Retrato de Família escrita por QueenSWaldorfBass


Capítulo 6
Round Três




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A campainha tocou e Cobra atendeu sorridente.

— Oi, Vagabundo. – Jade sorriu.

Ela se jogou nos braços do namorado e os dois se beijaram apaixonadamente entre sorrisos.

— Ed, Lucrécia. – Cobra sorriu para os sogros ainda com a namorada pendurada em seu pescoço.

— Olá, Ricardo. – Lucrécia sorriu.

— Oi, Cobra. – Ed sorriu também.

— Entrem, por favor. – Convidou Cobra.

Os dois entraram na casa e Cobra fechou a porta.

— Ed, Lucrécia. – Dandara sorriu e foi abraçar aos dois.

— Oi, Dandara. – Eles a abraçaram.

— Vocês se lembram do meu marido, o Gael, né? – Perguntou Dandara sempre sorridente.

— Claro. – Lucrécia assentiu sorrindo. – Como vai, Gael?

— Muito bem, Lucrécia e você? – Cumprimentou Gael.

— Bem, obrigada. – Confirmou Lucrécia.

— Ed. – Gael sorriu.

— Gael. – Ed devolveu o sorriso.

— Oi, Gael, oi Dandara. – Jade cumprimentou animadamente.

— Olá, querida. – Dandara devolveu o sorriso caloroso e abraçou a menina.

— Oi, Jade. – Gael sorriu com sinceridade.

— A Jade vai me ajudar a colocar a mesa. – Avisou Cobra.

— Ok. – Concordou Dandara.

— Ah. A gente trouxe um manjar. – Lembrou-se Lucrécia entregando a bandeja a Jade.

— E umas bebidas. – Ed entregou a sacola com as bebidas a Cobra.

— Ai, que gentileza, não precisava. – Disse Dandara.

— Imagina. – Discordou Lucrécia. – Nós viemos até a sua casa, você tem que cozinhar pra gente e nós não trazemos nada? O mínimo que eu podia fazer era uma sobremesa.

— Ai, obrigada. – Dandara sorriu.

— Eu ia fazer uma farofa também, mas não deu tempo. – Desculpou-se Lucrécia.

— A farofa da minha mãe é ótima. – Garantiu Jade. – Depois nós precisamos marcar alguma coisa na minha casa pra vocês provarem.

— Claro. – Concordou Dandara.

— Vai ser ótimo. – Assentiu Ed sorrindo.

— Eu só sei que se o manjar da Lucrécia for tão bom quanto o suflê da Jade é melhor o Cobra sair pra comprar sorvete pra vocês, porque o manjar vai ser todo meu. – Brincou Gael fazendo todos rirem.

— Eu disse que o meu suflê era bom. – Lembrou Jade.

— E é mesmo. – Confirmou Gael.

— Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim. – Animou-se Dandara. – O suflê da Jade não deu nem para o pensamento.

Todos riram.

— Mas o manjar da minha mãe é melhor. – Afirmou Jade.

— Então é melhor você já sair pra comprar o sorvete, Cobra. – Caçoou Gael.

— A gente vai arrumar a mesa agora. – Disse Cobra.

— Querido, você coloca essas coisas na geladeira, por favor? – Pediu Dandara.

— Claro. – Cobra assentiu e saiu com Jade.

— Duca, dá lá uma olhadinha na carne pra mim, por favor. – Orientou Gael.

— Claro, mestre. – Assentiu Duca colocando Miguel no carrinho.

— OH, CAPIROTO. – Gritou Gael.

— AHHHHHHHHHHHH!!! – Assustou-se Pedro.

— Tira o olho da minha filha e fica de olho no meu filho enquanto o Duca tá na churrasqueira. – Mandou Gael.

— O seu desejo é uma ordem, Mestre Cruel. – Pedro fez uma referência militar e saiu do lado de Karina, que revirou os olhos, e se sentou ao lado do carrinho.

— João, leva a Vicki, o Pedro e seus irmãos lá pra fora. – Aconselhou Dandara. – Fiquem lá na churrasqueira com o Duca.

— Beleza, dona Dandara. – Consentiu João puxando Vicki consigo.

Karina e Pedro os seguiram e Pedro foi empurrando o carrinho de bebê com Miguel.

— Entrem, gente, por favor, sentem-se, fiquem a vontade. – Gael apontou os sofás.

Os quatro se sentaram na sala e começaram a conversar.

— A comida já tá toda pronta, gente, só falta a carne que o Gael tava assando quando vocês chegaram. – Informou Dandara.

