Divided We Fall escrita por Augusto C S de Souza


Capítulo 16
XVI — O Inverno Se Aproxima


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus lindo, tudo de boas? Bem, por aqui mais ou menos, já que a fic está bem próxima de seu fim t.t
Devemos ter mais um ou dois capitulos e chegaremos ao final da primeira temporada t.t
Bem, agora chega de tristeza e vamos ao capitulo. Beijos e boa leitura ♥
Até lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682631/chapter/16

Os agentes da Força-Tarefa estavam andando apressadamente pelo local, carregando armas de um lado para o outro. Everett estava diante de um sistema de câmeras totalmente focado na sala onde o Soldado Invernal estava preso.

Natasha estava um pouco mais atrás, sentada em uma cadeira. Como combinado, T’Challa estava em um escritório, mexendo em seu celular. Steve, após sua curta discussão com o Stark, caminhou até o escritório onde Sam estava. Diferente da sala onde Everett estava, as televisões dos escritórios mostravam apenas a imagem das câmeras, já que o áudio estava bloqueado.


Olá, Sr. Barnes. — A voz do psicólogo encarregado de Bucky saiu pelo alto-falante em cima do sistema de câmeras, chamando a atenção de Everett e seus agentes. — Importa se eu me sentar? — Perguntou, puxando uma cadeira. Usava um paletó marrom e um óculos de grau. Tirou seu celular do bolso e colocou em cima da mesa após digitar algo. — Fui enviado pelas Nações Unidas para lhe avaliar. — Colocou a sua pasta em cima da mesa ao terminar de se ajeitar, fitando o homem em sua frente. — Seu primeiro nome é James?


***


— O recibo para o seu equipamento. — Sharon comentou ao entrar no escritório.

— “Fantasia de pássaro”? — Sam comentou, um pouco ofendido. — Qual é. — Não escrevi isso. — A mulher deu de ombros, enquanto olhava para os lados, liberando o áudio da televisão, assentindo para o Steve, quando ele a fitou.


Sabe onde está, James? — O psicólogo perguntou, ajeitando seus óculos. — Não estou aqui para te julgar, só quero fazer algumas perguntas. — Sorriu fraco, recebendo nada mais do que o silêncio como resposta. — Não posso te ajudar se não falar comigo, James.

Meu nome é Bucky. — Respondeu simples, fitando o homem.


— Por que a Força-Tarefa liberaria essa foto dele, para começar? — Steve perguntou, olhando para a televisão.

— Divulgar, envolver quantas testemunhas pudermos. — Sharon respondeu simples.

— Certo. É uma forma de tirar um cara do esconderijo. Detonar uma bomba, tirar uma foto. — Rogers concluiu. — Pronto, sete milhões de pessoas procurando o Soldado Invernal.

— Steve, procuramos ele por dois anos e não encontramos. — Sam se intrometeu, fitando o Capitão.

— Não bombardeamos a ONU. Isso chamaria atenção.

— Isso não garante que quem o incriminou, chegaria até ele, mas nós sim. — Sharon concluiu, entendendo o que estava acontecendo.


***


— Diga-me, Bucky. — A voz do psicólogo era calma e lenta, exatamente o que tentava passar para o Soldado. — Já viu muita coisa, não é?

— Não quero falar sobre isso. — O moreno respondeu, desviando o olhar.

— Você acha que se falar, os horrores podem nunca mais parar, não é mesmo? — Questionou, enquanto a tela de seu celular acendia, mostrando os dizeres: “Pacote entregue”. — Não se preocupe, só temos que falar sobre um.


Discretamente, o psicólogo digitou um código em seu telefone, fazendo com que as luzes da base fossem desligadas, o que fez com que luzes de emergência na cor vermelha começassem a piscar.


— Ótimo. — Everett resmungou, tirando um rádio da cintura e se comunicando com seus agentes. — Vamos lá, pessoal, fiquem de olho no Barnes. Vão!

— Sexta-feira, quero a causa desse problema. Tony pediu ao levar a boca até o seu relógio, que também servia como comunicador.


