Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 18
Elementar.


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas, tudo bem com vocês? Espero que sim.
Gente, eu sumi né? É que estou passando por uma crise existencial como escritora, e por isso preciso da ajuda das minhas amadas leitoras.
Me digam com sinceridade, o que estão achando de LC? Vocês acham que tem muita coisa acontecendo? Acham que eu boto muito hot ou muita ação? Tá boa? Tá ruim? O que precisa melhorar? Por favor, não deixem de dar suas opiniões, é de suma importância para mim agrada cada uma, porque é pra vocês que eu escrevo.

Enfim, não vou mais enrolar aqui, boa leitura!!

PS: SE PREPAREM PARA FORTES EMOÇÕES!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675677/chapter/18

"And mother always told me be careful of who you love and be careful of what you do 'cause the lie becomes the truth."

 

Felicity Smoak.

Há alguns dias minha cabeça vinha girando em torno desse caso, ele era como um triplo espiral que em cada volta que dávamos, encontrávamos mais enigmas e menos soluções. Porém, especificamente uma peça não se encaixava, Oliver estava fora de contesto e apesar de já ter percebido que o alfa era esperto demais para nos mover da forma que bem queira nesse tabuleiro, tinha alguma coisa que me incomodava. E agora olhando a sala do apartamento dele, eu só tinha mais certeza disso.

̶  Oliver. – chamei baixo, me aproximando dele que apertava a foto de Sarah na tentativa de se controlar. – Apenas respire ok? Respire Oliver. – pedi ficando de frente para ele e tocando seu rosto.

̶  Ele está conseguindo, Felicity. – nunca pensei que veria o que vi nos olhos dele. Tinha medo ali. Um medo desesperado num olhar que pedia socorro, Oliver estava desmoronando e isso me assustava.

̶  Olhe para mim, Oliver. – segurei seu rosto com as duas mãos. – Apenas para mim. Não deixe que ele brinque com seu psicológico dessa maneira, você já perdeu tan...

̶  Esse é o ponto, Felicity. – se afastou me interrompendo. – Eu já perdi tanto que apenas cansei de remar contra a maré, não tenho mais pelo o que lutar. Tudo o que desejo é me deixar emergir até o fundo.

̶  Se não por você, faça por essas mulheres. – apontei as figuras agonizantes. – Pense só, quantas delas estão num buraco negro pior que o seu, sonhando todo dia com o momento em que serão livres outra vez, talvez algumas já nem tenham mais esperança de sair com vida de toda essa merda. Lute por elas Oliver, lute por Sarah, por Helena, por Laurel. Pare de se culpar pelos que você perdeu e comece a lutar pelos que ainda estão aqui.

̶  Como? Me dê uma luz de como farei para enfrentar toda essa droga.

̶  Eu não sei como faremos para parar esse sociopata, mas eu sei de uma coisa: eu vou estar bem aqui quando essa hora chegar e ele vai cair.

(...)

De volta ao hotel, Ray tinha levado todas as fotos para analise, talvez o sistema reconhecesse alguma daquelas mulheres e aí não estaríamos tão no escuro.

̶  Com que cara você diz para uma família que o parente morreu? – John falou enquanto encarava as fotos das vitimas. – Como dizer a um marido que a mulher foi assassinada vitima de escravidão sexual? Ou pior, como dizer para uma criança que a mãe não vai mais voltar? 

̶  A hora dele vai chegar, cara. – Roy apertou o ombro do mais velho num gesto de conforto.

̶  Precisamos pegar esse maldito.

̶  Nós vamos, Dig. Nós vamos. – assegurei para ele.

Oliver estava tentando contato com Amanda para saber se tínhamos mais algum rastro para seguir ou uma ponta solta que deixamos passar, nós precisávamos começar por algum lugar, porém algo ainda me incomodava nisso tudo. 

̶  Felicity. – Ray me chamou da porta do laboratório. – Pode vir aqui?

̶  O que aconteceu? – perguntei assim que cruzei o ambiente.

̶  A analise que você me pediu ficou pronta. 

̶  E então? 

̶  A carta de Laurel e a carta de Sarah não tinha nada além da digitais de Oliver.

̶  Mas?

̶  Encontramos algo na de Helena. – apertou uma aba no quanto da tela do tablete. – Esse é Tomaso Panessa. – apontou para o homem grisalho de pele branca e olhos castanhos, esbelto e alto na foto. – Ele é um empresário italiano do ramo mobilístico, conhecido por sempre apostar em corridas de motocicleta e patrocinar competidores, além de ser sócio de uma marca italiana.

