The Gamer Girl escrita por Noel Em Fevereiro


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Heyy!

Cá estou eu, com minha primeira One Shot!

Espero que gostem!

Mudando de assunto, alguém aí já leu Fazendo Meu Filme?
Se sim, já repararam que alguns personagens tem personalidades parecidas com a dos personagens das fanfics de Percy Jackson?
Exemplo: Sempre achei a Gabi parecida com a Thalia.
E a Pricila parece um pouco com a Piper, não sei porquê.
E a Natália tem um jeito parecidíssimo com o da Silena.

Comentem se concordam ou não!

Vejo vocês lá embaixo.



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      THE GAMER GIRL

Essa garota é demais...

Bom, você não deve estar entendendo nada. Então vou começar do início.

Meu nome é Percy Jackson. Tenho dezesseis anos. Estudo na Goode High School, em Manhattan, Nova York. Tenho cabelos pretos e olhos verde-mar. Sou bem bonito (modéstia a parte) e um pouco musculoso.

Ah, e eu tenho um canal no You Tube chamado “The Gamer Boy”.

Era uma bela manhã de outubro. No dia anterior eu terminara com minha namorada, Rachel Elizabeth Dare, uma ruiva interesseira da minha escola, que descobri que só queria ficar comigo porque me achava bonito, popular e porque eu tinha um canal popular no You Tube. Sinceramente, não me arrependo de ter terminado com ela.

Fiz minha higiene matinal, dei um “Bom dia” para meus pais e irmão, peguei uma maçã e saí apressado. Entrei no elevador do prédio junto com minha vizinha de frente, Annabeth Chase.

Annabeth era uma garota incrívelmente bonita e inteligente. Tinha cabelos louros e encaracolados, e olhos cinzentos, como nuvens de tempestade. Hoje ela usava uma blusa azul turquesa por baixo da típica camisa xadrez vermelha, branca e preta aberta, com as mangas dobradas até os cotovelos. Também usava jeans e AllStar preto e branco. O cabelo estava solto, caindo até os ombros. Sua mochila estava pendurada em um ombro só. Era impressionante que ela conseguisse ficar tão bonita sem ao menos ligar para a aparência.

Tudo bem, eu admito: eu tenho, sim, uma queda por ela desde que ela chegou a Nova York, quatro anos atrás. Mas nós quase nunca conversamos, sempre dizemos “Bom dia” e só. Mas eu já a vi várias vezes, afinal Annabeth é a melhor amiga da minha prima Thalia, e prima do meu melhor amigo Luke, que namora Thalia a três anos. Como ela passa um bom tempo ou na casa de um, ou na casa de outro, eu a vejo frequentemente, pois eu faço a mesma coisa.

— Bom dia. – disse a loira.

— Bom dia. – respondi. O elevador desceu até a garagem, e fui até meu carro, e Annabeth foi para o dela.

Chegando na escola, logo na entrada fui abordado por Rachel e suas seguidoras – ops, amigas – Drew e Quione. Todas usavam roupas coladas e curtas, que eu não sabia como eram permitidas na escola.

— Oi, lindo! – disse a ruiva, passando os braços por meu pescoço e tentando me beijar, mas eu desviei.

— Rachel, eu já disse, nós terminamos! Não adianta ficar me seguindo! – falei, empurrando-a.

— Own, Percy, querido, claramente você estava muito alterado, deprimido e triste ontem! Mudando de assunto, vou a sua casa hoje gravar o vídeo da semana com você, ok? Seus inscritos me adoram! – disse Rachel. Aquilo foi a gota d’água.

— Não, você não vai! Mais uma vez: Nós terminamos! E meus inscritos te odeiam e te acham a maior interesseira! – dito isso, saí andando, ignorando as pessoas que haviam se acumulado em volta e a ruiva com cara de tacho que eu havia deixado atrás de mim.

Algumas horas depois...

