Águas Obscuras escrita por Alph


Capítulo 13
Despindo-me de meus sentimentos


Notas iniciais do capítulo

relou
Foi mal a demora e não desiste de mim.
PELO AMOR DE AMIDH NÃO ME MATEM CASO APAREÇA ALGUM ERRO, POIS NO MOMENTO ESTOU SEM BETA E ESTOU CORRIGINDO SOZINHO OS TEXTOS.
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Involuntariamente, parecia que já tínhamos um local certo para sempre nos encontrarmos. Era aquela rocha na praia pouco distante das muralhas do castelo de Héclyro. A noite na superfície estava esplêndida, a Lua brilhava entre as nuvens e uma névoa cobria parte da praia enquanto as ondas açoitavam as pedras.

De longe pude notar a silhueta de Héclyro sentado, me esperando na pedra coberta de musgo com pequenas conchinhas incrustada nela. Dessa vez ele estava sem seu Hyfiros e com um aspecto físico de bagunça. Aproximei-me da rocha e Héclyro abriu um sorriso quando me avistou.

Parecia idiotice no momento, mas ao vê-lo sorrindo, me notei rindo também involuntariamente como se o gesto dele me fizesse agir conforme o seu querer. Observar seus lábios rubros umedecidos arqueados dando espaço a uma arcada de dentes perfeitamente aliados era tentador para mim. 

Eu estava subindo na pedra, mas ele estendeu a mão como se quisesse me ajudar, mesmo que não precisasse de sua ajuda eu aceitei. Fiquei ao seu lado esperando ele interromper o toque de nossas mãos, mas ele não fez, Héclyro acariciou meus dedos.

— Estava com saudades suas — disse ele fitando minha mão e depois me fuzilando com seu olhar, me deixando sem jeito.

— Também senti.

Olhei para seu rosto de perfil e suas orelhas avermelhadas. Passei minha mão que não estava sendo segurada por ele em sua face.  Toquei seu maxilar e acariciei a região. Essas afeições eram tão recentes para mim, mas meu corpo gostava de sentir o dele.

— Está precisando fazer a barba — falei. Ele virou seu rosto ao encontro do meu e me fitou. Cada movimento que ele fazia, seu cheiro forte amadeirado com maresia invadia meu corpo aguçando meus sentidos.

— Perdão. Havia me esquecido de fazê-la antes de vir te ver. — Ele voltou a encarar minhas mãos e deixou os ombros caírem.

Ele estava com olheiras ao redor de seus olhos. Algo estava errado com ele e eu não estava entendendo o motivo.

— Héclyro, você quer me falar alguma coisa? — Coloquei minha mão em sua coxa e subi um pouco e logo ele despertou me olhando. — Algo de errado está acontecendo contigo?

— Eu realmente estava sentindo sua falta, Allysa. — Ele continuava com seus olhos fixos em mim. — Tu deixaste de visitar-me alguns dias sem avisar e eu vinha toda noite aqui te caçar, mas não te encontrava.  Comecei achar que tu estavas me evitando.

— Héclyro eu te avisei que iria passar uns dias sem vir aqui. Falei para você ir dormir. As coisas lá em baixo estão um pouco tensas para mim.

Comecei a explicar tudo que havia acontecido nas duas semanas, que eu estava mais ocupada e não tive tempo para dar a devida atenção para Héclyro. Ele fitava sempre para minha mão evitando cruzar nossos olhares. Parecia tentar compreender tudo que eu falava. Passei alguns minutos explicando os motivos de minha ausência e quando eu terminei de me falar ele disse:

— Eu senti falta do seu cheiro... da sua voz. Eu não compreendo o que está acontecendo comigo, eu gosto do seu jeito. Sua presença para mim é muito satisfatória, Allysa.

Fiquei em silêncio e eu também sentia tudo isso, mas eu não sabia o que responder ou como corresponder.

— Todos os dias que tu não estavas presente eu pensava em ti. Não conseguia me concentrar em nada. — Dessa vez ele me encarava com uma pose autoritária e séria. — Me diz o que tu estás pensando, por favor.  Tu és sempre tão séria, me fale o que tu sentes.

— Eu não sou muito boa em expressar meus sentimentos. Também senti sua falta em todos esses aspectos, mas eu não sei explicar muito bem. Gosto de você — falei com o tom de voz baixo. Realmente eu estava me esforçando, mas eu queimo por dentro e não consigo demonstrar isso por fora, é algo tão pessoal. Deixei meus ombros caírem e virei meu rosto para o horizonte.

Ele sorriu para mim como se tivesse escutado o que realmente queria ouvir. Tivemos alguns minutos de silêncio dando espaço para que os sons das ondas se alastrassem pelo ambiente. Héclyro mudou de assunto e começamos a conversar sobre coisas aleatórias enquanto o tempo passava. Realmente senti saudades desses nossos momentos, era muito agradável.

