Gerações - Interativa escrita por Litsemeriye, Haria Ana


Capítulo 7
Especial de Natal - parte 2


Notas iniciais do capítulo

ESPECIAL DE NATAL EM FEVEREIRO???
Sim
Olha a segunda parte aí
Culpa de vocês de só mandarem europeu porque ces não sabem a vontade que tenho de fazer um especial de carnaval //apanha



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Mariele

Mariele adorava os Natais, porque era um dos poucos dias do ano onde toda a casa se reunia. Quando a campainha soou, ela correu animada até a porta, o cabelo louro recém penteado sacudindo atrás de si.

Großen Bruder*!” Exclamou, agarrando a cintura do irmão.

Schwesterchen!*” Carl respondeu com a mesma animação, içando a garota para o alto com o braço livre de sacolas. “Como vai, Mari? Tem se comportado?”

Mariele acenou com a cabeça, abraçando o irmão com mais força. Carl era definitivamente o membro da família com quem ela mais se identificava e, desde que ele se mudara para cursar faculdade alguns meses atrás, ficar sem vê-lo todo dia estava se mostrando uma verdadeira provação para a Schneider mais nova.

Os dois irmãos entraram na casa ainda agarrados, Carl tentando equilibrar a sacola com presentes e a mala em uma mão, a irmã na outra. A pequena estava muito satisfeita por ter o irmão junto novamente, era claro em seus olhos, e não seria ele quem tiraria isso dela.

“Você já chegou, filho?” A senhora Schneider apareceu da cozinha, limpando as mãos no avental. Carl teve que deixar as sacolas no chão para abraçar a matriarca. “Achei que chegaria só mais tarde.” Ela completou, ainda no abraço.

“Eu ia, sim” ele respondeu, passando os braços por cima dos ombros da mãe. “Mas eu estava morrendo de saudades do sorriso dessa coisinha, então acabei pegando o trem mais cedo.”

“A coisinha sou eu, mãe!” A mais nova exclamou, animada, o que fez a mais velha dos três rir.

A sra. Schneider fez então que os filhos levassem a bagunça para dentro do quarto do primogênito, esperando na entrada da cozinha até as duas cabeças louras sumirem escada acima. Ela tinha uma sensação estranha de que algo havia mudado no filho, mas pensou ser apenas impressão sua e voltou a se concentrar na massa de Vanillekipferl*.

Mariele e Carl desceram alguns minutos mais tarde, quase só casacos, avisando que iriam passar no Mercado de Natal antes que o mesmo encerrasse as atividades do dia. A mãe gritou, sem certeza de ser escutada, para que eles tomassem cuidado.

Ainda era tarde do dia vinte e quatro. Carl não esteve quando Mariele e os pais fizeram a Adventskranz*, acenderam as quatro velas ou mesmo escolheram e decoraram o pinheiro. Ele não ajudou a embrulhar os presentes, abriu as casas do Adventskalendar* ou pendurou o Herrnhuter Stern* na janela, mas estava ali agora, para a noite mais importante de dezembro, e isso que valia para a menina.

“No que você está pensando, Mari?” A voz do irmão a tirou do devaneio, e só então a garota percebeu que eles já haviam chegado no Mercado de Natal. Haviam pouquíssimas lojas abertas, e as poucas pessoas ali faziam compras de emergência ou pegavam encomendas prévias. “Ficou quieta o caminho todo.”

“Eu ‘tô feliz por você estar aqui, Bruder”, respondeu, agarrando o braço do mais velho. “Estava com saudades.”

“Eu também, Mari.”

Mariele estava feliz.

X

Engel

Quando a senhora Weiss voltou para casa do mercado, se surpreendeu ao ver que Engel já havia acordado e brincava no tapete da sala com os bloquinhos de montar, quase quietinha demais.

“Já acordou, princesa?”

“Mãe!” a criança pareceu finalmente percebê-la no cômodo, e levantou de onde estava para abraçar a mais velha. “Onde você estava?”

“Mamãe foi passar no mercado e comprar comida para o jantar, Engel.” Leona pôs as compras no balcão que dividia a sala da cozinha, pegando a filha no colo. “Como você está? Tem fome?”

Engel moveu a cabeça em negativa. Ela estava descabelada e precisava urgentemente de um banho, tendo as pernas riscadas por canetinhas coloridas, para estar pronta para a missa de Natal. A mais nova parecia ter um talento inato para se sujar, mas de algum modo nada acontecia aos móveis, paredes ou chão – apenas a Engel. A matriarca tirou uma mecha da frente dos olhos da filha e sorriu com carinho, muito compenetrada nas feições infantis.