— Eu quero me desculpar por esse inconveniente que estamos causando a vocês. – Falou Lucrécia.

— Inconveniente? – Questionou Gael. – Imagina, não tem inconveniente nenhum. Eu adoro dar churrascos.

— É verdade, ele adora. – Dandara apoiou.

— Eu disse pra Jade que não havia necessidade de tudo isso. – Lucrecia deu de ombros. – Afinal a gente já se conhece.

— É, mas ela e o Cobra insistiram em fazer isso. – Completou Ed. – Porque eles queriam que nos conhecêssemos formalmente.

Dandara riu.

— Olha, o que os nossos filhos fizeram foi um favor. – Garantiu Gael. – Eu adoro assar uma boa carne, eles só nos deram um bom motivo pra fazer isso. E além do mais, podemos nos conhecer melhor, acho que nunca conversei direito com vocês dois.

— É verdade. – Concordaram Lucrécia e Ed sorrindo.

— Eu tô achando tudo isso maravilhoso, gente. – Vibrou Dandara.

— Quem diria, o seu filho e a minha filha. – Começou Lucrécia.

— Pois é. – Aquiesceu Gael. – Foi uma surpresa pra mim.

— Pra nós também. – Suspirou Ed.

— Eu admito que fiquei receoso com isso no começo, que não gostei muito da ideia. – Confessou Gael. – Mas a Jade parece uma boa menina e é muito difícil não gostar dela.

— Eu também fiquei insegura. – Admitiu Lucrécia. – Mas quem somos nós pra impedir? E além do mais o Ricardo é um garoto tão bom.

— É um garoto de ouro. – Garantiu Dandara.

— Ele é bem parecido com você, Gael. – Elogiou Ed. – Meio bronco e sem modos, mas com um coração enorme.

Gael riu.

— É, acho que o Cobra puxou mesmo esse meu lado mais bruto. – Gael admitiu meio envergonhado.

— Ele é um bom garoto. – Repetiu Lucrécia. – E parece gostar mesmo da Jade. E eu sei que ela gosta MESMO dele.

— O Cobra gosta muito dela sim. – Assegurou Gael. – E acho que foi perceber o quanto a Jade gosta dele que me fez gostar dela.

— Acho que nunca vi minha filha tão feliz. – Confessou Lucrécia.

— E eu nunca vi o Cobra ficar com uma garota por mais do que duas semanas, então acho que ele está mesmo de quatro. – Brincou Gael.

— Os dois parecem muito felizes mesmo. – Alegrou-se Dandara. – E eles ficam tão lindos juntos. Olhem.

Os quatro olharam para a sala de jantar, onde Cobra e Jade colocavam os pratos na mesa, mas paravam a cada prato para se beijar e rir.

— Sim. – Concordou Lucrécia sorrindo. – Mas como vai ser quando a Bianca descobrir? – Ela se voltou para os outros.

— Eu não sei. – Gael deu de ombros. – E na verdade eu tenho muito medo disso, a Bianca é muito ciumenta.

— Você já sabe quando eles vão contar a ela? – Perguntou Ed.

— Ainda não. – Negou Gael. – Eu disse pro Cobra que era melhor ele mesmo contar a ela e ele disse que faria isso, mas só quando achasse que ela está pronta. Eu só espero que ele não demore muito pra fazer isso.

— Sim. – Concordou Ed. – Vai ser muito pior se ela descobrir de outro jeito.

Os outros três assentiram.

— Mestre, a carne tá pronta. – Avisou Duca.

— E a mesa está posta. – Anunciou Cobra se aproximando de mãos dadas com Jade.

— Então vamos comer. – Gael sorriu se levantando.

—X-

Depois do almoço, todos estavam no terraço comendo sobremesa.

Jade estava sentada ao lado de Cobra, com as pernas no colo dele, sem perceber que seus pais assistiam sorridentes ao jovem casal.

— Vagabundo, acho que esse momento merece uma foto. – Ela disse pegando o celular.

Os dois fizeram várias caretas e caras fofas para a câmera e Jade registrou tudo.

— Ficaram ótimas. – Comentou Jade. – Pena que eu não posso postar ainda.

— Vai poder logo. – Prometeu Cobra. – Até lá, eu tenho um presente pra você.

— Um presente? – Animou-se Jade.

— Aham. – Assentiu Cobra tirando uma caixinha do bolso. – Agora que já tá tudo bem formal, acho que a gente podia oficializar mesmo.