Cheguei em casa e fui direto checar os comentários do último vídeo. Em algum ponto do tal vídeo, eu perguntara qual jogo eu poderia jogar, ou quem sabe até fazer uma série. Fui ver as respostas (N/Noel: Vou colocar “][}{*&¨$%#@$!!” no lugar dos nomes de canais, não liguem.)

COMENTÁRIOS:

)(*&&¨¨: Faz vídeo de Amor Doce! Vai ser legal!

/?><}{^): Amor doce! Amor doce! Quero vídeos de amor doce!

A maioria dos comentários eram assim. Eu já ouvira falar desse jogo, os inscritos vivem pedindo para que eu faça vídeos de “Amor Doce”. Resolvi tentar.

Entrei no site, fiz o cadastro, comecei a gravar, fiz a introdução do vídeo e fui fazer minha “personagem”. Resolvi chamá-la de Percyana, pois é assim que meus amigos me chamam de vez enquando. Coloquei nela olhos verdes e cabelos pretos e curtos enquanto conversava com o público.

Um tempo depois.

Parei de gravar assim que terminei o episódio. Caramba, como um jogo de namoro pode ser tão difícil? Castiel é grosso e parece gostar quando somos grossos também, Nathaniel é o representante todo certinho, oposto do Castiel, e Ken parece ser o esquisitão apaixonado. Como alguém consegue jogar um jogo tão difícil?

Resolvi que, no dia seguinte, eu pediria ajuda a uma das emninas do meu grupo de amigos.

Editei o vídeo e postei.

Quando terminei, vi que já era noite. Amanhã eu gravaria outro vídeo, e, se os deuses quisessem, teria ajuda.

***

GAROTAS DA TURMA QUE PODEM ME AJUDAR (ELIMINATÓRIA)

Thalia: Não, punk demais. Daria respostas grosseiras para todos os personagens, isso se aceitasse me ajudar. NÃO.

Silena: Rosa e saltitante demais. É o cupido da turma, mas ficaria gritando comigo sempre que eu dissesse algo errado. NÃO.

Piper: É irmã da Silena, e também é meio cupido. Mas vive saindo com Jason, o namorado dela (e meu primo). Não me teria tempo. NÃO.

Reyna: Séria demais. Não é do tipo que gosta de jogos de romance, o único romance em sua vida é seu namorado Nico. NÃO.

Calipso: Namora o Leo, e fica com ele em tempo integral. NÃO.

Bianca: Nunca sai de casa para algo que não seja a escola. Não me ajudaria. NÃO.

Hazel: Vive junto do namorado ou dos irmãos. É legal, mas ficaria me passando sermão, assim como a Silena e a Piper.

Annabeth:

— Senhor Jackson, poderia responder minha pergunta? – perguntou a professora de história, antes que eu pudesse escrever mais alguma coisa no papel.

— Hã... A senhora poderia repetir a pergunta? – perguntei.

— Não. – respondeu com um sorriso escárnio.

— Hã... Bem... A resposta é... – falei, engolindo em seco. Eu já havia perdido as esperanças quando um bilhetinho aterrissou em minha mesa:

A pergunta foi: Por que Héstia cedeu seu trono no Olimpo a Dioníso.

Agora, a resposta é com você.

Annabeth.

Ufa! Eu sabia a resposta.

— Héstia cedeu seu trono a Dioníso para evitar uma guerra entre os olimpianos. Está certa a resposta, Sra. Dodds? – perguntei.

Ela me lançou um olhar irritado.

— Está. – depois se virou para o quadro.

Virei o bilhete e escrevi:

Obrigado. Por um segundo pensei que não me safaria dessa.

Percy

Mandei para Annabeth, que respondeu:

Fica esperto, Jackson. ;)

Annabeth.

Pode deixar, Chase. ;)

Percy

Acho que já decidi a quem vou pedir ajuda...

***

Ao chegar em casa, liguei o computador e liguei o jogo. Eu só esperava que Annabeth aceitasse meu pedido.