“Vamos tomar banho, Klein*?”

“Não me chama assim! Eu tenho nove anos já, mãe, não sou pequena!” A menor se indignou, cruzando os braços.

Leona riu, balançando a cabeça e seguindo com a filha até o corredor. Não conseguia deixar de pensar em como a amava, desde os cabelos louros ao nariz arrebitado, e como nunca deixaria de amá-la. Por Engel, qualquer sacrifício ainda seria pouco.

“Mãe, será que o Papai Noel vai vir aqui?”

“Por que você pergunta isso, filha?”

“As meninas da escola falaram que Papai Noel dá presentes na manhã do dia vinte e cinco. É injusto eu só ganhar chocolate.”

A mais velha ficou em silêncio, enquanto colocava a filha no chão, já dentro do banheiro, e regulava a água numa temperatura nem muito quente, nem muito fria. Finalmente, se virou para Engel, o rosto cansado e olhos caídos como raramente se deixava ver.

Klein, meu amor”, ela chamou a criança com a mão, se ajoelhando no chão para terem a mesma altura. “Papai Noel é um costume inglês, certo? Você é alemã. Você deixa seu sapatinho para São Nicolau no início do mês e monta a árvore no dia vinte e quatro. Se você quiser um presente, eu te dou, certo? Mas nunca mais diga que as tradições do nosso país são injustas.”

Engel soltou um barulho quase baixo demais para ser ouvido, os olhos úmidos. Sua mãe nunca ficava séria, a não ser quando estava triste, e a pequena não gostava de pensar que havia sido o motivo de Leona se entristecer.

Es tut uns leid, Mama*.

Okay, Klein*.” A mulher a abraçou, apertado, como se a criança fosse a coisa mais preciosa que ela tivesse. E era. “Só tome seu banho, sim? Mamãe vai fazer o jantar. Quando acabar, me chame para eu te trocar, okay?”

Okay.”

Com recém completos nove anos e em um país desconhecido, Engel só tinha a mãe em quem se apoiar, e, naquela idade, já entendia que a mais velha também só tinha a si.

X

Marcelo

Era Natal, mas o problema era que o espírito natalino nunca alcançava a periferia de Sicília.

Há muito tempo não alcançava Marcelo.

Ele literalmente tinha acabado de sair de um beco onde havia feito sexo com dois clientes, que adoravam exibir as esposas como troféus. Ele sabia que tinha a opção de não trabalhar: Giovanni o havia convidado, mais de uma vez, para que passasse o feriado consigo e, embora o mestiço tivesse recusado veementemente a proposta, pensava se devia ter feito diferente enquanto refazia o caminho de volta para o prédio antigo que ele chamava de casa.

O moreno acendeu um cigarro assim que dobrou a esquina, olhando para as janelas do prédio. Embora fosse noite de Natal, apenas um apartamento ou outro tinha as luzes acesas, o que até poderia ser triste se Marcelo conseguisse sentir algo além de indiferença.

Alex estava chegando junto com ele, um olho roxo e um vinho barato na mão. Ela sorriu com os lábios vermelhos quando o italiano abriu a porta para si e escorregou para o hall do prédio com velocidade, procurando esquentar-se.

“Obrigado, Cello*” Ela murmurou com seu italiano carregado, visivelmente aliviada por sair do vento frio.

“Hã... Por nada, Axl.” Respondeu em tom monótono.

Alex morava no apartamento exatamente acima do seu, e era uma das poucas pessoas naquele prédio que separava o lugar onde morava do trabalho, então o adolescente nunca teve nada contra a austríaca. Assim como ele, a mulher era quieta e, se ela não falasse com alguém seria capaz de essa pessoa sequer notar que Alex estava ali.

“Ei...!” Chamou um pouco alto quando Marcelo começou a subir as escadas. “Eu estou indo na casa da Laurel, sabe? Para passar o Natal. Por que você não vem?”

“Eu não comemoro Natal, Axl.”

“Eu também não,” confessou baixinho, passando a garrafa de uma mão para a outra, repentinamente muito interessada no movimento que o vinho fazia dentro dela. “Mas é meio solitário. Não é pra comemorar, mas... pra ficar junto?”

Marcelo não entendeu direito, mas parecia ser importante para Alex. Ele se perguntava se era senso de responsabilidade, já que Alex sempre agia como uma mãe preocupada quando se tratava dele e Laurel, ou se a solidão de viver num país estrangeiro era tão sufocante para alguém sensível como a austríaca. No final, a oferta de beber com as garotas foi aceita, e a mais velha pareceu muito feliz quando ele disse que passaria em seu apartamento para trocar de roupa e apareceria na casa da outra.