— Como assim? – Empolgou-se Jade.

— Dama, quer namorar comigo? – Propôs Cobra abrindo a caixinha e mostrando alianças de compromisso pra ela.

— Você comprou alianças pra gente? – Emocionou-se Jade.

— Comprei. – Suspirou Cobra. – Mas eu não posso usar a minha no dedo ainda.

— Por quê não? – Entristeceu-se Jade.

Cobra deu de ombros a olhando significativamente.

— Bianca. – Lembrou-se ela.

— Bianca. – Confirmou ele. – Se você não quiser usar a sua ainda, por achar injusto ou alguma coisa assim, eu entendo, eu vou usar a minha numa corrente no pescoço e você pode fazer o mesmo.

— Mas eu quero usar. – Garantiu Jade. – Cobra, eu quero ser a sua namorada, mesmo que ninguém pudesse saber disso, eu ainda ia querer.

Cobra sorriu e a beijou.

Então Jade pegou sua aliança da caixinha e a colocou.

— Ficou perfeita. – Ela sorriu.

— Você é perfeita. – Elogiou ele.

Jade acariciou o rosto do namorado e encarou seus olhos.

— Eu te amo, Vagabundo.

Cobra sorriu e a beijou.

— Agora você disse. – Ele interrompeu o beijo.

— Agora eu disse. – Ela riu. – E esse foi o round três.

— Fim do terceiro ato. – Cobra sorriu.

Os dois se beijaram novamente.

—X-

— Ai, gente, eu acho que nunca na minha vida eu estive tão feliz. – Jade comentou sonhadora.

— E a Bianca não sabe ainda? – Questionou Jeff.

— Não. – Negou Jade.

— Ela vai surtar quando descobrir. – Vicki riu.

— Jade, posso ver a aliança de novo? – Pediu Joaquina.

Jade mostrou a mão animadamente.

— Ela não vai perceber que vocês estão usando alianças iguais? – Estranhou Lírio?

—O-

Bianca entrou na sala a tempo de ouvir a pergunta de Lírio.

—X-

— Não. – Disse Jade. – Ele vai usar a dele numa corrente no pescoço.

— Isso aí, tá parecendo truque pra bancar o solteiro e sair pegando a mulherada. – Implicou Lírio.

— Pode dizer o que quiser, seu bobo, eu confio no meu Vagabundo. – Afirmou Jade.

Então ela se levantou do lugar no chão onde estava sentada com seus quatro melhores amigos e começou a rodopiar pela sala até Bianca a interromper:

— Cuidado, Jade, quando se gira muito rápido, não se vê as coisas direito.

— Mas eu estou vendo tudo muito claro, Bianquinha. – Jade continuou sorrindo.

Vicki se levantou e foi para o lado da amiga antes que mais uma briga começasse.

— Como você tá sorridente hoje, Jade. – Comentou Bianca desconfiada. – Eu nem sabia que você tinha tantos dentes.

— É porque eu estou FELIZ, Bianca. – Informou Jade ignorando o segundo comentário.

Ruiva entrou na sala e correu para o lado de Bianca assim que viu a cena.

Jeff, Lírio e Joaquina também ficaram de pé apostos.

— E será que eu posso saber o motivo de tanta felicidade? – Perguntou Bianca.

— Eu tô namorando. – Informou Jade.

— E quem é o louco da vez? – Indagou Bianca.

— Ele é lindo, gostoso, tem pegada, é fofo, atencioso, charmoso e tem um jeito meio cafajeste totalmente sexy. – Jade revirou os olhos excitada. – Ah, ele também me deu isso.

Ela estendeu a mão e Bianca e Ruiva avaliaram a aliança.

— Parabéns, Jade. – Ruiva se limitou a dizer já empurrando Bianca.

Mas a atriz não se mexeu e encarou a bailarina.

— E quem é, eu conheço?

— Não. – Negou Jade. – A gente se conheceu na casa do Lírio. Eles são vizinhos.

— E ele faz o que? – Interrogou Bianca.

— Acredite ou não, é lutador.

— Jade. – Repreendeu Vicki. – Já deu moral demais pra ela, né? Chega.

— Se seu namorado é assim tão incrível, Jade, por que você ainda não esfregou ele na cara de todo mundo? – Provocou Bianca.

— Todo mundo que importa já conhece meu namorado, Bianca. – Afirmou Jade. – Você não conhece, porque não é importante, aliás, da última vez que você conheceu um namorado meu, você agarrou ele numa festa, então é melhor eu nem me arriscar.

