Cœurs escrita por MelPotter


Capítulo 1
Capítulo 1 – Papillons


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente!
Será que tem alguém aí?
Uma fic curtinha pra vocês!
E sim! É Jily! Mais uma!
Mas não tem como ser diferente... Jily é VIDA!
Espero que gostem!
Jouir!



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Lily observava a situação do salão principal de Hogwarts se deteriorar. Pessoas desconhecidas se agarravam nos cantos, eles não pareciam se importar se eram grifinórios ou sonserinos, amigo ou inimigo, se eram comprometidos ou não, sangue-puro ou nascido trouxa. Pessoas dançavam como queriam, falavam o que queriam. O anonimato proporcionava mais liberdade, tornava as pessoas menos inibidas.

A grifinória se encontrava em um canto do salão principal onde nesse momento acontecia o baile de natal. Mas ninguém que observasse a garota se quer desconfiaria de quem ela era.

Quando o baile foi anunciado no começo do ano letivo, os alunos logo ficaram animados. Na noite do dia 24 de dezembro seria realizado um baile de gala no castelo, um baile de máscaras. A intenção era que os alunos ficassem irreconhecíveis. O aluno com o melhor disfarce seria premiado.

Lily tinha utilizado feitiços para deixar seus cabelos antes ruivos agora castanho-escuros presos em um coque elaborado, seus olhos antes verdes intensos agora haviam adquirido um tom de castanho dourado. Ela usava um vestido azul marinho longo estilo sereia. Sua máscara era em um tom suave de dourado, isto tudo tornava impossível reconhece-la.

Ela atravessou o salão em direção ao bar para pegar uma bebida, no caminho foi abordada por mais dois rapazes que a moça prontamente dispensou. Ela se aproximou do balcão e pediu uma taça de hidromel, Lily bebericava o líquido dourado distraidamente quando sentiu um cutucão em seu ombro.

— Com licença. – Ela ouviu uma voz masculina.

— Não, eu não estou interessada em ficar com você. – Ela disse se virando irritada para o dono da voz. – Será que eu vou ter que colar um pergaminho nas minhas costas para vocês pararem de me importunar?

— Ah, provavelmente é uma boa ideia, mas eu só queria pegar uma cerveja amanteigada. – Ele disse com um sorriso nos lábios.

A garota por alguns segundos ficou sem palavras.

— Me desculpe, pensei que você era mais um... – Lily constrangida tentou explicar.

— Importunador? – Ele completou para ela.

— Sim, me desculpe. – Ela disse com um sorriso amarelo enquanto dava passagem para o rapaz se aproximar do balcão.

— Sem problemas. – Ele disse com um sorriso.

Lily observou atentamente o rapaz. Ele trajava vestes a rigor negras, seus cabelos castanho-claros na altura do queixo estavam penteados para trás e seus olhos azuis estavam emoldurados por uma máscara preta com detalhes dourados.

— Pela sua reação imagino que muitos já fizeram isso. – Ele disse enquanto bebericava sua bebida e observava o salão.

— Você nem faz ideia. – Ela disse com um suspiro. – Eu não entendo como chegou a esse ponto.

Ele olhou interrogativamente para ela.

— As pessoas parecem ter se esquecido que vai haver um amanhã, não se importam com as consequências. – Ela disse enquanto corria os olhos pelo salão.

— O baile era para ser uma distração, e está sendo. Acredito que serviu ao propósito de Dumbledore. – O rapaz disse dando de ombros.

— Você concorda com isso? – Ela perguntou indignada.

— Eu não faria o que eles estão fazendo. – Ele disse indiferente.

— Mas tão pouco discorda. – Lily concluiu.

— Eu não me importo. Se eles estão felizes com isso... bom para eles. – Ele disse dando de ombros.

Os dois tomaram suas bebidas em silêncio.

— No que está pensando? – Ela soltou a pergunta íntima antes que pusesse se refrear.

— Se algum menino se fantasiou de menina. – Ele disse risonho provocando uma gargalhada em Lily.

— Provavelmente! Aposto que um deles é o Mulciber. – Lily disse e os dois gargalharam.

Eles conversaram por um bom tempo e Lily descobriu que ele era engraçado, inteligente, charmoso, ele falava de assuntos interessantes a bobagens apenas para fazer Lily rir. Com ele a conversa fluía naturalmente.