̶  Até aí não faz sentido, o que esse homem tem a ver com Oliver?

̶  Com Oliver nada, com Helena sim. Pesquisei mais a fundo e descobri que Tomaso é tio materno dela, na verdade um tio que pelo o que parece ela não vê faz tempo.

̶  Estranho, se ela não vê faz tempo, como as digitais dele foram parar aí? – tinha uma peça faltando nesse quebra-cabeça e eu ia achar. – Posso usar seu tablet?

̶  Claro, toma. – me passou o objeto.

Pesquisei por Helena Bertinelli no sistema, mas não encontrei nada, nenhum deslize ou falha, nem mesmo uma multa de transito. A mulher até parecia uma santa. Já estava sem opções e prestes a esquecer dessa implicância maluca com a morena, mas então me lembrei de algo. Entrei na página e logo disquei meu login, demorando um pouco mais para lembrar a senha, digitei o sobrenome Bertinelli e bingo.

̶  Eu sabia que você não era tão mocinha assim, Helena. – fechei o link soltando o tablet na mesa. – Preciso resolver algo, me comuniquem se descobrirem alguma coisa. – avisei voando disparada daquela sala.

O corredor nunca esteve tão deserto como agora, apenas o barulho das minhas botas batendo no chão quebravam o silencio total do ambiente. Descobrir o quarto de Helena não foi difícil, só precisei de uma hackeada no sistema do hotel e pronto, eu tinha acesso ao cômodo.

̶  O que faz aqui? – Helena se assustou ao sair do banheiro e me encontrar ali, parada na porta de braços cruzados. – Como entrou?

̶  Sem fingimentos Helena, você sabe quem eu sou... O que eu sou.

̶  Eu não estou entendendo, o que quer dizer?

̶  Qual é? Você pode fazer melhor que isso Bertinelli, ou devo dizer caçadora? – vi os seus olhos crescerem assustados com a pronuncia de seu codinome. – Realmente você está de parabéns, pelo sistema sua ficha é impecável, quase uma santa eu diria.

̶  Como você descobriu? – seu rosto era duro, o maxilar quadrado estava rígido e a boca formando uma linha grossa e sem expressão. 

̶  Aquele dia aqui no hotel, eu quase acreditei naquele seu showzinho patético, seu desespero em ter Oliver foi tanto que eu realmente achei que o amasse, mas algo não parecia certo. Algumas pessoas chamam de sexto sentido, outras de intuição, pode chamar como quiser, mas eu sabia que alguma peça não estava encaixando. Você recebeu uma carta de baralho, poderia ser de qualquer pessoa, um trote de amigo, uma brincadeira de colegas de trabalho, e até mesmo uma real ameaça, normalmente você teria algumas opções: ignorar, levar na policia ou comentar com amigos. Mas você foi certeira, veio direto para Oliver como se soubesse que aquilo o afetaria.

̶  Eu estava assustada, o rei estava rabiscado com a palavra cuidado e eu não tinha para quem correr, Oliver é o único em quem confio.

̶  Claro, mas você não foi até a policia. Você o esperou e o entregou pessoalmente, sem nenhuma ligação apavorada ou nenhuma mensagem de desespero, você apenas dirigiu até o apartamento dele sem se preocupar se estava sendo seguida e o entregou o envelope.

̶  Eu não sei do que você está falando.

̶  Mesmo? Eu examinei a carta, e sabe o que eu encontrei? As digitais de Tomaso Panessa. – ela recuou na defensiva. – Soa familiar para você? Eu descobri o parentesco de vocês, o que me faz te questionar: por que trabalhar num hotel como secretária se você vem de uma família de posses?

̶  Falidos. – ergueu um dedo em riste.

̶  Os Bertinelli até pode ser, mas os Panessa? Esses são bons investidores. Você veio para Star City numa missão objetiva, sua família costuma fraudar milionários e fugir com a fortuna, vocês seduzem e enganam, e olha só, eu joguei no sistema Kuttler e descobri que você é a caçadora, conhecida por seduzir homens e lhes arrancar até a alma.

̶  Quem é você, Felicity Smoak? – ela parecia surpresa e confusa.

̶  Na verdade é Felicity Kuttler, mas ninguém precisa saber que eu sou filha de quem sou. – pisquei sarcástica. Nesses momentos ser filha de Noah era uma vantagem.

̶  E agora? Você vai contar a Oliver?

