Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 15
Quebrado.


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM VOLTOOOOOOOOOOOOOU!
Nem vou falar muito pq vcs vão querer saber é do capítulo, né? Então leiam sossegadas e depois LEIAM AS NOTAS FINAIS.

Boa Leituraaaaa!



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"He talks about you in his sleep and there's nothing i can do to keep from crying when he calls your name..."

 

Helena Bertinelli.

̶  Você vai fazer exatamente o que eu disse. – o homem falou apertando meu braço.

̶  Ele não falou nada, Tomaso, é obvio que não confia em mim. – tentei persuadir. – Você deveria desistir.

̶  Um Bertinelli nunca desiste, você também não deveria. 

̶  Oliver nunca fala a respeito de nada, ele é sempre calado. – bufei irritada.

̶  Foi por isso que te colocamos no caminho dele, você só tinha que o seduzir e seguir o plano Helena, era simples. Já se passaram dois anos desde então.

̶  Eu não tenho culpa se o homem não confia nem na própria sombra.

̶  Não sobrinha, é mais que isso. – ele bateu na mesa me fazendo estremecer. – Você se apaixonou feito uma idiota pela encomenda, acontece que não podemos falhar com esse cliente.

̶  Tio, eu não quero machucá-lo. – afirmei desesperada. – Sim, eu me apaixonei por Oliver, apesar de não ser o ideal, eu posso usar isso como vantagem a meu favor, eu prometo que vou arrancar alguma coisa dele, mas não o machuque.

̶  Faça como quiser Helena, você tem um mês para descobrir isso.

Eu não podia deixar que machucassem a Oliver por um negócio mafioso. Eu sabia do que minha família era capaz por dinheiro e boas relações, um Bertinelli não cogita derramar sangue em prol dos negócios, e eu nunca me importei com isso até que Oliver apareceu, era pra ser apenas mais um serviço, eu só precisava fazer com que ele se apaixonasse por mim e tudo estaria feito, ele se abriria comigo, contaria seus segredos e pronto, eu sumiria de sua vida antes que o cliente arrancasse sua cabeça. Mas foi diferente, o cliente não o queria morto, ele buscava tortura e eu era a chave para descobrir seus pontos fracos, a principio julguei ser os amigos, mas depois da morte da família ele não parecia se importar muito com o que sobrou de seu ciclo social, então eu precisei me envolver cada vez mais fundo com Oliver, e foi aí que eu comecei a cavar meu fracasso.

Contudo ao contrário do que eu previ, Oliver conseguiu se encantar por mim, podia não ser uma paixão avassaladora, mas ainda assim nós tínhamos nossa ligação. Eu sabia que as condições impostas para nosso relacionamento era para me proteger de ter um alvo pintado nas costas por conta de sua vida secreta como agente de uma empresa particular de investigação, o próprio cliente havia me passado a informação. Então basicamente eu fingia não saber, eu tinha que passar o máximo de confiança e apesar de treinada para o perigo, era impossível não sentir meu coração saltar a cada vez que Oliver se fechava para me manter segura, isso significa que ele se importa comigo, certo?

Apesar de tudo, eu começava a me apaixonar por Oliver, e percebia-o mais entregue a nossa relação, mas então ela aconteceu. Felicity Smoak não precisou de vinte e quatro horas para me mostrar que seja lá o que for que Oliver e eu tínhamos, estaria prestes a acabar. Eles não percebiam, mas a forma como se alfinetavam pelos corredores do hotel, como se olhavam com intensidade, ou até mesmo como ele a observava de soslaio. Estava lá, Oliver nunca agia por impulso, nesses dois anos aprendi que ele é um homem de estratégias, ele nunca demonstra abalo, sempre racional, mas algumas poucas palavras da loira são capazes de deixá-lo furioso, exposto, vulnerável. E eu a odiei por isso, por sentir inveja, e foi por isso que tomei a decisão que tomei. Eu seguiria com o plano.

̶  Helena? – os cabelos molhados, o olhar surpreso, a roupa amarrotada. Ele estava com ela. – O que faz aqui?

̶  O que significa isso Oliver? – a frase saiu num acesso de raiva, mas então percebi que eu não podia falhar, eu precisava seguir com o plano. – Que espécie de jogo é esse? – estendi o envelope.

̶  O que? – se possível o olhar dele saltou ainda mais surpreso. Estudei minuciosamente cada movimento de seu rosto, ele estava em seu limite, eu podia sentir. Nunca entendi esse jogo do cliente com as cartas de baralho, mas também nunca ousei perguntar. – Onde conseguiu isso, Helena?