Lá pelas quatro da tarde, uma hora depois de chegarmos da escola, saí de meu apartamento de bati na porta do apartamento de Annabeth. Esperei até que alguém abrisse a porta. Até que alguém abriu a porta. E esse alguém era Annabeth.

 - Percy? O que...?

 - Vim te pedir ajuda. – respondi.

 Ela franziu a testa.

 - Ajuda... Em quê? Em alguma matéria? – perguntou.

 - Não... Não é nada sobre a escola. – falei coçando a nuca.

— É em que, então? – disse, cruzando os braços.

Corei.

 - Bem... Você sabe que eu tenho um canal no You Tube, né? – ela assentiu, e eu continuei: - Bem, meus inscritos viviam me pedindo pra jogar um jogo chamado Amor Doce, acho que é bem conhecido. Ontem eu tentei jogar... O negócio é impossível! Eu gravei e postei o vídeo, mas eu falei que tentaria conseguir uma ajuda feminina... E você é a única ajuda feminina que teria uma mínima chance de me ajudar ou quenão me xingaria muito se eu fizesse algo errado no jogo. – fiz minha melhor cara de “Gato de Botas”.

 Annabeth riu e ergueu uma sobrencelha.

 - Não te xingaria?

— Repare que eu disse muito. – respondi sorrindo.

A loira sorriu.   

— Tudo bem, eu te ajudo. Vamos ver o quanto você é ruim em “Amor Doce”. – depois se virou para dentro do apartamento e gritou: - MÃE, VOU SAIR, OK? TCHAU!! – e então fechou a porta e  se virou pra mim – Vamos?

— Vamos.

***

Um mês depois...

Acordei, fiz minha higiene matinal, me vesti, tomei café da manhã, peguei minha mochila e saí do apartamento. Meu celular apitou e eu chequei a mensagem:

 Eiiii!!! Morreu aí em cima, foi?? Já estou aqui embaixo! É sua vez de dar carona!!/Annie

Sorri. Desde que Annabeth gravou o vídeo comigo naquele dia, não nos desgrudamos mais. O público a adorou e eu passei a fazer todos os vídeos com ela. O canal deixou de ser só meu, passou a ser meu e dela. No primeiro dia em que chegamos juntos na escola, foi um tumulto só.

Flashback On

Havia duas semanas que eu e Annabeth gravamos nosso primeiro vídeo juntos. Todos os dias jogávamos vários jogos para ver quais eram bons ou não para se fazer um vídeo. Resolvemos que iríamos juntos para a escola, pois assim podíamos conversar no carro.

Assim que saímos do carro, todos os olhares focaram em nós. Continuamos conversando, ignorando os olhares, até que fomos abordados por Rachel e suas seguidoras.

— Percy! Não acredito que você está namorando essa excluída!!! – disse a ruiva.

Eu já estava farto dela, então lhe lancei um olhar irritado e falei:

— Em primeiro lugar, não estou namorando Annabeth, ela é minha AMIGA! E em segundo lugar, mesmo que estivesse, o que você tem com isso? – dito isso, saí andando, crente que Annabeth estava atrás e mim, mas assim que dei dois passos, ouvi um som: PLAFT.

Me virei imediatamente e vi Annabeth olhando incrédula  para Rachel  com a mão no rosto.

— SUA IDIOTA! O QUE VOCÊ FEZ???? – gritou a loira.

— Apenas estou cuidando do que é meu. Fique longe do MEU Percy. Mais cedo ou mais tarde ele vai voltar pra mim. – respondeu a ruiva.

Tentei me intrometer, mas Annabeth já havia lhe dado um tapa na cara. Pude ver a marca dos dedos dela no rosto da garota.

— Nenhuma pessoa é sua propriedade, Rachel. Você não é dona de ninguém. Quanto antes aprender isso, melhor. – assim que disse isso, a loira se virou sem a menor cerimônia e saiu andando. Fui atrás dela.

— Você foi incrível! – falei.

Ela me olhou, agradecida.

— Não foi nada. Só tentei ensinar para aquela ruiva mimada que o mundo gira ao redor do sol, não dela. Apesar de o cabelo dela se parecer muito com fogo.

