3° Desafio Sherlolly 2016 - Uma Volta no Tempo escrita por sayuri1468


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, sei que parece incompleta, mas quem ver a hist do anime crossover, ja vai identificar o final XD
Aki um video do anime baseado para vcs verem a hist:
https://www.facebook.com/InuYashaDowns/videos/685340951500719/



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— Ok...isso sim é estranho!

E era mesmo! O estranho não era eu estar caída no meio da rua, e nem o fato de eu estar completamente descabelada. O estranho era eu estar no que parecia um cenário da época vitoriana.

Olhando em volta, tentei lembrar quando tudo mudou. Há cinco minutos eu estava em Londres, mas uma Londres moderna. Uma Londres de 2005.

Pense Molly, pense!

Estava indo pra faculdade, recebi uma mensagem no celular...e de repente... cai em um bueiro. Quando sai do bueiro, estava no meio do centro, nesse cenário estranho.

Será que tinha invadido um set de filmagem sem querer?

Mas, tinha certeza que sai no mesmo bueiro por onde entrei!

— Mocinha, saia da frente! – gritou para mim um cocheiro puxando uma carruagem.

Os vestidos, o cheiro de esgoto, os ladrilhos, a névoa cinza. Meu deus, esse cenário estava perfeito demais!

— Com licença, pode me dizer onde estou?! – perguntei a uma senhora que passava com seu filho.

Ela olhou para mim, certamente me ouviu, mas passou reto.

— Demônios! – disse para o filho, esnobe, enquanto se afastava.

Pudera, pensei, vendo pelo meu estado, realmente eu parecia um demônio.

Olhei em volta.

Bom, se estava em um set, certamente, em algum momento, acharia uma saída ou alguém da produção e me levaria embora dali.

Resolvi andar. Os olhares sobre mim me incomodavam, e ficar parada ali não era a melhor das ideias.

Sai da rua principal e segui em direção a uma ruela. Passei por um corredor lateral. A névoa engrossava.

— Será que não tem fim? – pensei.

— Olha só o que temos aqui! – ouvi uma voz masculina.

— Hum, bela mocinha! Com esses trajes não deve ser uma dama! – outra voz.

Olhei em volta, procurando, mas a névoa não permitia que eu os enxergasse.

— Significa que podemos fazer o que quiser com ela!

Senti um calafrio me percorrer. E minha reação de fuga foi instantânea após sentir uma mão tentar encostar no meu ombro.

— Não corra!- gritou um deles em tom de deboche.

— Vamos te pegar de qualquer forma!

“Meu Deus, aonde estou?!”

Senti lágrimas se formando nos meus olhos, ao passo que tentava enxergar aonde estava.  A névoa não me permitia ver o caminho, e apesar de não ter certeza da minha exata localização, eu sabia que aqueles caras estavam em meu encalço.

— Mocinha! – ouvi a voz deles, mais distante, mas próxima o suficiente para eu continuar apavorada.

— Me deixem em paz! – gritei.

De repente, senti meu corpo sofrer um forte baque. Antes que percebesse, estava estirada no chão. Olhei o que me impedia prosseguir e levei um susto ao ver uma jaula com um homem dentro. A placa na frente escrito “Perigoso” já foi o suficiente para eu recuar alguns centímetros.

— Olá! – cumprimentou o homem da jaula. Senti certo alívio em sua voz.

Não iria responder. A coisa mais sensata a fazer era levantar e ir embora. Que mundo de loucos era aquele?

— Mocinha! Cade você?

Agora era certo. Estava encurralada. De um lado, dois caras que certamente iriam me ferir, e do outro, um cara que certamente também iria me ferir.

— Está com problemas? – perguntou o cara da jaula – Se me soltar, eu juro que ajudo você!

— Sinto muito, não vou cair nessa! – avisei.

A névoa começava a se dissipar. Foi o suficiente para que eu visse melhor o homem da jaula, e vice-versa.

— Adler! – exclamou o homem da jaula, como se me conhecesse.

