Eu não Amo Chuck Bass escrita por Neline


Capítulo 6
A peça perdida


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouquinho, mas ai está! Espero que gostem ;*



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Blair Waldorf

 

O elevador parecia estar quebrado. Já ouvi dizer que tempo é uma questão de concepção, mas o elevador parecia se recusar a subir e nos levar para baixo. Faltavam 7 andares. Fiquei olhando para os lados, tentando assimilar a série de fatos que tinham se sucedido. Agradeci mentalmente pelo celular ter tocado. Lembrei de arrumar minha roupa, pois eu tinha quase certeza que estava amassada. Chuck estava murmurando alguma coisa baixo. Não consegui entender nenhuma palavra do que ele falava. Talvez fosse mandarim... se ele soubesse falar mandarim.

 

- Conhece esse endereço?  - Eu passei o papel para o Chuck. Ele olhou com delicadeza enquanto entravamos calmamente no elevador que, finalmente, tinha chegado.

- Claro, é na frente da casa do Nate, na Starbucks. O que é muito estranho. – Entendi o que ele queria dizer.

- É muito movimentado. Acha que isso pode ter a ver com...

- Com o Owen? É claro que não Blair, fiquei sabendo que o lobo mal estava andando por ai, e o objetivo dele era raptar a S., ainda não sabia? – ele conseguia ser sarcástico naquela situação.

- Não se engane Bass, o lobo mal de Manhattan está no meu raio de visão agora. – Ele sorriu. Ironia... mais alguns dias de situações perigosas e eu esqueceria como usá-la.

 

Chuck abriu a porta da limusine dele e entrei seguida por ele. Ele entregou o endereço ao motorista e disse que estava com pressa. A limusine se esgueirava com tanta agilidade que fiquei deslumbrada. Sentia-me como aquelas crianças que querem colocar a cabeça para fora da janela e sentir o vento batendo em sua rosto, mas não o fiz. A situação na permitia.

- Posso sentir a força cerebral que está fazendo daqui, Chuck. Posso saber no que está pensando? - Ele brincava com as mão enquanto olhava pela janela. Parecia perdido... Parecia tão... Inocente.

- Só se gemer no meu ouvido, Waldorf. – Esqueça o que eu disse.

- Chuck! – exclamei com uma cara de nojo. Lembrei de algumas cenas de um tempo atrás.

- Ouvir você gritando meu nome é suficiente. – revirei os olhos. Ele sempre ia fazer algum comentário do tipo. Certas coisas não mudam. – Estou pensando se há alguma chance de termos perdido algum detalhe.

Abri a boca para dizer algo. Não tinha entendido, quer dizer, Owen era um golpista, não era? Achava as coisas muito claras, mas antes que pudesse falar, meu celular tocou. Olhei o identificador de chamadas e congelei. Nosso suposição estava certa.

- Carten Baizen. – Murmurei. Atendia o telefone e tentei manter a calma.

- Baizen. Existe alguma sujeira desse cidade que ainda não tenha envolvimento com você. – Chuck estava cerrando os pulsos.

- Olá linda. Dessa maneira me ofende. Apenas liguei para poder ouvir sua voz. – Sabia que ele estava rindo. Carten não era a pessoa com a melhor personalidade do mundo. Frio, irônico, mau-caráter. Era simplesmente um ser medonho e asqueroso, mas era divertido.

- Eu sei que você tem segundas intenções Baizen, se puder apressar essa conversa, não estou com paciência para brincadeiras. - Me lembrei rapidamente da S.

- Por que não posso mais ligar sem ter segundas intenções? – Ele estava calmo, tão tranqüilo. Hollywood estava perdendo um excelente ator.

- Porque você é um homem de intenções. - Ouvi ele rir. – Como está Serena? Espero que estejam sendo gentis com ela. – Falei calma, como se soubesse que ela estava com ele. Eu sabia que estava. Mas não estava tão calma assim. A limusine já tinha parado. Vi Nate e Dan nervosos na frente do Starbucks. Chuck saiu do carro e preferi ficar na paz do interior do veiculo para conversar com o Carten. Tinha que dar o meu melhor para meu plano funcionar. Um deslize e tudo iria dar errado. E eu não sabia o quão ruim o ‘errado’ poderia ser.

- Oras Blair. Serena é muito educada, não está nos dando trabalho nenhum. A senhora van der Woodsen a deu uma ótima educação.

- Você realmente não vai me dizer o que quer? – estava sem paciência.

- Que tal uma troca? Libertamos Serena e você dá um passeio comigo e Owen. Talvez visitamos alguns países, nos divertimos um pouco, você dá um pouco de dinheiro para nós e volta para casa. Encare como férias. – Não fazia sentido. Por que eu?  - E fico triste em ver Serena tão debilitada. Pena que aqui onde estamos não temos cuidados médicos suficientes. Ela parece com febre. – Tinha esquecido desse detalhe. Chuck, Dan e Nate já tinham entrado na limusine. Ele estava me olhando curiosos e Chuck mantinha os pulsos cerrados.