— Mesmo assim, não deixa de ser incrível! – repliquei.

Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha.

— Venha. Vamos pra aula.

Flashback Off

Desci para a garagem e a encontrei encostada no meu carro.

— Ufa! Achei que você tinha morrido enquanto dormia! Eu é que não iria levar flores pro seu enterro... – falou.

— E lhes dar a graça de viver sem mim te perturbando, Sabidinha? De jeito nenhum! Além do mais, você não sobreviveria! – respondi abrindo o carro e entrando.

— Quem disse? – perguntou erguendo uma sobrancelha. Eu percebera com o tempo que essa era uma mania sua.

— Eu! – respondi enquanto ela entrava no carro e eu dava a partida.

— E ele é chato, povo? Não, não, imagina... – disse a loira, do mesmo modo que ela falava durante os vídeos. Mostrei a língua e ela fez o mesmo. – Agora, falando sério, temos que decidir...

— O que? – perguntei franzindo a testa.

— Com quem a Percyana vai ficar? Nathaniel ou Castiel?? Ainda não decidimos!! – comecei a rir da empolgação dela. Annie realmente levava esse jogo a sério. Ela começou a rir também.– Não ria! Isso é sério!!

— Decidimos isso depois! – falei. Todo o percurso até a escola foi basicamente de nós rindo como uns bocós ou discutindo como um casal de velhos.

Algumas horas depois...

Assim que chegamos da escola, fomos direto para meu apartamento. Minha mãe conhecia e adorava Annabeth. Ela a tratava como se fosse a nora de seus sonhos. Eu achava isso engraçado pois, por pura concidência, meu coração sempre acelerava quando Annie aparecia.

— Annie, querida, vai almoçar aqui? – perguntou minha mãe.

— Não sei, Sra. Jackson. – respondeu com um sorriso de tirar o fôlego.

— Sim, ela vai! – falei.

Almoçamos, depois fomos para a sala e começamos a ver alguns episódios da 3º temporada de Once Upon a Time. Sentamos no sofá e pus a cabeça de Annabeth em meu colo e comecei a fazer carinho em seus cabelos. Depois de um tempo, ela falou:

— Que droga! Por que a Emma não dá uma chance pro Killian logo?

Tive que rir com esse comentário.

— Sabia que ela se parece muito com você? Ambas são irônicas, orgulhosas e tem a delicadeza de um elefante! – falei. Tudo o que ganhei em troca foi um tapa no braço. Não doeu, mas exclamei, só pra irritar: - AI!

— Nem vem que nem doeu! – respondeu. – E sabia que você parece com o Killian? Ambos são um pouco chatos e românticos ao mesmo tempo!

— Eu sou romântico? – eu olhei pra ela.

— Me diga você! – respondeu. E voltou a olhar para a TV. Depois de alguns episódios, no momento do beijo entre Killian e Emma, ela exclamou: - Que droga!

— Ué? Não era você ue queria que ela desse uma chance pra ele?

— Não é isso! É que... – ela corou e respirou fundo. – Eu nunca vou conseguir beijar alguém como eles estão fazendo.

— E por que não? – perguntei.

— Porque... Promete que não vai rir?

— Prometo.

— Eu... Eu nunca beijei ninguém.

Arregalei os olhos e a olhei.

— O quê?

Annabeth me lançou um olhar irritado.

— Você disse que não iria ficar surpreso.

— Não, eu disse que não iria rir. – respondi. Eu realmente estava me sentindo surpreso, mas também estava um pouco feliz, não me perguntem o motivo.

— Dá no mesmo. – ela se levantou do meu colo.

— Não, não dá! – respondi. – Estou surpreso porque você é uma garota tão bonita! Como assim nunca beijou ninguém??

Annabeth se levantou do sofá com lágrimas nos olhos.

— Caso não tenha percebido, não sou uma dessas garotas que ficam com qualquer um! – em seguida saiu do apartamento.