̶  Acredite, essa é a minha maior vontade, mas eu vou te dar quarenta e duas horas para fazer isso da forma que achar melhor, do contrário eu mesma faço.

̶  Por que? – ela perguntou quando eu estava prestes a sair. – Por que se importa tanto com ele?

̶  O alfa, seja quem for, está transformando a vida do Oliver num inferno, você não se importa com isso? Ele teve a família arrancada de si, os amigos em risco e a pessoa em quem supostamente ele deveria confiar, está junto com toda essa avalanche de fel. Você traiu a confiança dele enquanto fingia amá-lo, disse-lhe palavras doces e o fez se sentir culpado por te afastar mesmo quando ele só queria te proteger. Oliver esteve todo esse tempo preocupado com você, e tudo o que fez foi o apunhalar pelas costas. – cuspi as palavras sem piedade de feri-la, talvez no fundo eu até estivesse desejando que isso acontecesse. 

̶  Você está se apaixonando por ele. – sua resposta me pegou desprevenida, agora eu é quem estava recuando. No fim, ela havia me golpeado. – Você não tem noção, não é? Nem ao menos percebe isso.

̶  Conte para ele, do contrário eu farei. – foi tudo que consegui falar antes de bater a porta do quarto.

Helena Bertinelli.

 

O ódio borbulhava dentro de mim como água fervendo prestes a queimar qualquer um que se aproximasse, ela estava se apaixonando por ele e isso só complicava tudo, pois bastava uma palavra e ele se jogaria nos braços dela, dessa vez não sei se teria volta. Conforme a ficha foi caindo, percebi que tudo era muito pior, Felicity sabia quem eu era, ela sabia das minhas reais intenções com Oliver, e mesmo isso mudando conforme fui caindo de amores por ele, seria a palavra dela contra a minha. 

̶  Droga, droga, droga. – enfiei os dedos por meus cabelos numa tentativa de sanar o desespero, eu estava afundando, tudo estava começando a desmoronar a minha volta e não demoraria muito para Oliver saber quem eu sou. – Pensa Helena, você precisa pensar em algo.

O silencio podia ser sufocante em alguns momentos, e era exatamente assim que eu estava me sentindo, sufocada por minha própria mentira. Amadora em oficio. Eu não tinha alternativa, ela tinha descoberto tudo e eu estava de mãos atadas, apenas uma pessoa podia me socorrer, a mesma que me enfiou nessa loucura. Sem esperar mais tempo, resolvi que era a hora de conhecer o responsável por tudo isso.

(...)

̶  Eu preciso vê-lo, tio. – atravessei o arco da porta enquanto seus capangas firmavam postura, prontos para atacar a qualquer momento.

̶  Olá sobrinha. – sorriu maquiavélico. – A que devo a honra?

̶  Não tenho tempo para seus jogos de palavras, Tomaso. – cortei. – Eu quero vê-lo, ou melhor, eu preciso vê-lo.

̶  Não é tão simples assim Heleninha, o alfa é um homem importante, cujo o tempo é escasso.

̶  Você não entende? Eu não estaria aqui se não fosse realmente importante, as coisas chegaram num ponto crucial. 

̶  Espere aqui, farei um telefonema e se ele quiser, você o verá ainda hoje.

Esperei impaciente, alguns minutos que mais pareceram horas, de longe era possível ver a silhueta de Tomaso que parecia travar uma batalha com a pessoa do outro lado da linha, na certa tentando convencê-lo a me encontrar. Endireitei a coluna ao perceber que o homem voltava a seu acento.

̶  Sobrinha, está feito. – anotou algo em um papel, me entregando em seguida. – Vá neste endereço nesse horário e ele estará a esperando.

̶  Obrigada. – me levantei para sair.

̶  Helena, você tem certeza disso? – o encarei incerta por sua pergunta. Eu não tinha certeza de nada no momento, apenas estava usando do meu ultimo recurso.

̶  É necessário. – respondi tentando passar toda a confiança inexistente.

̶  Só tome cuidado, uma vez que você vê-lo, não terá mais volta. 

As palavras do homem provocaram um arrepio na minha espinha, como um presságio de que algo estava para acontecer, mas eu não tinha tempo para intuições, era o meu que estava na reta. Saí de lá e dirigi pela cidade tentando matar o tempo enquanto pensava em alguma outra ideia, mas nada parecia vir a minha mente, eu estava sem opções e num curto prazo, Felicity me deu apenas quarenta e duas horas. Dirigi até o endereço anotado no papel sentindo meu coração acelerar, eu estava nervosa por estar indo conhecer o causador do inferno pessoal de Oliver.

