Show me a garden that's bursting into life escrita por Milady


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Capítulo final dessa história. Espero que gostem!



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I don't know where

Confused about how as well

Just know that these things will never change for us at all*

 

 

 

— Daryl...

— Hum

— Eu vou te abraçar agora... – ela disse

Ele a puxou para seu colo e apertou os braços ao redor dela, descansando sua cabeça sobre o ombro pálido. Ela fez o mesmo. Os olhos marejando, mas ela não ia chorar, só queria continuar sentindo os braços dele ao seu redor.

Não tiveram pressa em se soltar. Não se mexeram muito. Apenas ficaram naquela troca de calor, de energia, de sentimentos... Era bom. Ele sentiu-se seguro de estar ali... O cheiro dela era tão bom... Aaron disse para que aproveitasse um lugar seguro essa noite. O abraço dela parecia ser aquele lugar.

Carol estava cansada. Seu corpo doía, mas naquele momento, parecia que tinha encontrado um espaço perfeito para descansar. A cabeça sobre o ombro dele, suas mãos mexendo para cima e para baixo nas costas dela. Poderia passar horas ali. Então ela sentiu a respiração dele ficar mais acelerada e irregular. Ouviu o coração dele bater mais forte... Tentou se soltar, ele não deixou, mas a respiração dele não voltava ao normal e ela começou a se preocupar.

— Daryl? Você tá bem? – ela conseguiu se afastar um pouco para encarar seus olhos, que estavam molhados – Daryl... Querido... O que...

Então ele avançou e chocou seus lábios com os dela. A cabeça de Carol foi para trás quando se bateram num selinho estalado e sem jeito. Ela o encarou, mas ele não sustentou o olhar, voltando-o para baixo. O aperto dos braços dele ao seu redor afrouxou. Daryl estava vermelho, com vergonha. Xingando-se mentalmente pelo que tinha feito. Havia machucado ela? Por que ela não se afastava e dava espaço para que ele pudesse respirar, correr... fugir dali?

Ela estava surpresa. Tão assustada que não conseguiu sentir direito o calor dos lábios dele. Na verdade, estava confusa... Ele tinha lhe beijado? Ela quis tanto isso... E por tanto tempo... Mas agora, estava tão anestesiada com tudo o que lhe acontecera que não tinha mais expectativas com nada, apenas sobreviver.

Os pensamentos passavam muito rápidos por sua cabeça. Os acontecimentos das 48 horas anteriores como flashes... O plano, a horda, pessoas lutando para sobreviver, pessoas que nunca viram antes vindo lhes fazer mal, pessoas morrendo... Pessoas saindo sem saber se voltariam... Daryl saindo sem saber se voltaria... Olhava assustada para ele, que também parecia aterrorizado.

Ela estava com tanto medo. Com tanta saudade. Sentiu que ele se mexia desconfortável sob ela. Teve ímpeto de se levantar, fazer alguma piada, fingir que nada aconteceu... Mas, junto com uma respiração, fez o que lhe parecia ser o mais certo.  Fez um carinho suave nos antebraços dele, subindo para o pescoço. Daryl ergueu o olhar para ela, que se aproximou e o beijou, suave. Afastou-se alguns segundos, para dar tempo de ele correr se quisesse.

Mas, ele não queria. O terceiro beijo entre eles aconteceu no meio do caminho, quando os dois se aproximaram ao mesmo tempo. Ela envolveu o pescoço dele com seus braços e ele a puxou pela cintura, aproximando seus corpos.

Havia medo e desejo naquele beijo. Dois sentimentos poderosos que, quando guardados por muito tempo, explodem sem que se possa controlar.  Por um rápido momento, cruzou a mente deles, que não parecia certo estarem fazendo aquilo, enquanto tanta gente estava sofrendo... Carl estava lutando para viver... Mas naquele momento, o mundo inteiro havia ficado fora do quarto que dividiam.

Pareciam tão certos os beijos desajeitados, as mãos correndo afobadas pelos corpos um do outro. Eles já tinham passado por tanta coisa juntos, tanto tempo evitando sentir alguma coisa... Porque não estavam seguros ainda, ou porque não tinham tempo ou condições de se permitir... Foi como se percebessem que, se dentro de muros tão fortes, não estavam seguros, é porque não havia um momento ideal... Somente o aqui e agora.