Já cientes do que estava acontecendo, Rogers e o Wilson saíram do escritório. Vendo a correria, T’Challa fez o mesmo, deixando sua jaqueta em cima da mesa e correndo para fora.


— Subnível cinco, ala leste. — Sharon comentou baixo para os dois, indo na direção contrária.


***


— Por que não falamos sobre a sua casa? Viena não. Brooklyn também não, certamente. — O psicólogo sorriu, enquanto tirava um caderno vermelho, com uma estrela preta na parte superior, de dentro do paletó. — Vamos falar da sua verdadeira casa.


Ele se levantou, caminhando até a cela de Barnes, que parecia um pouco inquieto desde que viu a caderneta. Ao se aproximar o suficiente, começou a dizer palavras em russo.


— Ностальгия, ржавый, семнадцать.

— Para. — Bucky fechou o punho biônico, tentando se soltar das amarras. — Por favor.

— Северное сияние, печь. — Continuou, rondando a cela.

— Cala a boca! — Bradou ao se soltar, já começando a socar o vidro de sua prisão, que rachava aos poucos.

— девять, доброкачественный.

— Eu mandei você se calar!

— Возвращение домой, грузовой вагон.


E assim que o homem proferiu a última palavra, Bucky derrubou a porta com um soco, parando na frente do psicólogo, que o fitava com um misto de medo e dúvida.


— Солдат? — Questionou o homem, ajeitando seu óculos.

— Солдат готов подчиняться. — Bucky respondeu simples.

— Relatório de missão, 16 de dezembro de 1991.


Antes que o Soldado Invernal pudesse responder, três agentes entraram na sala, já partindo para cima de Barnes. Usando cacetetes, o primeiro investiu com um soco de esquerda, porém, foi facilmente defendido por Bucky, que esmigalhou os ossos da mão do agente, utilizando seu braço biônico.

Bucky acertou um potente soco no maxilar dele, o nocauteando. Os outros dois agentes atacaram em conjunto, mas de nada serviu. Barnes desviou de uma sequência de ganchos e cruzados, para logo segurar os homens pelos capacetes e bater suas cabeças com força.

Enquanto isso, Tony seguia os agentes para o lado de fora, quando fora puxado pelo braço por Natasha, que caminhava para o mesmo lugar.


— Tony, me diz que você tem um traje. — Romanoff comentou baixo, olhando em volta.

— Claro, um belo Tom Ford, três peças, dois botões… — Começou a dizer, antes de ser interrompido.

— Tony!

— Sou um não combatente na ativa. O que você esperava?

— Me sigam! — Sharon disse rápido ao passar por eles.


Seguido por Sam, Steve entrou na sala onde ficava a prisão de Bucky, vendo sete corpos de agentes espalhados pelo chão. Viu o psicólogo no chão e foi até ele, enquanto Sam verificava o pulso dos agentes. Ao chegar no psicólogo, Steve o ergueu pela blusa, batendo as costas do rapaz com força na parede.


— O que você quer? — Indagou sério, fitando o homem.

— Ver um império cair. — Riu fraco, fitando o Capitão.

— Ei, Steve, eles…


Sam foi interrompido por um soco de Bucky que passou raspando por sua cabeça e abrindo um buraco ao acertar a parede. O Soldado logo pegou o Vingador pela jaqueta e o jogou contra a parede de sua cela, fazendo com que Sam caísse inconsciente no chão.

Ao se virar, Barnes foi recebido por um soco de direita de Rogers, que nem o incomodou. Bucky tentou acertar um cruzado de esquerda, mas Steve desviou, dando alguns passos para trás. O Soldado Invernal aplicava chutes e joelhadas, que eram aparadas por Rogers, que logo se viu encurralado pela porta do elevador atrás de si.

Bucky tentou acertar um soco no peito do Capitão, que o segurou, com um pouco de dificuldade. Vendo que o homem estava sem ter onde se segurar, Barnes o empurrou com força, derrubando o Steve junto com a porta do elevador, o fazendo cair por uns dois andares até atingir o fundo poço. Bucky então saiu e caminhou para fora, indo em direção ao heliporto.


~X~


Alguns minutos haviam se passado desde que Sam havia desmaiado. Recobrando a consciência aos poucos, tentou se levantar, cambaleando. Olhou para fora e viu o psicólogo mais a frente.


