Lágrimas Perdidas escrita por Candy


Capítulo 1
Capítulo 1: Feliz Cumpleaños! P.S..


Notas iniciais do capítulo

Ei, gente! Tudo bem?
Esta fic eu comecei a escrever dia 12 de fevereiro de 2008 e ela foi postada no orkut. Foi a primeira vez que escrevi uma estória toda antes de postá-la e eu gostei tanto de escrever que não precisei de muito tempo. Amo esta fic, ela é muito especial pra mim. Não está tão bem escrita e tal, mas os fatos que usei de inspiração para escrevê-la são realmente pedaços da história de Dulce e Poncho que me marcaram.
O Luke é um personagem 100% fictício, um pensamento que tive uma noite me perguntando como seria se a Dulce se envolvesse com um "fã". Para minha surpresa semanas depois ela contou em um programa que já ficou com um "fã" brasileiro que vivia em NY. Então o Luke, talvez, não seja tããão fictício assim kkkk
Boa leitura!



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05 de deciembre, 2007.

“Eu estou bem, eu juro” - Dessa vez eu ensaiei ainda melhor o sorriso.

“Eu preciso acreditar em ti, Dul. Então me convença” - Ela dizia, acariciando meus cabelos.

“Como?” - Perguntei rindo – “Não faço outra coisa todo o caminho até aqui, senão tentar te convencer de que estou bem” - Ela me olhou desconfiada – “Mai, acredita em mim.. Só preciso tomar um banho e dormir..” - Acho que enfim a convenci.

“Está vendo aquela porta?” - Ela apontou para a porta quase de frente para a minha. Eu assenti – “É meu quarto, chiquita. Sabe que pode ir até lá quando precisar, não sabe?” - Eu assenti e ganhei um abraço gostoso.

Gracias, por estar comigo..” - A olhei sorrindo e ela piscou os olhos me regalando um sorriso que me confortou ainda mais, antes de eu entrar no meu quarto.

Precisava ficar sozinha depois daquele dia tão difícil. Os últimos dois dias me fizeram acreditar que eu não agüentaria mais. E o que era ainda mais difícil de suportar, era passar por isto num dia tão especial para mim. Se não fosse pela Mai ao meu lado não sei se conseguiria..

Durante todo o dia, estive pensando; pensei em tantas coisas, tentei organizar velhos pensamentos, reformular os novos, tentei entender outros.. E tudo com o propósito de entender como que chegamos àquela situação. Será que somos tão imaturos para virar a cara um para o outro quando discordamos em algo? E por que o peso tinha que cair todo sobre mim?

Agora eu estava ali, na véspera do meu vigésimo segundo aniversário, brigada com meus amigos. Em Miami, longe da minha casa, dos meus amigos, da minha família.. longe da minha mamá.

Ao entrar na minha habitação, joguei minha bolsa sobre a cama e fui direto tomar uma ducha. Tive um dia longo, onde cada minuto parecia durar dez, e ainda que eu tivesse dado o melhor de mim, sei que não foi o suficiente. Mas que Deus me ajude e meus fãs não tenham notado.

Fiquei embaixo daquela água morna por longos minutos, me perdi no tempo, e pela minha mente começaram a vagar inúmeros pensamentos, muitos daqueles que rondaram minha cabeça por todo o dia. Não evitei aquelas lágrimas quentes que senti cair pela minha face. Eu estava sozinha ali, e ainda que esse não fosse meu desejo, eu precisava chorar. Minha alma estava ferida. Não só pela briga com Annie, com o Poncho, enfim.. São tantas coisas..

Comecei a juntar todos aqueles pensamentos, e juntos foram formando idéias em minha cabeça..

Desliguei a ducha, me enxuguei e me enrolei na toalha, e alcancei outra para secar meus cabelos. Corri para o quarto e procurei em meio à bagunça que se formava na minha mala, meu caderno especial. O abri na última página que fora usada pelo último poema que escrevi. Alcancei meu celular e o abri vendo que o relógio marcava 23h35m. Suspirei e o fechei voltando minha atenção ao caderno. O deixei em cima da cama junto ao meu lápis e meu celular. Corri para me vestir, pentear os cabelos, enfim, antes que as idéias fugissem.