Meia hora depois, o italiano bateu na porta de Laurel. Ela tinha um copo de vidro na mão com uma bebida de aparência duvidosa, usava um pijama com vários unicórnios estampados e o cabelo preso. Um leve rubor sob a pele escura das bochechas denunciava que ela já estava bebendo fazia algum tempo.

“Cello! Entre!” A garota abriu espaço.

Marcelo obedeceu, entregando uma vodca que achou no armário para a anfitriã.

“Esse é meu garoto.”

X

Alexiel 

Alexiel levantou mais tarde do que normalmente faria no Natal, provavelmente pela quantidade exorbitante de cidra que havia ingerido na noite anterior. Eram pouco mais de onze horas, em breve a família começaria a chegar para o almoço e ele tinha certeza que deveria ir direto para o banho, mas o cheiro doce da cozinha praticamente o obrigou a desviar a rota.

Sua avó estava em frente ao fogão, mexendo algo numa panela grande, mas o cheiro doce que impregnava o cômodo vinha do forno. Havia uma taça de vinho em cima do balcão, mas só o simples pensamento de pôr mais álcool dentro do estômago fez Alexiel tossir e um gosto ruim se instalar em sua língua. Ele tinha certeza que gorfara.

A senhora Beaumont se virou quando ouviu o neto tossir. Seus cabelos grisalhos estavam presos em um coque, e os óculos quase na ponta do nariz faziam seus olhos parecerem muito menores do que realmente eram. Ela deu um sorriso brilhante que pareceu fazer cada centímetro do rosto rosado se mover, e Alex se pegou novamente comparando a avó com uma das velhas caricatas de desenhos animados.

“Bom dia, vó.” Bocejou, se aproximando e abraçando a senhora por trás. “Isso ‘tá com um cheiro bom.”

“Bom dia, sweetie. Por que não está pronto ainda?”

“Desculpe, acabei de acordar.” Alex soltou a avó, que pareceu um muito satisfeita que o tempo que o neto a aprendeu no abraço não queimou a comida.

“Alexiel, vá se arrumar.” Elizabeth chamou, e nessas horas o adolescente se perguntava se a avó tinha uma espécie de sexto sentido para sempre saber quando ele estava prestes a filar comida antes das refeições. “Daqui a pouco seus parentes chegam, você não é um morto de fome.”

“Só me deixa beliscar alguma coisa, por favorzinho.”

Elizabeth o olhou por cima das lentes dos óculos, tentando fingir irritação. No final, ela só lembrou de Alex e seu amigo, Danny, sentados na sala na noite anterior, bebendo cerveja e cidra enquanto ela assistia televisão. Às vezes, os garotos se levantavam e pediam que contasse histórias sobre como ela, uma inglesa patriota, acabara casando com um francês num tempo onde a tensão entre os países era grande, e eles realmente ouviam a história, davam opiniões e se importavam em mostrar presença. Bem, até Danny dormir no tapete e Alexiel precisar arrastar o amigo até o quarto.

Ela amava demais o neto para conseguir se fingir brava, concluiu.

“Tem queijo na geladeira e pão no armário” Alex comemorou, já se apressando para a geladeira. “Coma, tome banho e acorde Danny. Logo a mãe dele vai passar aqui.”

“Aaaah, muito obrigado, vó!”

“Eu sei, meu garoto. Agora xô, eu preciso terminar o almoço ainda.”

Alexiel agradeceu uma última vez à avó antes de se retirar da cozinha.

No auge de seus catorze anos, Alex já sabia que Elizabeth era a única coisa que tinha na vida, e se agarrava a ela como se sua vida dependesse disso.

E, na verdade, dependia.

 

X

 

Daniel

Daniel estava sentado em sua cama, olhando para os desenhos de trenzinhos no lençol, mas sem realmente vê-los. Ele não sabia a quanto tempo estava ali, só que havia acordado sozinho e desde então não se movera. Pensava em como tudo aquilo parecia um sonho distante e como logo acordaria no quartinho do orfanato que divida com mais sete meninos, mas, até o momento, nada havia acontecido.

Já faziam dois meses que ele havia sido adotado, mas era como se toda manhã fosse irreal demais para ser verdade.

Ele sentiu uma mão em seu ombro que o despertou do devaneio. Geoffrey o olhava preocupado, parecendo muito mais adulto do que suas feições de doze anos jamais poderiam acusar.

“Dan? A senhora Elena está nos chamando.”

