Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 18
Capítulo 18




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Eu não fiquei nada bem desde o evento com minha avó, a voz estava invadindo minha mente todas as vezes que eu começava a pensar que nunca mais voltaria, ele era como um cachorro, sempre que sentia  a necessidade voltava e  marcava seu território em minha mente. Jorge me chamou para outras duas festas, mas recusei os dois convites, em uma ele até chegou a vir em casa e tentar me carregar, mas até meu avô passou a achar que era perigoso demais eu arriscar sair.

No tempo que fiquei por ali prendi até a pilotar o trator o que era algo estranho para fazer e engraçado, eu me senti ano topo do mundo e era bom, mas sempre que eu me sentia bem pilotando a voz voltava  e me destruia. Peru ficava voando livre pela fazendo, mas sempre que sentia que algo estava errado comigo ele voltava.

— Eu não sei se é bom ela continuar por aqui - meu avô conversava com meu pai que tinha ido nos visitar - Ela está ficando só no quarto, ela pode estar doente.

— Pai, ela está com problemas, mas não é algo que nossos médicos possam ajudar.

— Tem certeza?

— Tenho... Vou lá falar com ela.

Fechei a  porta do quarto e me enfiei nas cobertas. Meu pai bateu e entrou, se sentou ao meu lado.

— Como se sente?

— Péssima. Como a mamãe e a vovó estão?

— Bem e mal, estão bem, mas se sentindo mal por não poderem vir te ver. - ele respirou - Sua avó contou sobre o ocorrido - eu me encolhi - Ela acho que você ficar distante de tudo não irá resolver.

— Eu não posso nem sonhar em me aproximar de nenhum bruxo, pai, eu preciso continuar aqui - ele suspirou.

— Nada vai mudar isso, né? - confirmei - Vou ver se consigo te mandar mais pesquisas e reportagens sobre a Castelobruxo. Se cuida.

— Obrigada.

Assim que ele fechou a porta uma carta entrou voando sendo carregada por uma coruja. Peru se assustou e ficou encarando o enorme pássaro que me olhava impaciente, peguei a carta.

"Está noite na minha casa, Não aceitarei um não como resposta"

Encarei a coruja, peguei um papel e respondi.

"Sinto informar, você terá um não como resposta"

Enviei de volta depois de tentar encontrar algo para recompensar a coruja, mas não encontrei nada e ganhei uma bicada de brinde. Eu voltava a conseguir me sentar confortavelmente.

"É uma pena, terei de ir buscá-la" a coruja me encarou, olhei para Peru que me olhou espantado, eu não tinha um rato ali nem inseto. Fui até a cozinha e peguei um pedaço de hambúrguer, eu não queria outra bicada.

"Sério, não venha"

Nenhuma resposta, voltei a me enfiar no cobertor e finalmente caí no sono, eu precisava dormir bem, fazia dias que eu estava sendo atormentada nos sonos. 

Acordei com a campainha da casa tocando. Meu avô conversou com alguém e então veio até o meu quarto, bateu na porta e o abriu, ao me ver deitada e coberta pareceu se espantar.

— Ahm... Você tem visita.

— Não deixa subir! - era tarde, Draco empurrou a porta e sorriu para mim - Droga!

— Vou deixá-los a sós - ele encarou o homem e sorriu.

— O que você quer? - perguntei me enrolando nos cobertores e sentando, ele me encarou e pareceu querer rir.

— Eu disse que viria te buscar.

— E eu disse que não iria a sua festa. - falei emburrada.

— E por que não?

— Porque eu sou perigosa, Malfoy.

— Me chama de Draco - eu o encarei - E você está falando que é perigosa justo para mim? Tem certeza que estudou sobre minha pessoa?

— Não sou o tipo de perigoso que você era. - falei me encolhendo eu sentia a energia dele chegar até mim.

— Então como pode ser perigosa? - eu já estava de saco cheio.

— Assim.

Levantei bruscamente e toquei no rosto dele, os olhos cinzentos ficaram ainda mais escuros, ele sentia a energia sendo passada para mim, eu via suas lembranças, suas implicâncias com Harry, Rony e Hermione, eu via suas confusões, eu via até Voldemort, me afastei percebendo que aquilo era suficiente.