— O que?

— Olha só, quem diria! Adler está enrascada! – pude perceber o tom de sarcasmo e satisfação em sua voz.

— Adler?! Que Adler?! – retruquei.

— Acha que pode me enganar, por um acaso?! Eu te conheço muito bem, Adler!

— Escuta aqui, quer parar de me chamar de Adler! Meu nome é Molly! M-O-L-L-Y!

— Ali está ela!

Minha raiva transformou – se em pânico em segundos. A névoa não ajudou apenas a mim, mas também aos dois caras que me procuravam.  Recuei, encostando sem querer na jaula.

— Escuta, se você me soltar, posso dar um jeito neles!

— Pra que? Pra depois você dar um jeito em mim também?!

— Vai ter que confiar em mim!

Olhei para o cara da jaula. Seus olhos eram estranhos, e possuíam alguma tristeza profunda neles. Ao passo que olhei para os dois caras que se seguiam. Os olhos possuíam um brilho depravado que me arrancava um calafrio. Bom, na pior das hipóteses, eu morreria. Abri a jaula e torci para que o homem dentro dela cumprisse com sua palavra.

Quase nem vi o cara da jaula passar por mim. Ele se movia tão rápido que entre vultos e gritos, pude ver os dois caras que me perseguiam no chão e ele em pé, de frente para mim.

— Agora nós, Adler! – disse, com um sorriso malicioso de quem estava pronto para um acerto de contas.

— Meu nome não é Adler! – repeti. Afinal, quem era esse tal de Adler?

— Esqueceu que sou ótimo fisionomista? Seu rosto, seus cabelos, seus olhos...

E parou por ai. Ficou durante longos segundos contemplando meus olhos, como se estivesse procurando algo.

— Você não é a Adler!

“A” Adler. Então era uma mulher, conclui.

— É o que estou dizendo! – falei enquanto me levantava – Meu nome é Molly Hooper!

Ele recuou, como se estivesse procurando alguma lógica. Percebi que, seja lá quem Adler fosse, provavelmente éramos muito parecidas.

— Desculpe! – falou de uma forma polida – Confundi você com outra pessoa!

Percebi que ele estava prestes a ir embora, então tive que impedi-lo.

— Espera! Você pode me ajudar?

— Acabei de fazer isso! – respondeu de forma grosseira.

— Eu não se onde estou! – insisti.

— Londres!

— Qual Londres?! Só o que vejo são pessoas em roupas engraçadas da era Vitoriana!

Ele se deteve.

— Isso porque estamos no reinado da Rainha Vitória! – ele olhou pra mim desconfiado – Onde você esteve?

Olhei em volta, mais confusa do que estava.

— Eu não sei!

Ele me examinou novamente.

— O que é isso que está usando?!

Apesar da aparência de quem havia caído de um bueiro e corrido de bandidos, meu visual não estava tão diferente do que seria se eu estivesse arrumada.

— Roupas! – respondi meio sem graça.

Ele emitiu um sorriso debochado.

— Roubou de quem?!

— Olha, não precisa me ofender! – rebati.

Seus olhos caíram sobre mim mais uma vez. De forma mais intensa. Era como se ele estivesse tentando me examinar por dentro.

Recuei sem querer. O poder daqueles olhos azuis eram demais. Senti que ele realmente podia descobrir tudo sobre mim.

— Quem é você? – perguntou, por fim, com uma expressão de genuína curiosidade.

— Já disse, Molly Hooper!

Ele balançou a cabeça negativamente.

— Não! Não perguntei o seu nome, perguntei “quem é você?”!

Não respondi. Acho que porque nem eu mesma sabia a resposta para essa pergunta.

— Venha comigo! – ele falou, conduzindo-me pelas ruas vitorianas.

O que estava acontecendo? Será que eu realmente tinha viajado para o passado? E quem era aquele cara? E o mais importante, por que eu, Molly Hooper, a garota mais sensata do mundo, estava seguindo-o, mesmo o tendo tirado de dentro de uma jaula com uma placa de “PERIGOSO” escrita.