- Por que eu, Baizen? – Foi o que consegui murmurar. Os olhos do Chuck se encheram de fúria e tive que controlar o riso. Ele ficava sexy irritado, de alguma maneira, parecia mais jovem... talvez menos frustrado.

- Gosto de irritar o Chuck. É meu passatempo. – esperava que o Chuck não conseguisse escutar. Carten falava alto, sempre teve essa mania.

- E o que te faz pensar que conseguirá? Não estamos mais juntos. – Eu não queria que o Bass entendesse a conversa. Ele estava a ponto de arrancar o celular da minha mão e jogá-lo contra o chão. Não queria que ele perdesse a calma. Mas ele sabia do que estávamos falando. A maneira que ele segurou o próprio braço me mostrou que sabia. Ele não queria parecer incomodado, nem com ciúmes. Mas era difícil não perceber.

- Isso não importa Waldorf, vai fazer a troca ou não? – Sua voz parecia mais irritada.

- Qual o ponto de troca, Baizen? – Todos me encararam enquanto eu anotava o endereço em um papel. Nate parecia apreensivo. Acho que ele ainda não tinha entendido. Dan parecia aliviado.

- Tirem essa cara de enterro. Tenho tudo planejado. O local é meio difícil, se ficarem a menos de 200 metros poderão ver vocês.  Não levem muitos policiais. Se conseguirem ver alguma arma, não se aproximem, embora isso seja meio óbvio. - revirei os olhos – Alguém deve ir comigo para pegar a Serena, e tudo vai dar certo, – eu acho – não tem como falhar – eu acho -.

 

O endereço era um beco no Brooklyn, um lugar calmo e aberto com uma ótima visão de praticamente todos os pontos próximos. Entreguei o endereço para o motorista e observei enquanto passávamos a ponte. Minha cabeça não me permitia pensar em tudo que queria. Eu não conseguia raciocinar, colocar as idéias em ordem. Tudo que ouvia eram chiados. A velocidade em que meu cérebro tentava funcionar era assustadora. Pensei na traição, na volta, no Owen, no golpe, no seqüestro, no telefonema, na troca. Tudo aconteceu com uma velocidade tão grande que meu cérebro ainda não conseguia acompanhar. A limusine se esgueirava com tanta facilidade que me deixava novamente com vontade de por o rosto na janela. Mas meus nervos não deixavam. Queria parecer o mais calma possível. Tentei ler a expressão de quem estava na limusine. Nate parecia não estar pensado em nada, como sempre. Dan fitava a janela. Eu sabia que ele estava feliz. Afinal, a S. voltaria não totalmente sã, mas salva. E Chuck mantinha os pulsos cerrados. Eu nunca soube o motivo de tanto ódio entre os dois, mas eles se odiavam.

 

- Você acha que isso vai dar certo? – O Dan perguntou. Senti uma rajada de gelo subir pelo meu corpo. Afinal, eu não sabia o quão ruim ‘errado’ poderia ser. – Quer dizer, não que eu não confie em vocês... – revirei os olhos.

- Vai dar tudo certo. – Precisava dar tudo certo.

- Está com o GPS, Waldorf? – Simplesmente assenti a pergunta do Chuck.  O GPS era um “plano B”. Caso a polícia não conseguisse pegar o carro, em que eu estarei com Owen e/ou Carten, eles cuidariam minhas coordenadas no GPS e quando minha localização estabilizasse, levariam a policia até lá e daria tudo certo. Pelo menos, era o que eu esperava.

- O Humphrey desce comigo, ele pega a Serena e leva ela direto para o hospital. – Ele assentiu. – Não interessa o que ela diga. Direto para o hospital. – Ele assentiu com a cabeça novamente. Faltavam 10 minutos para o horário que havíamos combinado de nos encontrar quando finalmente paramos na entrada do beco. Precisava chegar antes para ter certeza que a policia ficaria fora do nosso raio de visão. Sai e olhei rapidamente para o Chuck e o Nate enquanto saia seguida pelo Humphrey.

-Boa sorte Blair. –O Nate disse com um pequeno sorriso.

- Fique tranqüilo, Archibald, eu sei me cuidar. – Chuck não olhou, só saiu da limusine e foi se afastando.

 

Cheguei ao beco e fiquei esperando. Recebi uma mensagem do Chuck, escrito: “Policia posicionada. O jogo começou.”. Nenhum boa sorte. Nada. Só suspirei. Com 3 minutos de atraso, vi um carro azul – e nada discreto - se aproximando. A troca foi silenciosa. Dan foi pegando S. enquanto eu entrava no carro. O Dan murmurou um boa sorte e eu apenas pedi para ele cuidar da S.

- É sempre um prazer revela Waldorf. – Quem estava no volante era Owen.

- Eu sei que sim.

- Espero que não tenha tentado nenhuma gracinha. – Apenas me encolhi um pouco no banco. – Vou precisar te vendar? – Ele matinha um sorriso zombeteiro no rosto.

- Claro, se quiser me ver realmente irritada. – eu disse com um sorriso sarcástico.