Depois de alguns minutos, no meio da névoa surgiam alguns pequenos pontos brilhantes flutuando. Olhava atônita para todos eles e me encolhi um pouco com medo. A luz que eles emitiam era de um branco esverdeado contrastante com o escuro da noite.  

Héclyro seguiu meu olhar e encarou os pontinhos brilhantes. Ele não pareceu surpreso, mas sim com um olhar irônico para mim.

— Estás com medo de vaga-lumes? — Ele franziu o cenho.

— Claro, não sei o que é isso.

— Calma, eles não ferem ninguém, apenas ficam brilhando na escuridão, são insetos.

Héclyro havia se aproximado de mim ficando à minha frente. Os vaga-lumes começaram a circular ao redor de nós.

— Esses bichinhos me lembram uns seres que vivem no mar comigo. — Aproximei-me de Héclyro lembrando-me dos seres que se assemelhavam com os insetos que estavam ao nosso redor.

— É? — falou encarando minha face.

Comecei a explicar sobre os pequenos peixinhos que brilhavam no escuro. E que eles vivem nas florestas de alga. Héclyro respondia com perguntas curtas como “é mesmo? Sério?”. Parecia que ele não se importava muito, mas a cada palavra que eu dizia, se aproximava de meu corpo e com suas mãos ele tocava meus ombros.

Continuei falando dos peixinhos não me incomodando com a aproximação dele. Virei meu rosto de soslaio para observar os vaga-lumes. Senti os dedos dele tocando minha face virando para a dele.

Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração tensa sobre meus lábios. Era extremamente agradável poder identificar seu cheiro tão próximo de mim.

Qualquer sentimento que me impedia de deixá-lo ficar perto da minha face estava bem longe naquele momento. Sua testa estava ao encontro da minha e nossos narizes se tocaram.

Instintivamente eu fechei meus olhos e continuei explicar bem baixinho sobre os peixes evitando que minha consciência, que exigia que ele se afastasse, sobressaísse meus desejos naquele momento. Héclyro apenas emitiu um som que pedisse meu silêncio.

Naquela total mansidão eu conseguia escutar as ondas cortando as rochas, o barulho dos vaga-lumes voando ao nosso redor e o som do coração de Héclyro. Sua mão direita desceu de minha face para meu pescoço e a esquerda foi até minhas costas puxando-a para próxima do peitoral dele.

Deixei que meus braços caíssem e minhas mãos tocassem suas coxas rígidas. E no silêncio do momento eu senti os lábios dele tocando os meus suavemente. Aos poucos aquele contato foi se intensificando. Suas mãos apertavam com segurança meu corpo e um arrepio correu em toda a minha pele.

Sua mão que tocava meu pescoço foi para meu maxilar intensificando o contato e notei que ele pedia entrada em meus lábios. A minha pequena resistência instintiva deixou-se ceder pelos meus desejos contidos em meu corpo. Sua língua invadiu a minha boca e eu apertei com força a coxa dele, talvez tenha machucado, mas Héclyro não reclamou.

Sua língua tocava a minha que também começou a movimentar-se suavemente. O calor predominou-se não só em minha boca como todo meu corpo. Héclyro flexionou seu peitoral contra minha clavícula e levando a deitar na rocha com ele por cima enquanto os vaga-lumes voavam ao nosso redor.

Senti o frio da pedra sendo conduzido pelo meu corpo junto ao calor provocado pelo beijo de Héclyro. Apenas deixei ser tomada por ele deixando que meus sentimentos fossem demonstrados não com palavras, mas sim no momento com ações.

A pressão entre nossos corpos foi extinta quando ele retirou seus lábios dos meus, por fim beijou carinhosamente em minha testa e deitando-se ao meu lado. Sua respiração estava extremamente tensa com seu peito subindo e descendo, ele se inclinou para meu rosto e sorriu.

Seu corpo estava apoiado nos cotovelos enquanto me fitava deitada na pedra com meus cabelos já secos espalhados pela rocha.

— Está cansado? — perguntei com ironia.

— Sem ar — respondeu.

Héclyro abaixou todo seu corpo na pedra colocando os braços atrás da cabeça olhando para o céu estralado. Coloquei meu rosto em seu peitoral e guiei minha visão até o maxilar. Deixei com que minha mão tocasse seu abdômen.

Ficamos no silêncio calmo. Héclyro continuava olhando para o céu e agora sua respiração estava mais lenta. Meus pensamentos estavam vagando entre o prazer e em como eu estava ferrada.

— Allysa, tu queres ir comigo a um baile que acontecerá no palácio de meu pai? — perguntou aleatoriamente, e fui pega de surpresa.

— Não posso Héclyro. Tenho compromissos lá em baixo e não tenho que vestir. As sereias vão sentir minha falta.