Bom, nada ali parecia sensato.

Talvez fosse só um sonho.

— Chegamos! – ele anunciou após chegarmos em uma rua levemente movimentada

Eu conhecia aquela rua!

— Baker Street! – falei. Ele se virou para mim intrigado. – Eu conheço essa rua! Baker Street! Dizem que um grande detetive morava por aqui!

— Sério?! – rebateu com certo orgulho.

— Sim! Me contaram algo assim! Visitei a rua várias vezes, só pra tentar adivinhar em que casa ele morava!

— Aquela! – ele falou apontado para uma pequena porta verde – Baker Street, 221, apartamento B.

— Como você sabe?! – perguntei curiosa.

— Porque eu moro lá!

Olhei-o surpresa.

— Você é o grande detetive da Baker Street?! Você sabe que a existência dele nem é comprovada!

— Bom, sou um detetive, o melhor que pode encontrar, e moro na Baker Street! Coincidência? Raramente o Universo é tão preguiçoso! – disse respondendo a própria pergunta.

Ele me levou para dentro do prédio.

Realmente, eu tinha viajado ao passado.

Aqueles móveis pesados  que deixavam o ambiente mais escuro. Tudo ali era antigo e cheirava a mofo.

— Como isso pode ser real?! – perguntei tocando naquele móvel de mogno puro.

— Não existem móveis de onde você vem?! – perguntou sem muita emoção.

— Não nesse estilo!

— Está realmente tentando me convencer de que vem de outra época?

— Não, estou tentando ME convencer de que estou em outra época! – rebati, ainda olhando em volta – Esse lugar... não tem como existir! Nem em museus vemos réplicas tão bem conservadas!

Enquanto eu rodava pela sala, não percebi que ele próprio me rodava.

— Prove! – ele desafiou.

“Minhas roupas não são suficiente?!”, pensei. Mas logo tive uma ideia ainda mais brilhante. O motivo que havia me levado para aquele lugar, o responsável estava em meu bolso. Esqueci de sua existência visto a falta de chamadas, mas logo percebi que seria muito útil usá-lo agora.

Puxei meu celular do bolso da minha calça e estiquei-o para aquele homem estranho, em que eu decidira tão  repentinamente, confiar.

— Fascinante! – exclamou enquanto examinava – O que ela faz?

— O que ela fazia, suponho! Ligações, basicamente, para qualquer lugar do mundo! Envia mensagens rapidamente, fala as notícias, enfim...

Ele me olhou com espanto.

— Ela faz isso?! Como?

— Não faz mais! Certamente, aqui, na Era Vitoriana, não tem internet!

Ele ainda examinava o celular com curiosidade.

— Então, você realmente não é ela! – falou com certo desapontamento na voz.

— Adler?! Quem é ela? Sua namorada?

Ele riu.

— Jamais! Mas acho que já deveria ter adivinhado que você não era ela! Adler teria acabado com aqueles caras sozinha!

— Você parece bem desapontado por eu não ser ela! – respondi levemente ofendida.

— Achei que era a minha chance de mata-la! Então sim, estou desapontado!

Recuei. A imagem da placa escrita “Perigoso” retornou à minha mente.

Ele notou.

— Se eu fosse mata-la, já teria feito!

— E por que não fez?

— Estou curioso! – respondeu.

Ele veio até mim, subitamente. Sua aproximação repentina fez meu coração acelerar. Os olhos dele eram intensos, pensei.  Podia sentir ele me analisando a cada centímetro.

— Você é um ótimo caso! – ele falou com uma empolgação sádica.

— Não sou um caso! – falei, tentando esconder meu embaraço.

Ele sorriu.

Uma estranha tensão criou-se naquela sala. Os olhos dele me procuravam enquanto eu os evitava. Mas aquela situação estava me deixando sem graça, por algum motivo. Meu coração estava acelerado e eu sentia minhas bochechas arderem. Virei meu rosto, sabia que ele iria perceber. Afinal, aqueles olhos de águia não perdiam nada.