Ele fez com que Carol envolvesse sua cintura com as pernas e levantou-se num impulso, jogando-a sobre a cama que pertencia a ela, que por um momento o encarou confusa:

— Seu colchão é melhor – ele sussurrou.

Ela sorriu, enquanto ele deslizava sua língua sobre o pescoço pálido, fazendo todo o corpo dela se arrepiar. Por um momento ela lembrou que a porta não estava trancada, qualquer pessoa podia entrar a qualquer momento. Mas, quando ia abrir a boca para dizer algo, ele já a estava beijando novamente e o pensamento evaporou de sua mente.

Carol ainda sentia seu corpo dolorido devido à luta com Morgan, mas ela não se importava naquele momento. Tudo o que importava era a urgência crescendo em seu corpo, junto com a evidência física do desejo dele, pressionado contra seu quadril.

Ele nunca pensou no quanto queria aquela mulher até esse momento. Se já tinha até sonhado com isso, claro. Ele tinha sangue quente correndo nas veias, afinal e ela sabia provocar quando queria. Mas sua auto estima baixa nunca permitiu que pensasse realmente sobre isso. Por isso, nunca havia levado a sério os flertes que ela lhe lançava.

Na verdade, sentia um impulso protetor por Carol. Desde que viu a forma como ela estraçalhou a cabeça de seu marido com aquela picareta. Desde aquele momento, sempre deu um jeito de manter um olho nela. O choque que virou proteção, tornou-se piedade por um breve momento. Então identificação, depois orgulho ao perceber a mulher que ela havia se tornado... Então medo da força que sempre o impulsionava em direção dela... Respeito, saudade... Então medo de perde-la novamente. O desejo surgiu em algum lugar dessa estrada, seguido da sensação de que não poderia viver sem ela.

Isso o preocupava.

Teve tanto medo de perde-la dessa vez, que era como se ele quisesse mantê-la sob sua pele. Grudar-se a ela. Queria fazer com que ela entendesse finalmente, a importância que tem na sua vida. Estar para ela de todas as formas, despido de qualquer máscara ou couraça que havia construído para si desde sua infância.

Queria dizer para ela: “Este sou eu... fique à vontade para fazer o que quiser... Só não me deixe de novo”. Por isso não hesitou quando ela puxou sua t-shirt por sua cabeça.  Ela já o vira antes, conhecia suas cicatrizes, mas ao arrancar sua blusa fora, ele assustou-se ao ver os hematomas no corpo dela, mesmo sabendo que eram justificáveis diante de todo trabalho braçal dos últimos dois dias, para alguém que tinha a pele tão branca.

Sentiu a mão dela embrenhando-se por entre seu cabelo, de uma forma tão suave, fazendo carinho como ele jamais pensou sentir. Ergueu o olhar para ela, estava escuro, um azul diferente do cristalino que lhe era natural. Ela o queria. Isso o tocou de um jeito que não conseguia explicar. Precisou de um momento para acalmar as batidas rápidas de seu coração, por isso a abraçou e afundou o rosto na curva do pescoço dela.

Os seios dela pressionados em seu peito, pele contra pele. Aquele calor o confortou... Ela estava viva e ali, com ele.

Carol se surpreendeu quando ele parou de beijá-la e apenas a abraçou. Por um momento pensou em perguntar o que estava errado, se estava arrependido do que começaram... Mas, então, sentiu a mão dele deslizar suave em sua cintura e a respiração dele em seu pescoço. Aquilo era bom. Não era só euforia, era uma carícia... Era de uma ternura que não se podia imaginar vindo de Daryl Dixon.

Ficaram por algum tempo, só deitados, o peso dele contra ela dando a sensação de conforto, de segurança. Enquanto ele deslizava a mão pela lateral do corpo dela, ela continuou uma mão acariciando os cabelos bagunçados dele e a outra deslizando suave pelas costas largas e cheia de marcas.