— Isso não será problema, o baile será à noite daqui algumas semanas.  Venha, eu exijo vossa presença.

— Eu não sei...

— Por favor, não recuses meu pedido. Tu já rejeitaste um presente meu uma vez, pelo menos venha comigo agora. Prometo que tu gostarás — disse ele. — Enquanto o vestido, não serás um problema. Eu te daria quantos tu quisesses.

Estava pensando na resposta certa para dar, precisava pensar no que dizer. Queria muito ir, só que não poderia esquecer-me de minhas obrigações. Era nesses momentos que eu mais odiava estar encurralada entre meus deveres e ficar perto de Héclyro.

— Então? Acompanharás-me? — perguntou. Ele ergueu seu tórax, apoiando o corpo sobre os cotovelos, encarando-me despida de todas as formas.

— Sim — respondi, mas minha consciência dizia não. Preferi não pensar mais, pois se eu ficasse pensando eu iria acabar dizendo não.

Héclyro abriu um largo sorriso. Tocou mechas do meu cabelo cinza escuro e deu um beijo em minha testa. Ele voltou a deitar-se na rocha me deixando apoiar meu rosto em seu tórax.

— No último dia desse mês quero que tu venhas no pôr do Sol — disse ele transmitindo toda uma empolgação. — Aliás, bela tiara.

— Tentarei — afirmei. Também estava empolgada, mas essa minha empolgação era acompanhada de desespero. — Ela é um presente de uma amiga.

Ficamos deitados aproveitando o momento conversando sobre a tiara e depois sobre coisas bobas. Amava sentir o cheiro que ele exalava, era a única coisa que estava afastando os problemas de meus pensamentos. Gostava da paz que Héclyro me passava, ele conseguia ser o calor que ficava dentro de mim mantendo-me aquecida enquanto meu corpo estava imerso em um oceano frio.

— Me beije novamente — pedi sentindo necessidade dele.

Sem hesitar, ele me beijou intensamente novamente e assim passamos a madrugada na paz de beijos e carinhos com conversas calmas antes de eu ter que ir para o mar novamente.

 

 

A voz estrondosa de Hammys me acordou de manhã cedo me chamando para meus deveres da Escolhida com a tribo. Dessa vez ele foi menos sutil e seu toque pesado. Pelo menos minhas memórias ainda estavam voltadas para a minha maravilhosa noite com Héclyro.

— Acorda Escolhida — falou sorrindo.

— Estou acordada.

— Então se levante. As meninas já estão te esperando no segundo cômodo. Vou indo para o templo.

— Tudo bem, daqui alguns minutos chegarei. — Fui até o segundo cômodo.

Enquanto Tamara e Lyria me arrumavam, eu estava tendo pequenos reflexos de pensamentos da noite anterior. Toquei meus lábios involuntariamente e sorri como uma tola. Tamara me encarou pelo espelho, parece que ela sabia o que havia acontecido então parei com meus gestos.

— Parece que tudo está ficando bem intenso — disse jogando uma indireta brincando.

— Realmente, acho que esse festival foi um dos mais legais que eu já vi. Aquele final com as mãos dadas foi incrível — Lyria disse se intrometendo. Parecia que ela não havia entendido o sentindo nas palavras da Tamara, mas eu havia compreendido, e ela não estava se referindo ao festival.

— Estão muito intensas sim e estou adorando cada segundo. — Eu e Tamara sorrimos. — Tudo cresceu e ficou mais resistente — falei. Lyria estava perdida no assunto.

 

 

Alguns dias se passaram novamente, eu fazia sempre as mesmas funções de acordar e ir ao Templo da Justiça e as vezes quando dava tempo de noite eu visitava Héclyro ou Eryus na Vala do Exílio.

Fui chamada para compartilhar leituras de histórias das escritas por Marissa para algumas sereias da tribo na praça, parte delas não gostavam de mim, então preferiam conversar e atrapalhar, mas como a história era bem cativante, logo eu conseguia roubar a atenção delas.  

Contar aqueles contos deixou de ser um convite e eu passei a gostar de exercer aquela função. Amava repassar as aventuras que eram escritas nas algas para as garotas. As sereias que não prestavam atenção em mim, depois de um tempo passaram a participar mais. Hammys me acompanhava e ficava ao meu lado, ele parecia não cansar de dizer que me achava linda lendo.

O baile que Héclyro havia me convidado estava se aproximando eu estava transbordando ansiedade, ao mesmo tempo em que eu queria muito ir, sabia que também poderia me sair muito mal caso descobrissem dessas minhas escapadas.


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Notas finais do capítulo

ESTE CAPÍTULO NÃO FOI BETADO, ENTÃO CASO TENHA ERROS ME AVISEM POR MP OU AQUI NOS COMENTÁRIOS.
Se tiver erros, me avisem por favor.
Obrigado a todos que abriram o capítulo para ler.

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