Desajustadas escrita por KitKatie


Capítulo 34
Extremos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um capitulo, eu particularmente amei escreve-lo!
Espero que gostem, boa leitura!



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Na manhã seguinte, Annie e Katie caminhavam de braços dados pela calçada, rindo de algo bobo. A noite anterior fizera um bem surreal a ambas, Annie soltou o que afligia seu coração e Katie pode dormir tranquila, pela primeira vez em muito tempo.

Tomaram café juntas, Katie pegou uma roupa emprestada de Annie (um vestido floral que a loira sequer sonhava em usar) e foram caminhando até a escola.

E apesar do clima ameno, Annie ainda pensava em Percy, inevitavelmente encontraria com ele e não sabia como reagir. Queria gritar com ele, dar-lhe um tapa e virar as costas, mas sabia que jamais conseguiria fazer isso, talvez conseguisse fugir dele a manhã toda.

—Annie? –Katie chamou-a, ao vê-la com uma careta. Sorriu compreensiva, sabia o que devia estar passando naquela cabecinha inteligente. –Não pense nele, não adianta traçar estratégias, apenas deixe o dia fluir.

Annie fez uma careta, “deixar fluir...”, ela não era acostumada aquilo, era do tipo que montava estratégias e agia cuidadosamente em tudo. Suspirando constatou: o amor não pode ser planejado.

Desejou poder ocupar sua mente e sorriu ao ter o pedido realizado, ao longe podia ver Thalia, em seu costumeiro traje preto, vindo em direção a elas. A menina tinha olheiras e fumava um cigarro.

—Thalia, não são nem 7 da manhã e já está fumando? –Katie repreendeu a amiga assim que ela aproximou-se.

A punk soltou uma risada e deu de ombros. As três continuaram a caminhar e Thalia desviou do assunto “cigarro” pedindo como Katie estava sentindo-se. Assim, as três acabaram envolvendo-se num assunto e Annie finalmente sentiu a mente relaxar.

Perto da escola, viram ao longe Silena caminhando, mas antes que qualquer uma pudesse acenar e chama-la notaram que ela não estava sozinha. Ao seu lado, carregando a mochila cor-de-rosa dela como um perfeito cavalheiro, vinha Charles Baeckendorf. Annie lembrava dele, o garoto que estava com ela no hospital. Soltou uma risadinha, Silena era sortuda.

As três trocaram um olhar cumplices e riram. Estavam verdadeiramente felizes pela amiga e, julgando pelo olhar sonhador dela e as bochechas vermelhas, acreditavam que ela estava feliz também.

—Silena não perde tempo. –Thalia disse, rindo.

—Eles formam um casal fofo. –Katie comentou, sorrindo. –Charles parece um cavaleiro de armadura protegendo uma princesa. –Completou, observando o modo protetor no qual andava ao lado dela, olhando-a como se ela fosse um verdadeiro tesouro.

Não interromperam o momento, entraram apenas as três na escola, deixariam para saber os detalhes mais tarde. Nenhuma delas teria aula juntas no primeiro horário, portanto, despedira-se, sob a promessa de almoçarem juntas, e cada uma seguiu até sua sala.

Mas antes, Annie parou em seu armário, havia deixado um de seus livros lá. Assim que fechou a porta dele, tomou um susto ao ver ali parado Percy, com uma cara nem um pouco amigável.

—Sabe, Annie, é péssimo ver que eu realmente não valho nada para você. –Ele soava irritado. –Sequer insistiu em falar comigo, não pediu desculpas, não mandou uma mensagem... É isso que eu represento para você?

—O que eu fiz, Percy? –Annie gostaria de soar irritada no mesmo nível, mas sua voz saiu magoada. Lembrava de Percy e Febe.

—Não se faz de desentendida. –O garoto realmente parecia irritado e Annie nunca o havia visto daquele jeito. –Só me procura quando precisa de mim, não é? Me ligou aquela noite só porque queria uma ajudinha com alguma coisa não, é? Você é uma interesseira!

Annie ficou boquiaberta e sentiu o coração doer. Ela não havia feito nada! Ao contrário dele que simplesmente havia ficado revoltado e, de quebra, a deixava plantada na biblioteca enquanto saia em um encontro com uma garota que sempre a atormentou. Annie podia aguentar a indiferença mas ser insultada assim?

—Vai pro Tártaro. –Respondeu entredentes, e deu-lhe as costas. Sentia que iria chorar a qualquer momento.

—Ei, não acabamos. –Percy puxou-a pelo braço coberto pelo casaco e tomou um susto ao ver ela ofegar de dor, só então notou a faixa entre a mão. –O que aconteceu com sua mão, Annabeth? –O tom irritado foi substituído por uma preocupação.

—Isso era o motivo de eu precisar da sua ajuda, Percy. –Annie havia perdido a paciência, ele queria brigar? Pois então ela daria a ele isso. –Eu me cortei, estava sozinha e casa e pensei em quem poderia me ajudar. Então lembrei do meu suposto amigo, Percy Jackson, conhece esse idiota? Liguei para ele, com a mão sangrando e desesperada. Sabe o que ele fez? –Annie falava rápida, lagrimas brilhavam em seus olhos cinzas. –Desligou na minha cara. Sequer me deixou a chance de pedir ajuda. E eu fui sozinha, sangrando, com frio e com medo até o hospital, sem ter a certeza de que chegaria bem. E agora esse idiota está na minha frente cobrando explicações, como se eu tivesse feito algo horrível...

