Nõa e o Universo escrita por Tyler
[Nõa]
—A minha frente ruge o infinito! Espiralando-se, torcendo-se e, num passe inexplicável, tecendo a si próprio. A criação que cria a si mesma...
[Fez silencio refletindo a última frase]
O universo torcia-se e girava como um furacão a sua frente. Mas este era um furacão de galaxias, estrelas, planetas e vida. Todos giravam e o conjunto expelia massa em torno de si, tecendo um véu que ia densificando-se com o tempo formando mais planetas e galaxias, mas não era esse o fenômeno do qual Nõa falava.
Ele via tudo recluso de ação o máximo que poderia. Estava no nada absoluto, num lugar além da escuridão e do vácuo, num lugar onde sua própria existência não poderia ser provada. Alheio a balbúrdia da vida, a parte de si mesmo. Então lhe surge a questão.
—Se aqui estou e lá esta aquilo. Qual o sentido da existência de qual quer uma das duas coisas?
O universo rugiu e tremeu, brilhou e tremeluziu.
—Qual compreensão se dá por infinito? Me vejo aqui, mas além de mim não existe nada, será eu o infinito apenas porque eu existo e além de mim nada existe? Se assim fosse o universo em conjunto é também infinito, porém suas partes são finitas, posto que se encontram no infinito.
[Nõa sorriu para o universo]
—Ora, meu amigo, parece que ambos somos muito iguais! Ambos infinitos e ambos sem ter como provar nossa própria existência. Então talvez sejamos ambos partes de nada, que tem consciência para questionar se são realmente nada. Ora é uma discussão muito grande para um infinito tão pequeno quanto eu, espero conversarmos novamente em breve, até mais!
[Nõa mergulho de cabeça no furação do universo e então se viu novamente finito e existente]
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