Olicity - Lies escrita por Buhh Smoak


Capítulo 28
Capítulo 28 - Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E aqui estamos com o final de Lies.

Quero agradecer a todos que acompanharam, apesar da demorar. Infelizmente não tenho como me dedicar inteiramente as fanfics.
Fico feliz por terem gostado tanto dessa história que é tão importante para mim.


Obrigada... de coração.


P.S.: A fanfic vai passar por revisão em breve.



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POV ~ Felicity

Alguns meses depois.

— Filha, acho que já pode ir descansar.

Olhei para o lado e vi minha mãe com dois macacões azuis segundos antes de coloca-los na mala do Tommy que levaríamos o hospital.

— Não vou conseguir dormir, mãe. – me ajeitei no sofá sem encontrar um jeito confortável, mesmo sentada.
— Eu sei que não, mas precisa pelo menos descansar o corpo. Faz dias que você está inquieta e isso não faz bem para o bebê.

Nem que eu quisesse ficar calma era possível. As ultimas semanas foram as piores, a cidade estava praticamente uma zona de guerra já que uma nova gangue tinha se instalado no Gladys e agora brigava pelo poder dos pontos de venda de drogas. O Oliver mal vinha em casa e eu não conseguia mais ir até o bunker ajuda-lo, por mais que pudesse fazer tudo de casa era desesperador pensar que eu não estava por perto para dar o apoio que ele tanto precisava.

E a pior parte eram os sonhos que eu andava tendo com a Thea, em todas as vezes ela dizia que a hora estava chegando e no segundo seguinte o Merlyn aparecia e a levava de novo. Liguei a tv para afastar aquela agonia que sentia todas as vezes que lembrava da minha cunhada e mais um noticiário dizia sobre bombas foram usadas para explodir um bar que pelo que lembro era um grande ponto de vendas de droga.

— Essa cidade está um caos, quero só saber como iremos para o hospital com tudo que está acontecendo caso sua bolsa estoure.
— Eu também quero saber.
— Tia.

William entrou na sala correndo, só parando do lado do sofá, olhando para minha barriga.

— Nada ainda?
— Infelizmente não. – sorri para ele, que estava mais ansioso pelo parto do que eu.
— E vai demorar muito ainda?
— Não sei. Depende do seu irmão. – alisei a barriga sentindo um movimento leve. Até meu filho que nem tinha nascido parecia desconfiado com as coisas que andavam acontecendo.
— O pai vai demorar?
— Acho que sim. Quer alguma coisa?

Ele olhou para mim e assim como nos últimos dias ele deitava nas minhas pernas, virado para minha barriga.

— Oh irmão, nasce logo. Quem sabe assim o pai volta a ficar mais tempo em casa. – fazendo carinho na minha barriga.
— Acho que nem assim ele vai ter tempo de ficar em casa, mas logo as coisas melhoram.

Uma explosão fez com que a luz piscasse e em seguida tudo se apagou. Uma segunda estremeceu o prédio e William sentou se agarrando em mim.

— Ah meu Deus. – minha mãe gritou.
— Calma, mãe. Não foi aqui no prédio.
— Como você sabe?
— Morando aqui por tanto tempo aprendemos algumas coisas.

Peguei meu celular e vi três chamadas perdidas de um número desconhecido. Minha mãe estava sentada do lado do William enquanto ele estava agarrado em meu braço.

— Estamos seguros filha? E o Oliver?
— Acredito que sim. Vou ligar para o Oliver, mas na última vez que falei com ele estava na Palmer com o Curtis.
— Então ligue de novo para saber dele.
— Vou ligar, mas preciso ir ao banheiro. – beijei a cabeça do Will antes dele se afastar.
— Quer que eu vá junto, filha?
— Não mãe. Fique com o William.
— Não demora. – ele disse se agarrando a minha mãe.

Levantei com a minha atual lentidão e segui pelo corredor. Era possível ouvir as sirenes ao longe. Tirei o comunicador do bolso e assim que entrei no banheiro uma pontada no pé da minha barriga me fez perder o folego.

— Overwatch?

Queria responder só que ainda não conseguia pensar em nada além da dor. Me apoiei na pia e aos poucos a pontada foi aliviando, mas alguma coisa não estava certa.

— Só um minuto. – sentei no vaso e esperei para ver se a dor voltava.
— Me diz que você não...
— Não, uma pontada no pé da barriga me fez perder o folego.
— Estou indo para ai.
— Não, espera. – levantei e lavei o rosto tentando afastar aquela sensação incomoda. - Duas bombas explodiram e refletiu aqui, estamos em energia. Você não pode voltar.
— A bomba foi a cinco quarteirões, estamos dai. O Spartan está comigo e se precisar de mim eu posso ir.
— Amor, se o Tommy resolver nascer eu juro que te aviso. Só que foi somente uma pontada.
— Fique dentro de casa e tranque todas as portas e janelas. A gangue invasora está com armamento pesado que não faço ideia de onde conseguiram tantas armas militares.
— Posso ver se descubro alguma coisa.
— Por mais que eu precise da sua ajuda prefiro que descanse.
— Não vou discutir dessa vez.
— Tem certeza que não quer que eu vá?
— Tenho. Ficaremos bem.