Passei uma mão pelos cabelos e respirei fundo. Ótimo. Agora Annabeth estava brava comigo. Olhei para o lado e vi minha mãe parada no corredor, olhando pra mim. Devolvi o olhar, esperando uma confirmação.

— Vá atrás dela. – falou.

Me levantei correndo e fui atrás dela.

— ANNABETH!!! – gritei. Abri a porta de meu apartamento e bati na porta do dela.

A pessoa que abriu a porta foi a mãe dela. Depois de nossa aproximação, meus pais e os pais de Annie ficaram bem amigos. Os pais dela eram bem simpáticos.

— Percy, você sabe o que aconteceu? Annabeth chegou aqui chorando, eu perguntei o que houve, mas ela correu para o quarto e não quer sair de lá de jeito nenhum! – falou.

— Nós brigamos. Vim aqui pedir desculpas. Posso tentar falar com ela? – falei num fôlego só.

— Entre. Você sabe qual é o quarto dela. – assenti e fui até o último quarto do corredor. Tinha uma porta branca com um “A” cinza de madeira na frente. Respirei fundo e bati na porta.

— Não quero falar com ninguém! – a ouvi dizer com voz de choro.

Respirei fundo mais uma vez. Abri a porta e entrei.

Annabeth estava deitada na cama com a cara no travesseiro. Me sentei ao seu lado e comecei a fazer carinho em seu cabelo.

— Vim aqui me desculpar. – falei. – Eu não devia ter agido daquela forma. Só fiquei surpreso por você, uma garota tão bonita, nunca ter beijado ninguém. Apesar de ser um pouquinho tímida, você sempre foi tão segura de si. E é por isso que eu te admiro tanto.

Ela levantou a cabeça do travesseiro e olhou pra mim. E então se sentou. E me abraçou.

Retribuí o abraço e escondi o rosto em seus cabelos.

— Está desculpado! – murmurou. Então me lembrei de uma coisa e me afastei apenas o bastante para olhá-la.

— Mudando de assunto, semana que vem já é dezembro. O que vai querer de Natal? – ela riu, e eu também. Só o fato de vê-la sorrir já me deixava feliz. Acho que foi nesse momento em que percebi que minha “quedinha” por ela não era só uma “quedinha”.

Eu estava apaixonado por minha melhor amiga.   

***

Dia 24 de dezembro chegou. Véspera de Natal. Eu e Annie combinamos de fazer uma live no canal, dividida em duas partes. Na primeira parte, jogarímos um jogo, e depois de várias tentativas eu convenci Annabeth a escolher Five Nights At Freddy’s. Na segunda parte, faríamos uma espécie de perguntas e respostas, mas também teria desafios.

Decoramos o quarto em que gravávamos com coisas típicas de Natal: Meias, algumas faixas vermelhas e verdes e um visco que pendurei na parede atrás de nós.

A live estava marcada para as seis da tarde, mas Annie chegou na minha casa as cinco.

— Pronta? – perguntei assim que entramos no quarto.

— Claro! E você, pronto? – perguntou.

— Não sou eu que nunca fiz uma live antes, sou? – cruzei os braços.

— Quem te disse que eu nunca fiz uma live antes? – ela ergueu uma sobrancelha.

— Você já fez uma live antes? – perguntei surpreso, e descruzei os braços.

A loira riu.

— Não! Mas quem te contou que eu nunca fiz uma antes? – falou.

— Ha, ha, ha... Engraçadinha.

Uma hora depois...

Depois de montarmos todo o equipamento da live e ligarmos o jogo, começamos. Várias pessoas mandaram um “oii” naquele chat do You Tube que tem nas lives.

— Fala, povo! Nessa live de Natal, vamos fazer em duas partes... – expliquei o esquema da live, e depois começamos a jogar.

Em certo ponto do jogo, Annabeth perguntou:

— Percy... Você já checou de novo a sala dos animatronics?

— Ainda não, vou checar agora.

