How to fix a broken heart escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 4
Capítulo 3 | Setembro de 2022




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Fazia um delicioso dia de sol, daqueles que não estão insuportáveis, e Davi curtia a praia com as filhas. Apesar de movimentado, o lugar estava razoavelmente tranquilo, o mar calmo, e ele podia ficar sentado a alguma distância, enquanto Maya e Larissa corriam e molhavam de leve os pés.

Seus olhos iam e voltavam do relógio, além de conferir o adesivo no braço delas, atento em retocar o protetor solar. Apesar de não estar fazendo 40°C, o sol era impiedoso, e não se perdoaria se algo acontecesse com suas meninas.

“Papai, vem bincar!” Chamou Maya, risonha. Davi sorriu, se levantando e indo até elas. A mais velha, com três anos e meio, se parecia muito com o pai, incluindo os cabelos loiros da infância. Já a caçula, caminhando para seu segundo aniversário, era uma cópia fiel de Manuela.

Ade mama?” Questionou a pequena, agarrando o braço do pai.

“Mamãe foi viajar, princesa. Logo ela volta.” Sorriu, beijando a testa dela.

A verdade era que estava puto com Manuela e não queria vê-la por um bom tempo. Para sua sorte, ela não poderia voltar de Recife em algumas (várias) semanas. Que tivesse um pós-operatório bem sofrido, obrigado.

Havia muito que discutiam a dita ideia do silicone, já que ela jurava que seus peitos estavam detonados após amamentar. O problema não era dinheiro, claro, mas a falta de prioridades dela, que esbravejava por não poder trabalhar para cuidar das meninas, mas queria se afastar para colocar as malditas próteses.

Por fim, ela havia aparecido alguns dias antes dizendo que iria para Recife naquela mesma noite, que Igor estava em parafuso, Leo assustado, e toda aquela baboseira de sempre. Ele mal teve tempo de discutir o assunto, já que o voo sairia em algumas horas e ela precisava ir para o aeroporto.

Não ligou realmente para a ausência dela, já acostumado a cuidar das filhas sozinho. Porém, quando Igor ligou avisando que havia acontecido algumas complicações no pós-operatório e Manu teria que ficar internada por alguns dias, seu sangue ferveu.

Já tinha quase uma semana, mas se recusava a falar com ela. Deixou que as meninas falassem com a mãe ao telefone, porque elas insistiram muito (Manu não estava muito afim, mas por fim cedeu aos pedidos do irmão. Dizia que estava com muita dor).

“A mamãe viaja muito, papai.” Reclamou Maya, cruzando os bracinhos e fazendo um biquinho. Ele suspirou, cansado. Já haviam tido aquela conversa outras vezes.

“Maya, lembra o que o papai falou? O meu trabalho e da mamãe é ajudar outras crianças, que não tem as mesmas oportunidades que você e a sua irmã. Então, às vezes, a mamãe precisa ir ajudar elas, e eu fico aqui cuidando de vocês.”

Ela assentiu, mas ainda estava emburrada. Ele percebeu que Larissa também já não estava muito feliz, e olhou o relógio. A tia havia convidado para almoçarem lá, e Mathias e Danusa provavelmente levariam o filho, assim as meninas poderiam brincar.

“O que vocês acham de almoçar na tia Rita? Acho que o Lipe vai estar lá.” Ele propôs, acariciando as cabeças de ambas. Elas assentiram, ainda sem muita animação.

~*~

Mom, look! Buzz!” Jack pulava animado nos ombros do pai, indicando o personagem próximo deles.

“É, baby, é o Buzz. E olha, Ally, é a Jessie ali.” Megan apontou a cowgirl para a filha, que mal se continha de animação.

“Querem tirar uma foto com eles?” Perguntou Tuca, colocando o menino no chão. “Megan, a máquina.”

Here.” Ela passou o aparelho para o marido, que já corria no encalço das crianças, chamando ansiosas pelos personagens.

Aquela era a primeira vez que eles levavam os gêmeos à Disney, um dos lugares favoritos de Megan na infância, assim como de Tuca. Aquele era o presente de três aninhos de Jack e Ally, e mesmo que a viagem fosse uma bagatela, considerando o lucro mensal do casal, era parte do processo de educação que tentavam dar aos filhos, para que não se tornassem crianças mimadas como um dia Megan havia sido.