Quando fechei o caderno, aliviada por desabafar com quem sempre foi um bom ouvinte para mim, quase instantaneamente, meu celular começou a vibrar ao lado. Olhei o visor: Man. Sorri e atendi.

Bueno, man"” - Disse já sentindo um nó se formando em minha garganta.

Estas son las mañanitas que cantaba el rei Davi. Hoy por ser dia de tus años te las cantamos así” - Enxuguei a lágrima que já caía ao ouvir aquela voz – “Despierta, Mi Vida, despierta mira que ya amaneció. Los pajarillos cantan, la luna ya se metió” - Ela terminou e eu percebi sua voz embargada pela emoção.

“Já são meia noite?” - Perguntei indo até a janela, sem abri-la, e mirei o céu.

“Meia noite e dois aí” - Ela respondeu e eu fiquei surpresa. Os minutos passaram sem que eu me desse conta, enquanto escrevia o poema – “Mi niña..” - Eu sempre amei ouvi-la me chamar assim. E naquele momento em que necessitava tanto dela comigo, me emocionei muito ao ouvi-la – “sempre, sempre será mi niña, Dul. Não canso de dizer que você é mi anjél, não só para mim. Sabe que para suas irmãs e para o seu pai também, verdade? Um anjo.. foi um anjo em nossas vidas. Agradeço sempre à Virgem por mandá-la para mim. Te quiero mucho, niña” - Eu a ouvia falar e a cada palavra me emocionava ainda mais. E por mais que eu tentasse dizer algo, aquele nó em minha garganta me impedia – “Ainda que esteja completando 22 anos, para mim será sempre mi pequeña, mi dulce niña”.

Man..” - Tentei falar, mas não consegui e ela continuou.

“Meu pequeno milagre. Aquela menina doce, tímida, mas que quando deseja algo, vai atrás até conseguir. E nos dando tanto orgulho, Dul.. Até hoje..” - Mamá sempre foi tão boa no uso das palavras. E sempre me emociona quando leio algum poema seu. E quando a escuto falar então.. aí me emociono ainda mais. Como naquele momento, a ouvindo dizer palavras tão lindas num dia tão especial para mim.

Gracias, man..” - Olhava para aquela cidade quase deserta com suas luzes piscando, enquanto ouvia a voz mais doce e sábia que conhecia.

“Imagina o quanto gostaria de estar aí com você, verdade? Te dar um abraço gostoso..” - Ela chorava emocionada, com a voz entrecortada – “Mas já estamos acostumadas a passar por essa situação.. É seu trabalho, seu sonho.. sua felicidade” - Quando ela disse isso, quis lhe gritar que minha felicidade não era mais ali, era em casa, ao lado dela, do meu pai e das minhas irmãs – “Mi vida, te desejo, não só hoje, mas a cada nascer do sol, muita saúde, muita felicidade, muito sucesso não só no trabalho, mas em tudo o que você almejar, que Dios e a Virgem estejam sempre com você, te abençoando, protegendo e iluminando o seu caminho. Tudo de mais lindo que a vida possa lhe oferecer, mi niña. Te amo mucho, mucho, mucho...”

Gracias, man.. Também te amo muito”

“Fui a primeira?” - Ela me perguntou entre lágrimas para descontrair.

“Como siempe” - E nós duas rimos.

“Seu pai ligou hoje. Ele disse que te ligará amanhã bem cedinho..” - Que vontade de receber aquele abraço protetor do meu papá, ouvi-lo dizer as palavras certas nas horas certas – “Vai fazer algo hoje?” - Fiquei em silêncio por um instante.

“Não..” - Respondi baixinho – “Cheguei há pouco tempo e já tomei um banho. Só quero dormir mesmo..” - Acho que não a convenci.

“Está tudo bem, Dul?” - Ela perguntou com voz preocupada.

“Sim..” - Respondi tentando convencer a mim mesma – “Já sabe.. trabalho sobrecarregado”  - Falei fazendo uma careta. Não queria falar para mamá o que estava acontecendo comigo por telefone. Mas também não gosto de mentir para ela. Então optei pela meio verdade, afinal estavam exigindo demais de nós seis.