- Oferta tentadora, mas acho que passo. - Olhei para trás e não vi o Carten.

- O dono do circo não veio? – Ele riu. É claro que me referia ao Carten.

- Eles estão nos esperando há uns 2 km daqui. – Ele estava dirigindo com tanta rapidez que me assustava.

Paramos em um sinaleiro e apenas me recostei no banco.

- Eles? – Não pensava em mais ninguém além dele e do Carten.

- É claro. A Bridget. – Ele falou com um sorriso sujo nos lábios. Mas não fazia sentido! Ela havia entregado ele, ela havia me alertado do golpe. Ele deveria estar blefando e foi exatamente isso que disse em claro e bom som para ele. Ele gargalhou e disse – Ela é minha irmã B. – a peça que faltava. – Eu não sou um golpista. Eu mato pessoas. Alguns me chamam de matador de aluguel. Acho tão medíocre. – Matador de aluguel. Agora eu imaginava o quão ruim errado poderia ser. E era definitivamente muito ruim.

- Mas... por que faz isso? Não acredito que realmente tem problemas com dinheiro. – Eu tinha que distraí-lo. Agora, a barreira policial provavelmente estava próxima e eu tinha que manter a mente dele em outra coisa.

- Acreditaria se eu disse-se que é pela adrenalina? A armação, sedução, o jogo. Tudo me atraí. E gosto de ver pessoas sofrendo. – Cheguei a conclusão que ele era doente.

- Pagaram para me matar? – Eu pedi com naturalidade. É claro que estava espantada, mas Manhattan tinha tanta gente maluca. Nunca se sabe.

- Parece que você tem mais inimigos do que imagina. – Ele disse enquanto gargalhava.

 

Finalmente chegamos à barreira policial. Ele me olhou com olhar de fúria e murmurou um merda enquanto dava a volta com rapidez. Logo uma viatura começou a nos seguir. Me vi em um filme policial. E não era eu que escrevia o roteiro. Consegui ouvi algum policial tentando se comunicar enquanto dizia: Está cercado Wells, pare o carro e saia com as mãos para cima. Será que isso já funcionou alguma vez? As mãos do Owen suavam. Ele tentou pegar o celular, mas preferiu não tirar os olhos da estrada. Quando Owen procurou algo ao lado do banco, eu tinha certeza que era uma arma. Não pensei, apenas me joguei sobre o volante. Sem ter muita consciência, vi o carro rodar e bater em uma árvore.  Vi os cacos de vidro, o airbag e um pouco de sangue. Depois vi tudo escurecer.

 

 

Chuck Bass

 

Senti cada músculo do meu corpo contrair quando o carro bateu na árvore. Vi os policiais correrem e gritarem para sair do carro enquanto Nate ligava para a emergência. Minha primeira ação foi ligar para Eleanor que estava em Paris.  Ela ficou totalmente desesperada. Vi Blair saindo do carro na maca, as pessoas conversavam com ela, então ela estava consciente. Consegui me mexer a acompanhei a maca enquanto ouvia todas as perguntas e respostas.

 

- Agora acredito que vasos ruins não quebram. – Tentei falar alguma coisa para animar ela. E consegui. Ela riu com um pouco de dificuldade.

- Não vão se livrar de mim tão fácil. – Ela piscou com aquela porra de olho amendoado e senti aquela merda-que-fica-agitando-no-meu-estômago começar de novo. Entramos na ambulância e eu puxei uma pequena garrafa de vodka que tinha no meu bolso, enquanto o enfermeiro me olhava de forma repreensiva. Dei de ombros e abri.

- Lhe ofereceria um gole, mas acho que não poderia tomar. – Ela revirou os olhos.

- Mandaram me matar, Bass. – Ela não parecia estar brincando. Apenas fiquei paralisado sem ter reação. – Eu te explico depois. Quando sair daquela porcaria de hospital que estão me mandando vou até a policia. Embora eu não saiba por quê ir a um hospital, eu estou bem! – É, ela estava. Teimosa e prepotente como sempre. - Como está a S.?

- Ela vai sobreviver. - Ela sorriu e não consegui conter o meu sorriso. Era tão fácil esquecer que eu sou Chuck Bass perto dela. Resolvi checar meu celular que estava tocando.

- Gossip Girl. – foi minha vez de revirar os olhos. Blair simplesmente bufou.

- Lê auto. Quero saber o que ela disse. - Comecei a ler em voz alta:

 

 

“Certo crianças, parece que achamos a peça perdida, e ela não estava de baixo do tapete, e sim embaixo dos nossos narizes. Espero de todo meu coração que ponham as mãos no Owen, antes que ele coloque as dele na minha conta bancária.

 

Serena entrando contrariada no hospital, seguida por Blair, cerca de 30 minutos depois. Viram só pequenos? É isso que acontece quando se brinca com fogo. As pessoas saem queimadas. Bem, desde que não seja eu, vou assistir com muitas pipocas e Martinis.

 

XOXO. Gossip Girl.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom e atendido as expectativas! I want my reviews!

XOXO. Neli ;*