Ela se perguntava como não o tinha conhecido antes, porque Lily tinha certeza de que nunca tinha conversado com ele antes, ela se lembraria de alguém assim. Lily estava encantada e não conseguia entender como isso tinha acontecido tão rápido.

O barulho e a bagunça aumentavam cada vez mais no salão a medida que a noite avançava. Incomodados pela confusão o rapaz a chamou para dar uma volta pelos jardins. A noite estava fria e Lily pensou que com a companhia certa, isso deixaria de ser um problema.

Poucos casais se aventuraram a saírem do castelo e a medida que eles caminhavam menos casais encontravam até que não havia mais nenhum.

Do lado de fora o silêncio e a tranquilidade reinavam pela propriedade, um enorme contraste com o salão. Os dois caminharam lado a lado em um silêncio agradável e momentâneo, como se a calma do ambiente os tivesse contagiado.

— Você não é da sonserina. – O rapaz afirmou.

— Por que diz isso? – Lily perguntou curiosa.

— Por causa do que você disse do Mulciber mais cedo. Uma sonserina não faria aquilo. – Ele disse dando de ombros.

— Talvez você não conheça as sonserinas tão bem quanto pensa. – Lily respondeu com um sorriso.

— Você é? – Ele perguntou indeciso.

— Não. - Ela disse sorrindo para si mesma. – Nem você pelo jeito.

— Também não sou. – Ele disse parecendo orgulhoso de si mesmo, o que não passou despercebido pela grifinória.

— Você não parece gostar da sonserina.

— Não mesmo. – Ele disse.

Eles conversaram sobre tudo enquanto caminhavam sem um destino específico, observando a paisagem coberta de neve que havia caído durante o dia, mas Lily não sentia frio, ao caminhar com esse rapaz desconhecido e se divertir com ele, ela se sentiu aquecida como se tivesse algo morno em sua barriga, trazendo uma sensação agradável.

Eles caminhavam tão próximos um do outro que em alguns momentos suas mãos se tocavam, provocando leves arrepios nela.

Os dois se sentaram em um banco enquanto observavam o lago negro iluminado pela lua e Lily pensou em como aquilo era tão clichê e tão estupidamente romântico.

Lily não queria que a noite terminasse, queria descobrir se os lábios dele eram tão macios quanto ela imaginava. Ela se sentia confusa, ansiosa, animada, curiosa e várias outras coisas que ela nem ao menos conseguia identificar, tudo as mesmo tempo. Ela queria fazer exatamente o que há algumas horas estava recriminando quando os outros estavam fazendo.

Lily sabia que podia ser precipitado, que não era o tipo de coisa que ela normalmente fazia, que nem ao menos sabia o nome do rapaz ou que aparência ele tinha, não era algo que ela conseguisse explicar, mas Lily sabia que se arrependeria se nem ao menos tentasse.

Foi puro impulso, em um momento ela estava rindo de algo engraçado que ele tinha dito e no outro ela tinha se inclinado, claramente com intenção de beijá-lo. Por um momento pareceu que ele também queria, mas quando seus lábios estavam quase se tocando ele se afastou.

— Me desculpe, mas eu não posso fazer isso. – Ele disse parecendo um pouco constrangido.

Lily sentiu o estômago despencar de vergonha e decepção, se sentiu mortificada. Suas bochechas queimaram e ela soube imediatamente que estava corando.

— Me desculpe! – Lily disse com um fio de voz se afastando rapidamente.

— Não precisa se desculpar. – Ele disse.

— Eu normalmente não faço isso. – Ela disse completamente mortificada.

Eles ficaram em um silêncio constrangido e Lily estava quase se levantando para ir embora quando ele quebrou o silêncio.

— Não me leve a mal, você é uma pessoa legal e uma garota bonita. – Lily deu uma risada curta. – Quero dizer, é claro que com a máscara não dá pra ter certeza, mas parece que você é bonita.

Ele respirou fundo, escolhendo as palavras que diria.

— É que eu gosto de uma garota desde sempre e não quero estragar minhas chances com ela.

— Bom, acho difícil ela descobrir. – Lily disse dando de ombros, mas ela sabia que não era certo fazer isso.