Daniel o mirou com os olhos vazios, sem realmente ver o amigo ali.

“É Natal, Dan.”

Foi como se um interruptor fosse ligado dentro do galês: seus olhos brilharam e voltaram a focar na figura de Jeff, parado ao lado de sua cama. Seu indicador parou de desenhar sobre as imagens do lençol e parecia que o controle dos seus membros era dele novamente.

“Natal?”

“Sim.” Geoffrey sorriu, feliz com a atenção do irmão. “Senhora Elena pediu para a gente descer. Ela fez café da manhã. E tem presentes, muitos presentes, embaixo da árvore!” O menino falava animado, contando nos dedos cada coisa que falava.

Daniel nunca entendeu aquele hábito, mas Jeff sempre o fazia quando se animava, então ele sorriu.

“Natal.” Ele murmurou, como se para confirmar para si mesmo, calçando as pantufas e seguindo o irmão escada abaixo.

Eles encontraram a mulher pondo a mesa. Elena Honller não era uma mulher jovem, tendo seus setenta e poucos anos, e pouca gente julgaria que ela estava na idade de adotar dois pré-adolescentes. Usava óculos meia lua e seus cabelos tingidos de castanho sempre estavam presos num rabo de cavalo baixo. Elena havia sido uma mulher muito cobiçada um dia, e até hoje reflexos desse tempo estavam presentes – na voz suave, no andar leve e movimentos fluídos. Quando os meninos apareceram na base da escada, ela largou a comida e se agachou, recebendo Jeff em seus braços. Daniel ainda demorou um pouco, com seu passo miúdo e incerto. O menino sempre agia como se fosse perder aquela casa a qualquer momento, o que não era surpresa dado o número de famílias que, Elena estava ciente, o devolveram para o abrigo depois de pouco tempo.

“Bom dia, meus meninos.” Ela os ergueu, se apoiando no sofá para conseguir sustentar o peso das duas crianças em seus braços. “Animados para hoje?”

Jeff sacudiu a cabeça, claramente animado. Dan manteve a expressão neutra, mas ergueu os polegares, muito devagar, muito quieto.

“Daniel? Está tudo bem se não quiser ir, querido.”

“Eu não quero atrapalhar, senhora Elena.”

“Você não atrapalha, querido.”

“Não?”

“Não.” Elena sorriu. “Você é família agora, te quero confortável.”

“Obrigado, tia Elena.”

Não era mãe, mas era um começo.


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Notas finais do capítulo

Mariele (8 anos): Mari é alemã, e eu até lembro de fazerem uma piadinha de que todo personagem alemão sai do país. Seu irmão mais velho (Großen Bruder), Carl, saiu de casa no início do ano letivo com a justificativa de estudar em Berlim, deixando sua irmãzinha (Schwerterchen) para trás. Mariele ainda está na Alemanha, e o Natal deles é um tantinho diferente. Começando pelo Mercado de Natal, que são mercados localizados em praças que costumam ter início junto com o Advento (os 24 dias que antecedem o Natal) e se finalizam ao meio dia do dia 24/12, então foi liberdade artística fingir que algumas lojas ainda estavam abertas.
Sobre o Advento: é o período de 24 dias que antecedem o Natal, e basicamente TUDO acontece nele. Adventskranz é a "Coroa do Advento"; geralmente é uma coroa de ramo de pinheiro ornamentada com laranjas secas, pequenos pinhões e quatro laços de fita. Mas se encontra coroas do Advento de formas bem variadas, até mesmo sem ser em forma de coroa. A constante é que ela tem sempre quatro velas, e em cada domingo que antecede o Natal se acende uma delas, até que a quarta e última vela é acesa no domingo que antecede o dia de Natal. Como pode-se ver, a Coroa do Advento é construída um mês antes do feriado, então é realmente cedo que começam os preparativos. Adventskalender é o "Calendário do Advento", que conta os dias até a noite de natal. O calendário tem 24 "portinhas", cada uma esconde um presentinho (de docinhos até coisinhas manufaturadas, como meias e luvas) para cada membro da casa: você abre a primeira portinha dia primeiro de dezembro, a segunda no dia dois e assim vai até dia vinte e quatro. O Herrnhuter Stern é um enfeite em forma de estrela, que simboliza a Estrela de Belém e normalmente é colocado nas janelas durante o período do Advento. Pendurar o Herrnhuter Stern é um costume mais comum no leste alemão e em partes da Polônia, mas muita gente da região Oeste (como a família da Mari) também pendura. Por último, a árvore de Natal é um pinheiro de verdade, e geralmente ela só é montada na manhã do dia vinte e quatro - basicamente, Carl teria conseguido chegar a tempo se pegasse um trem um pouco mais cedo. Ah, e o Vanillekipferl é um biscoito amanteigado com baunilha, bem comum por lá nessa época :)

