Fogo e Gelo escrita por AelitaLear


Capítulo 22
Capítulo 22- Loucura


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora para postar, mas minha outra fic tem 6 Cap e 55 reviews! Eu desanimo com o fogo e gelo! Desculpa! Espero que gostem dele...



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Deu o meu horário e eu voei para casa. Não suportava mais nem um minuto sem vê-la, eu queria me certificar que ela estava cem por cento bem.

Mal cheguei em casa já sai derramando muitas perguntas pra cima dela:

- Como você está? Sentiu de novo?

- Estou bem, não senti mais...

- Você tem certeza?

- Bem...

- Bem? – Eu já estava impaciente.

- Bem... Eu só estou com fome!

- Você quer dizer sede? – Levantei a sobrancelha.

- Não, fome!

Fome? Como isso era possível? Ela estava brincando, não tinha outra explicação.

- Você está brincando, não está?

- Não, eu também não entendo, mas eu estou com fome! Eu quero comer cachorro quente, mas precisamente.

- Mas você não pode comer! Seu organismo não aceita alimento humano!

- Eu sei, mas realmente eu estou com fome!

- Meu amor... – Tentei falar mais calmamente possível. – Se você comer, certamente irá vomitar! Era para você sentir repugnância a alimento.

- Era pra mim sentir repugnância a você! Mas não sinto, sou diferente, essa é a explicação.

Suspirei.

- Tá, vamos comer então... – Falei com um tom irônico, claro que ela iria vomitar.

Fui comprar o cachorro quente, com certeza ela não ia nem olhar para ele, mas eu fui. Comprei dois gigantes, um para mim, e o outro para ser jogado no lixo. Caso ela não comesse, guardava para o dia seguinte.

Ela comeu o cachorro quente todinho. Tudo bem, eu não sei o que ela queria com isso, mas logo ela iria vomitar. Era uma questão de tempo.

Passou horas e ela não vomitou, já era tarde da noite, e eu fui dormir. Eu estava preocupado, mas quem sabe amanhã ela não vomitasse tudo e voltasse ao normal.

Amanheceu, eu esperava ver os restos do cachorro quente, mas não. Ela estava na cozinha como todas as manhãs, só que comendo. O que ela tinha?

Resolvi aceitar a sua teoria, realmente era estranho ela se apaixonar por mim, eu também não tinha outra opção. Logo ela iria mudar, eu tinha certeza...

Minha suposição não ocorreu, ela passou a semana comendo. Comeu de tudo, até coisas que eu evitava como couve e legumes. Até Jiló ela comeu.

Teve dias que ela saiu para caçar. Não queria nem imaginar como estava seu estômago com comida mastigada misturada com sangue.

Depois de uns dias até água ela misturou nessa lambança. Mas a água era o de menos, o pior era pensar para onde estava indo tudo aquilo.

Isso ficou durante vários e vários dias. No fundo do meu coração eu comecei achar que ela estava louca, mas  eu não tinha coragem de admitir.

Será que Vinny teve tanta influencia sobre ela a ponto de fazê-la comer? Na verdade eu não sabia se isso era verdade, mas não tinha outra explicação.

Ela não sentiu mais dores na barriga, se é que um dia ela sentiu. Era difícil duvidar dela, mas ultimamente eu não sabia nem o que eu era.

Já não basta ser vampira vegetariana e se apaixonar por um lobo? O que mais ela queria de diferença? Daqui a pouco ela poderia estar drenando sangue de cobras.

Sexta feira eu acordei e ela estava sentada do lado da cama. Eu a olhei, sorri e dei um abraço nela.

Como eu gostava que ela viesse me acordar, eu me sentia tão bem... Parecia até que  dia rendia mais... Como eu a amava...

Ela também sorriu para mim, depois disso, me disse:

- Tenho uma novidade para te contar!

- Tem?

- Tenho!

- Você vomitou? – Já falei animado.

- Não, não, é algo bom, bem melhor do que isso. - O que seria tão bom assim?

- Fale o que é!

