Just Look Out escrita por JP


Capítulo 15
FlashBack: Cinema


Notas iniciais do capítulo

Oiii!!
Vim dar mais um aviso e esse é positivo, podem ter certeza:
SEDDIE FINALMENTE ESTÁ ACONTECENDO! E vocês vão saber o porquê! ;)

Esse foi um dos capítulos que eu mais gostei de escrever e espero que vocês também curtam ele!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678480/chapter/15

PDV - Freddie

Com uma expressão de desconfiança, Sam permitiu que eu adentrasse em sua casa e senti-me como se tivesse entrando lá pela primeira vez, porque foi totalmente diferente do que nos dias anteriores.

Dessa vez, eu pedi permissão para entrar.

— Não vou tomar muito o seu tempo - avisei assim que entrei. - Afinal, a minha mãe pode desconfiar de algo.

Sam sorriu do meu comentário, voltando a se deitar no longo tapete da sala de estar. Era engraçado o fato dela não ter pudor em mostrar quem ela era de verdade: uma bagunceira preguiçosa. 

— Diz logo o que quer, Benson. Tenho outros problemas para tratar...

— Era justamente sobre esses tais "problemas" - fiz os sinais das aspas com os dedos, enquanto falava. - Hoje, na escola, você estava... Estranha!? Bem, lamento se foi sobre a minha conversa com a Wendy, mas...

— Não, não fiquei chateada pela sua conversa TOSCA com a Wendy - interrompeu-me, fitando o celular, que, por coincidência, estava pousado no tapete. - É a Carly. Nós discutimos hoje cedo justamente por conta desse maldito incidente com a Wendy.

Após ouvir essas palavras, fiquei em estado de pânico. Vários questionamentos surgiram em minha mente, embora tivesse coragem de fazer apenas uma delas:

— A Carly ficou sabendo de algo? 

— Não, ela não sabe. Apenas desconfia que eu tenha dado um golpe para que a Wendy tivesse desmaiado na quadra. - murmurou Sam, entediada, como sempre. - E, sabe, ela tem toda razão para desconfiar de mim. Eu tenho perfil para isso, não é mesmo?

Seu tom de ironia deixava tudo mais engraçado - apesar de não ser uma ocasião propícia.

Naquele momento eu não soube o que dizer para confortar ou simplesmente compreender a situação difícil da Sam. Não éramos grandes amigos, mas estávamos começando algo. Pelos poucos momentos, que tivemos, senti-me na necessidade de dizer algo!

— Hmmm... - Sentei-me rapidamente no tapete, cruzei minhas pernas e prossegui com as minhas singelas palavras: - Tenho certeza de que a amizade de vocês não acabou... Apenas... Hmmm... Talvez... Ela tenha dado um tempo, sabe?

Sam me encarou com uma expressão de dúvida e desprezo, o que fez com que eu me levantasse do tapete e me dirigisse para fora da casa dela. Certamente não fui bom no meu conselho. 

— Até mais! - falei-lhe, rapidamente, antes de sair. 

Quando estava há alguns metros de distância da casa dos Pucketts, ouço a Sam chamar o meu nome e correr atrás de mim. 

P.S.: Certo que ela não chamou o meu nome, mas foi quase isso:

— Ei, PATETA! - Ela gritou, correndo. Virei-me para ela. - Espera aí...

Assim que a loira me alcançou; coçou levemente os cabelos e me fez uma espécie de convite:

— Vai fazer algo a tarde!? - Primeiramente ela me perguntou e eu ia responder que "NÃO", mas ela logo impôs que eu estivesse disponível - Quer ir comigo ao cinema? 

Meus olhos imediatamente se arregalaram para a sua proposta e pela cara da Sam, ela certamente se arrependera de ter feito o convite.

— Carly e eu íamos assistir um filme hoje a tarde, conforme programamos antes de discutirmos, mas... Não quero desperdiçar esses ingressos. - Justificou-se.