Seu coração batia descompensado dentro do seu peito. Sua respiração entrecortada... Quase chorou. Ele estava ali com ela, depois de tudo aquilo. Depois de todas as probabilidades negativas, de tantas dúvidas, de terem se perdido e se encontrado tantas vezes. Sentia-se forte com ele, como se pudessem enfrentar o mundo inteiro.

Tudo fazia tanto sentido agora, desde sua linguagem silenciosa, com palavras trocadas em um simples olhar, a facilidade em debocharem um do outro... Ela queria aquele homem, seu amigo, seu protetor... Ela queria confiar nele plenamente depois de tantos anos de sua vida temendo o contato de uma figura masculina. Ela o queria como seu amante. E soube que tudo tem sua hora certa de acontecer. Ela havia amadurecido desde sua primeira oferta na prisão, seus sentimentos também.

Tudo era tão diferente agora. Não precisava se oferecer para ele como um pagamento pela proteção que lhe dera. Hoje, sabia que seu corpo não era a única coisa que tinha para ofertar. Ela estava inteira. Não era comércio ou desespero, mas um encontro real de duas pessoas buscando-se mutuamente.

Sentiu a respiração quente dele em sua orelha e uma língua roçar o lóbulo da sua orelha. Riu. Sabia que com Daryl não podia se algo suave, romântico. Ele não era um príncipe... era desordenado, molhado, intenso, nervoso.

Quando ele ergueu a cabeça e a encarou, ela lançou um sorriso de canto de boca e um olhar provocativo. Ele não pôde evitar cerrar os olhos, nem conter o próprio sorriso.

Ela desceu a mão  pelas costas dele terminando com um aperto em sua bunda. Ele riu diante da expressão falsamente chocada que ela lhe deu, e sem dar espaço para qualquer outra coisa, desceu a boca para o seio direito dela, que suspirou:

— Oh, Deus...

Há quem diga que sexo é um ato básico, que todo animal vivo sobre a Terra será institivamente orientado para a busca pelo prazer. Mas, independente de quão quebrada seja uma pessoa, no momento em que se encontra o oposto perfeito, o básico torna-se uma dança mais complexa. E isso, Daryl estava descobrindo naquele momento. Já Carol, estava num movimento diferente, mas não menos importante, era uma redescoberta de si mesma.

Se toda dança exige ritmo, o deles estava entrando em uma sintonia única. Como se não houvesse outros lugares além daquele quarto, descobrindo-se através de beijos e toques, ora hesitantes, ora firmes, de forma que deram um ao outro mais uma peça para reconstruir o grande quebra-cabeças que havia se transformado a vida.

E Daryl soube ao sentir o corpo de Carol tremendo sob si, ao ver o azul no olhar dela escurecido enquanto lutava para respirar... Ele soube que a sensação de explosão em seu peito não vinha só do seu orgasmo iminente... De alguma forma, ele soube que tudo já era diferente há muito tempo, mas só agora tomava consciência disso.

E quando deixou seu corpo rolar para o lado, praticamente sem forças, encarou o olhar dela, um sorriso preguiçoso escapando dos lábios inchados de seus beijos... Podia sentir o sorriso suave em seus próprios lábios. Suas mãos se tocaram e, com o mais leve dos movimentos, trouxe Carol para junto dele e a beijou, porque parecia a coisa mais certa a se fazer, apertando o abraço em volta dela, que logo após afundou a cabeça em seu peito.

Estranho é que apesar de tudo o que viveu naqueles dois dias, não se lembrava de ter sido tão feliz. Apenas por estar vivo, e ter tido a oportunidade de estar com ela. Apenas por estarem deitados ali. Sem uma palavra. Até que o cansaço os venceu.

*~*~*

Diante dela, a estrada parecia tranquila, com exceção de um ou dois walkers que insistiam em vagar pela região e não valiam uma bala. Sob ela, a plataforma que se erguia sobre a parte do muro que não tinha sido afetada pela torre. Havia pessoas trabalhando ali para fortalecê-lo. Nesse momento, queria apenas o sossego de estar quieta, deixando o pensamento vagar aqui e acolá...

Mais precisamente na noite anterior.