— Anda logo! – chequei a tal sala. Apenas o urso Freddy e a galinha Chica estavam lá. – Sumiu um!

— Calma, ta tudo sob controle! – falei, mesmo que eu não acreditasse nisso. Eu havia ficado muito tempo sem checar a sala. – Vamos achar aquele coelho sinistro!

Procurei por todas as salas e nada do coelho. Saí da parte das câmeras e, de repente, uma boca cheia de fileiras de dentes com duas luzes vermelhas brilhando na garganta aparece na tela.

— AHHHH!!! – gritamos em uníssono. Annabeth se levantou da cadeira e ficou ao lado da mesma, de costas pra tela, com a mão no coração.

Como vi que ela estava muito assustada, me levantei também e a abracei em um gesto protetor. Ela retribuiu o abraço e escondeu o rosto na curva de meu pescoço. Depois de alguns segundos assim, ela se afastou.

— Vamos voltar pra live. Já se passou meia hora, precisamos faze a segunda parte.

— Tudo bem. – nos sentamos novamente. – Hora da segunda parte! Mandem suas perguntas e desafios! Prometemos que cumpriremos, a menos que passem do limite.

Depois de um bom tempo cumprindo desafios, chegou a hora de Annabeth falar:

— Agora só mais uma pergunta ou desafio! A última, hein! Mandem em 3... 2... 1... Agora!

E a pergunta, ou melhor, o desafio, chegou.

CUPID B: Vão pra debaixo do visco.

 Li em voz alta e olhei pra Annie.

Ela deu de ombros, como se dissesse “Prometemos que cumpriríamos. Fazer o quê?”. Mas vi em seus olhos que ela estava nervosa.

— Tem certeza? – perguntei. Ela deu de ombros novamente.

Fomos pra debaixo do visco.

Olhei pra cima, e ela também.   

Decidi que faria de tudo para que o primeiro beijo de Annabeth fosse perfeito.

Pus uma mão em seu rosto, olhei fundo em seus olhos, então a beijei.

No início foi só um selinho demorado. Até que Annabeth pôs as mãos em meu rosto, colando ainda mais nossos lábios. Aprofundei o beijo. Pousei minhas mãos levemente em sua cintura e ela passou os braços por meu pescoço. Era um beijo de língua. Calmo e sintonizado. Annabeth beijava tão bem que eu não via como ela nunca tinha beijado ninguém.

Depois de um tempo me lembrei que estávamos ao vivo para o mundo todo, então parei o beijo com selinhos. Inconscientemente, um sorriso bobo apareceu em meu rosto.

Nos separamos e nos sentamos novamente, sem olhar um pro outro.

— E então? Satisfeitos? – perguntei.

><^}{`))((: MUITO!

MGGTRD: MUITO!

HGASTFYU: MUITO!

Todos no chat, sem falta,

 - Bom, acho que está na hora de encerrar. Tchau, gente!

— Tchau, povo! – falou Annie.

Desliguei o equipamento e depois me sentei novamente. Tomei coragem e perguntei:

— Tem certeza de que nunca tinha beijado antes?

Annabeth riu.

— Por quê? Eu beijo mal? – ela ergueu uma sobrancelha.

— NÃO! Muito pelo contrário! – corei.

A loira olhou pra baixo, corada. Ela ficava bonita envergonhada.

— Bom… Acho que está na hora de ir, sabe… É Natal. - falou.

— Hã… Tudo bem. Vou acompanhá-la até a porta.

Nos levantamos, e fomos até a porta do apartamento. Ela desejou feliz Natal aos meus pais e depois se virou para mim.

— Feliz Natal, Cabeça de Alga.

— Feliz Natal, Sabidinha. - beijei sua bochecha, e ela beijou a minha.vxfgdf

***

Depois disse, não a vi até o Ano Novo.

— Percy, querido! - falou minha mãe. - A Annabeth e os pais vão passar o Ano Novo conosco.

Corei na mesma hora. Eu não sabia se Annie ficara chateada por seu primeiro beijo ter sido comigo. Eu também não sabia se ela gostava de mim de um modo maior que a amizade, assim como eu gostava dela.