- Ah Seth, eu sempre quis te dar isso...

- Não precisava se incomodar... – Ah ela ia me dar um presente...

- Eu sei Seth, mas eu não sei como aconteceu... Eu não entendo...

- Como assim? – Não era presente?

-Seth, eu sei que é impossível, mas você vai ficar feliz quando eu contar...

- Conte então!

- Eu estou grávida! – Ela estava louca? Isso não era possível!

- Isso é impossível! – Falei seco.

- Eu sei, mas estou!

- Sophy, me desculpa, eu não acredito!

- Ah Seth... – Falou com cara de choro. – Realmente eu estou! – Eu não suportava ver ela infeliz.

- Tudo bem... Anh... Isso é ótimo!

- É, não é?

- Sim, depois quando eu voltar do trabalho, ligamos e falamos com Carlisle.

- Tudo bem, bom trabalho!

- Obrigado!

Disfarcei e sai de casa o mais rápido que eu pude, ela estava louca! Será que era normal vampiros enlouquecerem? Provavelmente, ou ela seria a primeira.

Eu realmente iria ligar para Carlisle, mas não com ela. Eu não costumava usar o telefone do serviço, mas isso era necessário hoje.

Não queria que ela soubesse, mas com certeza ela já teria visto a minha decisão. Eu sentia muito em ter que mentir para ela, mas era para o seu próprio bem. Eu só queria vê-la feliz.

Eu não entendia o porquê de sua loucura, eu já disse muitas vezes que não queria filhos. Eles são monstros disfarçados de gente, eu sempre deixei isso claro.

Mas e a comida? Será que ela queria ser igual a mim? Podia ser, mas era outra coisa que eu nunca cobrei, e ela nunca nem me falou nada disso. SE eu soubesse que ela também tinha complexo com comida...

Será que ela não queria ser humana? Poderia ser saudades, não sei... Ela estava envolvida a muito tempo com o sobrenatural... Ela deveria estar cansada!

Até a dor, que antes eu achava que era culpa do Vinny, eu estava indeciso. Vinny fez isso mesmo? Ou era loucura, ou era....

Eu não sabia! Ela sabia que eu a amava, sabia que por ela eu daria minha vida... A culpa era minha! Meu Deus que agonia! Quero ajudá-la e não posso...

Refleti bem antes de ligar para Carlisle, eu não queria tomar uma atitude precipitada que a magoasse. Por mais que eu quisesse não ferir seus sentimentos, eu não podia deixá-la assim.

Peguei o telefone nas mãos e ensaiei ligar para ele algumas vezes. Eu não sabia se devia, mas eu queria... Minha confusão acabou e eu digitei o numero que eu já sabia de cor... Demorou alguns segundos para atender:

- Alô!

- Oi, quem fala? – Eu não reconheci a voz.

- É Jasper, quem está falando? 

- Oi Jasper, tudo bem? É o Seth!

- Ah, oi Seth! Eu vou bem e você?

- Também vou bem, quem não está bem é Sophy!

- Não? O que ela tem?

- Acho que ela está louca!

- Isso não é possível!

- Eu sei, mas eu tenho certeza! Por isso que eu liguei, preciso falar com Carlisle.

- Sim, sim, ele já está do meu lado, espera que eu vou passar para ele.

- Ok...

- Oi Seth, o que aconteceu?

- Oi doutor. – Não sei por que eu sempre o chamava assim. – Eu preciso de sua ajuda!

- Pode falar, eu te ajudarei.

- Sophy está louca!

- Eu ouvi parte de sua conversa com Jasper, me explique certinho o que aconteceu!

- Ela a princípio gritava de dor.

- Dor? Vampiros não sentem dor se alguém não os machucarem.

- Eu sei, mas ela insistia em falar que tinha dor. Eu pensei em avisá-lo, mas resolvemos esperar.

- E o que mais ela falava?

- No início eu achava que era brincadeira e que ela vomitaria tudo depois, mas ela começou a comer comida humana!

- Isso é serio, não gostamos de comida!