E Carol ainda não sabia como se sentir em relação a isso. Era como se um cubo de gelo estivesse em seu estômago desde o momento em que levantou pela manhã, atordoada após Abraham bater na porta do quarto, chamando por Daryl. Não tinham trocado mais que um olhar enquanto se vestiam rapidamente.

E sentia-se um pouco egoísta por estar pensando nisso enquanto tantos estavam feridos e Carl estava... Ele tinha que acordar. Para a sanidade de Rick e o bem de todo o grupo.

Obviamente, pensava no garoto... Mas também pensava...

Oh, meu Deus.

Sentia-se tão idiota por esse sorriso imbecil que não conseguia segurar de vez em quando ou por simplesmente não saber como agir a partir de agora...

Na reunião que tiveram com o tal Jesus, com Rick mais calmo e racional, ficaram lado a lado, ouvindo sobre a outra comunidade. Ouviu atentamente quando mencionaram o grupo do tal Negan. Eram muitas pessoas novas para lidar e decidiram que o mais sensato a fazer era recolocar a comunidade de pé.

Obviamente, isso exigiria muito trabalho e não tinham tempo a perder. Cruzaram-se algumas vezes enquanto trabalhavam nos muros e na limpeza das ruas. Percebeu o olhar dele em sua direção várias vezes. Mas não tiveram tempo para conversar.

E se tivessem?  O que ela diria?

Estava apavorada, animada... E por mais clichê que isso pareça... Estava apaixonada.

Ridícula.

Ed a tinha feito acreditar durante muito tempo que todos os homens eram cafajestes (inclusive ele). Mas o que uma mulher fraca como ela faria sozinha no mundo, sem um cafajeste para lhe amparar? Por isso acreditou que precisava pagar a Daryl por tudo o que ele estava fazendo por ela... Por isso, na prisão, havia se oferecido para... Tinha vergonha de pensar sobre isso.

Como era ridícula.

E durante muito tempo, seu flerte foi na intenção de dizer “Olhe, obrigada por tudo e fique sabendo que estou aqui se precisar descontar o estresse...”. Com o passar dos dias, foi redescobrindo a Carol do seu colegial, a que sorria e brincava com todo mundo. A garota divertida e sem papas na língua que fazia as pessoas gostarem de sua companhia.

E agora era tão bom ser assim de novo...

O barulho de alguém subindo as escadas fez com que se virasse e um enxame de abelhas (não borboletas, e sim abelhas) agitasse seu estômago ao reconhecer o cabelo de Daryl subindo. Respirou fundo, olhou para a frente e esperou que ele ficasse de pé ao lado dela.

Silêncio.

Então, sentiu que ele lhe dava um pequeno empurrão com o ombro, da mesma forma que ela sempre fazia com ele quando não tinha como iniciar um assunto.

Seu pookie.

— Hey. – disse, finalmente virando-se e sorrindo para ele.

— Hey. – ele respondeu. Um meio sorriso como resposta – Tudo ok?

— Aham. – ela voltou a encarar o horizonte – Tudo bem tranquilo, na verdade.

Ouviu quando ele respondeu um “bom”, bem baixinho. Quase inaudível.

— Rick? – ela continuou falando. Acreditava que o silêncio era mais incômodo.

— Voltou pra enfermaria.

— Entendo...

O silêncio novamente.

— Aaron e Abraham conversaram comigo... E o tal Jesus. Não querem esperar o Rick. Já começamos a montar um plano de defesa.

— Bom. E os muros?

— Tá indo bem... Alguns caminhantes por lá, mas não tá difícil acabar com eles.

— Você não quis ir lá?

— Quis. Aaron não deixou. Disse que eu já fiz demais por enquanto...

Ela riu.

— Vamos lá, você deve guardar energias...

Ele riu pelo nariz.

— Tá bom. Como se eu estivesse fazendo isso... – então cortou a frase, recuando como se tivesse cruzado uma linha imaginária.

Carol respirou e teve certeza que estava muito vermelha, pois sentiu o rosto esquentar.

Como uma adolescente idiota.

Silêncio…

Ele pigarreou.

— Você se arrependeu? – ela o encara, com dúvida no olhar – Você sabe... Ou foi ruim...