̶  Estava em minha correspondência essa manhã. – menti com facilidade. Rapidamente o homem entrou no apartamento me surpreendendo. Oliver parecia desesperado, segui seu percurso até o quarto onde o encontrei revirando tudo a procura de algo. – O que você está fazendo Oliver? – não obtive resposta alguma, o que me deixou irritada. – Quer parar? Oliver, você está ficando louco? O que significa essa carta?

̶  Helena você precisa ir embora. – falou ainda de costas, remexendo nas gavetas.

̶  Eu não vou a lugar algum até que você me diga o que significa tudo isso. – só então ele virou com outro envelope em mãos, esse mais velho e amarelado. 

̶  Você corre perigo Helena, eu não posso te contar, mas preciso que confie em mim. – ele abriu o envelope mais velho e me mostrou um rei de paus, dessa vez com a palavra 'perigo' riscada. – Laurel recebeu um pouco antes de desaparecer. – rapidamente passei a entender o que significava aquilo, e lá estava eu me derretendo por sua preocupação em me manter a salvo. – Na época nós achamos que era trote de algum amigo, mas então ela se foi e ninguém nunca mais soube dela. Entende porque eu preciso que vá embora? Você precisa fugir Helena, quem quer que esteja fazendo isso não parece brincar.  Vá embora, viaje, tire férias. – pediu.

̶  Eu não vou a lugar nenhum sem você Oliver, você me protege. – segurei suas mãos.

̶  Felicity. Eu preciso falar com ela. – saiu disparato em direção a sala me deixando segurando o vento. Maldita Smoak. Segui Oliver até a sala ainda em tempo de pescar sua conversa pelo celular.

̶  Ainda está na cidade? – ele esperou pela resposta. – Não vá, estou indo até aí, precisamos conversar. É serio Felicity. – desligou.

̶  Então é isso? Você vai me largar aqui com uma suposta ameaça e correr até a sua adorável Felicity?

̶  Não é isso Helena. – bufou irritado. – Eu não posso explicar agora e nem sei se poderei explicar um dia, mas durma no hotel essa noite, amanhã nós combinaremos sua viajem. – beijou minha testa e se foi apressado.

̶  Isso não vai ficar assim, Oliver. Você não pode ficar com ela. – rugi sentindo o ódio se apoderar de meu corpo, fazendo minha pele esquentar. 

 

Oliver Queen.

A adrenalina era gritante em meu corpo, enquanto vasculhava o quarto a procura da primeira carta, um turbilhão de pensamentos invadia minha mente. Seja quem for essa pessoa, ela me conhecia muito bem, cada medo e receio, e isso já estava indo longe demais. Depois de encontrar a carta e contatar Felicity, eu precisei me esforçar para mandar Helena embora, apesar de não a amar, ela era próxima a mim e colocar a vida dela em perigo estava fora de cogitação.

Estacionei a Lander em frente ao prédio, subindo alvoroçado até o andar da loira, eu preciso de alguém de fora para me ajudar, não podia envolver Sarah ainda mais, ou ela seria o próximo alvo. Felicity, por outro lado, não tem vínculos emocionais comigo, então o perigo não a alcançaria.

̶ Você tem cinco minutos até o horário do meu voo. – bufou assim que abriu a porta.

̶  Não acabou. – atravessei o portal como um louco.

̶  Como assim não acabou?

̶  Isso tudo não passou de um jogo, Slade e Sebastian são tão cartas quanto nós. – afirmei jogando os envelopes sob a mesinha de centro. Eu até podia ouvir a voz na minha cabeça

̶  O que é isso, Oliver? Uma pegadinha de despedida? – me encarou. – Achei que já tínhamos passado do estágio das birras.

̶  Isso é serio. – passei as mãos pelos cabelos em tempo de arrancá-los de tão nervoso. – Felicity, presta atenção; eu recebi esse rei de paus há dois anos, uns meses antes da minha ex-noiva ir embora.

̶  Sarah me contou. – ela parecia tão incomodada quanto eu, mas eu precisava manter o foco.

̶  Na ocasião, nós acreditamos não passar de um trote de algum amigo querendo nos assustar, afinal quem mandaria uma carta de baralho riscada?

̶  Você já estava na Argus, podia ter investigado.