O silêncio era a certeza de que ele não acreditava em mim, mas quando uma nova explosão ecoou no meu ouvido e no prédio ele precisou desligar. Olhei no espelho e senti aquilo que por semanas esperava sentir, mas aquela não era a hora para isso. Olhei para minha barriga e o nó em minha garganta aumentou.

— Filha? – ouvi minha mãe me chamar, mas uma nova pontada não permitiu que eu falasse. Abri a porta do banheiro a tempo de me curvar e ter os braços da minha mãe para me amparar. – O que foi?
— Dói. – consegui dizer sem folego.
— No pé da barriga? – confirmei com um aceno de cabeça.
— Contrações. Vem, vamos para a sala.

Mesmo que a dor tivesse passado eu tinha medo até mesmo de andar. Uma nova contração veio e que parei sem conseguir dar um único passo, queria gritar só que se eu fizesse isso assustaria William.

— Acho que devemos chamar o Oliver.
— Ele não vai conseguir chegar aqui com essas explosões, mãe.
— Tia?

Outra contração veio e dessa vez senti um liquido quente descendo por minhas pernas, a dor era muito mais intensa do que as anteriores e só quando consegui respirar de novo percebi que o Willian não tinha chamado por mim. Parada na porta, ainda com a mão na maçaneta estava Thea, me encarando com os olhos arregalados que eu tanto sentia falta.

— Thea?
— Felicity. O que está acontecendo? – ela fechou a porta e correu até mim.
— Ela está em trabalho de parto querida.


—--


POV ~ Oliver

A nova gangue tinha praticamente destruído todos os prédios do quarteirão. Diggle estava ajudando na evacuação de um dos poucos que ainda não pegava fogo quando meu celular tocou. Olhei no visor e vi que era William. O certo era não responder, mas atendi ainda de olho na movimentação do prédio a frente.

— Pai?
— Tudo bem por ai?
— Não sei pai. – ele falava sussurrando. – Meu irmão está quase nascendo.

Um grito de fundo fez meu sangue gelar, olhei para a rua e não tinha como eu sair dali sem ser visto.

— Eu estou indo para ai.
— Vem logo pai. – com a voz vacilando.
— Escuta. – abri a porta do terraço onde eu estava e comecei a descer as escadas. – Fica do lado dela, tá?
— Ta bom.
— Você é o irmão mais velho agora, vai precisar ajudar seu irmão e agora é uma boa hora.
— Pode deixar pai.
— Estou indo.

Abri uma das portas da saída de emergência e desci os lances de escada pulando vários degraus de uma vez. Não entendia porque Felicity não tinha me avisado, mas tinha certeza que era por uma boa razão.

— Spartan, estou indo até a Overwatch.
— Já?
— Sim, consegue dar conta?
— Mesmo que não conseguisse, vai e me deixa informado.

Abri mais uma porta e minutos depois eu estava saindo na rua lateral do prédio. Tinha chamas para todos os lados, mas aquela rua sem saída dava para o outro quarteirão. Subi no muro e pulei para o outro lado.

Passar despercebido não era algo fácil, mas encontrei poucos que quiseram bater de frente. Corri o mais rápido que pude, chegando na rua do meu apartamento em tempo recorde. A dias eu pensava sobre não conseguir estar presente no momento em que Tommy viesse ao mundo, e tentava me convencer de que esse era seria a única coisa que eu perderia com a vida que eu levava. O Willian já me cobrava sobre a ausência constante nas últimas semanas e eu teria que encontrar uma maneira de conciliar a vida que eu tinha com a que eu teria agora.

O prédio ainda estava sem energia, por isso subi as escadas correndo. Sentia os músculos das minhas coxas esticar até o limite, tanto esforço sem me exercitar estava deixando meu corpo uma bagunça. Abri a porta de emergência do meu andar e ouvi um grito da Felicity ecoar pelo lugar. Tirei minha aljava e a jaqueta com o capuz, enrolei um no outro e abri a porta. Deixei minhas coisas na entrada, somente tive tempo de fechar a porta quando ouvi o som que esperei por meses.

— Nosso menininho nasceu. – ouvi a voz de Donna, mas foi a presença de outra pessoa que me fez paralisar.
— Aqui, Thea. O enrole na mantinha e entregue para nova mamãe.

Parado ali, vendo Felicity deitada no chão enquanto Donna cuidava dela, mas foi ver minha irmã, que eu não via a mais de sete meses, segurando meu filho que me fez perder o rumo das coisas.

— Aqui está seu pequeno. – entregando meu filho para Felicity.

Thea estava de costas para mim, mas quando ela se afastou eu pude ver Felicity sorrindo para nosso filho. Dei um passo em direção a elas e William foi o primeiro a me ver, quando ele levantou e veio em minha direção Felicity olhou para mim sorrindo.

— Ele é lindo, Oliver.

Meu filho me abraçou pela cintura enquanto Thea se levantava ainda de costas. Quando ela se virou eu pensei que perderia a firmeza de minhas pernas.

