Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 16
Capítulo 16




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Mandei uma carta para minha mãe e uma mensagem para o meu pai, eu não poderia ficar pela escola, não quando posso machucar as pessoas. Fui falar com a Diretora quando minha mãe falou que estava para chegar. Arrumei todas as coisas e deixei tudo em volta da porta, o quarto era afastado e ninguém vai ali. Desci as escadas meio correndo, e bati na porta da sala da Diretora. 

— Você só poderá sair acompanhada por um maior responsável.

— Acho que eu posso ser esse tal maior, não posso? - minha mãe sorriu - Bom-dia, Diretora.

— Oh, minha querida, claro que pode ser - a Diretora sorriu, eu não sabia que as duas eram tão próximas - É uma pena que Agnes esteja desistindo assim - eu sentia a energia da minha mãe passando para mim, droga, não quero machucar minha própria mãe.

— Eu vou pegar minhas coisas e te espero lá fora.

Ela confirmou entendendo a situação. 

Peguei minhas coisas e desci com cuidado, eu estava terminando de sair do corredor do quarto quando alguém me encontrou.

— Eu finalmente te encontrei! - aquela voz.

— Professor... - eu tive de conter minha emoção em vê-lo.

— Te procurei em todo lugar, Agnes, por que você sumiu assim?

— Eu fiz algo muito ruim para vocês, não poderia encará-los depois de tudo.

— Raoni nos explicou o que aconteceu - olhei Neville, como ele poderia estar preocupado comigo quando eu suguei toda a sua magia? - No primeiro momento perceber que estavamos sem magia foi um choque, mas entendemos...

— Agnes, vamos, ou perdemos o ônibus. - minha mãe me chamou.

— Tchau, professor Neville.

— Tchau? - ele olhou minha mãe  e me olhou - Para onde você está indo.

— Não importa para onde vou - falei contendo a emoção mais uma vez, por que estou chorando tanto ultimamente? -  Só importa que os bruxos não vão mais correr riscos comigo.

— Agnes... - ele segurou meu braço.

— Desculpa, professor, preciso realmente ir.

Puxei meu braço para mim e segui minha mãe, eu andava atrás dela mantendo uma distância segura. Neville ficou nos olhando ir, eu não queria ir, queria poder ficar, poder ficar com a Carla, com toda certeza ela vai querer me matar se algum dia voltarmos a nos encontrar e com as cartas que deixei para serem enviadas apenas com minha chegada na casa do meu avô com toda certeza ela vai querer me matar, mas eu não podia fazer de outra, se eu ficasse mais bruxos perderiam os poderes e mais deles iriam me odiar e essa segunda parte é o de menos para mim, mas não quero prejudicar mais ninguém. Mas o olhar do professor Neville enquanto eu partia, aquilo estava me machucando muito, por que eu estou me importando com o olhar dele, será que ter seus pensamentos me minha mente devido ter sugado sua magia estava me afetando? Tentei dormir.

O  ônibus parou no ponto depois de fazer a péssima viagem pelo rio Tietê. Minha mãe me ajudou com a minha mala.

— A senhora sabe que daqui para frente o melhor é ficarmos longe, né? - ela confirmou.

— Sinto muito por tudo isso.

— Não é sua culpa-  sorri.

— Você vai ficar bem?

— Não se preocupe, mãe, eu sempre sobrevivi as férias com o vovô, não vai ser agora que teremos algum problema e não se esqueça do papai, ele pode vir me ver de vez em quando.

— Eu sei, queria, mas não poder fazer nada por você está me machucando muito e te ver tristinha também.

— Mãe, vamos combinar uma coisa? - ela confirmou - Eu estou vindo para cá para ficar melhor, certo? - ela confirmou - Então não permita que ninguém me encontre - ela pareceu surpresa - Ver qualquer um deles me machuca muito e faz tudo voltar me torturando.

— Nem mesmo a Carla ou o Nev...

— Ninguém, mãe, ninguém mesmo.

— Se é o que você quer, irei avisar sua avó - agradeci - Agora eu preciso voltar.

— Obrigada, mais uma vez.

Ela deu sinal para um ônibus, esperei ela entrar e acenei. Ela se afastar foi ótimo, a energia foi junto, agora eu precisava ir para a casa do meu avô. Peguei um ônibus trouxa até o metrô, peguei o metrô até a estação do Tietê, fui para  a rodoviária, comprei uma passagem, esperei até dar o horário, ficar sozinha é ruim por nos fazer pensar. As lembranças de Harry vinham em minha mente e algo me incomodava, eu não me afastei dele porque sua energia acabou, foi por sentir uma energia muito forte. Foi como se ele tivesse me evitado. A chamada para o embarque me fez perder todos os pensamentos.

