Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 3
Different Kinds of Games


Notas iniciais do capítulo

Olá, pequenos doces de amendoim!
Primeiramente, obrigada a quem comentou no capítulo anterior e favoritou a fic, você são uns lindos.
Como "segundamente" não existe (eu espero), vamos ao próximo fato: doce de amendoim >>>>>>>>

Boa leitura.



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Annabeth

A mochila foi parar em algum lugar da sala quando foi arremessada. Annabeth bateu a porta do quarto e se jogou na cama. Ignorou Jake batendo na porta até ele desistir, então se levantou e começou a organizar tudo, mesmo o que já estava no lugar.

Não sabia por que concordara com a estúpida ideia de Percy. Ela odiava ficar no mesmo cômodo que ele, por que iria fazer isso por livre e espontânea vontade? Como ele tinha dito, Sally ligou minutos depois e marcou às cinco. Annabeth tinha meia hora para decidir.

Jake bateu na porta de novo e dessa vez ela abriu. Ele segurava dois potes, a expressão calma que ele exibia quando queria se desculpar estava lá.

—Fiz pipoca – ele anunciou e entrou.

Ele normalmente não fazia isso, era mais a cara da loira entrar sem ser convidada, se estivesse na própria casa.

—Quer conversar? – ele perguntou, colocou a pipoca no chão e jogou todos os travesseiros e almofadas da irmã no chão.

Ela entendeu o que ele estava fazendo e andou até a mesa sob a televisão e puxou o videogame. Jake conseguia fazer qualquer um se sentir melhor com videogame. Pode parecer algo idiota, mas ele dava um jeito. Quando queria, Jake não era nada babaca.

Ele colocou um jogo que estava no bolso do moletom e entregou um dos controles pra ela.

—Quer que eu quebre a cara do Jackson?

Annabeth riu.

—Claro que não. Talvez eu até queira, mas não podemos arrumar problemas pra mamãe. E sei me defender sozinha.

A cada movimento que fazia, ela julgava se devia ir ou não à casa dos Jackson.

—O que está rolando?

—Preciso tomar uma decisão, mas não sei qual é o certo a se fazer.

Ele passou o jogou e sorriu pra ela.

—Você é Annabeth Chase, se não estiver certa ninguém mais está.

Queria que fosse verdade, ela pensou mas não disse.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos.

—O que você lembra do papai? – Jake perguntou sem tirar os olhos da tela.

Ela soltou o controle lentamente e encarou o irmão mais novo. Agora fazia sentido ele vir até o quarto dela. Havia pouco tempo de diferença de idade entre os dois, mas Annabeth era grande o suficiente pra se lembrar de alguma coisa. Jake praticamente só tinha as fotos. O pai deles morrera quando eles eram muito pequenos.

—Lembro que ele tinha aquele brilho nos olhos, parecia que sempre tinha algo novo pra aprender. Sempre que voltava pra casa do trabalho trazia um bombom pra cada um de nós. Mamãe sempre ficava brava, porque ele nos deixava comer antes do jantar – ela sorriu de olhos fechados. – Me lembro de quando fomos comprar sua primeira bicicleta. Fiquei brava porque também queria uma, mas já tinha. E ele sempre me colocava para dormir contando uma história da mitologia grega.

Jake finalmente soltou o próprio controle e olhou pra ela.

Finalmente ela percebeu que não era a única pessoa com problemas. O irmão se fazia de forte mas também tinha sentimentos, assim como ela.

A garota se arrastou e deitou a cabeça no colo dele. Aquele era um momento de paz entre a guerra infinita e universal da qual todos os irmãos do mundo participam.

—Também sinto falta dele – ela disse.

Annabeth tentou imaginar o que o pai diria sobre aquilo.

Percy

—Vai! Vai! Droga - Percy jogou o controle na mesa, sem querer aceitar a derrota. - Você trapaceou.

—Aceite que perdeu, Ariel - Jason se levantou - vou pegar uma Coca, querem?

—Não - Percy resmungou.

