—Papai, onde você e a mamãe estavam?

Klaus olhou para Isabella com um sorriso no rosto.

—Tá namorando, tá namorando, tá namorando! –Cantarolava Damon.

Logo ele foi acompanhado por Hope.

—Quem é a criança Salvatore? –Perguntou Katherine rindo.

Damon se virou e deu a língua.

—Estão namorando? –Perguntou Rebekah sorrindo.

—Eu não sei... Estamos? –Perguntou Klaus olhando Isabella.

—Não sei... O que você acha disso Hope?

Hope bateu palmas animada.

—Então estamos namorando?

Klaus agarrou a cintura de Isabella, ela estava de costa e colocou a cabeça na curva do pescoço do companheiro.

—Você é mais que isso...

—Você também... –Sussurrou.

◊

Logo as meninas estavam no quarto.

—Como foi? –perguntou Rebekah com os olhos brilhando.

—Você quer que ela conte como foi transar com seu irmão? –Perguntou Katherine.

Rebekah ficou vermelha fazendo-as rir.

—Foi lindo, e Bekah não precisa se preocupar, eu nunca contaria.

—E... Que marquinha é essa?

—Que marca?

*

—Então...

—Então o que Salvatore?

—Como foi?

—Ele tá mesmo perguntando isso? –Perguntou Klaus se virando para Elijah e Kol.

—Acho que sim.

—Pode dizer Klaus, agora que somos amiguinhos, pode me contar tudo...  Nos mínimos detalhes!

—Eca! –Exclamou Kol.

—Você parece a Rebekah Salvatore! –Disse Alaric.

—É possível... Eles passam tanto tempo juntos!

Todos concordaram, depois de um tempo em silencio Damon se pronunciou:

—Sabe o que é bom?

—O que?

—Chocolate?

—Tem chocolate aonde? –Perguntou Davina descendo as escadas com Rebekah ao seu lado.

—Acho que acabou antes de irmos para a praia.

—Temos que comprar!

—Sim, chocolate é bom, mas não é dele que eu estou falando... O bom de irmos embora é que a Hope vai se afastar daquele aproveitador de menininhas indefesa!

—O que? –Perguntou Klaus nervoso.

—Que aproveitador? –Perguntou Kol.

—Do que está falando Damon? –Perguntaram Alaric e Elijah.

Davina e Rebekah se olharam.

—Vai começar...

 -Não, nenhum de vocês vai fazer nada com o pobre garoto!- Disse Isabella, vendo todos os rapazes reunidos.

—Você sabe o que aquele... Aquele aproveitador beijou minha filha! –Disse Klaus ‘espumando’ de raiva.

—É apenas uma criança...

—Ele não é uma criança, imagina se ele tivesse feito outras coisas com Hope.

Kol, Damon, Alaric e Elijah estavam quietos, mas por dentro os quatro tramavam planos mirabolantes para acabar com a pobre criança.

—Você não vai fazer nada com ele Klaus!

—Ele tem que pagar!

—CRISTO! Ele não fez nada!

—Isabella...

—Klaus...

Os dois ficaram se encarando por um tempo.

—Se alguma coisa acontecer... A culpa é sua! –Disse Klaus apontando para ela e saindo da sala.

—Está bem! E vocês quatro, nada de planos mirabolantes! Estou de olha nos quatro!

—Mas Izy...

—Sem Izy Damon, ele é só uma criança... E daqui a alguns meses Hope nem se lembrará dele!

◊

Klaus estava sentado com vários álbuns ao seu redor.

Em um deles era possível ver Rebekah e Isabella todas meladas de lama e um Damon risonho ao fundo, Klaus imaginou que Alaric tivesse tirado a foto.

—Odiei esse dia, Damon nos melou inteiras... Espero que não esteja zangado comigo.

—Não estou, não me zangaria com você tão fácil. Só não quero um menino arrastando aza para minha filha, ela ainda é tão nova. –Disse olhando outra foto em que Isabella segurava Hope no colo e ao lado das duas, Damon e Rebekah se beijavam. –Como era? Antes de chegarmos?

—Éramos só eu, Rebekah, Damon, Alaric e Hope, quer dizer víamos Ric só nos fins de semana ou quando ele estava de férias. Não sei como é uma família normal, mas somos a família ideal... Nesse álbum só tem fotos com eles, Alaric, Rebekah, Damon, Hope e eu. –A morena se aproximou do um armário e pegou outro álbum, esse era bem maior. –Olhe esse!

Klaus pegou o álbum e o abriu, lá tinha diversas fotos de Elijah, Katherine, Isabella, Rebekah, Damon, Alaric, Kol e Davina.

—Essa foto é muito engraçada! –Exclamou. –O Damon e o Lijah assumindo seu amor platônico!

Klaus riu.

—Ouvi meu nome? –Damon apareceu na porta.

—Não foi nada.

—Nunca é nada!

—Estamos olhando as fotos.