— Ei! — Sam chamou, o que fez com que o homem corresse. — Droga. — Praguejou, indo atrás dele.


No pátio da base, Tony esgueirou-se pelas pilastras, tentando pegar o Soldado de Invernal, enquanto ele estava ocupado com os agentes de Everett. Levou a mão até o relógio que usava, lhe dando um leve toque, o que fez com que a peça se tornasse uma luva de sua armadura.

Stark se agachou e andou devagar até o Barnes. Levantou-se e o atingiu com uma rajada sônica de alta frequência, que o atordoou por alguns segundos. Tony avançou novamente, o atingindo com uma segunda rajada, que fez o Soldado cobrir o rosto dessa vez.

Stark atreveu-se a socar o rosto de Barnes, que, em resposta, tirou a pistola que pegou de um dos agentes e mirou contra o Homem de Ferro, que pôs a mão protegida no cano da arma no exato momento en que o tiro foi dado. Tentando se recuperar do susto, Tony levou a sua mão livre até a arma, conseguindo retirar o seu pente e ainda socar o rosto de Barnes mais uma vez, sorrindo fraco com o seu momentâneo sucesso.

Bucky logo se recuperou e atingiu o rosto de Stark com um cruzado de esquerda e um soco forte no estômago que o lançou para trás, o fazendo cair no chão. Assim que Tony foi atingido, Sharon avançou socando o maxilar do Soldado, girando logo em seguida lhe acertando um chute no rosto.

Tentou lhe acertar mais um chute, mas Bucky se abaixou, a segurando pela perna e a jogando em cima de uma mesa, que se partiu com o impacto. Aproveitando a brecha, foi a vez de Natasha atacar.

A ruiva acertou um soco um pouco acima da virilha de Barnes, que recuou um passo. Romanoff correu um pouco e atingiu uma joelhada no peito de Bucky, pulando logo em seguida e envolvendo o pescoço dele com suas pernas, enquanto destribuía cotoveladas em sua cabeça.

Barnes deu alguns passos para frente e segurou Natasha pela cintura, a levando de encontro a mesa em sua frente. Como a mesa não partiu ao meio, Bucky a enforcou com seu braço biônico, enquanto a mulher tentava se livrar do Soldado.


— Você poderia… ao menos… ter me reconhecido. — Natasha disse com dificuldade, fitando o homem em sua frente.


Bucky aumentou a força de seu aperto, porém, um chute na lateral de seu corpo o fez largar a ruiva, que respirou aliviada. Era a vez de T’Challa atacar. O Rei de Wakanda investiu com chutes que foram bloqueados por Barnes, que, em resposta, o atingiu com um soco no peito que o lançou ao chão.

T’Challa rolou para evitar alguma lesão maior, caindo no chão em uma posição semelhante a de uma panteira. Vendo o homem no chão, o Soldado correu em sua direção e chutou seu rosto com força o suficiente para deixá-lo inconsciente.


***


Do lado de fora, Sam correu junto com os empregados da base alemã. Olhou em volta, procurando pelo psicólogo, porém, tudo o que encontrou fora o paletó e a pasta vazia do homem.


— Merda. — Praguejou, pegando os pertences dele.


***


Já no heliporto, Bucky dirigiu-se até o helicóptero, o encontrando destrancado. Entrou, já realizando os processos para decolar. Quando Steve chegou no heliporto, após subir pelo poço do elevador, o helicóptero já estava um pouco distante. Rogers correu na direção da aeronave e pulou, mas não a alcançou.

Porém, para a sua sorte — ou azar —, um relâmpago azul atingiu o helicóptero, o fazendo cair girar pelo heliporto. Steve precisou se jogar para o lado para evitar que os pedaços da hélice o cortassem ao meio. Ao se levantar, Steve avistou uma figura vestindo uma jaqueta de couro e um jeans escuro e um pouco apertado, aproximando-se do helicóptero.

O homem quebrou o vidro, retirando o corpo inconsciente do Barnes e o colocando em seu ombro.


— Ei, larga ele! — Steve bradou, correndo na direção do homem.