— Tudo bem, então... - confirmei naturalmente, enquanto ajeitava a alça da minha mochila. - Eu vou. 

Depois que confirmei o local e o horário com a Sam, despedi-me desajeitadamente e segui o meu percurso de volta para o Bushwell.

 

(***)

 Próximo do horário combinado com a Puckett, preparei-me para me arrumar. Primeiramente fui tomar o meu banho.

— Sua água está pronta, Freddie! - disse minha mãe saindo do banheiro e dando espaço para que eu entrasse.

Agradeci-lhe, fechei a porta, tirei minhas roupas e entrei na banheira. Demorei uns dez minutos lá, refletindo no meu esquisito programa da tarde com a Sam e brincando com a água. Em geral não uso muito a banheira.

Após o banheiro, segui para o próximo passo: as roupas. Olhei rapidamente para o meu relógio e notei que haviam sérias possibilidades de eu me atrasar para a sessão programada. Sam poderia me matar ou fazer algo pior no caso de um simples atraso meu.

Então vesti rapidamente as roupas que eu havia separado para aquela ocasião, fiz minha limpeza íntima e fui me despedir da minha mãe, 

— Estou indo! - avisei-lhe, mais que depressa. 

— Freddie! - minha mãe me repreendeu na porta. - Você não quer que eu vá com você? 

Eu fiz que não com a cabeça. 

— Tem certeza? Porque eu não acho legal ver você ir ao cinema sozinho e de última hora. - Sim, eu menti para a minha mãe mais uma vez e ela acreditou!

— Eu tenho certeza, mãe! - falei calmamente, abrindo a porta. - Vou ficar bem... Apenas quero ficar... Sozinho no cinema.

Saí, batendo a porta e fechando-a, e ainda consegui ouvir um "Não volte muito tarde!" da minha mãe. 

 

(***)

Conforme havia pensando, cheguei poucos minutos para o filme começar. A fila do cinema - para o nosso filme - estava um pouco extensa e, por incrível que possa parecer, consegui avistar a Sam entre aquelas pessoas (altas e baixas).

Seus cabelos loiros se destacavam, mas não tanto quanto a quantidade de comida que ela carregava. Em um braço havia dois copões de refrigerante e no outro havia um imenso -gigantesco - balde de pipoca, além de alguns doces e barras de chocolates. Ainda não sei como ela conseguiu suportar todo aquele peso.

— Desculpa a demora - falei assim que me aproximei dela. Sua cara para mim foi de irritação.

— Péssima maneira de começar uma conversa, Benson - ela fez, emburrada, passando o balde de pipoca para o meu lado. Tudo enquanto eu furava a fila para ficar ao seu lado. - Sorte sua que o filme ainda não começou. 

Olhei ao redor tentando desvendar o nome do filme, mas não consegui captar nada.

— Qual filme iremos ver mesmo? - questionei-lhe.

— "Take my Hand" - disse Sam, sem a menor animação na voz. Olhei para ela com uma cara de espanto, me segurando para não dar uma gargalhada do título. - Não olha para mim desse jeito, foi a vez da Carly escolher o filme.

Sorri.

— Ah, isso explica tudo!

De repente a nossa fila começou a andar e foi justamente quando eu percebi que começaram a pegar os ingressos.

Sam escolheu uma fileira ótima para que pudéssemos sentar, sendo que não chegamos a sentar juntos, um do lado do outro. O engraçado era que havia uma cadeira vaga entre nós dois, contudo, isso foi decisão da própria Sam, que aproveitou o local para colocar as suas guloseimas engorduradas, que foram acabando antes mesmo do filme começar. 

Após vários traileres sem graça, finalmente o filme, que começou com uma garota popular tentando conquistar um outro garoto popular.

Era uma daquelas comédias românticas, com diálogos estúpidos e que arrancava risadas do público, exceto as minhas risadas. Olhei para o lado e percebi que a Sam também não movimentou os lábios para rir do filme.

— Que ótimo filme - sussurrei ironicamente para a Puckett.