Mas, por que ela gostaria? Ela é uma garota incrível! Linda, inteligente, vários amigos, e com certeza eu não sou o único cara que gosta dela. Ela sempre procura ver o melhor nas pessoas. É um pouco louca, mas não sentido ruim. Sempre faz todos sorrirem. É ótima conselheira, sempre ajuda todos a fazerem a coisa certa. Já é uma honra tê-la como melhor amiga. Por que ela gostaria de mim de outra forma?

— Percy? Você me ouviu? - perguntou minha mãe, tirando-me de meus devaneios.

— Hã… O que? - perguntei, confuso.

— Meu filho, o que há com você? Desde o Natal você anda mais distante, perdido em pensamentos! Aconteceu alguma coisa?

Não disse nada, só assenti devagar. Ela se sentou ao meu lado na cama.

— Tem a ver com a Annabeth? - perguntou.

No fim, acabei contando tudo a ela. Tudo o que havia acontecido, tudo o que eu sentia… Eu não aguentava mais guardar aquilo. Ela ficou feliz ao saber que eu gostava de Annabeth. E um pouco triste ao saber da minha insegurança.

— Percy… Você é um garoto incrível! Não vejo o porquê dessa insegurança! Tenho certeza que ela também gosta de você. Eu vejo como se olham. Parecem dois pombinhos apaixonados!

— Sério? - perguntei.

Ela riu.

— Sim! Meu conselho é: se declare pra ela. Essa noite. Pouco antes da meia-noite. - ela se levantou, indo a caminho da porta, mas parou no meio do caminho. - Ah, quase esqueci: Vá se arrumar. São oito e meia. Eles chegam as nove.

***

Eles realmente chegaram as nove. Os Chase são bem pontuais.

Minha mãe atendeu a porta, e a família de Annabeth entrou depois de comprimentá-la.

A primeira coisa que notei foi que ela estava deslumbrante. Usava um vestido branco, na altura do joelho, com mangas compridas. Os cabelos louros caiam sobre os ombros. Os olhos cinzentos brilhavam.

Tomei coragem e me aproximei dela.

— Oi… - falei envergonhado.

— Oi… - respondeu corando, o que me fez corar.

— Por que anda me evitando? - perguntei. Annabeth franziu a testa.

— Eu? Te evitando? Você é que sumiu!

— Não sumi não! Você sumiu! Pensei que estivesse chateada comigo! Pensei que não gostasse mais de mim! - falei, já ficando com raiva.

Ela umedeceu os lábios.

— Percy, você é meu melhor amigo. Eu nunca vou deixar de gostar de você! E, além do mais, por que eu ficaria brava? - agora ela estava calma. Nem um pouco bipolar, não?

— Ah, sei lá. Tem vezes que você fica brava comigo e eu nem sei o porquê. - respondi e fiz beicinho.

Ela riu.

— Ah, Cabeça de Alga… - o que quer que Annabeth fosse dizer, foi cortada por minha mãe, que disse:

— Bom… Vamos a ceia!

Todos nos sentamos na mesa, que estava realmente muito bem decorada. Algumas velas a enfeitavam, e uma (grande) ceia estava devidamente arrumada. Puxei a cadeira para Annabeth se sentar.

— Senhorita! - fiz um gesto para a cadeira.

A loira riu e falou:

— Se me deixar cair no chão, você não vai ver o Ano Novo!

Ri.

— Pode deixar.  

Ela se sentou e eu me sentei ao seu lado. Comemos a ceia e ficamos conversando. Depois de um tempo, meu irmão mais novo, Tyson, anunciou:

— Quinze minutos para a meia-noite!

É agora ou nunca, pensei.

— Annabeth… Eu queria falar com você… A sós. - corei ao dizer a última parte, e ela também.

— Tudo bem. - respondeu.

Peguei sua mão e a guiei até meu quarto. Sentamos na beirada da cama.