̶  Eu pensei nisso, mas Sarah disse que eu estava surtando e que eu devia relaxar mais ou acabaria espantando Laurel. – suspirei pesaroso. – E foi o que aconteceu, ela foi embora para seguir sua carreira de modelo, mas acabou sumindo do mapa sendo vista pela ultima vez entrando num carro.

̶  Eu sinto muito. – ela tocou minha mão parecendo realmente sincera. – Por tudo.

̶  Enfim. – me ergui do sofá indo em direção a grande janela perto da cama. – Laurel sumiu sem deixar rastros, o que não é normal para alguém que deseja ser modelo. O tempo passou e eu acabei esquecendo essa maldita carta no fundo de uma gaveta qualquer, mas então hoje quando saí daqui, eu encontrei Helena sentada na porta do meu apartamento com esse envelope em mãos, contendo um rei de copas riscado. Não pode ser coincidência, Felicity.

̶  Minha mãe sempre dizia: uma vez é acidente, duas é coincidência, três é problema. – ela encarou as cartas por um momento. – Não podemos deixar que vire um problema, precisamos pará-lo, seja ele quem for, antes que as coisas se compliquem.

̶  Ele parece está brincando, mas não está. Isso é um jogo de sangue e ele não veio para perder.

̶  Então vamos preparar nossas peças antes que não tenhamos chance de revidar. – ela puxou o telefone para cancelar o voo.

(...)

Estalei o pescoço enquanto Ray analisava as cartas em busca de digitais, eu sabia que era em vão, mas precisava de tempo para pensar em algo. O silencio irritante no lugar só fazia a frustração e ansiedade crescer dentro de mim, ansiedade por algo que eu nem sei o que é. Que irônico.

̶  Você vai acabar fazendo um buraco no chão. – Sarah ralhou irritada. – Pare quieto, homem, está me deixando nervosa.

̶  Você precisa ir ver Helena, Oliver. – a voz de Felicity chamou a atenção de todos de forma surpresa, mas ela não pareceu se intimidar. – Precisa conversar com ela para mantê-la segura, ela tem esse direito.

̶  Ela tem razão. – Sarah concordou cruzando os braços. As duas eram as únicas que se atreviam a palpitar. – Você não pode deixá-la no escuro.

̶  Eu sei. – puxei o ar, pondo as mãos nos bolsos da calça. – É só que tanta coisa aconteceu que eu não tive tempo de vê-la ainda.

̶  Não espere algo acontecer a ela para tomar uma atitude, você sabe dos riscos. – John se pronunciou por fim. – E ela tem um alvo pintado nas costas.

Suspirei vencido entendendo o recado, eu devia procurá-la agora. Desci até minha sala e chequei o quarto em que Helena tinha se instalado, não foi difícil encontrá-la. 

 

Helena Bertinelli.

Encarei a porta abrir sorrateiramente sabendo de quem se tratava, confesso que apostei comigo mesma o tempo que demoraria para Oliver me procurar. Até podia prever suas desculpas e pedido de discrição, faríamos amor e então ele me contaria uma meia verdade para que eu confiasse nele, diria que era para me manter segura. E por mim tudo bem, eu estava bem com isso desde que o tivesse por perto. A verdade é que não sei se consigo me manter longe dele, estive tempo demais vestindo as mentiras que me eram cabíveis, e agora já não podia fugir dos meus sentimentos.

̶  Hey. – cumprimentou incerto.

̶  Oliver. – agarrei seu pescoço de forma desesperada. Eu deveria fingir estar assustada, mas não se finge a verdade.

̶  Calma Helena. – ele afagou meus cabelos, mas algo estava diferente no abraço, como se ele estivesse mais distante.

̶  Eu estou assustada, assustada e confusa. Você saiu de forma devastada depois de ver aquele envelope, e então não soube mais de você.

̶  Helena. – ele me encarou e eu me assustei com o que encontrei em seus olhos. Eu estava totalmente errada em minhas previsões, o que Oliver viera fazer ali era totalmente o oposto. – Eu não posso te explicar, mas é para a sua segurança.

̶  Ollie. – tentei tocá-lo, mas ele virou o rosto. – O que você quer dizer?

̶  Precisamos parar por aqui. – as palavras chegaram estrondosas aos meus ouvidos, eu não queria acreditar nelas. – Esse jogo é perigoso demais para que eu te envolva, entende? Eu não quero... Eu não posso por sua vida em risco.

̶  Eu não me importo. – as palavras engasgaram no bolo formado em minha garganta. – Eu não me importo com o perigo desde que esteja com você, eu posso suportar qualquer coisa.