— Você sabe muito bem que foi o Henrique que me agarrou. – Defendeu-se Bianca.

— Isso não importa mais. – Jade deu de ombros. – São águas passadas. Eu já perdoei você.

— Eu não preciso do seu perdão. – Bianca rangeu os dentes.

— Na verdade, acho que foi muito melhor assim. – Jade a ignorou.

— Quem é seu namorado, Jade? – Bianca exigiu saber.

— Alguém que você nunca vai poder ter. – Jade sorriu vitoriosa.

— Chega, Jade. – Vicki pediu e a puxou para perto dos outros e longe de Bianca.

Ruiva segurou Bianca pra que ela não fosse atrás de Jade.

Bianca observou irritada enquanto Jade sorria visível e verdadeiramente feliz com seus amigos.

— Bi, o que deu em você? – Estranhou Ruiva. – Por que você precisa tanto saber quem é o namorado da Jade?

— Porque eu tô desconfiando que ela tá me escondendo alguma coisa. – Respondeu Bianca. – Acho que sei quem é o namorado da Jade e se eu estiver certa, eu não tô gostando nenhum pouco dessa história.

—OXOXOXOXOX-

Karina atirou longe a última peça de roupa do seu guarda-roupa.

— Karina, o que aconteceu aqui? – Perguntou Bianca entrando no quarto.

— Bi, você precisa ir no shopping comigo. – Pediu Karina com tristeza. – Eu preciso comprar alguma coisa pra usar naquela festa da Aquazen na sexta.

— Ka, desculpa, mas eu combinei com o Henrique de ensaiar com ele esta semana. – Desculpou-se Bianca. – Semana que vem tem os testes pra peça e eu e a Jade estamos competindo pelo mesmo papel e eu PRECISO ganhar dela. O Henrique ficou de me ajudar todos estes dias. Desculpa, Ka. Pede pra Sol ir com você.

Bianca deu de ombros, pegou seu texto na mesinha e saiu de novo.

— A Sol tá doente. – Lamentou Karina.

Ela suspirou e se perguntou quem poderia ajudá-la. Karina odiava ir ao shopping fazer compras e não conseguiria escolher nada sozinha.

Ela pensou em Nat, mas se lembrou que a melhor amiga estava trabalhando agora, então ela resolveu ligar pra alguém novo.

—O-

— Eu te prometi o céu, mas não me peça pra ser um anjo, quando eu nasci demônio. – Cobra leu o texto.

— Todas as vezes que estamos juntos, eu me sinto mesmo queimando como o inferno. – Jade respondeu suas falas decoradas.

— Você sorri como um anjo, garota, mas me olha como a mais profunda alma vinda do inferno, então como pode exigir mais do que o inferno de mim? – Cobra continuou lendo o texto.

— Eu sou uma alma perdida que você perdeu. – Respondeu Jade. – E se eu me consumir pelas chamas, se eu me consumir pelas chamas... se eu me consumir pelas chamas...

— Se eu me consumir pelas chamas, você vai queimar comigo. – Completou Cobra lendo.

— Obrigada. – Jade sorriu. – E se seu me consumir pelas chamas, você vai queimar comigo.

— O seu erro, meu anjo, foi esquecer que eu sou imune ao fogo.

— O meu erro foi crer que eu podia salvar sua alma. Você já foi condenado.

— Eu posso viver com a minha sentença, meu anjo, mas e você? Quando seu julgamento chegar, acha mesmo que ficará impune?

— O meu castigo já foi declarado. É amar você enquanto eu viver e morrer por isso. – Finalizou Jade.

— Bravo. – Elogiou Cobra.

— Foi muito bom, Capiroto. – Ela brincou e Cobra riu.

Os dois estavam no QG e Cobra estava batendo o texto que Jade teria que apresentar em cena na semana seguinte para o teste contra Bianca.

— Acha que foi bom? – Ela perguntou insegura.

— Foi ótimo, minha dama. – Garantiu Cobra. – Quer dizer, você foi ótima.

Jade sorriu.

— Obrigada por me ajudar a ensaiar.

— Foi um prazer. – Cobra fez uma reverência e Jade riu.

Então o celular dela começou a vibrar.

— Ai, peraí, meu celular. – Avisou ela. – É a sua irmã. – Ela disse olhando o visor.

— A Bianca? – Assustou-se Cobra.

— Não, a Karina. – Corrigiu ela atendendo o telefone. – Oi, Ka.