— Pode ser, mas não seria justo com você, nem com ela. – Ele disse com um pequeno sorriso.

Os dois ficaram em silêncio novamente.

Lily estava chateada, tinha se sentindo atraída por um rapaz pela primeira vez em muito tempo e ele gostava de outra, Lily pensou no quanto isso era irônico, mas também ficou admirada pela atitude dele.

— Admiro sua lealdade. É uma coisa que não se vê todo dia. – Ela disse com um sorriso. – Então, vocês estão namorando?

— Nem perto disso. – Ele disse com um suspiro.

— Mas ela também gosta de você né? – Lily perguntou confusa.

— Às vezes eu acho que sim, as vezes eu acho que não. – Ele disse com um suspiro.

— Ela ao menos sabe que você existe? – Lily perguntou com uma risada exasperada.

— Sabe, definitivamente. – Ele falou como se isso fosse ruim.

— Você já contou a ela como se sente?

— Sim, mas ela não acredita em mim.

— Ela não acredita? – Ela perguntou surpresa e ele assentiu com a cabeça. – Mas por que?

— Eu era meio idiota quando era mais novo. – Ele disse dando de ombros. – Talvez seja por isso.

Lily refletiu por alguns instantes e disse:

— Talvez se você provasse para ela...

— Como? – O rapaz perguntou a interrompendo.

— Eu não sei... talvez se você me contasse a história toda eu poderia ajudar. – Lily disse dando de ombros.

Ela se sentia idiota ao dar conselhos para que o garoto que estava afim conquistasse a garota que ele gostava.

Com a voz serena o rapaz contou sua história. Ele disse que conheceu a garota no Expresso de Hogwarts no primeiro dia, e que no começo só sentia prazer em implicar com ela e com o melhor amigo dela e com o passar dos anos percebeu que tinha se apaixonado.

— Eu já estava no meio antes de perceber, quando dei por mim não conseguia mais para de pensar nela.

Ele disse também que por causa das brincadeiras idiotas ela não gostava dele, que sempre disse que o odiava e o chamava dos nomes mais variados e arrogante, idiota e imaturo era só alguns deles. Ela inclusive já havia dito que preferia sair com a Lula Gigante do que com ele e que o inferno congelaria antes que ela dissesse sim para ele.

— Um dos meus melhores amigos me convenceu que se eu demonstrasse que havia mudado, ela talvez me desse uma chance, mas acho que a má impressão que ela tem de mim é tão forte que nada que eu fale o faça vai fazê-la mudar de opinião.

Ele contou que tinha parado de sair com outras garotas e de pregar peças, mas ela parecia não ter notado. Que já tinha chamado a garota para sair mais de mil vezes, mas que a resposta era sempre a mesma.

— Não que eu tenha algo para reclamar. – Ele disse risonho. – Ela sempre foi bem criativa para me dizer não. Ela é bem geniosa. Acho que é uma das coisas que mais gosto nela.

O rapaz falou da dúvida que tinha sobre os sentimentos da moça.

— Às vezes eu acho que ela me ama, que talvez nem saiba disso, mas que no fundo ela realmente me ama. Mas tem horas que acho que ela me odeia.

Ele também disse que o que fez ele se apaixonar por ela fora os olhos da garota.

— É a coisa mais linda que já vi. A forma como eles brilham quando ela está determinada... – Ele disse enquanto olhava as estrelas. – Mas eu não sou a vítima. Eu sei que mereço, eu era muito idiota, mais do que você imagina. – Ele disse sorrindo. – Só queria que ela percebesse que eu amadureci.

Lily ouviu a história que ele contou atentamente, e se o rapaz tivesse olhado para ela durante o relato teria percebido mesmo com a máscara a sucessão de diferentes sentimentos que a tomavam, porque ao ouvir a história do rapaz Lily se reconheceu nela.

Ela descobriu quem ele era. Ele era James Potter.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o primeiro capítulo, acredito que a fic terá 2 ou 3, como eu disse ela é bem curtinha.
Espero que vocês tenham gostado.
Realmente não foi nenhum pouco surpreendente que fosse o James o rapaz mascarado, eu sei!
Em breve devo postar o próximo...
Comentem se vocês gostaram, ou não.
Beijos e...
Au revoir!



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