Nico murmurou alguma coisa. Ele estava passando mais tempo que o normal com o celular na mão. E isso era muito mesmo. Jason interrompeu a caminhada até a porta e trocou um olhar com Percy. Percy entendeu e fingiu que ia pegar um livro atrás do primo mais novo. Se ele estivesse pelo menos um pouco atento teria percebido que aqueles livros não saiam da prateleira desde que Sally os botara lá. Percy puxou o celular da mão dele e correu para o outro lado da sala, enquanto Jason se punha entre os dois, para atrasar Nico.

O moreno ficou confuso ao olhar para a tela.

—Por que você abriu uma foto da Thalia Grace?

Nico tentou passar por Jason, sem sucesso, já que era menor.

—Thalia Grace, minha irmã Thalia Grace? - Jason passou de brincalhão a irritado.

—Deve ter aberto quando você pegou da minha mão. Dá pra devolver a droga do meu celular? - Nico revirou os olhos e passou por Jason.

—Relaxa aí, super brother, você vê a Thalia umas quatro vezes por ano fora da escola. - Percy conseguiu tocar a tela do celular uma última vez antes de Nico pegar o aparelho e enfiar no bolso.

Jason vivia com o pai e a madrasta, enquanto Thalia vivia com a mãe. Ninguém além dos pais sabia porquê. Thalia não suportava as regras do pai e Jason adorava gastar o dinheiro dele com futilidades, então eles não questionavam muito. Jason encarou Nico mais um pouco antes ir pegar o refrigerante.

—Acho bom.

Quando Jason já estava longe, Nico voltou a se jogar no sofá. Percy se aproximou.

—Eu vi que a foto estava salva no álbum - ele disse em tom baixo com um sorriso malicioso.

Só quando ouviu o barulho da campainha Percy se lembrou de que devia estar pensando em outra coisa. Pegou o celular da mesa e mandou uma mensagem para Travis.

—Jason, Hera está atrás de você. Parece que ela quer usar a casa pra uma recepção na sexta à noite - Percy disse entrando no próprio quarto, onde deixara os primos. - E saia pelos fundos, estão fazendo alguma coisa com a grama do jardim da frente - completou quando Jason pulou da cadeira. - Tchau.

—Por que Hera quer receber as amigas à noite? - Nico perguntou.

—Ela não quer. Preciso de um favor e Jason é péssimo escondendo informações. Pode pedir o que quiser depois. Vai lá embaixo, abre a porta, seja amigável e diz pra ela subir aqui. Eu já volto.

Não deu a chance de Nico perguntar quem era "ela", saiu correndo para o único lugar da casa que sabia que ninguém entraria.

Abriu a porta do quarto da mãe devagar para conferir se estava vazio mesmo. Ninguém a vista, ele entrou e ligou para Travis.

—O que conseguiu?

—Bom, a garota é perfeita em termos escolares. A professora do jardim de infância queria que ela pulasse uma série, as notas sempre foram perfeitas e a única vez que faltou por mais de dois dias foi porque estava com pneumonia. Não tem fixa na polícia. A família perdeu dinheiro antes dela nascer, mas nada útil. Confesso que se não tivesse falado com um profissional -Travis fez uma pausa dramática - não teria encontrado nada.

—Anda logo, Stoll, não tenho tempo - Percy olhou ao seu redor.

—É o seguinte, a mãe da Annabeth abriu uma empresa e não vai ter grana pra pagar a faculdade que ela quer, por isso ela está estudando feito louca, pra conseguir uma bolsa.

Percy absorveu aquilo por alguns segundos, correu até a porta, ele sabia o que fazer, e andou lentamente para o quarto.

—Não sei como você encontra essas coisas...

—E nunca saberá. Mas uma dica: não compartilhe todos os seus problemas no Twitter. E, Percy... cuidado - disse Travis antes de desligar.

Tudo sairia como o planejado, Percy não tinha que tomar cuidado.

Antes de abrir a porta, Percy recebeu uma última mensagem de Travis. Era uma imagem, uma conversa entre Rachel e Drew Tanaka.

Acha mesmo, R? Aposto que o Jackson só inventou isso pra você não achar que ele não conseguia ficar com a Chase, Drew tinha dito.

