De volta ao lar. E estar em Nova York novamente dessa vez tinha um gosto diferente. Dentro do taxi de volta para casa olhei bem as ruas, as pessoas caminhando, a paisagem e me dei conta de que apesar de viver aqui a falta da visão me fez sentir uma imensa saudade dos mínimos detalhes da minha cidade. Assim que cheguei em casa vi o apartamento canto por canto, tinha mudado poucas coisas desde a época que eu sofrera o acidente. 
Não demorou muito e a campainha tocou. Certamente era Konan que tinha vindo trazer Akamaru de volta ao lar, de hoje em diante ele será apenas um cão de estimação e não o meu cão guia, embora eu continue considerando meu grande companheiro de quatro patas.

— Sakura, como está? – Konan logo me abraçou e soltou Akamaru que agora me cheirava e lambia
— Bem e Konan você é linda. – retribui o abraço ainda sentindo Akamaru nos meus pés
— Você que é linda e agora que a sua visão voltou está mais linda ainda. – sorriu
— Akamaru, meu amigão, senti tanto sua falta – me agachei para brincar um pouco com ele
— Akamaru sentiu sua falta, mas se divertiu muito na minha casa – disse entrando no apartamento
— Obrigada de coração. – acompanhei Konan
— E Hinata onde está?
— Está lá no quarto desarrumando a mala.
— E o Sasuke?
— Ele foi logo pra casa dele, estava meio preocupado com Itachi. E também tinha umas coisas do trabalho pra resolver.
— Como foi sua reação ao ver o Sasuke? – perguntou curiosa
— Eu fiquei encantada. Ele é melhor do que eu pensava. 
— Pelos olhinhos brilhando vocês estão bem, não é?
— Muito bem. Acho que nunca estivemos tão bem quanto agora.

[...]

— Então, Itachi... Como se virou aqui sem mim? – perguntei assim que desarrumei minha mala

— Melhor do que você esperava, certamente... Para falar a verdade, passei esses dias que você estava fora com a Konan.

— Nenhuma briga?

— Juro que eu e ela estamos indo bem.

— Que novidades vocês tem para me contar?

— Depende... Do que mais você quer saber? Seja especifico. – avisou, pois já imaginava sobre o que queria saber
— Sasori. – fui direto
— Bem, Konan disse que ele não desistiu totalmente da Sakura. Está conformado, mas agora que ela voltou a ver ele pensa que pode conquistá-la.
— Droga!
— Eu sei que é uma droga, mas fica esperto porque o ruivo é traiçoeiro.

[...]

— Sasori, está? – perguntei assim que toquei o interfone para entrar na galeria
— É ele, quem é? – perguntou com a voz normal
— Sakura Haruno, poderia abrir? – sorri
— Sa-Sa-Sakura? – gaguejou e não me contive tive que rir da reação dele.
— A própria. Vim pagar minha promessa de você ser a primeira pessoa aqui.
— Claro. Pode entrar – ele abriu o portão 
— To entrando
— Te espero na minha sala. – avisou e desligou. Adentrei a galeria e reparei nos quadros nas paredes e nas esculturas dispostas por todo o salão, já havia estado ali outras vezes, mas nunca desse jeito, nunca tinha visto de fato como era. Só imaginava. Subi as escadas e no segundo andar vi três portas, numa delas estava o nome da Konan, na outra do Deidara e a última do canto era a do Sasori. Bati na porta e de repente ele a abriu. Estávamos frente a frente.
— Sasori? – perguntei para confirmar, enquanto via os olhos castanhos de Sasori me observando.
— Sim. – sorriu – Finalmente você está me vendo – ele me abraçou com força, tirou meus pés do chão e me rodopiou no ar. Confesso que fiquei tonta, mas não consegui para de rir com atitude dele. Sasori era leve e eu amava o jeito como ele me tratava.
— Calma, me põe no chão que eu te conto tudo. –falei e ele me pôs no chão
— Ok. Mas eu quero saber de tudo, tudinho nos mínimos detalhes. – ele me puxou para o sofá no canto esquerdo da sala.

— Bem, assim que cheguei lá dei um passeio pela cidade, no dia seguinte fui ao médico e ele explicou direitinho todos os procedimentos, aí quando o resultado dos exames saiu fui internada, fiz a cirurgia e depois me recuperei aos poucos até minha visão voltar completamente e agora estão aqui olhando nos seus belos olhos castanhos e esse cabelo vermelho fogo.
— Eu estava morrendo de saudade de você – ele segurou minha mão e beijou-a lentamente
— Você é um amor – eu olhava pra Sasori e via apenas um cara legal. Ele era legal. Sempre foi legal comigo.
— Eu queria ser o seu amor – ele me olhava diretamente
— A gente já conversou sobre isso.
— Eu sei, mas será que eu não posso fazer você sentir algo mais por mim?
— Você é um cara legal Sasori. Quando eu te olho nos olhos eu sei que você gosta de mim. Acho que por isso o Sasuke tem ciúmes de você, é muito claro o seu sentimento, mas eu fiz uma escolha. A Konan estava conversando comigo e eu realmente não acho justo você ficar esperando e me cantando sempre que pode. Eu quero ser sua amiga, mas vou entender bem se você decidir ficar longe de mim, já que eu não posso corresponder ao que você sente da mesma maneira.
— Você não sente absolutamente nada, além de amizade, por mim? – Ele se aproximou demais, nossos rostos a poucos centímetros. Meu coração disparou e eu senti a respiração dele.
— Não – resisti ao que estava sentindo naquele momento.
— Tem certeza? – sussurrou em meu ouvido e a voz dele ecoou pela minha mente
— Absoluta – fui firme e ele então se afastou

— Tudo bem! – nós dois sorrimos