— Oi, Jade, você tá muito ocupada? – Karina perguntou hesitante.

— Eu tô um pouquinho, Ka. – Informou Jade. – Mas pode falar, o que você precisa?

— Isso é meio constrangedor. – Confessou Karina.

— Pode me contar. – Jade riu.

— É que eu meio que vou sair com o Pedro depois da festa na sexta e eu não tenho nada pra usar e queria saber se você não podia ir no shopping comigo escolher alguma coisa.

— Não precisa dizer mais nada, Ka. – Interrompeu Jade. – Eu vou pegar a Vicki e a gente passa aí pra te buscar em meia hora.

— Valeu mesmo, Jade. – Karina sorriu.

— Imagina, pra mim é um prazer. A gente se vê daqui a pouco.

— Tchau, Jade – Despediu-se Karina.

Jade desligou o telefone e saiu de cima da mesa em que estava sentada.

— Eu vou ter que sair com a sua irmã, será que você pode continuar ensaiando comigo mais tarde? – Pediu ela.

— Posso, mas pra onde você e a Karina vão? – Estranhou ele.

— A gente vai no shopping comprar umas roupas pra festa na sexta.

— Você vai no shopping com a minha irmã? – Divertiu-se ele.

— Vou sim, Vagabundo.

— Olha, tô gostando de ver.

— Eu sou uma pessoa bem família, viu? – Caçoou ela. – E pelo menos uma das suas irmãs gosta de mim.

Ele riu.

— Até mais, Vagabundo. – Ela passou os braços ao redor do pescoço dele.

— Até mais, Dama. – Ele a beijou.

Então Jade saiu enquanto Cobra a assistia desaparecendo pela porta.

—X-

Jade, Vicki e Karina já estavam passeando pelo shopping há quase uma hora e Karina já estava meio irritada, enquanto Jade e Vicki se divertiam muito.

— Como é que vocês podem ter tanta paciência? – Reclamou Karina. – Por mim a gente entrava na primeira loja e comprava qualquer coisa.

— É uma arte, Ka. – Brincou Jade. – E além do mais, você não quer qualquer coisa, se quisesse qualquer coisa, você não teria chamado justamente a mim pra te acompanhar. Você teria vindo sozinha e comprado a primeira coisa com o que se sentisse confortável. Maaaaaaaaaaaaaaas, você me chamou. Isso quer dizer que você quer alguma coisa legal e confortável, algo que faça você se sentir bonita, mas sem fazer você perder a sua essência de lutadora. E é por isso que eu e a Vicki estamos aqui, pra te ajudar a escolher a roupa perfeita.

— Acha que é possível uma roupa ser tudo isso? – Karina perguntou divertida.

— Existe a roupa certa pra todo mundo, Ka, a gente só precisa procurar. – Garantiu Jade.

— Tá legal. – Karina riu.

— Eu também tenho um encontro com o João na sexta e preciso de alguma coisa pra vestir. – Informou Vicki.

— Finalmente o João resolveu te dar uma chance e desistir daquela songa... – Jade se interrompeu ao se lembrar de Karina. – Desculpa, Ka, velhos hábitos.

Karina riu.

— Relaxa, Jade. Às vezes eu me irrito com a Bi também.

— Só sei que você, Vicki, é muito melhor do que ela. – Afirmou Jade.

Vicki e Karina riram.

— Agora vamos encontrar as roupas perfeitas pra vocês encontrarem os gatinhos de vocês. – Disse Jade puxando as duas.

—X-

— Eu não acredito que você conseguiu. – Karina riu.

As três estavam sentadas na praça de alimentação enquanto comiam e conversavam depois de cinco horas de passeio tentando encontrar algo para a festa.

— Eu disse que conseguiria. – Gabou-se Jade.

— Ele é perfeito. – Os olhos de Karina brilharam. – Eu adorei aquele vestido. Ele é legal, confortável e lindo, mas ainda assim é super a minha cara, tudo a ver comigo, como pode?

— Por que essas coisas têm que excluir uma a outra? – Questionou Jade. – Karina você É linda. Meio Maria Macho, verdade, mas linda mesmo assim.

— Verdade. – Assentiu Vicki. – Pra Maria Macho e pra linda.

Karina riu.

— Valeu, meninas. – Ela agradeceu.

— Imagina. – Vicki deu de ombros sorridente.

— Foi um prazer. – Completou Jade. – Eu adorei passar esse dia com vocês.