— Já disse que não fui eu que escolhi! - Ela disse antes de por uma porção de pipoca na boca.

Dei um simples risada para a Sam, voltando as atenções para o telão, mas algo chamou a minha atenção:

— Com licença - ouço e noto uma garota tentando passar na nossa fileira. A garota verificou que havia uma cadeira vaga entre Sam e eu, e pediu permissão para se sentar: - Tem alguém sentado aqui?

Sam rapidamente disse que "sim" e eu contrariei ela dizendo que "não", o que deixou a garota confusa, mas, mesmo assim, ela se sentou na cadeira vaga - passando o resto das guloseimas para o lado da Sam.

— Espera aí! - disse a garota, olhando de mim para a Sam, como se nos conhecêssemos, naquele meio escuro: - Sam!? Freddie!?

— Oi, Geórgia! - disse Sam num tom de chateação. 

Demorei um tempo para perceber que era a Geórgia. Bem, ela fazia parte da minha sala de química, no ano passado, e, para falar a verdade, eu mal falava com ela.

— Vocês dois estão juntos!? - ela questionou. - Nossa, não sabia que você tinha largado o Brad, Sam!

— Não estamos juntos, sua tonta! - murmurou Sam quase que imediato. O barulho das duas parecia incomodar os outros, mas a Sam não ligou e prosseguiu: - Olha, o Brad está viajando e nós não terminamos, para a sua informação! 

— Ah, desculpa o mau entendido - Ela fez um gesto tampando a boca, porém, destampou para me questionar: - Faz tempo que o filme começou, "Fre"? 

Eu respondi que não, olhando para ela de um jeito estranho. "Desde quando temos intimidade!? Nunca mais a vi nos corredores do Ridgeway!"

Não falamos mais nada depois disso e nem ela procurou assunto com a Sam, que parecia totalmente concentrada no filme. 

Ainda assim, notei que a Geórgia trocava alguns olhares distraídos para mim - talvez para notar a minha reação -, e era sempre após alguma cena "engraçada". 

Também houve um momento em que a Geórgia pousou a cabeça no meu ombro e chorou com uma cena triste do filme, porém, me senti fortemente incomodado com aquilo. Certo que a Geórgia era bonita e tudo, mas... Eu só conseguia me entreter com a Sam, enquanto ela ia terminando o seu gigantesco balde de pipoca. Isso era muito esquisito! 

Virei minha cabeça para o telão quando a Sam, aparentemente, percebeu que eu estava olhando para ela.

— Um momento - fiz com que a Geórgia tirasse a cabeça do meu ombro, para que eu me levantasse. - Preciso ir ao banheiro...

Passei pela Sam e notei seu olhar desafiador para mim, enquanto bebia o seu refrigerante. 

 

(***)

Assim que cheguei no banheiro a primeira coisa que fiz foi lavar o meu rosto várias vezes e quando sai de lá reparei que a vinha saindo da sala de cinema. 

— O que houve? - perguntei a ela.

— Olha, Benson, estou indo para casa, ok!? - Ela disse, cansada. - Eu sabia que seria uma idiotice te convidar... - Ela suspirou, olhando distante - Devia ter vendido esses ingressos. 

— Ok, eu te levo... - falei antecipadamente, o que fez a Sam me olhar com uma certa desconfiança. 

— Não quero e não precisa, eu vim de bicicleta. 

— Mas...

— Sério! - A loira disse pondo um ponto final. - Volta lá para a sala e conforta aquele bebê chorão, chamada Geórgia! - Ela apontou para a sala.

Ela deu dois passos a frente e eu quase surtei de vez. Uou, ela estava indo embora quando eu corri para a sua frente e lhe surpreendi com um beijo. 

Foi bem natural e eu também fiquei surpreso, pois a Sam não interrompeu em momento algum. O fato foi que não nos preocupamos com quem estava vendo e continuamos nos beijando por um longo período. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sem mais palavras...