E apesar de proveitosa, a loira estava curtindo um pouco menos a viagem graças a barriga de cinco meses, algo que não estava previsto quando anunciaram o presente para as crianças. A nova gravidez aconteceu antes do previsto, logo que eles começaram a tentar. Agora, aguardavam o nascimento de Liam em janeiro, e os quatro estavam em polvorosa.

“Quer sentar um pouco, amor?” Perguntou Tuca, assim que voltou com as crianças. Sabia que ele também estava cansado, já que o pique as 40 não era o mesmo que dos 30 e poucos, de quando começaram a namorar.

“Podemos fazer um coffee break, o que acham?”

Sentaram em um banco à sombra, e Megan abriu a mochila que levavam, tirando algumas guloseimas para as crianças. Ela e Arthur preferiram um pouco de suco e frutas, mas não escaparam de alguns pedaços de chocolate.

Mom, você viu que aqui não tem cara de foto chata?” Perguntou Ally, se referindo aos paparazzi que sempre o seguiam.

“É, baby, aqui estamos tranquilos.”

“O pessoal aqui do parque é bem rígido com isso, filha, porque aqui é para ser um lugar para se divertir e ser feliz, não ficar fugindo de gente inconveniente.” Explicou Tuca, que segurava a pequena sentada em sua perna. “Estão gostando do presente de vocês?”

Yeah!”

“Eu ainda quero ver as princesas.” Avisou a baixinha, sorrindo.

“Cada dia é um parque, Ally... Amanhã nós vamos ao do Harry Potter, e depois ao Magic Kingdon. Lá teremos várias princess, I promise!” Megan sorriu para a filha, encarando o caçula. “Jack Parker II, o que você está fazendo?”

Look, mom, agora eu pareço o Mickey.” Ele colocou duas maçãs no topo da cabeça, fingindo que eram orelhas, e logo a família toda ria deliciada.

~*~

Davi estava sentado em sua cama, o notebook no colo, as filhas adormecidas no lado da cama que geralmente era ocupado por Manuela. Elas haviam dado trabalho para dormir, Larissa estava com o estômago ruim, e ele sabia que era tudo saudade da mãe.

Às vezes isso o irritava, pois, mesmo que Manuela não fosse tão presente na vida das filhas, elas sentiam muito sua falta quando ela viajava. Aquela meia horinha de atenção antes de dormir valia ouro, disso ele sabia.

Deixou o notebook de lado e se levantou com cuidado, indo para a sala para que não o escutassem. Pegou o celular e discou o número da esposa, suspirando enquanto esperava que ela atendesse.

Oi, meninas.” Ela parecia desanimada do outro lado da linha.

“Manu? Sou eu.” Davi disse simplesmente, ficando imóvel à espera da reação dele.

Oi Davi. Tá tudo bem?

“Tá, tá sim... As meninas estão dormindo, deram um pouco de trabalho hoje, perguntando de você.” Ele ouviu um suspiro baixo do outro lado. “Manu, eu só queria... Eu... Droga.”

Davi, você tá chorando?” A voz dela era de surpresa absoluta, enquanto ele fungava.

“Quando a gente chegou nesse ponto, amor? Quando chegamos no ponto de você viajar para fazer algo escondida? Deixar eu e as nossas filhas aqui, sozinhos? Quando tudo isso aconteceu, Manu? Quando nos tornamos isso?” A voz dele saia entrecortada, misturada a respirações pesadas.

“Eu não sei, meu amor, eu não sei.” Ela respondeu com um fio de voz, e o silêncio se instaurou por alguns minutos. “Me desculpa por isso.”

“Pelo o que, exatamente?”

Por essa viagem, essa loucura toda. Eu só estava... Cansada, acho que é isso. Eu fui em uma reunião outro dia, e eu fui praticamente ignorada por causa de uma das menininhas que estava lá, uma cabrita de decote até o umbigo e dois melões no lugar dos peitos. E então ela olhou minha roupa e perguntou por que eu não usava algo mais... Bonito! A Larissa ainda era tão pequena, eu não tinha o mínimo corpo para usar algo diferente daquilo, entende?