— O que foi isso? - ele perguntou depois de inspirar profundamente.

— Eu suguei parte de sua magia - falei dando as costas e encarando a fazenda pela janela, um carro estava estacionado de fora, eu o olhei pelo ombro - Você dirige? 

— Tive de aprender para me esconder. - ele tornou a se aproximar, me encolhi - Então é verdade o que ouvi sobre você... - ouviu sobre mim? - A bruxa vampira - ele riu - não pensei que você viria para esse fim de mundo.

— Tinha de ficar longe de tudo, até você estragar isso e... - 'Você irá sugar toda  a magia de Draco Malfoy' olhie assustada para Draco - É melhor você sair!

— Agnes...

— Vai, Malfoy, vai! - ele parecia tentar me ajudar - Agora!

Ele saiu batendo a porta, percebi que usou magia, agradeci por ter feito isso, eu não poderia sair dali, o que também era péssimo, eu preciso comer e ainda tenho minhas necessidades. Olhei pela janela, meu avô o seguia, pareciam dizer algo. Uma coruja voou até minha janela.

"Não se preocupe, vou achar ajuda".

Não! Eu não quero ajuda, eu só quero que todos fiquem longe.

Passei muito tempo acordada lutando contra a voz que continuava a dizer que eu não podia me esconder, que sempre me acharia, quando finalmente caí no sono o dia já amanheceu. Eu pensei em tentar sair pela porta, até me lembrar do que Draco fizera, o xinguei, Peru pousou perto da janela, era alto, mas tinha como descer. Me troquei e comecei minha descida, torci par anão cair e sentir o chão sobre meus pés foi tranquilizante. Abri a porta da frente e meu vô quase teve um ataque, ficou me encarando e eu o encarando de volta.

— Como...

— Pela janela, ele só trancou a porta - meu avô olhou o alto da escada e para mim - Não se preocupe, hoje estou bem melhor.

O ajudei com as plantas, ele me levou até a floricultura, Dona Angelina e ele continuaram conversando, fiquei os observando, dessa vez eu não tinha muito o que fazer além disso. 

A movimentação foi pouca, vendemos duas mudas e apenas um buquê, fiquei ao fundo cuidando das plantas que estavam com problemas para se desenvolver, senti falta de poder usar magia, tinha vivido até agora sem problema algum, mas por alguma razão eu senti falta dos feitiço e dos feitiços que ajudavam no desenvolvimento das plantinhas. Peru se ajeitou em meu cabelo, fiz carinho nele enquanto esperavamos a hora de ir embora.

Meu avô estacionou de fora, ele não me chamou como fazia quando eu demorava, ficou dentro do carro aguardando, eu só percebi que tinha chego porque Dona Angelina me cutucou e mostrou o carro.

— Acho que a senhora poderia fazer aquela torta para ele - ela me olhou - A do almoço de hoje - ela riu - Ele adora tortas.

— Mesmo?

— Uhum, e podemos marcar algo lá em casa. - ela corou levemente, eu ri sozinha - Até amanhã.

— Até e se cuida.

Fechei a  porta da frente e entrei no carro, meu avô contou sobre algumas atividades que teve durante o dia, mas aprece que até para ele foi um dia morto.

— Não consegui arrumar a porta do seu quarto - ele falou triste - Tentei de tudo.

— É porque ela não está quebrada, ele a trancou com feitiço.

— Pensei que fosse proibido.

— Para menor sim. - ele batucou algo no volante, Peru se mexeu.

Desci do carro e abri a porta da frente bem rápido, eu precisava ir ao banheiro, mas minha vontade foi cortada ali mesmo, fiquei travada na porta, olhei meu avô atrás de mim, ele estava nervoso.

— Eu pensei que tinhamos combinado - comecei.

— Não foi ele, fui eu - olhei Draco. - Seu avô foi só mais uma vitima minha.

Eu olhei para a sala cheia, até que um mão veio até mim e me atingiu em cheio, eu sentia os cinco dedos pulsando e ardendo.