— Sabe que eu também gostei. – Animou-se Vicki. – Eu admito, Karina, eu não pensei que passar o tempo com você pudesse ser tão divertido, mas eu gostei muito.

— Até eu me diverti. – Vibrou Karina. – E eu nunca me divirto no shopping, especialmente passando tanto tempo escolhendo uma só roupa, mas vocês conseguiram fazer disso uma coisa legal. Acho que vocês são demais.

Jade e Vicki se entreolharam e sorriram.

— Nós somos mesmo. – Brincou Jade batendo na mão de Vicki. – Olha, meninas, a conversa tá ótima, mas eu preciso ir. Eu tenho um teste pra uma peça e o Cobra ficou de ensaiar mais comigo agora à noite já que eu saí à tarde.

— Você ia ensaiar com ele à tarde e veio no shopping comigo? – Perguntou Karina.

— Não, a gente já tava ensaiando quando você ligou. – Respondeu Jade. – Mas eu parei pra vir encontrar vocês e ele disse que podia ensaiar mais comigo à noite.

— Deixou seu ensaio por minha causa? – Comoveu-se Karina.

— Relaxa, não foi nada. – Jade sorriu. – Eu me diverti muito.

— Obrigada, Jade, mesmo. – Agradeceu Karina. – Minha irmã não deixaria o ensaio por mim.

— É claro que deixaria. – Discordou Jade.

— Não deixou. – Corrigiu Karina.

— Ah. – Compreendeu Jade. – Bom, pior pra ela, melhor pra mim. Eu extravasei um pouco do estresse, me diverti e agora nós estamos mais próximas.

Karina assentiu rindo com Vicki.

— Agora eu tenho mesmo que ir. – Jade se levantou. – Vicki, você pode levar a Karina pra casa?

— Claro. – Concordou Vicki.

— Então eu vejo vocês amanhã. Tchau, meninas. – Despediu-se a bailarina beijando as duas no rosto. – E vocês vão ficar lindas nos seus vestidos, o Pedro e João não vão olhar nem pro lado.

As três riram e Jade saiu deixando Karina e Vicki conversando mais um pouco.

—OXOXOXOXOX-

A família Duarte, com exceção de Karina, estava toda sentada na sala assistindo a um filme.

— Cobra, liga pra sua irmã. – Pediu Gael. – Eu já tô ficando preocupado, já tá tarde. Vê onde ela está.

— Claro, pai. – Assentiu Cobra se preocupando também.

Mas assim que Cobra pegou o celular, Karina entrou em casa.

— Karina, onde você tava, filha? – Indagou Gael.

— Já tá tarde, querida. – Observou Dandara. – Estávamos preocupados.

— Desculpa. – Envergonhou-se Karina. – É que eu tava no shopping com a Vicki e perdi a noção do tempo.

— Vocês estavam no shopping até agora? – Assustou-se Cobra que já tinha voltado há algumas horas do ensaio com Jade.

Karina assentiu.

— Mas o que você tava fazendo com a Vicki? – Irritou-se Bianca.

— Ela foi me ajudar a escolher uma roupa pro sábado. – Devolveu Karina. – Vai dar chilique agora? Que eu saiba é com a Jade que você tem problemas e não com a Vicki.

— Mas a Vicki é a MELHOR amiga da Jade. – Lembrou Bianca. – Eu não gosto muito de ninguém que muito amigo da Jade. Nem da Vicki, nem do Lírio, nem da Joaquina e nem do Jeff.

— O que é ridículo da sua parte. – Observou Karina. – Porque todo mundo sabe que a Mari e o Jeff são a fim um do outro, mas não ficam juntos porque você e a Jade vivem brigando.

— A Mari é minha amiga, ela não gosta do Jeff. – Discordou Bianca.

— Você tem noção do quão criança você tá sendo? – Ridicularizou Karina. – Você e a Jade com essa rixa idiota de vocês que atrapalha seus amigos a se relacionarem entre eles, porque o Lírio também é a fim da Ruiva, mas ele não chega nela, por causa da Jade. Mas também não faz diferença, porque a Ruiva é a fim do Cobra, né? Mas você também não deixou ela ficar com ele e olha que ele não é amigo da Jade, é seu irmão.

— Ei, chega. – Interveio Cobra.

— Para com isso. – Discutiu Bianca. – Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu só não quero que você saia com a Vicki.

— Qual o problema? – Karina deu de ombros. – Agora ela e o João tão saindo mesmo.

— VOCÊ TÁ SAINDO COM A VICKI? – Bianca voltou-se para João.