— Relaxa, Capitão, estamos do mesmo lado. — O homem pediu, erguendo o braço livre em sinal de rendição. — Meu nome é Josh Kane, estou aqui para te ajudar.

— Kane? Irmão do Killian? — Roger perguntou, enquanto Josh confirmava com a cabeça. — Pode tirar a gente daqui?

— Sim, só segurar em mim. — Respondeu, lhe estendendo a mão. — Tem mais alguém de confiança aqui, Capitão, sem ser o Stark e a Viúva?

— Só o Sam, que está lá embaixo. — Steve o fitou, segurando em sua mão.

— Certo. — Assentiu com a cabeça.


Em segundos os três apareceram no pátio da base alemã, ao lado de Sam, que não pode conter o espanto em seu rosto. Steve logo o segurou pelo braço e os três sumiram novamente, reaparecendo em uma espécie de oficina abandonada. Sam soltou-se de Steve e procurou por um banheiro, enquanto segurava a vontade de vomitar.


— Acontece nas melhores famílias. — Josh riu fraco, enquanto carregava o Soldado Invernal até uma sala pequena, o prendendo pelo seu braço biônico em uma espécie de prensa de metal.

— Por que você foi atrás dele? — Steve questionou, o fitando.

— Bucky me ajudou a fugir da base da Hydra em que eu estava. — Josh respondeu, colocando as mãos no bolso da jaqueta. — Além de que não foi ele que explodiu a ONU.

— Como sabe disso?

— Não acredito que vou explicar isso de novo, mas lá vai. — Suspirou, revirando os olhos. — Meus poderes me permitem rastrear pessoas que já trocaram algum contato físico comigo. Meu irmão chama isso de estatíca. — Deu de ombros. — Quando a explosão aconteceu, ele estava a caminho do lugar, mas nenhum detonador funcionaria de tão longe.

— Por que ele estava indo para lá? — Rogers desviou o olhar, fitando o amigo.

— Não sei, mas ele havia me dito que tinha uma missão a realizar.

— Vamos ter que esperar ele acordar então.

— Capitão, tem mais uma coisa que vêm me preocupando ultimamente. — Josh comentou, fitando o semblante preocupado de Steve.

— Diga.

— Eu sinto a estática do meu irmão em dois pontos ao mesmo tempo. Um na baseados Vingadores e o outro, na Torre Stark. — Explicou. — Eu não sei o que pode ser, mas não espero nada bom vindo disso.


~X~


— Ei, Steve! — Sam chamou, quando Bucky começou a acordar.


Rogers logo deu uma leve corrida até a sala, encontrando o amigo um pouco desorientado. Josh parou ao lado de Sam, ficando em silêncio.


— Steve… — Disse baixo, sentindo a cabeça latejar.

— Com qual Bucky eu estou falando agora? — Rogers perguntou, deixando um silêncio irritante entre os dois por alguns segundos.

— Sua mãe se chamava Sarah e você colocava jornais nos sapatos pra parecer mais alto. — Riu fraco enquanto contava. — Que idiota.

— Você não poderia ter lido isso no Museu.

— O que eu fiz dessa vez? — Bucky perguntou ao perceber que estava preso.

— Muita coisa.

— Não faço mais isso.

— Mas quem acha que fez está vindo atrás de você. — Steve devolveu, trocando um olhar rápido com Sam.

— O que aquele psicólogo queria com você?

— Eu não sei.

— Bucky, explodiram a ONU apenas para te achar. — Rogers disse firme. — Um “eu não sei” não vai ajudar.

— Ele… ele queria saber sobre uma missão que eu realizei na Sibéria. — Barnes respondeu, após se esforçar para lembrar.

— Por que?

— Porque eu não sou o único Soldado Invernal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Não gostaram? Me deixem saber com um review que eu já estou mais do que atrasado para responder XD beijos e até semana que vem.

P.S: Tradução dos trechos em russo, na ordem em que apareceram.

"Saudade, enferrujado, dezessete.
Aurora, forno, nove.
Benigno, regresso a pátria.
Um, vagão de carga.


Soldado?
Soldado pronto para obedecer.