Klaus passou e parou numa que Davina estava olhando Kol com raiva e o moreno só ria.

—Lembra dessa? Foi quando o Kol e a Hope melaram toda a cozinha e usaram a desculpa de que estavam fazendo um bolo.

Damon riu.

—Vamos sentir falta daqui. –Suspirou o moreno.  

◊

—Tia Kath.

—Oi gatinha.

—Por que vamos embora?

—Porque é mais seguro.

—Não é por minha culpa?

—Claro que não, também não estamos dizendo adeus, só vamos ir morar em outra casa, numa outra cidade, mas essa continuara aqui. Podemos voltar quando quisermos, como a casa de praia.

Katherine sorriu ao ser abraçada por Hope.

—Tia. –Chamou novamente.

—Oi.

—Será que eles vão gostar de mim?

—Quem não gosta de você? –Perguntou sorrindo. –Já se despedi-o da Melodi?

A menina fez que não.

—Então por que não vai lá? Peça para seu tio Elijah te levar.

¥

Uma semana depois

Tudo estava pronto quando, as malas estavam dentro dos carros, os quartos desocupados e quase sem nenhuma coisa dos moradores.

—Queria levar todas as minhas roupas. –Reclamou Rebekah.

—Ai seria necessário 5 carros, 2 só para suas malas. –Disse Kol ironicamente.

—Você não vai precisar delas Bekah.

Algumas coisas tinham ficado, é claro, como, por exemplo, metade das roupas de Katherine e Rebekah, a morena estava conformada, mas já a loira...

Os corredores estavam vazios, a dispensa também, o jardim parecia perceber que eles estavam indo embora. A casinha de Hope não tinha mais nada que representa-se a menina, essa estava dentro do carro dormindo tranquilamente.

—Estão prontos? –Perguntou Elijah.

As meninas tinham os olhos banhados de lagrimas.

—Não. –Exclamou Rebekah. –Não estou pronta. Foi aqui que todo começou, que começamos a ser verdadeiramente uma família, como posso dizer adeus?

—Rebekah tem razão, aqui aprendemos a sermos nos, aprendemos com essas paredes que não adianta querer tanto se não há pelo que lutar. –Disse Katherine.

—E nos temos pelo que lutar! –Disse Damon apertando a mão da namorada.

—Ganhamos uma família... Ganhei uma família. –Davina dizia com dificuldade, já que as lagrimas pareciam não ter fim.

Isabella sentiu as suas lagrimas descerem.

—Quando cheguei aqui não tinha nada, agora tenho tudo.

Ela respirou fundo.

—Aqui é o começo, não sei se será o fim, não sei se haverá um fim, mas sei que... Não importa para onde vamos, ou com quem vamos, o que importa é permanecemos juntos, unidos.

E então a casa perdeu a graça.

Nos corredores não tinha mais barulho.

Nos jardins não existia mais aquela alegria.

E até a casinha, que um dia foi o sonho de uma criancinha.

Já não tinha valor.

Por um tempo acabou

E as palavras “adeus” tiveram que ser ditas.

Então de pouquinho em pouquinho todos entraram dentro dos carros.

Uma lenta melodia parecia ser tocada em cada parte da mansão Salvatore, as paredes estavam fazias, as fotos que lá estavam não estavam mais, os moveis estavam apagado em meio a escuridão, todo estava parado... Sem brilho, sem emoção.

Muitos pensam que o bonito em uma casa é a sua arquitetura, mas não, o bonito em uma casa é as pessoas que nela vivem.

A mansão Salvatore já foi o lar de muitos ao decorrer dos séculos, mas nenhum foi e nem será como esses.

Cada um chegou atrás de algo. Família, Paz, Amor, Amizade, Responsabilidade, Perdão, Compreensão... Como Katherine e Klaus ambos precisavam de Compaixão, de Perdão, de Compreensão, ambos encontraram isso em Hope e em Isabella. Rebekah e Kol queria amor, queriam uma família que os entende-se, eles acharam isso em si mesmo e descobriram que primeiro eles deveriam se entender. Damon, Elijah, Davina... Destruídos por uma imagem de família que não existia, se reconstruir não é fácil, mas com a ajuda certa fica fácil! Alaric não tinha a quem recorrer, era sozinho, num instante ele percebeu que nunca estaria sozinho... E Isabella, Isabella nem sabia quem era, agora... Bom ela ainda não sabe quem era, mas sabem quem é!  Não ficaria preocupada com a pequena Hope, ela vai ficar bem, feliz, sabe por quê? Ela tem as pessoas mais imperfeitas do mundo ao seu redor. Mas, para ela, essas pessoas são perfeitas.

A mansão foi o palco de uma transformação e foi o lugar onde descobrimos o significado da palavra:

Família.

Settle down, it'll all be clear

Don't pay no mind to the demons

They fill you with fear

The trouble it might drag you down

If you get lost, you can always be found