Os Cullens entenderam quando disse que tinha que ir por causa de meus irmãos. Em momento algum citei Elena.
Agora estávamos dentro carro de Damon,estacionando na fachada dos Bennet. É claro que,procurávamos a mais nova bruxa. A única que possuía poderes o suficiente para fazer o que precisávamos.
— Eu vou. — falou Stefan,com a mão na porta.
— Não — ciciei — Ela não confia nem em você,nem em Damon.
Damon riu com escárnio
— E você acha que pode convencê-la? Somos a mesma coisa irmã. Somos vampiros.
Ergui o queixo de maneira petulante.
— Eu posso tentar. — falei com a porta escancarada e com as pernas já para fora.
Eu teria uma séria conversa com Bonnie Bennett. Eu iria salvar Elena,mesmo que eu não gostasse nem um pouco de sua pessoa.
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POV Damon
Bonnie,ao contrário do que imaginamos não foi uma pessoa relutante, seu estupido motivo se resumia em uma frase um tanto sentimental:
— Não quero perder mais uma amiga.
Em qualquer outro contexto,eu teria rolado os olhos,mas acabei concordando com a garota.
Precisávamos salvar Elena,de qualquer jeito.
Não fazia ideia desde quando essa urgência surgirá,pois eu sentia uma enorme necessidade de salvar Elena,como se...como se ela fosse algo extremamente precioso.
Para qualquer outra pessoa,como meus irmãos,sentir a necessidade de salvar alguém não era algo surpreendende. Mas eu era uma história completamente diferente,tive essa necessidade apenas duas vezes na vida,agora e,quando Katherine esteve em perigo. Acredito que é algo em suas aparências ou qualquer outra coisa que tenham em comum, que exerce uma grande influência sobre mim.
No entanto,as coisas não eram assim.Eu ainda amava Katherine,e queria desesperadamente tirá-la de sua maldição,mas também queria resgatar a doce Gilbert e aconchegá-la em meus braços. E além de tudo,tinha meu irmão. Eu sabia que ele gostava dela,e embora eu não me importasse se isso fosse ou não magoar seu coração,eu sabia que seria uma traição muito maior,não seria trair Stefan,seria trair minha família outra vez. Eu já havia feito isso recentemente,não queria repeti-lo tão cedo. Talvez daqui alguns meses.
Assim,tentei me convencer que essa atração por Elena se resumia a carência,e o fato de sua semelhança física com Katherine.
Mesmo que tenha repetido isso várias vezes a mim mesmo,eu não me convenci.
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POV Bella
Observei Bonnie fazer uma roda com velas e sal. No centro ela repousou uma foto de Elena. Em seguida,em cima da fotografia,o colar de verbena estava cuidadosamente colocado,e ao lado um mapa de Forks e região.
Bonnie se ajoelhou de frente para o círculo e abriu um grosso grimório,com uma faca,cortou uma fina linha na palma de sua mão e deixou que o sangue pingasse no mapa.
Segurei a respiração por alguns momentos.
Ela começou a recitar uma sequência de palavras estranhas e as chamas das velas tremeluziram.
— Você acha que vai dar certo? — perguntou Stefan em um sussurro.
Suspirei. Eu poderia dizer um simples "sim" ou um "é claro" ,mas eu não consegui mentir. Eu sequer sabia se Elena ainda estava viva.
— Eu não sei — admiti,peguei sua mão tentando reconforta-lo — Mas nós temos que acreditar que sim. Eu farei o possível e o impossível para a acharmos. Eu prometo.
Stefan sorriu levemente
— Obrigado.
Nos viramos para Bonnie,que ainda recitava os versos calmamente.
— Como você está? — perguntei sem me virar,observando o fogo bruxulear com avidez.
— Culpado — Stefan falou — Eu não devia ter deixado ela sozinha. Eu devia ter ficado com ela,talvez isso tivesse sido impedido.
— Talvez. Ou talvez você estivesse morto agora. Você não tem culpa Stefan. Estava procurando esse louco desvairado,você nem imaginava que ele ia logo atrás de sua namorada.
Ele assentiu,ainda culpado. Eu abri a boca,para tentar acalmá-lo outra vez,mas fui interrompida.
Um forte vento começou do nada,circundando Bonnie e seus objetos. Os cabelos da bruxa se elevaram acima de sua cabeça,o fogo reluziu em um fogaréu.
Segurando o braço de Stefan,vi a ventania cessar abruptamente e o fogo se apagar. Aproximei-me de Bonnie que apontava para o mapa com a mão boa.
O seu sangue tomava forma e parecia ter vida. Ele escorregou por um caminho que seria impossível naquela posição em circunstâncias normais,e parou formando um pequeno semicírculo,algo que se assemelhava a lua.
Com um sorriso no rosto moreno,a bruxa exclamou em euforia:
— Eu a encontrei!
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POV Elena
Os grilhões pesavam cada vez mais em meus pulsos arranhados. Eu podia sentir o sangue coagular no chão em uma enorme poça. Cada gota do sangue escarlate ressoava por toda a sala.
Pling...pling...pling.
Mordi o lábio para não gritar. Era como estar assistindo sua própria morte,ver si mesmo definhar aos poucos,com uma rapidez que quase parecia impossível.
O suor gelado escorria por minha testa e nuca e meus cabelos grudavam em minha pele e blusa sujas de sangue.
Eu não lembro como havia chegado aqui,e tampouco queria lembrar. Minhas lembranças vultuosas se limitavam ao som da minha pele se rasgando,do gosto de sangue na minha boca,da amostra — também de sangue — que haviam tirado de mim.
Eu iria morrer,eu estava convicta. Nem ao menos diria adeus a Stefan. Ou a meu irmão.
Não contive as poucas lágrimas que começaram a escorrer. Tentei me livrar dos grilhões,as grandes algemas presas por cordas de ferro pesadas,mas era inútil,seu ferro roçou a carne exposta de meus pulsos e eu urrei.
Eu realmente não iria sobreviver.
Tombei a cabeça para baixo e me arrependi profundamente ao ver meus joelhos atolados em sangue.
Um arrepio percorreu minha espinha e eu olhei para cima,bem na hora em que a porta da cela se abriu e eu vislumbrei o meu sequestrador.
Primeiramente olhei para um par de pernas longas cobertas por uma calça de tecido ruim. Levantei o olhar lentamente percorrendo o corpo e finalmente encarando seu rosto.
Fitei seus olhos escuros e seus cabelos loiros. Seus lábios se abriram em um sorriso raivoso.
Se aproximando,ele deu um tapa em meu rosto e eu senti as lágrimas mancharem mais ainda minhas bochechas.
— Comemore sua garotinha ridícula. Ao que parece sua família de vampiros idiotas está atrás de você.
Ele rosnou,e continuou ali me observando. Tomei o cuidado de não o olhar nos olhos. Stefan vinha atrás de mim! Não podia deixar que ele vesse a centelha de esperaça em meu olhar.
Com cuidado,ele abaixou os dedos cálidos e longos banhando-os em meu sangue. Devagar,levou até sua boca e suspirou ao provar.
— Você não é Katherine. Mas é grande desperdício.
E saiu,enquanto eu clamava misericórdia.p>