry. Tek até tentou fazer Teddy ficar, mas ele e Victorie foram juntos. Gui, segurando a esposa chocada, observou Gina se aproximar de Sirius e cochicharem alguma coisa. Andrômeda ajudou Luna com as crianças e Gui pediu a elas que cuidassem de Fleur.
Voltando para fora, o bruxo procurou o irmão e o encontrou de perto de algumas pessoas que insistiam em não ir embora. Os dois Weasley, junto com Rolf, colocaram ordem na bagunça e conseguiram esvaziar o lugar.
Assim que ficaram a sós, Gui contou aos outros o estranho comportamento de Gina. Rolf murmurou uma desculpa para sair, mas Carlinhos ignorou.
— Que é isso, homem! Somos todos adultos aqui e tenho certeza de que concordamos que algo não está certo! – o bruxo estava irritado – Nossos pais também estão esquisitos...
— Lupin perdendo a cabeça e enfeitiçando Harry? – Gui balançou a cabeça – Não acredito que foi do nada.
Os três bruxos observaram Gina conversar com os pais e com Sirius, mal contendo uma animação totalmente descabida.
— As pessoas estão começando a notar seu comportamento, Gina. – áspero, Sirius puxou a bruxa pelo braço, afastando-a dos pais.
Indicou os três bruxos do outro lado do jardim, olhando para eles.
— São meus irmãos. Nunca ficariam contra mim. – ela rebateu, sorrindo – Foi melhor do que imaginei...
O animago não respondeu, sério. Estava com a imagem nítida do marido ainda em sua cabeça.
— O que você fez, Gina?
Os dois se viraram e Hermione encarou a bruxa. Rony, atrás dela, encarou a irmã com os olhos chispando.
— Eu não fiz nada, Hermione! Foi o Remus, não viu? – a mulher respondeu, irritada.
— Teddy estava comentando mais cedo que não recebeu resposta para as mensagens que enviou ao pai. – a voz de Rony soou seca – Sabe algo disso, Sirius?
O bruxo encarou o casal e se virou, deixando o lugar. Gina abriu a boca para protestar e então, se viu subitamente alvo de todos os olhares. A bruxa simplesmente deixou o jardim e se refugiou no quarto, ignorando até os próprios filhos.
— Não era para desconfiarem de mim... Isso não devia ter acontecido... – ela murmurou, irritada – Mas que droga!
*************
Teddy aparatou no campo e olhou em volta, estreitando os olhos ao ver o pai. Remus estava pálido e curvado, parecendo doente. O jovem se aproximou dele, mas antes que falasse alguma coisa, o lobo se adiantou.
— O feitiço que lancei é virtus retrahere, e pelo que me disseram, retira energia do corpo onde foi lançado. – o bruxo não encarou o filho – Não tenho desculpa para o que fiz, e só quero que saiba que não percebi que estava sendo usado até depois que o lancei.
— Quem mandou? – a voz de Teddy quase não saiu.
— Ninguém mandou. A pergunta certa é quem me incentivou, quem me falou sobre o feitiço e quem me encheu de histórias sobre você e Harry. – com um suspiro, Remus finalmente ergueu a cabeça e encarou o jovem.
— Eu e meu pai? Como assim?
Remus se encolheu por dentro ao ouvir o filho se referir daquele jeito a outro homem, mas sabia bem que não podia fazer nada. Era sua culpa exclusiva.
— Como uma criança, fui levado a pensar que havia algo mais em todo o seu relacionamento com seu padrinho. E há, pelo que vejo, mas não da forma como me disseram.
— Suas palavras dão voltas e mais voltas, pai. Quem te disse que eu estava tendo um caso com meu pai? Quem te falou para lançar esse feitiço que o está fazendo perder sangue por todos os buracos do corpo? Qual é o propósito disso?
A voz do jovem falhou e os olhos dele se encheram de lágrimas. Remus franziu a testa, envergonhado e atingido.
— Não devia haver sangue... – murmurou, chocado – Me disseram que ele ficaria fraco, mas nada sobre sangue...
— Pela última vez... responda claramente ou não responderei por meus atos.
Remus, pálido, viu o filho sacar a varinha e apontar para ele.
— Diferente do que fez hoje, olho em seus olhos e garanto que terei minhas respostas. – Teddy afirmou, os olhos chispando.
A magia do jovem se ergueu e Remus sentiu frio e ameaça.
— Foi Gina quem me chamou a atenção para vocês dois por causa das fotos no jornal. Ela e Sirius ficaram falando e falando... e vocês dois cada vez mais juntos, a magia de um completando a do outro... – o logo encolheu os ombros – Para minha vergonha, admito que acreditei neles.
— Eu mandei as mensagens sobre meu casamento com Victorie... falei da festa e o convidei, mesmo não precisando fazer isso oficialmente por ser meu pai... – Teddy rebateu, vacilando apesar da mão firme segurando a varinha.
— Não recebi suas mensagens. – Remus sorriu, sem humor – Agora penso que para que eu acreditasse nessas histórias loucas, Sirius deve tê-las interceptado, me deixando no escuro.
Houve um momento de silêncio tenso entre os dois bruxos e Teddy baixou a varinha, encarando o pai.
— Eles só conseguiram isso porque se manteve longe de mim, pai. Primeiro me deixou com minha avó e entendi, porque precisou de tempo para se recuperar do ataque, mas você não voltou. – Remus desviou os olhos, Teddy não – E com o passar dos anos, manteve a distância entre nós e nunca me permitiu entrar em seu mundo.
— Você sempre teve a Harry...
— Ele não é meu pai biológico. Não era ele que devia me ensinar as primeiras mágicas nem garantir que eu tivesse tudo o que precisasse. Não era ele quem tinha que estar comigo na estação nem o destinatário da minha primeira carta de Hogwarts. Era você, Remus Lupin.
O lobo olhou o filho com dor.
— Sem sua mãe...
— Eu devia ter me tornado sua prioridade – elevou uma mão e impediu ao ver que o bruxo ia interromper – Não quero explicações agora, meu pai precisa de mim. Qual a poção ou o contra feitiço?
Remus encarou o filho, petrificado.
— Qual a poção ou o contra feitiço? – o jovem repetiu, mais alto.
— Eu não sei... – o lobo balbuciou.
— Quem sabe?
— Gina me falou sobre o feitiço... Sirius também, mas acho que ela é quem...
Não terminou. Teddy aparatou sem se despedir e deixou o bruxo sozinho na colina. Lupin se deixou cair na grama e encarou o nada por longos tempos. Contra sua vontade, se lembrou de todas as conversas das últimas semanas e viu claramente como foi levado a acreditar que Harry e Teddy tinham um caso. Sentiu-se um tolo quando percebeu que os comentários inocentes e por diversas vezes acompanhados de risadas na verdade eram insinuações lançadas com o propósito de levá-lo até aquele momento.
Depois de um longo tempo, Lupin se levantou e respirou fundo.
Aparatou.
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