Estacionei em frente a um prédio que ficava mais ou menos na saída da cidade, o bairro era comercial e estava meio deserto devido ao horário. Entrei no elevador apertando o andar indicado e esperei impaciente até que as portas abrissem. Caminhei lentamente até a porta que já se encontrava aberta, o lugar parecia um escritório com uma sala de recepção e um banco escorado a parede, tinha outra sala menor que deduzi ser o escritório. Puxei o ar profundamente sentindo meus pulmões queimar no processo, empurrei a porta, mas parei na metade.

—̶  Entre Helena. – a voz por trás da cadeira ordenou, me fazendo obedecer no automático. – O que você tem de tão urgente para falar comigo?

̶  Felicity sabe. – soltei ainda observando o espaço que era preenchido apenas por uma mesa e uma cadeira que estava virada para a janela. Senti minha garganta fechar quando notei o objeto sob a mesa, um resolver de pequeno porte. Eu sabia o que era aquilo, era um aviso silencioso de que eu não contasse nada do que visse ali. – Felicity sabe quem eu sou.

̶  E como ela soube? – a voz estava incrivelmente calma.

̶  Ela é filha de Noah Kuttler, me investigou na lista do pai. – comecei a relatar toda a nossa conversa. – O fato é que eu não sei o que fazer para que ela não conte a Oliver, ela me deu quarenta e duas horas e eu não tenho como mudar isso.

̶  Mas eu tenho. – me interrompeu. – Ou você acha que era a minha única peça? 

̶  Oliver não pode saber disso.

̶  E ele não vai, eu mesmo me assegurarei para que não aconteça.

̶  Como pode estar tão confiante quando o mundo está prestes a explodir sob nossas cabeças? Quem diabos estaria tão calmo nessas horas? – a cadeira girou, deixando a pessoa de frente para mim e tal foi minha surpresa a encarar aquele rosto. – Você?

̶  Eu venho me preparando para isso a bastante tempo, um plano perfeito sem direito a margem de erro, não será uma loirinha intrometida como Felicity Smoak que mudará isso.

̶  Por que? – fiz a pergunta que a muito martelava minha cabeça.

̶  Porque me diverte, porque ver o sofrimento nos olhos dele mesmo que de longe me fascina.

̶  Mas ele te ama. – sussurrei enquanto minha cabeça girava em voltas perdidas. – Ele ama você. – repeti.

̶  O amor é uma fraqueza. 

̶  O que pretende fazer? 

̶  Eu vou tirar-lhe tudo o que ele ama, vou torturá-lo psicologicamente e então quando já não lhe sobrar forças ou esperança eu o deixarei livre.

̶  Por que não matá-lo? – eu estava curiosa, mais que isso, eu estava horrorizada.

̶  E lhe dar a saída mais fácil? Não me subestime caçadora. – riu com sarcasmo. – A morte é algo nobre demais para Oliver Queen, eu o tirarei tudo o que lhe restou. 

̶  Você é doente. – minhas palavras saíram com um arquejo de horror. – Isso é loucura.

̶  Diga-me, o que ele fará quando eu lhe tirar Sarah, Thomas, Ray e toda aquela corja que ele chama de time? Eu tiraria até mesmo você se não estivesse trabalhando para mim.

̶  Eu não quero mais participar disso. – andei de costas ainda espantada pela revelação. – Não posso cooperar com esse jogo, é sujo demais até mesmo para mim.

̶  Pobre Helena, se apaixonou pela encomenda. – sorriu, mas não tinha nada de amistoso em seu sorriso. – Não haja como uma tola, o amor só te levará ao fracasso, te deixa fraca e vulnerável, e enquanto você está disposta a fazer tudo pela pessoa, ela te apunhala com ingratidão.

̶  Não importa, o amor não é egoísta, não é isso que dizem?

̶  Tem certeza? Olhe para Oliver, o amor dele foi tão egoísta que a família pereceu, a noiva sumiu e a amiga está em um hospital.

̶  Não foi culpa dele. – rebati na defensiva. 

̶  Oh foi sim, ele é o único culpado. – levantou da cadeira, vindo em minha direção. – Mas se você o ama tanto ao ponto de desistir da sua missão, considere feito.

̶  Eu juro que não abrirei a boca sobre isso, não posso deixar que Oliver me odeie.