Três horas no ônibus foi bom para poder dormir bastante. Quando desembarquei meu avô já estava me aguardando, ele me ajudou a pegar as malas, o abracei bem forte, fazia muito tempo que eu não abraçava alguém, alguém que eu sabia que poderia me consolar mesmo que não entendesse ao certo o que estava ocorrendo, mesmo que ele dissesse que isso era bobagem  e que eu deveria me concentrar para um faculdade. Se tudo não passasse logo eu com certeza teria de pensar em algo trouxa para viver. 

— O que é esse monte de coisa? - ele perguntou apontando para minha mala que era bem grande.

— Livros, material de estudo - dei de ombros - esse tipo de coisa.

— Você não muda, não é - eu ri - Ah, espero que não se importe Jorge se propôs a me trazer - dei de ombros - Você sabe que odeio dirigir e se eu puder evitar.

— Não se preocupe.

E lá estava meu amigo de infância encostado no carro e batucando alguma música que eu provavelmente não conhecia, os pais do Jorge tinham uma fazendo ao lado da do meu avô e o ajudavam com mão de obra para cortar a grama ou tratar dos animais e era por isso que noa conheciamos. E por culpa dele treino Kicking Boxe, ele me levou em um treino quando eu era bem mais nova e eu me apaixonei, ele me ensinou a lutar e hoje ensino a Carla, ou pelo menos ensinava. Jorge gostava de me perguntar como era ser uma bruxa e eu adorava responder e contar o que tinha aprendido nas aulas, e algumas vezes eu quase demonstrava e minha mãe era quem me salvava me lembrando que eu não poderia usar magia fora da escola até ser maior de idade.

— Desde quando você usa óculos? - perguntei dando um forte abraço nele.

— Desde que desenvolvi miopia - ele riu.

Me ajudou a colocar a mala dentro do carro, meu avô falou para eu ir na frente com Jorge.

— E você já tem idade para estar dirigindo? - perguntei vendo ele mudar de marchas e acelerar sem se importar com a fiscalização.

— Não... - ele riu - Mas ano que vem terei. Ai já treino.

— Isso não é contra a lei?

— É e você não vai cortar minha onda por ser certinha - eu ri. - Mas no que você se meteu que teve de vir para esse fim de mundo?

— Não chame nossa cidade de fim de mundo - meu avô nasceu ali, cresceu ali e odiava ouvir alguém falando mal do lugar e era o minha  avó mais gostava de fazer.

— Desculpa, vovô, mas aqui é fim de mundo - Jorge apoiou a cabeça no braço que estava apoiado na porta, eu o observava - Me achou gato?

— Não fala besteira - eu ri - Eu só estou vendo que você ta gigante - ele riu - E isso no seu dedo, isso é uma aliança? Ai, caramba, você está namorando? - ele me olhou assustado - Ah, cara, você quebrou nossa promessa.

— Promessa? - meu avô se debruçou entre os bancos - Vocês prometeram se casar? - eu e Jorge nos olhamos e fizemos careta rindo.

— Não. Prometemos que contariamos um ao outro quando começássemos a namorar.

— Vocês podiam prometer coisas mais uteis.  - meu avô voltou a encostar as costas - E eu falei para ele usar aquele seu passaro azul.

— Peru? - eu me virei assustada para o vovô - O Peru está aqui?

— Pensei que você o tivesse mandado.

— Não, eu estava... - eu não parava de sorrir - Eu estava tão preocupada com ele, ele fugiu depois que... - eu abracei minhas pernas.

— E ai, vai me enrolar ou vai me contar o que aconteceu?

— Posso deixar para outro dia? - ele confirmou - Vou tudo meio barra pesada.

— Você pode ir presa pelo que aconteceu?

— Eu nem sei se existe punição para o que eu fiz - ele me olhou assustado - Acho que se eu pudesse ir presa eu ficaria feliz.

— Mesmo se fosse para aquela tal Azkauan?

— Azkaban. - eu o corrigi - Sim, mesmo se eu fosse para lá.

— Prontinho, entregues. - ele falou estacionando - Amanhã você vai me contar tudinho nos minimos detalhes.

Eu desci do carro e ia respondê-lo quando uma mancha azul me atingiu e quase abria um buraco de tanto esfregar a cabeça em meu rosto, eu o abracei com bastante força.

— Nunca mais fuja de mim novamente, seu pequeno medroso - ele ficou no meu ombro bem encostado ao meu rosto - Pode deixar, eu te conto tudo amanhã-  Jorge se despediu e sumiu pela floresta.


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