Ainda estava escuro, os primeiros raios de sol sairiam nos próximos minutos e Sakura estava deitada sobre o meu peito adormecida. Ver a sua face tranqüila e ouvir sua respiração me fazia sentir em paz. Senti-la em meus braços era a melhor sensação que já havia sentido. Observei-a enquanto pude, até ela acordar e sussurrar gentilmente:

— Bom dia – o sorriso dela era sempre lindo

— Bom dia – falei ainda admirando-a

— Que horas são?

— Vai dar seis horas ainda.

— É melhor eu ir pra casa. Hinata deve estar preocupada comigo. – disse se sentando na cama

— Você veio pra cá ontem e ela sabe, acredito que não seja difícil supor, que você passou a noite comigo. – sorri

— Verdade – se deu por vencida e abracei trazendo-a de volta para meus braços

— Vou preparar nosso café da manhã e já trago pra você – beijei sua testa por um segundo e me levantei

— Vai me dar café na cama? – sorriu

— Sim. – sorri e fui até a cozinha. Preparei uma bandeja com o que tinha de melhor e levei até ela. Sakura comeu bastante, estava faminta, também lhe tirei as forças ontem durante a nossa longa noite juntos. Eu também estava faminto. Comemos. Depois fiquei imaginando como seria se ela pudesse me ver. Sentir era bom, mas eu queria que ela pudesse me ver, talvez isso seja a coisa que eu mais queira agora.

— Sakura, você sabe se existe algum modo de você voltar a ver? – puxei o assunto casualmente

— Não sei, mas mesmo que existe deve custar muito caro. – falou terminando de beber seu suco de acerola

— Você não tem vontade de me ver? – perguntei

— Tenho – ela sorriu – vontade eu tenho, mas eu te amo e te ver ou não, não muda o que sinto.

— Eu sei, mas você não tem medo de se decepcionar com a minha aparência?

— Nenhum pouco – falou sorrindo. Talvez ela tenha dito isso porque eu sempre falo que sou bonito, mas eu gostaria de saber do ponto de vista dela. Seu único referencial era Kiba e ela mesma vivia dizendo que me acha parecido com ele. Kiba era fisicamente diferente de mim. Então eu me perguntava se ela quando abrisse os olhos e pudesse enxergar não ficaria decepcionada comigo.

— Eu queria que você pudesse me ver – falei praticamente num sussurro

— Você não gosta que eu seja cega? – perguntou em dúvida

— Não é isso. Eu te amo, sendo cega ou não isso não interfere nos meus sentimentos. Mas é um desejo profundo que você pudesse me ver, às vezes eu acho que você me imagina diferente do que sou.

— Eu te imagino do jeito que você se descreveu.

— Nenhum pouco parecido com o Kiba?

— Não acho que você se pareça fisicamente com o Kiba. Mas seu coração é tão bom quanto o dele. Você sabe disso.

— Jura? – fiquei surpreso, porque às vezes eu chegava a pensar que sempre seria um Kiba 2 na mente de Sakura.

— Juro. Sasuke você me disse que é branquinho, já o Kiba era mais moreno. Sasuke eu sinto seus músculos quando dormimos juntos, Kiba era muito menos encorpado do que você. E bem, eu não posso ver os seus olhos, mas você disse que é como ônix, então tenho certeza que devem ser imensamente profundos. Os do Kiba eram castanhos normais, claros pra mim. Eu sei exatamente como você é.

— Eu fico feliz em escutar isso, mas eu ainda tenho medo de decepcioná-la.

— Você não vai me decepcionar. Talvez apenas surpreender. – sorriu e então eu tomei seus lábios pra mim. Eu a queria tanto, parece absurdo o modo que eu preciso dela.

— Eu vou procurar saber se há alguma forma de você voltar a enxergar... Seria bom ver as cores do mundo de novo não é?

— Seria – ela sorriu

[...]

— Eu achei Naruto. – falei eufórico depois de passar horas trocando e-mails com um medico renomado na Inglaterra. – Finalmente a Sakura vai poder voltar a ver.

— Como? – perguntou enquanto terminava de editar um filme curto que tinha gravado com Hinata, eram os momentos do casal.

— Eu procurei na internet sobre isso e achei uma entrevista com esse médico e ele já fez um homem voltar a ver depois de fazer uma cirurgia inovadora com células tronco. E ele me disse que apesar das causas da cegueira da Sakura serem diferentes da do homem que ele conseguiu é possível fazer um teste e tem boas chances de se conseguir recuperar a visão. Ainda é uma novidade, mas ele pode conseguir.

— É uma esperança então – sorriu o loiro

— Sim. Se a Sakura topar, na próxima semana já viajamos para a Inglaterra e lá ela faz a seqüência de exames e se tudo estiver certo a cirurgia ocorrerá logo.

— E será que a Sakura vai aceitar?

— Ela quer ver de novo.

— Eu sei que ela quer, mas e se ela tiver medo da cirurgia?

— Ela é corajosa. – sorri

— Então fale logo com ela... E quanto vai custar a cirurgia?

— 1 milhão de dólares. – Falei e Naruto praticamente caiu pra trás

— Tudo isso?

— É uma cirurgia nova, custa caro e vale à pena.

— Eu acho muito dinheiro porque não tenho essa quantia no banco, mas você tem e acho que empregá-la na saúde da sua namorada vale mesmo à pena. – sorriu e me passou confiança para dar a noticia a Sakura. Ela precisava aceitar.

[...]

— Fazer uma cirurgia? – senti Sakura tremer ao tocar no assunto

— O que tem?

— Eu não corro risco de vida? – engoliu seco

— Não, quer dizer você corre algum risco, mas você não vai morrer.

— Jura?

— Juro. Não precisa ter medo – sorri e a puxei para um abraço

— Mas eu tenho medo – ela me apertou

— Eu vou estar com você lá.

— Quero que a Hinata e o Naruto também possam ir com a gente.

— Tudo bem... Eles vão.

— Hey Sasuke, mas essa cirurgia não é muito cara?

— Nada que eu não possa pagar. – sorri e beijei sua testa.

— Sakura você vai poder ver de novo – Hinata disse animada

— Isso, vai poder ver nossos rostos – Naruto dizia também tentando animá-la.

— ok. Vocês venceram, eu vou fazer essa cirurgia para poder ver vocês. – sorri e ela ganhou um abraço triplo.