Mesmo se não der certo escrita por prr


Capítulo 3
3 – O aniversário




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678132/chapter/3

Pedro era três meses mais velho que Denis. Os garotos eram vizinhos desde sempre e cresceram juntos. Denis e outros amigos, decidiram fazer uma surpresa para o aniversariante do dia. Pedro, que completava quinze anos, decidiu que não queria festa ou comemoração do seu aniversário com bolo em casa, como sua mãe costumava fazer. Para ele, festa de quinze anos era coisa de garota, e por mais simples que fosse, se tem bolo de aniversário, é festa.

— E aí Pedroca! – Denis ficou com a tarefa de levar Pedro ao restaurante, onde os outros amigos esperavam para um rodizio de pizza.

— Ficando mais velho hoje, hein cara? – Denis, que já estava com o braço bom, deu um forte abraço no amigo.

— Ow! querendo me quebrar ou o que? – Pedro falou enquanto esfregava as costas. – Então, não tem festa nem nada. Mas minha mãe pode preparar alguma coisa enquanto a gente joga videogame.

— Não é uma má ideia. – Denis deu um sorriso daqueles de quem está aprontando alguma coisa. – Só que outro dia. Tenho outros planos pra hoje.

— Hum. Entendi. – No rosto magro de Pedro apareceu uma expressão de desapontamento. – Valeu por passar aqui. Vejo você depois então.

— Cara, você é muito idiota. – Denis deu tapinhas nas costas do amigo. – Você vai comigo. Vai lá se aprontar que te espero aqui.

— Mas tenho que falar com meus pais antes. – Pedro ficou um pouco tenso. Os amigos estavam fazendo uma surpresa, mas e se seus pais não o deixassem sair? Eles nunca deixavam ele sair se pedisse em cima da hora.

— O Denis nos contou mais cedo. Pode ir. – A mãe de Pedro apareceu na sala. O rosto de Pedro se iluminou e ele entrou correndo para dentro de casa.

Denis saiu da casa do amigo e foi em direção à sua casa, que era logo em frente, para avisar seu pai que já estavam prontos. Como ainda eram menores de idade, não podiam dirigir. Pouco depois, Pedro saiu de casa, pronto para sair, indo para a casa de Denis, mas avistou o vulto do amigo caminhando na rua além de sua casa.

— Denis! – Denis se virou, na direção de onde vinha o som. – Onde indo?

— Eu fui chamar meu pai. Ele já está esperando a gente.

— Certo, então vamos. – Pedro, que estava em frente à casa de Denis ria. Denis veio até onde ele estava. – Por que está andando na rua? O pessoal vai vir pra cá?

— Hã? Não. Só tava caminhando por ai. – Denis parecia um pouco nervoso. Ele saiu de sua casa com uma bola que daria de presente para Pedro, mas deixou ela cair na rua. Um dos postes da rua estava com a luz queimada e Denis que estava com dificuldades para enxergar no escuro há algum tempo, não conseguia encontrar a bola.

Os garotos chegaram no restaurante, onde os outros amigos já os esperavam. Foi uma noite de muitos e muitos pedaços de pizza. E é claro muitas brincadeiras e piadas de adolescentes. Pedro, estava radiando felicidade. Mais tarde, o pai de Denis chegou para buscar os dois.

— Se divertiram meninos? – O pai de Denis perguntou, assim que os garotos entraram no carro e bateram as portas, rindo de alguma piada.

— Muito. – Pedro e Denis ainda riam. – Mas com certeza, a melhor parte foi quando a energia acabou, por uns cinco minutos. O garçom tava na nossa mesa na hora. Ai o Denis foi escolher o pedaço dele e ai falou “pizza e atum é a melhor combinação” e deu uma mordida gigante no pedaço dele. Só que, não era atum, era chocolate. Ai ele cuspiu tudo e falou “esse atum deve perdido”. Acho que nunca vou parar de rir disso.

— Olha só, o Denis comendo pizza de chocolate. – O pai de Denis ria. O garoto nunca comeu pizza de chocolate, por achar nojento a combinação de sabores.

— Eu tava só brincando. Eu já disse isso. E não precisa ficar lembrando disso toda hora, já deu. – Denis, que minutos antes ria, fechou a cara de repente.

— Ow! Ok! Todo mundo sabe que era brincadeira.

— Oh filhão, se ficar estressado assim, ai vão pensar que não era brincadeira. – O pai de Denis riu e ligou o som do carro, dando o assunto por encerrado ao perceber que o filho estava realmente irritado.

Mais tarde, sozinho no quarto escuro, Denis observava tudo, tentando identificar cada coisa que pegava, para se certificar que ainda conseguia enxergar normalmente. Ele não tinha contado para ninguém que enxergar alguma coisa em ambientes escuros, com pouca luz, mesmo que fossem apenas sombras, se tornava cada vez mais difícil e às vezes durante o dia. Por fim, o sono o venceu e foi dormir, querendo acreditar que não encontrou a bola porque ela estava longe ou confundiu as pizzas de chocolate e atum por falta de atenção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mesmo se não der certo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.