Conversei bastante com a mamá, e me fez um bem enorme ouvi-la. Um minuto após me despedir dela, o celular vibrou novamente, o que me fez pensar que seria assim a noite toda.

“Só vou perdoar esses quarenta minutos que estou tentando ligar e não consigo, se você disser que foram todos com a tia Blanquita” - Não poderia ser outra pessoa a não ser a segunda a me ligar ou me dar os parabéns todos os anos; minha grande amiga, Sam.

“Foi sim” - Respondi rindo.

Estas son las mañanitas..” - E mais uma vez eu ouvi “Las Mañanitas”, e dessa vez com muito humor. Ao final eu já estava chorando emocionada novamente. Outra pessoa que eu gostaria que estivesse ao meu lado naquele momento, e estava tão longe – “Acho que já desconheço palavras para te desejar o melhor aniversário do mundo, verdade? Mas nunca é demais dizer às pessoas que amamos o quanto desejamos que sejam felizes”

“Sam, é tão bom te ouvir.. Gracias

Gracias a ti, por fazer parte da minha vida há tanto tempo e partilhado de momentos ímpares comigo. E é por isso que te desejo muitos aninhos de vida, muita saúde e tudo de mais lindo, para continuar comigo, sempre ao meu lado”

Gracias..”

“Engole o choro” - Ela ordenou brincando – “Nada de chorar, hoje é o seu dia e é só alegria” - Se ela soubesse que não tenho motivos para sorrir..- “Sabe que eu adoraria estar aí com você, verdade? Acho que não ia dar certo, não” - Ela disse rindo.

“Por que?” - Pergunto rindo.

“Sairíamos para comemorar seu cumple pela cidade, e depois de beber um pouquinho... Você já sabe, verdade?” - Nós duas rimos – “Os homens daí são guapos?”

“Hmm.. mais ou menos” - Respondi rindo – “Mas dá para se divertir..”

“O que planejou para amanhã? Sair com a RBD, ou sair com a Annie e curtir a noite como você curtiria se fosse comigo, ou sair com o chato do Poncho e fazer um dos mil Replay's que vocês fazem?” - Ela disse a terceira opção com desdém e eu não pude evitar a gargalhada que soltei ao imaginar a cara de nojo que ela fazia ao falar o nome do Poncho – “E então?”

Aún no sé, Sam” - Falei de maneira triste, mas só percebi quando ela me ordenou.

“Começa a contar..”

“Ahn..” - Pensava se seria uma boa hora para desabafar.

“Pode falar, Dul. Sei que não está bem. Do contrário já teria planejado uma balada para amanhã” - E ela tinha razão.

“Sabe, preciso conversar com você..”

Que te pasa, nena?” - Ela me perguntou preocupada.

“Posso te ligar amanhã?”

“Por suposto que sim. Só tenho duas aulas na facul, e depois estou em casa”

“Então amanhã eu te ligo e conto tudo”

“Combinado”

“Queria tanto que estivesse aqui, amiga. Estou precisando tanto de você..” - Chorando novamente.

“Não, Dul. Não chore.. Seja o que for que tenha acontecido, nada é motivo para apagar seu brilho no seu dia”

“Não sei se consigo”

“Se você continua sendo a Dulce que eu conheço, você vai conseguir”

Te quiero” — Enxugado as lágrimas.

“Eu também te adoro muito. Mais uma vez, te desejo muitos aninhos de vida, muita saúde, toda a felicidade do mundo, porque eu sei que você merece. Muito sucesso sempre, e que aqueles sonhos que você tem sejam todos realizados, assim como alguns já foram e outro que está tão pertinho de se realizar. Te amo muito e te quero sempre na minha vida, viu? O presente te entrego quando você chegar”

Ao me despedir da Sam, fui ao banheiro retirar a maquiagem e escovar os dentes para dormir. Quando voltei para o quarto, dei uma olhada no celular para conferir se havia alguma ligação perdida, e havia uma nova mensagem de texto. Abri e continha uma mensagem curta.

Feliz Cumpleaños!

 

P.S: Ya no estaré detrás de ti cuando te caigas, pero no creo sinceramente que te haga falta”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Até o próximo!



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