— O que tem a me dizer? - perguntou docemente.

Respirei fundo. Annie apertou minha mão, encorajando-me.

— Annie… Eu nem sei como começar…

— Que tal pelo começo? - disse erguendo uma sobrancelha.

Não pude conter o sorriso. Como eu disse, ela fazia todo mundo sorrir.

— Bem… Annie… Você é minha melhor amiga, e eu nunca tinha falado isso antes porque não queria estragar nossa amizade. Estou pondo muita coisa a prova aqui… Mas, toda vez que te vejo, isso aqui acontece. - peguei sua mão esquerda e a coloquei sobre meu coração, para que ela pudesse sentir o quão rápido ele batia só de estar perto dela. - Não é a primeira vez que isso acontece. Nem a segunda. Nem a décima. Mas só percebi isso naquela vez em que fui pedir desculpas por ter ficado surpreso quando você disse que nunca tivera seu primeiro beijo. Quando te abracei… - acariciei sua mão. - … tive vontade de nunca mais largar, nunca mais te deixar ir embora. Acho que foi naquele momento em que percebi que era, e que sou, apaixonado pela minha melhor amiga.

Olhei para Annabeth, que estava estática.

— Sei que agora, você provavelmente está pensando num modo de me dizer que me vê só como um amigo…

— Percy, eu… - ela não pôde terminar a frase, pois continuei:

— Eu entendo. Você é uma garota incrível. Vários caras gostam de você. Por que gostaria de mim, afinal… O que eu sou perto de você? Sou apenas um garoto normal com um canal no You Tube…

— Percy…

— Sei que você me vê só como um amigo, e se você quiser, pode esquecer essa conversa. Eu só precisava te falar isso, eu não podia mais guardar isso pra mim, eu…

— PERCY! - gritou Annabeth, chamando minha atenção. Vi que seus olhos brilhavam. - Me beija logo. - falou.

Achei melhor atender ao pedido. Pus as mãos em seu rosto e a beijei. No momento em que nossos lábios se tocaram, ouvi o som de fogos de artifício explodindo lá fora, e todos na sala gritando “Feliz Ano Novo!”.

Mas agora, nada mais importava. Annabeth pôs as mãos em meu pescoço. Era um beijo de língua, calmo e urgente ao mesmo tempo. Passei um braço por sua cintura, e enrolei minha outra mão em seus cabelos. Aquilo estava tão bom que eu não queria que acabasse nunca mais. Eu estava realmente feliz. Seus lábios tinham gosto de… gloss de morango? Não sei se era isso mesmo, só sei que era muito bom. Depois que o ar ficou escasso, terminamos o beijo com pequenos selinhos.

Annabeth encostou sua testa na minha, ofegante.

— Você nem me deu chance pra dizer…

— Dizer o quê?

Ela me olhou nos olhos e respondeu:

— Que eu também sou completamente apaixonada pelo meu melhor amigo.

Abri um sorriso enorme, que a qualquer hora poderia rasgar meu rosto, e acariciei seu nariz com o meu.

— Annabeth? - perguntei.

— Sim? - ela também estava com um sorriso de orelha a orelha.

Olhei fundo em seus olhos e perguntei:

— Quer namorar… comigo?

Seu sorriso aumentou, e ela assentiu várias vezes.

— Sim!

Eu a beijei novamente. Imagine tudo o que descrevi no parágrafo de nosso recente beijo, só que de um modo ainda mais doce, com ainda mais amor. Assim foi nosso primeiro beijo como namorados.

— Feliz Ano Novo, minha Garota Gamer.

— Feliz Ano Novo, meu Cabeça de Alga.

Depois de muitos beijos, ela disse pra irmos contar a novidade para nossas famílias. Quando estávamos na porta do quarto, Annie me puxou para mais um beijo.

Como eu disse…

Essa garota é demais.


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Notas finais do capítulo

Voltei!!

E aí? O que acharam?

Devo fazer mais One Shot's?

Obrigada por lerem!

Kisses,

Noel