— Você voltou?
— Sim, só não achei que chegaria na hora exata de conhecer meu sobrinho. – sorrindo enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto. – Vem conhecer o Tommy.

William me soltou e de mãos dadas fomos de encontro a elas. Minha irmã se jogou contra mim e eu a abracei querendo acreditar que aquele não era somente mais um dos muitos pesadelos que eu tinha nas noites mal dormidas em que eu a via ir embora de novo. Ela me soltou e nos ajoelhamos ao lado da minha esposa, que nos observava também chorando.

— O mundo pode estar desabando, mas esse é um dos melhores dias da minha vida. – olhando para nosso filho e depois para Thea.
— Oi garoto. – fiz carinho na mão dele e Felicity estirou os braços, me entregando Tommy.
— Preciso de mais uma bacia de água e toalhas limpas Thea.
— Claro. – levantando e indo buscar tudo com William.
— Ela voltou, amor. – sorrindo apesar do cansaço que estava refletido em seu rosto.
— Sim, ela voltou.

Olhei para meu filho sem acreditar que finalmente eu estava com ele em meus braços. Ouvimos uma nova explosão, mas naquele momento eu seria egoísta porque ali naquele apartamento estava tudo que eu mais amava.

— Como você está?
— Cansada.
— Acho que é melhor vocês ficarem em um dos quartos.
— Corremos perigo?
— Todos correm, mas aqui ainda é um pouco mais seguro. A gangue quer os pontos de venda e eles ficam na direção contrária daqui.
— Menos mal.
— Oliver, sente com o pequeno no sofá. Vou terminar de cuidar da Felicity.
— Minha sogra já foi enfermeira?
— Já, mas isso antes de ter a Felicity. E não sinto muita falta disso. – sorrindo.
— Muito obrigado, Donna. – sentei no sofá com o Tommy quase escondido em meu braço.
— Eu não poderia estar mais feliz por ter a benção de trazer meu neto ao mundo.

Felicity quase dormia, esperei que Donna terminasse para dar Tommy a ela e fui tirar minha mulher do chão.

— Vamos para o quarto do William, ele não tem janela para fora, é mais seguro.
— Vou dar um jeito aqui na sala e já vou. – disse Thea me olhando antes de irmos.

Coloquei a Felicity na cama e a beijei. Ela estava sonolenta, mas quando fui me afastar ela me segurou.

— Amo você.
— Também te amo.
— Vai falar com a Thea e entender o que está acontecendo.
— Tem certeza? Você não quer que eu fique aqui?
— Quero, mas ela precisa mais no momento. – me beijando de novo.
— Aqui está nosso pacotinho. Ele já quer mamar. – entregando Tommy para ela.
— Te amo meu filho. – beijei sua cabeça antes de me afastar.
— Amo todos vocês. – abracei Donna, que estava tão emocionada quanto eu.
— E você. – abaixei na frente de Willian. – Obrigada por me ligar. É assim que um irmão mais velho tem que ser. Estou orgulhoso de você.
— Obrigado pai. Posso ficar aqui com a tia e a vovó?
— Claro que pode.

Donna ficou tão surpresa quanto eu ao ouvir o pequeno a chamar de vovó. Sai do quarto e encontrei Thea parada perto da janela, olhando a escuridão da rua que se assemelhada com o interior do apartamento.

— Pensei muitas vezes em quebrar a promessa, mas não pude ir contra sua vontade.
— E eu fico feliz por conta disso. Pude fazer o que era preciso.
— E o que foi feito para que você tivesse a liberdade de voltar para casa? – me aproximei, mas parei quando ela se virou para mim, chorando.
— Eu matei o Merlyn.

Envolvi meus braços envolta da minha irmã que soluçava de tanto chorar. Não tinha como imaginar tudo o que ela tinha passado desde que foi embora com Merlyn, mas o importante é que ela estava de volta.

— A gangue que está atacando Starling é uma das rivais de Merlyn. Depois que eu o matei eles se rebelaram. Por mais que ele fosse um monstro, ele mantinha os bandidos em seu devido lugar.
— Daremos um jeito. O importante é que agora nossa família está junta novamente.
— E maior. – sorrindo.

Outras explosões foram ouvidas, mas naquele momento eu só queria estar com minha família. Diggle estava me atualizando de tudo pelo comunicador e enquanto ele estivesse no controle eu estava tranquilo. Voltamos para o quarto e ficamos parados na porta assistindo Willian conversar com o bebê enquanto Donna o trocava. Minha esposa olhou para nós e sorriu, ela estava lutando contra o sono para presenciar aquele momento.

— E o que faremos agora, Olie?
— Lutamos, como sempre. Só que agora eu quero estar aqui, com minha família, antes de voltar para nossa realidade.

Fui para o lado da minha esposa, que agora segurava Tommy nos braços com Willian do lado observando tudo. Parecia que aquele quarto era em uma dimensão paralela onde não existia bombas nem ameaças. Olhei para a porta e vi Thea com os olhos cheios de lágrimas, e sabia que ela sentia o mesmo que eu... a certeza de que enquanto estivéssemos juntos nenhum mal seria forte o bastante.


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