- Eu sei... E para piorar ela veio com uma história que está grávida! Ela só pode estar louca doutor!

- Hum... isso realmente é muito estranho... Eu nunca vi um vampiro enlouquecer, mas parece que isso aconteceu!

- Ah Carlisle eu estou muito preocupado!

-O  que me deixa perplexo é ela comer comida humana, onde ela está armazenando tudo isso? O estômago dela não comporta essas coisas! Ela poderia estar vomitando escondida...

- Escondida ela não está, eu tenho certeza, ela não mentiria para mim!

- Eu acho que não é isso, por que ela não ia querer comer de novo! Fora que o nosso corpo vomita quando vontade!

- Eu acho que ela não está vomitando mesmo, eu fico perto dela sempre que posso, e eu veria...

- Se fosse só esses fatores era de se pensar, mas essa história de gravidez... Isso é loucura, é impossível!

- O que faremos agora?

- Eu preciso analisá-la e conversar com ela! Voltarei para a cidade ajudá-los, pegarei o próximo vôo. Amanha eu estarei ai!

- Doutor, eu não sei como te agradecer! Muito obrigado mesmo, se não fosse você... Eu não saberia o que fazer!

- Não tem de que!

Eu fiquei constrangido de pedir mais coisas a Carlisle. Ele já tinha me ajudado muito! Se existisse outro médico com sua experiência e conhecimento, provavelmente eu o livrava dessa.

O dia pra mim foi péssimo, eu não parava de pensar nela nenhum minuto. Eu queria vê-la bem, queria que ela voltasse. Não via a hora de Carlisle chegar e resolver o problema.

Eu tinha esperanças que ele iria deixá-la curada, que ele iria olhar para ela e dizer: ta acontecendo isso!  Seria tão bom e reconfortante, como eu queria...

Sai do trabalho ansioso para vê-la, talvez ela tivesse normal. Logo cheguei em casa e ela estava me esperando, com uma cara muito triste.

Que agonia, certamente ela viu tudo o que eu fiz, certamente ela brigaria comigo, sairíamos dessa briga magoados. Ela precisava entender que eu fiz isso para o seu bem!

- Oi meu amor... – Falei triste por que eu sabia o que estava pro vir.

- Por que você não acredita em mim? Por que você ligou para Carlisle? Por que você acha que estou louca? Por que você me iludiu e mentiu assim?

- Amor eu só quero o seu bem! Não tem como acreditar em você, desculpa! Eu não queria mentir para você...

- Você não quer o filho, não é?

- Claro que não amor, se pudesse... Com certeza eu ia querer ter um filho! Eu não podia te contar por que você ia me impedir!

- Eu não ia te impedir! Eu ia querer que Carlisle viesse para cuidar do nosso filho! Você poderia ter me falado!

- Amor, eu não quero mais discutir com você! Logo ele estará aqui e cuidara para que melhore.

- Sim, logo eu vou estar melhor, logo ele vai nascer!

- Vem, vamos parar com esse assunto por enquanto.

- Tudo bem, você vai ver!

- O que quer fazer agora?

- Vamos jantar?

- Vamos? Quer dizer, eu vou não é?

- Eu estou com fome!

- Você está caçando?

- Sim, sempre que posso! Ele tem fome e sede.

Parei de discutir com ela, eu não tinha o que fazer. Eu não podia chegar e falar que ela não ia comer. Ainda por cima ela comia muito, o que eu podia fazer? Nada.

Ela acabou e foi tomar banho. Percebi que durante o tempo todo ela estava infeliz, não só infeliz, ela estava com dor no coração. Ninguém gostava se ser chamada de louca.

Eu também não gostava de pensar isso, mas o que adiantava camuflar as coisas com teorias? Era melhor encarar a verdade, por mais que ela machucasse.

Ela me evitou o resto da noite, eu não a culpava, mas eu estava chateado por isso. O que eu não queria eu estava fazendo agora, magoá-la. Fui dormir cedo.

 


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Notas finais do capítulo

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