Só escrevi o que vi. Se ele consegue ou não... Bom, acho que a reação dela no almoço diz muito, Rachel respondera com várias carinhas rindo.

Pergunto pra ela amanhã. Aposto que é mentira. Desde que terminei com ele, sei que ainda não me superou.

Boa sorte achando ela no meio dos livros.

Primeiro Percy corrigiu a última informação mentalmente, ele tinha terminado com Drew. Ela nunca aceitara e tinha espalhado pela escola o contrário. Mas agora não tinha volta, se as duas se juntassem, destruiriam sua reputação em dois SMS. Ele precisava convencer Annabeth.

Ele entrou no quarto e teve que correr para impedir Annabeth de abrir a porta anexa ao quarto.

—Aqui não, princesa. Que bom que veio.

—Finalmente você apareceu! De onde tirou a brilhante ideia de mandar Nico di Angelo lá embaixo?

—Calma, sabidinha. Pensei que fosse descobrir sozinha que eu estava ocupado – ele apontou as cadeiras de frente pra sacada, sabia que se oferece a cama ela recusaria, já parecia desconfortável o bastante por estar no quarto dele.

—Tudo bem, vamos estabelecer algumas regras, se espera que eu ouça você. Não me chame de princesa. Não me chame de sabidinha – ela jogou a bolsa na cadeira e começou a andar pelo quarto, inquieta.

—Claro, Sabidinha – ele sorriu e ela revirou os olhos.

—Você tem vinte e dois minutos – ela falou olhando pro relógio de pulso.

—Por que essa obsessão com o tempo? Minha mãe não vai pra outro planeta.

—Vinte e um.

—Tá... vou ser direto. Quero que você finja ser minha namorada.

Ele esperou. Ela esqueceu a miniatura de carro que estava vendo e se virou pra ele. Ficou olhando o garoto com os olhos cinzas fixos nos dele. Então ela começou a rir. Não uma risadinha, uma gargalhada de verdade.

Annabeth

A garota teve que respirar fundo várias vezes até conseguir parar de rir. Alguém abriu a porta, ela levou um susto mas continuou sorrindo ao ver que era só Alec. Ele enfiou a cabeça dentro do quarto e olhou de um lado pro outro.

—Vocês estão bem? – perguntou.

—Vem cá – Annabeth abriu os braços e esperou o garotinho correr pelo quarto pra ela. – Seu irmão me disse algo muito engraçado. Pode buscar um copo de água pra mim? – pediu.

Ele assentiu e correu pra fora.

—Ai, Jackson – ele suspirou e se jogou na cadeira. – Não sabia que você podia ser tão engraçado – ela apoiou a cabeça numa das mãos.

—Ria por enquanto, vai mudar de ideia – Percy se levantou e apoiou cada mão em um lado da cadeira dela, deixando-a presa. – Sei que você sabe que meu padrasto, Paul, é dono de uma universidade. Sei que você precisa de uma vaga. Posso conseguir isso você. Tudo que precisa fazer é fingir pra todo mundo na escola que estamos juntos. Não é por tanto tempo, só o suficiente – ela conseguia sentir a respiração dele no rosto – e então pode parar de estudar como condenada.

—Por que você pens... – ela começou. Era uma oferta ótima. Mas o garoto não era confiável, e além do mais, parecia desesperado.

—Consigo uma bolsa pro seu irmão, me disseram que ele entrou pro time. Eles têm bolsas para atletas. É minha última oferta. Temos um acordo?

Ele tinha pegado no ponto fraco dela e sabia disso. Jake era seu ponto fraco, faria qualquer coisa por ele, por mais estúpida que fosse.

—Temos um acordo – ela disse, encarando os olhos verdes que a estudavam.

—Ótimo – ele finalmente soltou a cadeira e se virou para a varanda.


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Notas finais do capítulo

Qualquer coisa que tenha saído errado, algo que queiram falar... falem! Não sei quando postarei o próximo capítulo, depende dos meus professores. Acho que isso já ficou meio óbvio.
Vejo vocês nos comentários
Beijoss ♥



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