Moonlight Lover escrita por Benihime


Capítulo 17
Lábios doces




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Ashlee

Saio do banho enrolada em uma toalha no exato momento em que ouço uma batida na porta. Pelo espelho de corpo inteiro, vejo Selene parada em uma camisola sexy cor de marfim, esboçando um sorriso que imediatamente retribuo.

— Só subi para dar boa noite. — Para minha surpresa, a morena vem até mim e tira delicadamente de minhas mãos a escova de cabelo que acabei de pegar. — Deixe que eu faço isso. Já faz tempo que estou curiosa.

— Curiosa com o que? — Não consigo não deixar de rir. — O que exatamente você está fazendo?

— Não é óbvio? — Selene corre a escova delicadamente por meus cabelos ainda úmidos. — Penteando seu cabelo. Fazia tempo que eu vinha me perguntando se ele era tão sedoso quanto parecia.

— Isso ... É bom. 

Selene percebe minha melancolia, deixando de pentear meus cabelos para me abraçar por trás, descansando o queixo em meu ombro de modo que nossas bochechas estão pressionadas uma contra a outra.

— Ash. — Sinto um arrepio ao ouvi-la usar aquele apelido. — Você está bem?

— Estou. — Respondo. — É só que ... 

— Você passou tanto tempo sozinha que esqueceu como é ter alguém que se importa com você.

— Acho que sim. — Concordo baixinho. — Quando você passa séculos sendo tratada como um monstro, acaba se convencendo de que realmente é um.

— Eu já lhe disse, Ash. — Selene diz delicadamente, dando um beijo rápido em minha bochecha. — Você não é um monstro, não para mim. Tire essa ideia ridícula da cabeça.

Eu me viro para encará-la com um sorriso de desafio, mascarando minha curiosidade como mera piada.

— O que eu sou para você, então?

— Você é ... É ...

Ela parece completamente sem palavras, o que me faz rir. Selene então me surpreende completamente, tomando meu rosto entre as mãos e me beijando. Apenas um selinho casto nos lábios, mas um beijo mesmo assim, um gesto que me enche igualmente de prazer e incredulidade.

Selene

O beijo com Ashlee é apenas um encontro de lábios, casto e quase formal. Ela parece não ter coragem de aprofundar o contato, mas a ouço suspirar baixinho de prazer, o que me faz sorrir enquanto me afasto.

— Viu? — Provoco. — Eu disse que gosto de você.

Seus lábios cheios se erguem em um sorriso. É a primeira vez que vejo um sorriso verdadeiramente alcançar aqueles olhos azuis, que parecem brilhar como pedras preciosas expostas ao sol. Ela se inclina e me rouba mais um beijo, um gesto tão timidamente infantil que quase derrete completamente meu coração.

— Eu só vim dizer boa noite. — Aviso, lembrando-a do que falei ao entrar.

Ashlee se afasta, porém com um sorriso nos lábios. Sua expressão é uma mistura de malícia e prazer inocente.

— Nesse caso ... Boa noite, Selene.

— Boa noite, Ash.

Olho para ela mais uma vez antes de voltar para o quarto no porão. Finalmente a sós, toco meus lábios, ainda sentindo seu gosto. Parece morangos com creme, ou algo do tipo. Tão doce ... Os lábios mais doces que já provei.

Percebo, com uma súbita onda de terror, que estou começando a gostar dela mais do que deveria, e isso não vai ser bom para nenhuma de nós.

Ashlee

Não faz mais do que algumas semanas que Selene está comigo, porém sinto como se estivéssemos juntas durante toda a minha vida. Essa situação, porém, já se arrastou por tempo demais.

Pelo menos é isso que digo a mim mesma quando desço até o porão para falar com Selene, apenas poucas horas após nosso primeiro beijo.

Selene

Não sei exatamente o que me acordou. Talvez um barulho no quarto, uma mudança na atmosfera ... Me viro para tentar descobrir e meu coração quase sai pela boca quando vejo a silhueta aos pés da cama.

 — Sou eu. — Apesar do tom baixo, há uma sugestão de riso em sua voz enquanto ela senta-se na beira da cama, ao meu lado. — Preciso conversar com você.

Ashlee

Selene se senta na cama, afastando os cabelos rebeldes do rosto. Ela parece tão linda, tão inocente, que é difícil me concentrar no que vim fazer.

— O que foi? — Ela pergunta suavemente. — Está tudo bem?

— Está sim. Eu só vim dizer que ... Você está livre. De agora em diante, você vai escolher por si mesma. — Minha voz está mais fraca do que o normal, mesmo imbuída de poder. — E agora, preciso que me diga sinceramente: você quer ficar aqui comigo?

Selene

Respiro fundo, sabendo e lamentando o quanto minhas palavras a magoarão. Eu teria que ser uma completa estúpida para não perceber o quanto Ashlee gosta de mim, e o mais estranho é que realmente passei a gostar dela. É por isso que demoro para responder, escolhendo cuidadosamente as palavras.

Ashlee

Posso ver em seus olhos que a resposta não é a que eu gostaria. Como se sentisse minha mágoa, Selene pega minha mão e entrelaça nossos dedos.

— Olha, Ash ... Eu realmente gosto de você. — Ela diz suavemente. — Mas não, não quero ficar aqui.

— Eu entendo. — Suspiro, fazendo o melhor que posso para esconder meu desapontamento. — Amanhã poderá voltar para casa.

— Espere, me deixe terminar de falar. — Sua expressão é suave, carinhosa. — Só porque não estarei mais aqui com você, não significa que alguma coisa vai mudar. Se quiser me ver, é só me procurar. Combinado?

Selene

Ashlee assente em silêncio, e momentos depois seu abraço súbito me pega de surpresa, mas retribuo sem hesitar. Ela se aninha ainda mais em meus braços, como se nunca fosse me soltar.

— Fica comigo. — A loira pede baixinho. — Só mais essa noite. Por favor?

Assinto em silêncio e nós subimos juntas. Ashlee segura minha mão o tempo todo, até estarmos em seu quarto sob as cobertas.

Ashlee segura minha mão o tempo todo, parece não querer soltar nunca mais. Vamos para seu quarto, onde ela se encolhe sob as cobertas.

— Ei, calma. — Eu digo, acariciando suavemente suas costas. — Está tudo bem.

Ela ergue os olhos muito abertos para me encarar, sua expressão franca e inocente como a de uma criança.

— Promete que não vai me deixar?

— Claro, sua boba. — Eu rio ante o absurdo de sua pergunta. — Eu vou estar aqui. Sempre.

A loira se aproxima e me abraça com força, escondendo o rosto na curva de meu ombro. Ficamos em silêncio por um longo tempo depois disso, até eu perceber que Ashlee caíra no sono.

Não consegui deixar de admirar seu rosto, sua expressão tornada ainda mais doce pelo sono. Com as mechas bagunçadas de cabelo loiro que lhe caíam pela testa, ela parecia uma garotinha. Eu sabia que era encrenca, mas não podia negar o que sentia por ela.


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