— Nunca mais me deixe tão preocupada assim! - Carla me abraçou com força, eu estava paralisada, levei tempo até conseguir abraçá-la novamente.

— Desculpa, desculpa, desculpa! - eu contive o choro - Eu estava desesperada.

— Imagino que estivesse, tentei te rastrear de todas as formas - olhei Hermione - Aqui é um ótimo lugar para se esconder do mundo.

— É sim.

Olhei os outros, Nyack me encarava bravo, mas veio até mim e me abraçou.

— Senti sua falta - ele sussurrou no meu ouvido.

— Você resolveu dar uma festa e esqueceu do seu amado? - todos olhamos para  aporta, Jorge nos encarava sorrindo.

— Amado? - Nyack me olhou e para meu amigo.

— Ih, desculpa, cara, já sou o único desse pequeno coração dela, não tem espaço para mais ninguém.

Nyack me encarou, eu olhava Leo, Neville e Raoni. Os três apenas observavam tudo, vê-los fez eu me sentir muito mal.

— Vamos, precisamos te levar de volta - Carla pegou a minha mão, Draco observou a cena.

— Levar de volta? - Jorge a encarou - Ela é perigosa para vocês - ele me puxou para ele - E ficar com vocês apenas irá machucá-la, acho que é melhor ela ficar aqui.

— E quem é você para dizer isso, o namoradinho dela? - Nyack soltou, eu e Jorge nos olhamos e não pudemos conter o riso e até meu avô riu o que fez todos ficarem confusos.

— Eca, não, que nojo - falei rindo e olhando Nyack - Ele é só meu melhor amigo.

— Melhor amigo? - Carla perguntou, confirmei.

— Crescemos juntos por aqui - Jorge explicou - Sabemos praticamente tudo um sobre o outro.

— Verdade - eu ri.

— Tudo? - Neville arqueou uma sobrancelha, eu o observei, lembrei da cena na floresta e me encolhi contra Jorge.

— Sim - Jorge respondia por mim - Sei que a do side-cut é a melhor amiga dela - Carla sorriu e me olhou, retribui meio triste o que a fez me encarar - A bonitona ali no sofá é a melhor bruxa, o índio é o cara das informações, o galã é o professor bonitão - eu olhei Jorge não acreditando que ele realmente estava dizendo aquilo, Carla apenas riu - o moleque...

— Moleque? - Leo o encarou.

— É o babaca que tentou zoar ela e se ferrou, bem-feito para ti, cara. E esse aqui é o infeliz que é o tal recipiente, não é? - confirmei - Acho que sei tudo sobre vocês, mas ele... Ele eu só conheço das festas daqui - todos olharam Draco.

— Ele é um dos bruxos mais perigosos e vive fugindo - falei - Eu só não entendo porque está me ajudando.

— Porque eu sei o quão ruim é ser usado - ele me tocou.

'Agora!'

Eu encarei Draco e me afastei com força quase derrubando Jorge.

— Por favor, não me toca novamente.

— Desculpa, eu não...

— Como vocês chegaram aqui? - olhei Nyack.

— Descobrimos algo - Neville falou, eu o olhei, Jorge deu um riso junto de Carla e eu realmente não entendi a razão - A magia não é algo finito dentro do bruxo, ela pode ser bloqueada, pode ser sugada, mas nunca se esgota. - eu o observei falar - Aos poucos nossa magia foi voltando e conseguimos vir todos até aqui.

— A magia não é finita? - olhei todos - Isso é ótimo de saber, mas teve algo mais, - olhei Nyack ele confirmou para eu continuar - eu não peguei apenas a magia de vocês - pareceram ficar surpresos - Peguei também memórias, muitas memórias - olhei meu avô ele parecia curioso, nunca tantos bruxos ficaram perto dele.

— De todos? - Leo perguntou.

— Não... Apenas do Harry, do Rony, do Raoni e do... - olhei o professor - E suas professor. - ele virou o rosto, sua última lembrança me veio a mente e eu senti minhas bochechas corarem.

— Eu não sei vocês - Raoni falou se levantando - Eu estou exausto, deve ser coisa da idade, mas adoraria poder dormir e amanhã resolvemos tudo, Draco, você disse que poderiamos nos hospedar na sua casa.