Ela o encarou. Depois seu olhar suavizou. Então era disso que ele tinha medo?

Ela sentiu vontade de abraçar ele. Beijar ele. Mas apenas segurou sua mão que pendia ao lado do corpo.

— Não. Eu não me arrependi – e a verdade foi surgindo muito clara para ela – E foi muito bom...

Ele riu de canto de boca e a encarou por trás da franja. Orgulhoso de si.

Bobo.

— Eu só não sei como agir agora...

Ele encarou as próprias botas.

— É. Nem eu... eu pensei que você soubesse.

Ela riu.

— Por quê?

— Porque você... Você é mais... Você sabe.

— Não. Não sei.

— Você não é estranha, como eu.

— Claro que eu sou. É só que... Eu me sinto á vontade com você... Era fácil flertar sabe... Eu nunca imaginei que você diria sim... Quer dizer.... Eu nunca me preparei para a possibilidade de você querer...

— Eu queria. Eu quero...

Sentiu o ar escapar de seus pulmões. Não sabia o que dizer. Havia se preparado para ter mais tempo antes de terem essa conversa e nunca imaginou que ele viesse buscar isso. Ela achava que ele não era o tipo de cara que ligava no dia seguinte.

— Eu não tava preparada para isso ser agora, sabe...

—  É que eu acho que fiquei com medo. Se eu não deixasse você saber o que eu queria, algo ruim poderia acontecer...

Ela queria dizer que nada de ruim aconteceria. Mas sabia que não podia garantir isso. Ele também sabe disso.

— Antes de tudo isso. Eu nunca podia nem sonhar em viver num lugar assim. – ele olhou para trás, para as casas – Um condomínio chic... Casas bonitas... Não um cara como eu... Eu nunca ia conseguir um olhar que não fosse de medo de uma mulher como você...

— Como assim? Mulher como eu?

— Sim. Uma mulher decente.

— Não é assim...

Ele riu.

— Você sabe que não é verdade. Eu não tinha muito futuro... E se alguma mulher decente olhasse para mim era para ter uma aventura doida. É estranho que o mundo tenha precisado para eu ter uma família de verdade. Pessoas que se importam comigo e eu me importo de verdade. Um teto bonito sobre minha cabeça... Um colchão de verdade e... Uma mulher como você...

— Entre o colchão e você?

— Uma mulher decente. Uma amiga... Com quem eu me importo de verdade e que eu acho que também se importa comigo...

Ela olhou para ele, emocionada.

— Eu me importo... Tanto...

— Eu só precisava dizer, pra ter certeza que você saiba.

Carol sorriu. Uma lágrima escapando. Era realmente estranho que o mundo tenha precisado acabar para ela conseguir encontrar a força que nem ela sabia que tinha, para poder finalmente se abrir para um homem de honra. O mais inesperado de todos eles.

Ela olhou ao redor e não viu ninguém. Então se aproximou dele e depositou um beijo doce em seus lábios. Mas ele não deixou que ela se afastasse e saqueou sua boca, invadindo seus lábios com a língua, num beijo rápido, mas forte.

Ela podia se acostumar com isso.

Separaram-se ofegantes. Ela sorriu ainda de olhos fechados.

— É ruim se sentir assim, quando tudo está desmoronando?

— Eu não sei... Mas não consigo evitar. – ele respondeu numa voz rouca que mexeu com ela.

— Eu ainda não sei como devemos agir...

— Talvez nós não precisemos mudar nada... Só continuar sendo assim...

— Eu acho ótimo.

— Então... você é minha garota...?

— Sua garota? Quantos anos nós temos mesmo? – ela riu.

Ele deu de ombros.

— Eu nunca tive uma para chamar assim antes...

— E você é meu pookie...?

Ele parou u pensou um pouco.

— Eu meio que gosto, eu acho... Mas não na frente das pessoas...

— Não. – ela disse num sorriso largo – Nunca na frente das pessoas... Você sabe, agir como nós mesmos.

— É, eu gosto assim.

E ficaram ali, apreciando o fim de tarde. Nada mais precisava ser dito.

 

*~*~*

*Snow Patrol - Chasing Cars


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura!!!

Mereço comentarios? ;)



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