—Annie, eu... –Percy tentou dizer mas foi cortado.

—Não quero saber. Você já deixou claro o quão importante eu também sou para você. Me acusou de não dar valor a você mas olha o que fez.

—Eu não teria ignorado você se soubesse que estava machucada. –Percy aumentou o tom e parecia arrependido. Nesse momento alguns alunos já estava aglomerados, observando a confusão entre os dois.

—E você acha que isso explica algo? –Annie deixou as lágrimas caírem. –Eu nunca ignoraria um amigo, pois isso que significa ser amigo. Mas você me ignorou.

—Eu não quero ser seu amigo. –Percy disse a primeira coisa que veio a sua cabeça e isso só fez mais lagrimas caírem dos olhos de Annie.

—Você mostrou isso. –E saiu, sem entender o que se passava na cabeça do garoto.

Numa classe química, não muito longe dali, Katie desenhava pequenos girassóis no canto do caderno enquanto a aula não começava. Apesar de ser uma aula de duplas, a menina estava sentada sozinha, não tinha amigos ali.

Estava distraída e seus desenhos e nem notou que alguém havia sentado ali e estava a olhando. Levantou o olhar e quase caiu da cadeira ao notar um par de olhos azuis a encarando.

—Hey, Jardineira. –Travis Stoll abriu seu melhor sorriso. –Está sem dupla? Não está mais, vim te salvar da solidão.

—Bom dia, Stoll. –A garota respondeu, com a sobrancelha arqueada, por que ele estava ali?

—Sabe meu sobrenome ainda? Estou honrado. –Ele apoio a cabeça na mão, enquanto encarava a garota, sorrindo.

—É difícil esquecer o sobrenome do garoto que é repreendido toda aula. –A menina respondeu, com uma risadinha.

—Ah, qual é, Gardner! –Travis, dramaticamente, colocou a mão sobre o coração. –Assim eu me ofendo.

—Não estou mentindo. –Ela respondeu sorrido mas logo pergunto. –Quer mesmo fazer dupla comigo? Achei que sua dupla fosse seu irmão. –Apontou com a cabeça para Connor, que os olhava com uma cara interrogativo.

—Ele sobrevive sem mim, tem um pedacinho de Stoll para todos. –Deu uma piscada para ela. –E eu precisava saber se você estava bem... –O tom dele mudou ao sussurrar aquela frase.

Katie levou a mão até a testa ainda enfaixada. –Eu estou bem, sim, obrigada por preocupar-se.

—Imagina, é o que colegas de classe fazem. –Travis piscou novamente para afinal. –Afinal você ficou internada e tudo mais, poderia ter perdido totalmente a capacidade de pensar, então precisaria de uma dupla inteligente como eu para o trabalho de química... –Travis começou a gesticular, rindo.

—Espera ai... –Katie o interrompeu, com um olhar duvidoso. –Como sabia que eu estava internada?

—O que? –Travis foi pego no pulo. –Bom, pelo tamanho da faixa na sua cabeça supus que fosse um corte bem grande e a cabeça é um lugar complicado, né?!

Katie não foi convencida pela resposta dele mas não pode questionar mais, pois o professor entrou na sala e começou a passar o trabalho do dia.

Travis era realmente uma boa dupla, inteligente e engraçado, ele deixou o momento leve e Katie se sentia grata por ele fazer ela sentir-se bem.

—Girassóis são suas flores favoritas, né? –Travis perguntou, de supetão, ao fim da aula.

—São sim, viu meu desenho? –Katie respondeu, sorrindo.

—Eu acho que eles combinam com você. –Travis coçou a nuca e tomou folego antes de continuar. –Eles brilham, assim como você.

—Oh... –Katie ficou sem palavras.

—Se você fosse um buque com certeza seria de girassóis. –Travis sentia o rosto esquentar, mas agora falaria até o final. –Brilhantes, chamativos e lindos. Mas com certeza teria lavandas no meio, você é cheirosa e delicada como uma lavanda.

Katie estava boquiaberta, nunca havia ouvido algo tão doce. Ele havia a comparado com flores! Seu coração estava disparado. E enquanto sentia o rosto corar deu-se conta de algo...

—Um buque de girassóis e lavandas...? –Sussurou, lembrando-se das flores que havia recebido enquanto estava no hospital.

—Te vejo depois, Gardner. –Ele bagunçou seus cabelos e saiu, acenando.

—Te vejo depois, Stoll. –Katie respondeu, para si mesma, enquanto se esforçava para controlar o próprio sorriso.


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Notas finais do capítulo

Escrever Tratie me anima! E esse percabeth me doeu!
Gostaram? Espero que sim. Estou feliz de conseguir manter uma constância nas atualizações.
Obrigada por lerem!