— Na verdade, tá mais pra: estarei saindo. – Desconversou João. – A gente VAI sair no futuro e se tudo der certo, sim, ESTAREI SAINDO.

— VOCÊ NÃO PODE SAIR COM ELA. – Proibiu Bianca.

— Por quê? – Indagou Karina. – O João é a fim dela, ela é a fim dele também e a Vicki é uma garota legal. Agora nosso irmão postiço não pode sair com ela só porque você não quer?

— Eu não gosto dela. – Informou Bianca. – Eu não gosto de nenhum dos amigos da Jade e não quero ninguém da minha família ou dos meus amigos, do MEU círculo envolvido com alguém do círculo dela.

— Mas o namorado da Jade, você bem que pegou naquela festa, né? – Provocou Karina.

— PELA MILIONÉSIMA VEZ, FOI O HENRIQUE QUE ME BEIJOU NAQUELA FESTA. – Bianca se levantou.

— Mas você bem que gostou, né? – Continuou Karina. – E você ficou jogando isso na cara da Jade só pra provocar ela, o que foi ridículo, infantil e cruel.

— Eu sou ridícula, infantil e cruel? – Chocou-se Bianca. – E quanto a Jade? Ela é uma santa agora? Você vai defender ela? Você já esqueceu que ela dava em cima do Duca antes de ficar com o Paulista?

— Meninas, chega. – Cobra se meteu mais uma vez.

— A Jade pode ter os defeitos dela, mas ela não tá fazendo o que você fez. – Defendeu Karina. – Você tá saindo com o Paulista só pra irritar ela e ela nem tá esfregando o namorado novo dela na sua cara e ELA PODERIA.

— KARINA. – Gritou Cobra.

Karina arregalou os olhos percebendo o que fez.

— Já chega vocês duas. – Mandou Gael.

— O que você sabe sobre o novo namorado da Jade? – Questionou Bianca.

— EU DISSE: JÁ CHEGA. – Ordenou Gael.

— EU PERGUNTEI: O QUE VOCÊ SABE, KARINA? – Berrou Bianca.

— NADA! – Revidou Karina. – Eu só sei o que todo mundo sabe, que a Jade tá namorando com um cara novo que ninguém conhece, mas que dizem ser super incrível e que ela tá super feliz e apaixonada.

— Não, você sabe mais do que isso. – Reclamou Bianca. – Mas você NÃO QUER ME CONTAR.

— QUEREM PARAR. – Esbravejou Gael. – Essa é a última vez que eu tô mandando.

— Agora eu tô brigando com a minha própria família por causa dessa garota. – Cuspiu Bianca e saiu da sala esbarrando propositalmente em Karina.

Cobra suspirou e todos o olharam penoso.

Ele se jogou em uma poltrona e respirou fundo com as mãos no rosto.

—X-

Cobra, Karina, Duca, Nat, Sol e Wallace entraram no Perfeitão e se sentaram em uma mesa rindo.

— E ai, a Bianquinha vai no show amanhã? – Perguntou Sol.

— Vai. – Lamentou Cobra.

— Que pena, você nem vai poder curtir a sua dama então. – Sol comentou penosa.

— Pois é. – Cobra suspirou. – E acho que a Bianca tá começando a desconfiar de alguma coisa, então tenho que ser mais cuidadoso.

— Que saco, hein, amizade. – Reclamou Wallace.

— Nem me fale. – Lastimou Cobra.

— E quando vocês vão contar pra Bianca? – Questionou Nat.

— Eu não sei ainda. – Cobra deu de ombros. – Toda vez que acho que as coisas entre elas estão melhorando e eu posso contar, parece que alguma coisa acontece e as coisas entre elas pioram. A Bianca não tá pronta pra saber.

— Honestamente, parceiro, eu não sei se ela vai estar pronta pra receber essa notícia um dia. – Avisou Duca.

— Eu concordo com o Duca. – Confessou Karina. – Desculpa, Cobra, mas acho que a Bianca nunca vai aceitar a Jade.

— Falando nela. – Sol sorriu olhando para a porta.

Os outros acompanharam seu olhar e viram Jade entrando na lanchonete abraçada a Jeff, rindo com Vicki, Joaquina e Lírio.

Karina acenou para suas duas novas amigas. Jade e Vicki sorriram para ela e se aproximaram da mesa.

— Ei, porque vocês não se sentam? – Convidou Sol.

— Não vejo porque não. – Vicki deu de ombros.