̶   Você não entende? Tem um alvo pintado em suas costas e eu não me perdoaria se algo de ruim te acontecesse.

̶  Acontece que essa escolha não é sua. – gritei num acesso de raiva. – Diz que é brincadeira, por favor, diz que tudo vai ficar bem. – eu já não me importava com a humilhação, eu precisava dele como se precisa de oxigênio. – É por minhas exigências? Eu posso parar, eu prometo que não peço mais nada, ficamos assim e está tudo bem. – agarrei sua camisa, desesperada. – Oliver, eu não quero um namoro convencional se for o que te incomoda.

̶  Não, eu não vou voltar atrás nessa decisão. – ele me encarou de forma dura, me fazendo ver que ele estava irredutível. – Eu voltarei para a presidência da QC, o que ajudará a evitar nos encontrarmos, entenda que é melhor assim.

̶  Eu te odeio, Oliver Queen, odeio, odeio. – esmurrei seu peito sentindo as grossas e quentes lágrimas encharcar meu rosto. – Maldito seja o dia em que eu te conheci.

̶  Chega Helena. – ele segurou meus pulsos, firme, mas não chegando a machucar. – Não dificulte as coisas, você sabia desde o principio as regras.

̶  Para o inferno você e suas malditas regras. – esbravejei sentindo ele me soltar, fazendo meu corpo desequilibrar e ir de encontro ao chão. – Você não tem esse direito, Oliver, não tem esse direito.

̶  Adeus Helena. – ele cruzou o espaço, atravessando a porta e a batendo em seguida.

̶  OLIVER. – berrei esmurrando a porta, caindo sentada sobre os joelhos. – Eu te odeio. – choraminguei sentindo meu coração se quebrar. O sentimento estava longe de ser ódio, eu o amava como uma louca, e precisava dizer. É talvez se eu dissesse ele voltaria atrás. – Oliver. – me ergui abrindo a porta em busca dele, mas acabei me deparando com Felicity no corredor. A raiva que me correu ao encarar a mulher que destruiu tudo que eu construí em dois anos me cegou. – Você o tirou de mim, isso tudo é culpa sua.

̶  Helena, você não parece bem. – eu podia identificar a cautela na voz dela.

̶  Você tinha que aparecer  e estragar tudo, não é? Estávamos muito bem antes de você, ele era meu, sua vadia ordinária.

̶  Felicity, o que está acontecendo aqui? – uma voz grossa invadiu o espaço. Thomas Merlyn.

̶  Conta Felicity, conta para ele que você vai para cama com seu chefe, conta. Ou ele também tem regalias? 

̶  Helena, eu te estapearia agora mesmo se não soubesse que você está fora de si. Vai pra casa, toma um banho e esfria a cabeça. – a calma na voz dela me irritava ainda mais. Tudo nela me irritava.

̶  Você destruiu tudo que era meu.

̶  Castelos de areia não se sustentam por muito tempo, não importa o tempo que leve para construí-lo. Uma hora a onda encobre. – seu olhar penoso sobre mim era nítido.

̶  Vem, vou te tirar daqui. – Tommy a segurou pela mão, desaparecendo em seguida.

̶  Eu te odeio Felicity Smoak, isso não vai ficar assim. – peguei o telefone do bolso, eu estava decidida. – Tomaso, eu estou dentro, avisa para o cliente. – desliguei a chamada passando as mãos pelo rosto. Se Oliver não podia ser meu então que não fosse de mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Minhas bichinhas, eu sei que demorei e nem vou procurar conversa fiada pra tapiar vcs, foi desatento meu sim, mas cá estou humildemente para me redimir. Espero que tenham gostado do capítulo, pq foi escrito com muito carinho.
~~ Esse vai em especial para duas leitoras muito queridas que me emocionaram com lindas recomendações; Vick Queen e Vicky, muuuuuuito obrigada pelo carinho, eu senti emoção transmitida em cada palavrinha posta ali, e fico muito honrada em recebê-las. Em troca ofereço esse capítulo e espero que gostem. De coração.

Gente, resolvi soltar dois minis spoilers aqui e quero ver apostas sobre em?! Lá vai:
1: o alfa é um personagem da fic, eu não não acrescentar um personagem novo para designar esse papel, quero ver vcs fritando a cuca para descobrir.
2: alguém vai morrer pelos próximos capítulos, quem será? Façam suas apostas.

Bom, é isso, espero vê-las nos comentários. Beijoooo!



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