Engel (9 anos): Mesmo pequena, Engel já saiu da Alemanha e agora mora com a mãe em Londres. Sua mãe, Leona, nunca se dispôs a contar o motivo da mudança, e embora vivam em solo inglês (eu expliquei um pouco sobe o natal da Inglaterra na parte um do especial, https://fanfiction.com.br/historia/681828/Geracoes_-_Interativa/capitulo/5/ ) ela se recusa a deixar as tradições alemãs de lado e, mais importante, quer que Engel entenda a importância de ter orgulho de suas origens.
Klein significa "pequena", e "Es tut uns leid, Mama" é "desculpa, mamãe"

Marcelo (16 anos): Os pais de Marcelo morreram e ele se sustenta se prostituindo. Tem um mafioso apaixonado por si, mas prefere viver como a vive a ter a sensação de ser propriedade de alguém. Ele não realmente se importa com o Natal, e isso é um pouco de influência do pai japonês. Porém, mesmo para ele a solidão bate uma hora, e nesse Natal ele tem sorte de Alex, a austríaca calada que vive no andar de cima, tê-lo encontrado no saguão. Não é uma comemoração, eles só sentam no chão, bebem o que tiver no armário e conversam sobre besteiras, mas é muito melhor para ele do que se realmente tivesse uma ceia e tudo o mais.
Cello é "violoncelo" em italiano, e foi uma pequena homenagem à Orquestra Sinfônica de Brasília que, mesmo sem teatro, se esforça para conseguir levar música pro povo dessa cidade e dá seus pulos pra achar lugar e se apresentar (o teatro da cidade está fechado há três anos, rumando ao quarto ano consecutivo)
Essa cena foi baseada no meu Natal de 2015, que eu fugi da festa e eu e meu amigo acabamos bêbados num campinho de futebol, e foi muito melhor que fingir ser comportado ou ficar sozinho, então eu quis trazer a visão de que nem sempre você precisa de algo convencional para aproveitar o feriado.

Alexiel (14 anos): Alex mora com a avó, e na noite anterior ele bebeu com seu melhor amigo (segundo as leis da Inglaterra, se um adulto responsável estiver presente, um menor de dezoito pode consumir cidra, cerveja ou vinho). É um dos vários momentos em sua vida que ele percebe como a avó é importante para si.

Daniel (12 anos): Daniel tem um histórico ruim de ser devolvido ao orfanato por causa da aparente antipatia, que na verdade é reflexo da Síndrome de Asperger (desde 2013 nomeada como Desordem do Espectro Autista de Nível 1, sem a presença de prejuízos intelectuais ou verbais, é um "autismo de alto funcionamento", como descrito por alguns médicos, é uma condição neurológica do espectro autista. A Síndrome dificulta interações sociais, e as pessoas que a apresentam costumam ser fisicamente desajeitadas e demonstram pouca empatia com seus pares). É o maior tempo que ele já ficou na casa de alguém e ainda é difícil para si acreditar que Elena realmente não vai devolvê-lo, mas ela está disposta a provar o contrário.

ANTES DE IR LEIA ISSO: PRECISA-SE DE QUATRO PERSONAGENS, O LINK DAS FICHAS ESTÁ NAS NOTAS DA HISTÓRIA. VOCÊ PODE MANDAR UM SEGUNDO PERSONAGEM SE JÁ ENVIOU UM.

Ufa, foi isso!
O capítulo só saiu hoje por um motivo bastante peculiar: eu não estou no Brasil nesse momento, e sim em Liverpool. Eu vim visitar meu pai, e tá sendo tudo tão corrido... Sem falar que eu tô roubando wi-fi da escola pra postar ewe
Enfim, é isso. Desculpem a demora, assim que recebermos mais dois personagens eu poderei postar o próximo capítulo, então está na mão de vocês. Quanto a comentários, tentarei responder rápido. O problema é que queimei feio as mãos e não tá dando pra digitar muito (tá em temperatura negativa aqui e eu nem notei que a água tava quente demais até as mãos machucarem muito :/ Eu sou burro para um caralho)
A Haria deve passar aqui mais tarde, e agradeçam ela pessoal! Haria tá basicamente segurando as pontas por mim por causa das mãos queimadas xD
Nós nos vemos no próximo, amores
Bye, bye, cherry pies~