— Vamos juntar outra mesa. – Sugeriu Duca se levantando.

Ele, Cobra e Lírio puxaram uma mesa e todos arrumaram as cadeiras ao redor.

Jade e os amigos se sentaram.

— Oh, Capiroto. – Chamou Cobra.

— Fala, amizade. – Pedro sorriu. – Vocês já escolheram o que vão pedir?

Todos falaram ao mesmo tempo e Pedro riu.

— Eu quero o de sempre, Pe. – Disse Sol.

— Eu quero dois pratos do dia, Pedrão. – Anunciou Wallace.

— Pra mim o especial da casa, Pe. – Pediu Nat.

— Pra mim dois especiais da casa, Pedro. – Continuou Duca.

Pedro foi anotando todos os pedidos e quando Cobra, o último a pedir, fez o seu, ele completou:

— E você também podia pegar uma folga pro almoço e comer com a gente.

— Sério? – Emocionou-se Pedro. – Você quer que eu almoce com vocês?

— Claro, Capiroto. – Confirmou Cobra. – Por que não?

— Você é nosso amigo, Pedro. – Completou Vicki.

— Eu vou falar com a minha mãe. – Disse Pedro animado.

Então ele saiu.

— Calma ai, Produção. – Disse Sol. – Olha, gente, acho que estamos todos entre amigos, então acho assim, a gente podia pelo menos quebrar o galho e deixar o Cobra e Jade sentarem lado a lado. Tudo bem que eles não pode se pegar aqui, mas pelo menos ficarem sentados pertinho, né.

— É verdade. – Concordou Vicki.

— Também acho. – Assentiu Duca.

— A Sol tem razão. – Disse Nat se levantando e passando uma cadeira pro lado. – Vem Duca.

Duca levantou e sentou ao seu lado e Jade sentou-se entre ele e o namorado.

— Obrigada, gente. – Ela sorriu.

— É, valeu, galera. – Alegrou-se Cobra.

— Imagina. – Sol fez um gesto de pouco caso com a mão.

— Já passei o pedido de vocês pra cozinha e minha mãe deixou eu almoçar com vocês. – Anunciou Pedro se sentando.

— Eeeeeeeeeeeee. – Os outros comemoraram.

— E ai, todos vão à festa amanhã? – Perguntou Sol.

Todos assentiram.

— Ih, ferrou. – Disse Wallace.

Sol o olhou e depois acompanhou seu olhar até a porta e todos viram Bianca chegar com João, Ruiva, Henrique e Mari.

Bianca parou na porta assim que viu seus irmãos e amigos com Jade. Ela foi até a mesa irritada. Seus amigos suspiraram mais a seguiram.

— Sujou. – Sussurrou Karina.

— Oi, gente. – Bianca sorriu falsamente.

— Oi. – Todos disseram receosos.

— Vocês vieram almoçar? – Ela questionou.

— É. – Assentiu Wallace.

— Então vocês não se importam se a gente almoçar com vocês? – Ela apontou para si e os amigos.

Todos se entreolharam em um misto de receio e curiosidade e Nat respondeu:

— É claro que não, Bianca, pode sentar.

— Valeu. – Bianca fingiu o seu melhor sorriso.

— Bianca, você tem certeza que quer fazer isso? – Indagou Karina meio irritada.

— Claro, Ka. – Afirmou Bianca. – Eu quero almoçar com a minha família e os meus amigos.

Então ela se sentou ao lado de Joaquina e os outros a seguiram.

— Jooohnny. – Vicki chamou com sua voz sedutora. – Você podia sentar do meu lado.

— Claro, Vicki. – João rapidamente puxou uma cadeira e a enfiou entre Vicki e Lírio.

O clima foi um pouco pesado durante o almoço, pois todos estavam preocupados com Jade e Bianca no mesmo lugar, ainda que em lados opostos da mesa, mas o almoço foi tranquilo, sem brigas e com muitas risadas.

Cobra e Jade não puderam aproveitar a companhia um do outro na frente de Bianca e seus amigos, mas por baixo da mesa, eles ficaram brincando um com o outro, dando as mãos, enlaçando as pernas e outras coisas.

Bianca passou o almoço todo observando Jade que pela presença da rival não conversou tanto com o namorado, mas conversou muito com Duca, Nat, Karina, Sol e Wallace que estavam mais perto dela.


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Notas finais do capítulo

Me deixem saber que não estou perdendo meu tempo investindo em um falso talento, rsrsrs.
Beijos.



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