“Manu, você sempre se vestiu desse jeito, por que se incomodar agora?”

“Porque eu não tenho mais aquela confiança toda, Davi.” Ela admitiu frustrada. “Eu não consigo me concentrar 100% em uma reunião, pensando que preciso estar em casa pelas meninas. E ao mesmo tempo, não consigo ser a mãe que elas precisam por causa do trabalho. Não é fácil! E então vem aquela jaburanha gostosona e eles todos fazem eu me sentir inferior por meu corpo não ser adequado para um vestido megadecotado, porque agora eu sou mãe.”

“E por que você não conversou comigo, Manu? Eu sou teu marido, to aqui para te ajudar.” Ele estava mais calmo agora, sentado no sofá.

Cê sabe que eu sou orgulhosa que nem uma mula, Davi.” Ele riu de leve, e ela riu do outro lado. “Eu só quero que a gente volte a ser aquele casal que achou que tinha ganhado na loteria quando viu o positivo do exame de gravidez da Maya.”

“Eu também, Manu, eu também.” Ele garantiu, secando os olhos. “Viu... O que você acha de eu e as meninas irmos passar essas próximas semanas aí no Recife, com você? Sabe, para ter alguém por perto para te ajudar na recuperação da cirurgia.”

Nada me faria mais feliz, meu amor.” Ela garantiu, e ele pôde sentir sinceridade em sua voz.

Naquele momento decidiu que, se preciso, largaria tudo para trás, seus pais, tios, família; iria para o Recife com a roupa do corpo e as filhas, e por lá ficaria para sempre, se isso ajudasse a salvar seu casamento.

~*~

“Megan, amor, acho que eles dormiram.” Tuca sussurrou, atraindo a atenção da sonolenta esposa. “E você está quase os acompanhando.”

“Don’t forget que eu também estou carregando uma criança.” Ela apontou a barriga, na qual Ally se agarrava. “Acho que ela será uma ótima big sister.”

“Se puxar você, eu tenho certeza que sim.” Tuca sorriu, acariciando a cabeça de Jack. Os gêmeos estavam deitados entre eles na cama, já completamente adormecidos. “Vem comigo.”

“Tuca, as crianças.”

“É rapidinho, Megan, prometo.” Ele já estava a puxando para fora da cama, em direção à sacada do quarto. “A vista daqui é linda.”

“Of course, é o castelo da Cinderela. Ela é like, umas das minhas princesas favoritas.” A loira se maravilhou, recostada ao peito do amado, que beijava seus cabelos.

“Megan, você quer casar comigo?” Ele perguntou de uma vez, invadido pela coragem. Ela virou de frente para ele, rindo.

What? Tuca, nós já somos casados.”

“Não, nós moramos juntos, dividimos as contas, estamos com o terceiro filho a caminho, mas nunca nos casamos; nem legal, e nem religiosamente.”

“Oh, mas você sabe que eu não me importo com isso, amor.”

“Eu sei, loirinha, mas eu sim. Eu quero poder mostrar as fotos do nosso casamento para os nossos filhos no futuro, quando for a vez deles, e depois pros nossos netos, e bisnetos.”

Hey, calm down.” A loira riu, o enlaçando pela cintura. “É claro que eu me caso com você, Arthur Nigri, mas só depois que o mister Liam aqui nascer, ok? Me recuso a estar, like, um balão nas fotos do nosso weeding.”

“É claro que vamos esperar, Megan Lily... Eu faço questão que nossos três amores estejam nas fotos do dia mais importante das nossas vidas.” Eles sorriram apaixonados, selando os lábios com carinho. “Te amo, minha pirralha.”

I love you too, my dear Tuca.


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Notas finais do capítulo

Hellooooo!
Desculpem o atraso na postagem dessa semana, é que o feriado bagunçou tudo a vida da pessoa aqui. Mas tá aí o capítulo, lindo e cheio de amor (ou não).
Eu sei que tá todo mundo de saco cheio da Manuela, eu também to HAHAHAHAH Mas é parte do desenvolvimento da história, tenham paciência!
Espero que estejam gostando, e comentem, ok?
See you ;*
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