̶  Acredite, eu me certificarei de que você não falará nada, eu saberei se quebrar essa promessa. – abri a porta pronta para sair dali, o lugar fedia a maldade. – Caçadora. – chamou antes que eu cruzasse a porta. – É uma pena perder uma criminosa tão boa no que faz.

Saí do prédio o mais rápido que consegui, eu precisava respirar algo que não fosse toxico. Entrei no carro ainda desnorteada, eu não era boba, sabia que o alfa não me deixaria seguir assim tão fácil, mas eu precisava poupar tempo, se eu ia cair eu precisava esclarecer algumas coisas. Disquei o número tão conhecido e deixei chamar enquanto tentava me concentrar de volta na estrada. 

̶  Anda atende. – apertei o volante com mais força. – Atende. – a voz da caixa postal me fez bufar de irritação. – Droga Oliver, porque você não atende?

Pisei no acelerador tentando ir o mais rápido possível, olhei pelo retrovisor com receio de estar sendo seguida, mas a estrada estava tranquila, o que não significa que eu estava livre do alfa. Respirei fundo, essa não era a hora de me descontrolar, eu precisava fazer as coisas da forma certa e precisaria de calma para isso. Estacionei em frente ao hotel depois de minutos tentando fazer com que Oliver me atendesse, eu precisava contar, não tinha mais saída.

Talvez amar Oliver foi meu grande erro nessa vida, mas lembrar de cada momento com ele, cada toque, cada beijo me lembrava de que foi único, e disso eu não me arrependia. Foi com esse pensamento que caminhei para dentro do lugar. Durante o caminho eu percebi algo, o alfa não tinha enxergado que Oliver e Felicity eram importantes um para o outro, talvez essa fosse uma vantagem e se essa era minha chance de ajudá-lo, eu faria, no fim quem sabe não fosse minha redenção?

̶  Oliver. – suspirei aliviada quando o vi. Incrível como ele conseguia me passar à sensação de segurança. – Até que enfim te encontrei você não me atendia.

̶  O que aconteceu? Só agora eu vi suas chamadas. – justificou confuso com meu desespero.

̶  Eu preciso te contar uma coisa, mas antes queria dizer que eu te amo...

̶  Helena, por favor, não vamos por esse caminho de novo.

̶  Espera, me deixa falar, eu preciso que você me escute. – pedi. – Oliver, eu não sou uma assassina, eu juro que não queria machucar ninguém, eu não sabia o que tudo isso significava, eu juro. E não estava nos meus planos me apaixonar.

̶  Helena do que você está falando? – respirei fundo, era agora que eu perderia de vez o único homem que amei na vida.

̶  Oliver eu... – não consegui completar a frase, um impacto fez meu peito arder enquanto todos os meus sentidos pareciam se perder. Ergui meus olhos para Oliver apenas para enxergar o horror em seus olhos enquanto o gosto metálico subia por minha garganta no mesmo instante que senti minhas pernas fraquejar. Tudo parecia estar em câmera lenta, o corpo de Oliver se movendo para me amparar enquanto sua voz gritava por meu nome e pessoas gritavam ao fundo.

̶  Hey, vai ficar tudo bem, eu prometo. – ele falava com uma gentileza na voz que eu nunca tinha ouvido antes. – Fique comigo Helena, não feche seus olhos.

̶  Eu estou cansada, Ollie.

̶  Tudo bem, apenas aguente firme.

̶  O que aconteceu... Oh meu Deus. – ouvi a voz horrorizada de Felicity. – Helena.

̶  Tenha cuidado. - apertei sua mão tentando fazer com que ela entendesse. – Foi...

̶  Você vai ficar bem.  Alguém liga para uma ambulância. 

̶  Felicity... – tossi o encarando. – Cuide dele. – senti um bolo se formando em minha garganta.

̶  Helena poupe suas forças, você vai precisar.

̶  Estou feliz por estar aqui comigo. – tentei sorri, mas não tinha mais forças.

̶  Eu sempre vou estar. – olhei dentro daquela imensidão azul e senti algo esquentar dentro de mim. Oliver tinha os olhos molhados, ele se importava.

̶  Obrigada por tudo. – tossi sentindo o liquido metálico fugir da minha boca. – Eu amo você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Eu falei que alguém estava pra morrer, e mesmo sendo a Helena, admitam que deu uma peninha. Quero saber o que acharam, e perdoem meu atraso com os comentários, ainda estou terminando de respondê-los.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Linhas Cruzadas." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.