Senti o sorriso malicioso dele atrás de mim. Como eu imaginava, ele sabia o que estava provocando, e o pior, estava gostando disso.  Pude sentir que ele se aproximava. Prendi minha respiração, involuntariamente e senti a dele tão próxima, que já batia em minha nuca.  Ele respirou fundo, próximo a minha orelha.

— Seu cheiro é diferente... – falou num sussurro.

Engoli em seco. Senti os lábios dele se aproximarem do meu pescoço. Meu Deus, porque eu não interrompia isso agora? Não conseguia mover um único músculo.

Foi quando ele recuou subitamente, e eu entendi o motivo. Uma senhora acabara de entrar na sala. Após vê-lo, ela engoliu em seco e o olhou como se fosse um fantasma.

— Sherlock! – exclamou após alguns minutos.

Seus olhos foram dele para mim. Ela gritou repentinamente.

— Irene! Como...?

Vi lágrimas se formarem nos olhos dela.

— É uma visão?! Uma alucinação?! – disse desesperada.

— Ela não é Irene! – anunciou o cara da jaula - E receio que não seja alucinação!

Mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa a mais, desmaiou.

 

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— Então, seu nome é Molly Hooper?

Após alguns cuidados e muitas explicações, consegui recobrar a consciência daquela senhora.

— Sim! Sinto muito tê-la assustado!

— Mas, mais importante: quem é você e o que faz na minha casa? – perguntou o cara da jaula com uma grosseria ímpar.

— Fique quieto, Sherlock! – disse com firmeza – Mais tarde quero saber como saiu da jaula!

Quando estava prestes a revelar a minha culpa, Sherlock surpreendeu-me com um soco na mesa. Ele urrou de raiva, de uma forma quase bestial.

— Chega, sua velha! Pare de falar como se me conhecesse!

A senhora se levantou, com uma imponência que eu jamais vira.

— Então não se lembra de mim?! Bom, não o culpo... afinal, já faz 40 anos!

— Oi?! – exclamei, sem entender. Como podia fazer mais de 40 anos se aquele cara não aparentava ter nem 30 direito.

Porém, percebi que para Sherlock fez todo o sentido, pois ele parou a passou a avalia-la. Seus olhos a percorram.

— Martha?! Martha, aquela pirralha?  - falou após um bom tempo.

— Isso mesmo! Sou a irmã mais nova da Irene!

Sherlock sorriu malicioso.

— Ah, entendi! É uma pena que vocês envelheçam! Então, Adler também está uma velha gaga como você ?

Sua voz possuía um tom irônico, mas Martha pareceu não se importar.

— Minha irmã morreu, no mesmo dia em que te jogou naquela jaula!

— Espera ai! – intervi

Tanto Martha quanto Sherlock me olharam confusos.

— Quero dizer, é impossível que ele tenha ficado mais de quarenta anos preso!  Ele não aparenta ter mais de 25!

— Isso porque eu não sou um humano fraco, como vocês!

Sherlock respondeu com arrogância.

— Não...é humano?! – rebati hesitante.

— Achou que eu fosse um humano?!

— Bom, se não é, porque não saiu da jaula sozinho?

Sherlock virou a cara, visivelmente irritado.

— Porque minha irmã era muito mais poderosa! – respondeu Martha. – Foi ela que o prendeu e o lacrou! O que me leva a essa pergunta Sherlock, como conseguiu quebrar o lacre?

— Não fui eu! – ele respondeu, como se também quisesse a resposta para essa pergunta.

— Fui eu! Fui eu que abri a jaula! – falei, assumindo a culpa que me cabia – Mas eu não sabia que não era para abrir! Eu só o encontrei lá!

Martha olhou-me com curiosidade. Seus olhos intrigados emitiam um brilho estranho.

— Molly, eu não estava enganada! Você certamente é a reencarnação da minha irmã!

— Eu...o que?


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