— Ah, claro - ele tossiu e observou Hermione, ela não parecia ligar para o olhar dele - Acho que não cabem todos no meu carro, vovô, você pode me ajudar.

— Draco! - eu o chamei, Neville me observou - Meu quarto, você o trancou da última vez - todos nos olharam.

— Ah, sim, tinha me esquecido.

Ele foi até a porta e quebrou o feitiço.

— Carla, você pode dormir aqui comigo? - eu a puxei, ela aceitou meu convite.

— Posso dormir aqui também? - Jorge perguntou - Quero saber como que é a dupla. - ele falou rindo para nós duas.

— Sempre tem espaço para você - vovô falou - Só que tenha juízo, menino.

— Esse é meu sobrenome, vovô.

Vimos todos entrando nos carros. Vovô nos deixou coma  chave para o caso de precisarmos sair.

— Que história é essa de você e o Draco Malfoy? - Carla perguntou se jogando no colchão antes de eu terminar de arrumar, Jorge se jogou na minha cama.

— Ele veio me chamar para a festa que deu ontem.

— Ia dar - Jorge falou - Ele chegou e expulsou todo mundo. Não sei o que exatamente é esse negocio de você sugar magia, mas sei que deixou o cara irado.

— Enfim, ele ficou insistindo e eu mostrei para ele porque ele não deveria ficar perto de mim. Só não entendo como ele entrou em contato com vocês.

— Ele mandou sinais, a Hermione os captou e rastreou e cá estamos nós - Carla se sentou e tirou Ogro do bolso, Peru voou até o companheiro de dormir peludo e os dois dormiram juntos - O professor ficou irritado quando você partiu - eu a observei contar - Ficamos preocupados que você pudesse ter feito alguma loucura. Nyack era quem as vezes tinha ideia do pelo que você estava passando devido essa voz maluca que vocês escutam.

— O chatinho também? - Jorge me olhou - Pensei que as vozes eram apenas par ao caçador.

— Não, são para os dois - falei e abracei minhas pernas - Eu estive muito fraca até o Draco aparecer - olhei Carla - Até minha avó veio, acho que ela ficou meio traumatizada.

— Neville falou com a sua mãe-  eu e Jorge nos olhamos e para Carla - Ele estava desesperado para te encontrar, ele falou com ela, mas sua mãe é alguém muito forte, ela não cedeu, Rony e Harry contaram que depois do encontro com sua mãe Neville ficou mais fechado e desde então ele está daquele jeito que você viu, meio distante e frio.

— Caramba! Agnes! Você é das boas para conquistar os caras - Jorge falou, mas ninguém riu.

— Eu... sinto muito - falei - Ca, a última lembrança dele - ela me ouviu atenta - a última lembrança dele foi a estufa.

— Estufa? - Jorge me olhou - O que você não me contou?

— Quando vocês quase se beijar...

— Você beijou seu professor? - Jorge quase gritou - O cara é mil anos mais velho que você, Agnes, você ficou maluca?

— Eu não beijei meu professor - falei em minha defesa - Quase nos beijamos. - respirei - Eu não conseguia mais olhar para a cara dele.

— Mas eu não entendi por que isso é tão importante. 

— As lembranças que ela viu - Carla explicou - foram as lembranças mais forte se significativas para cada um deles.

— Ah... Então isso quer dizer que ele... - meu amigo me olhou - E agora?

Dei de ombros.

— Amanhã será um novo dia, Ag-  Carla me abraçou, sentia falta de seu abraço e agora eu não sugava sua magia - Você e ele podem conversar e você tenta se explicar.

— Você acha que ele vai me ouvir?

— Se ele não te ouvir eu vou acabar com a cara daquele nerdzinho.

— Ah! Ele é o menino do kicking boxe - Carla sorriu - Agnes me ensinou muita coisa.

Passamos boa parte da noite conversando e para dizer a verdade quando dormimos a cama da Carla estava da mesma forma sem lençol e eu e Jorge estavamos quase deitado um sobre o outro.


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